Lucas Augusto da Silva

Os spin-offs sempre foram híbridos (mesclam elementos tradicionais com originais), principalmente sob uma ótica comercial. Os autores precisam apelar à nostalgia para despertar o interesse do leitor, então criam histórias atreladas ao mangá original. E mesmo assim o índice de vendas não é alto, salvo exceções. E vamos combinar, isso não é exclusividade dos spin-offs. Next Dimension também introduz várias ideias que não casam com a obra clássica e, pior ainda, também contradiz conceitos previamente estabelecidos em Saint Seiya. A grande verdade é que Saint Seiya virou um

Não precisa bater em cachorro morto.

Kanon estava apanhando com armadura, daí ele tirou a armadura e continua apanhando. Quem sabe ele consegue ganhar se ficar pelado.

O fã de Saint Seiya sonha com Saga do Céu e acorda com Magical Girl. Já podemos fazer um bolão pra ver em quantos capítulos os cavaleiros de ouro serão introduzidos. E digo mais, a protagonista será apaixonada por um deles. "Ai, ai, é o Yukito de Escorpião!" (que é apaixonado pelo Toya de Aquário).

Kurumada hoje não tem colhão pra matar um dos protagonistas. Ele não consegue nem matar um cavaleiro de ouro mais, o que dirá alguém do quinteto principal.

Quem dera. Kurumada devia descansar o pincel e deixar para os outros autores explorarem a franquia com os spin-offs. Contextos diferentes. A saga de Hades é um momento crítico para a Terra e o esforço de todos os cavaleiros vivos (e até mortos) era indispensável para derrotar as forças de Hades. Por mais que Athena tivesse determinado a dispensa de Seiya e os outros, todos ali perceberam que eles não podiam ficar de fora. Por outro lado, o momento pós-Next Dimension é uma era de paz na Terra. Pra quê os cavaleiros de bronze iriam provocar novamente um conflito

Saori renunciou sua divindade e seu dever de proteger a Terra. Mesmo que os cavaleiros de bronze recuperem a memória, eles devem respeitar a decisão de Athena. Rebelar-se contra o Olimpo seria desdenhar do sacrifício que Saori fez para protegê-los.

Se Seiya e Saori tiverem 33 anos na FE, então fica tudo certo mesmo.

O Episódio Zero se passa 13 anos antes da cronologia do mangá clássico, então deveria constar a data de 230 anos.

A natureza benevolente de Shun nunca o impediu de lutar a sério. Esse é o estilo de combate dele e suas habilidades casam com sua personalidade, pois tanto as Correntes de Andrômeda quanto a Corrente Nebulosa servem ao propósito de restringir os movimentos do oponente, facultando aos mesmos desistir do combate com vida. De fato, o cintilar dourado das armaduras de bronze indica que os protagonistas haviam alcançado o Sétimo Sentido, mas este não é o único fator métrico para mensurar o nível de cosmo dos cavaleiros de bronze. Você precisa ter uma visão mais sistemática da obra.

Shun reconhece Sorento como o inimigo que derrotou Aldebaran no Japão assim que se encontram no Pilar do Atlântico Sul. Ele não teria motivo nenhum para subestimar um oponente que venceu um cavaleiro de ouro. Além do mais, Kurumada não iria fazer a armadura de Andrômeda em frangalhos reluzir dourada. Primeiro que não seria agradável esteticamente; segundo que os golpes de Sorento afetam o cérebro, então não faria diferença nenhuma. Essa fala do Milo tem tanta credibilidade quanto Radamanthys dizer que venceria três cavaleiros de ouro mesmo sem a barreira de Ha

Fiz um tópico há alguns anos avaliando o poder dos Generais Marinas, mais precisamente sobre alcançarem ou não o Sétimo Sentido: https://www.cdz.com.br/forum/topic/12097-os-generais-marinas-alcançam-o-sétimo-sentido/ Talvez elucide algumas questões aqui discutidas.

Isso é mais uma sabotagem que os bronzeados sofreram em Next Dimension, já que a versão final das armaduras de bronze (no caso, as armaduras divinas dos Elísios) é muito superior às armaduras de ouro.

Não importa quem desenhou o quê. Kurumada é o autor do projeto e a responsabilidade é toda dele.

Se a tradução estiver correta (e o texto não for revisado), é um furo e não tem como justificá-lo. Lembre-se de que a FE se propõe justamente a corrigir eventuais imprecisões, incoerências e imperfeições artísticas. Jogar esta responsabilidade ao leitor vai na contramão do que o mangá promete entregar.

Exceto que nenhum deles conhecia o Kanon. Kurumada fecha uma lacuna e abre outro furo.

A capa brasileira está muito bonita e caprichada, só que não guarda nenhuma semelhança com o traço do mangá. Periga de algum desavisado comprar esta edição achando que a história irá emular este traço da capa. Mas de maneira alguma está feia.

O que começa errado nunca termina certo. A trama presente de Next Dimension se inicia com o pé esquerdo quando Saori negligencia todos os seus deveres como a deusa protetora da Terra para salvar a vida de um único humano, ciente dos riscos calamitosos que poderiam se suceder caso falhasse (ou mesmo se lograsse êxito, haja vista que Apolo e Artémis temiam que a humanidade fosse para o espaço caso Zeus descobrisse as travessuras da sua filha). Conforme outros membros destacaram, Kurumada inverteu os polos dos personagens. Athena e os cavaleiros de bronze são uma anomalia

Estas pontas soltas nem precisam de um novo mangá. Um ou outro gaiden já resolvem estas arestas.

Pelo contrário, é bem característico do Kurumada atual deletar as memórias de todos os personagens envolvidos em alguma trama que deva ser esquecida na história. Só ver nos gaidens que a deusa Ker apagou a memória não apenas de Saga e Kanon, como também de Shion e Dohko para não restar nenhum resquício.

Ou seja, uma vitória moral.

Aí vai da interpretação de cada um. Do ponto de vista do Shaka, aquilo sem dúvidas foi uma derrota. Não apenas teve seu cosmo superado por um cavaleiro de bronze, como ficou horas preso em outra dimensão e falhou em proteger sua casa zodiacal. Porém, se a definição de vitória for atribuída a quem ficou de pé no final, Shaka se sagrou vencedor. Ele afirma que conseguiria retornar sozinho da outra dimensão e Ikki retorna desacordado em seus braços ainda por cima.

Ikki venceu Kasa de Lymnades.

O despertar do Seiya foi profundamente decepcionante, sem emoção ou impacto. E pensar que os fãs aguardaram dezoito anos pra ver isto: