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[Saint Seiya] - Golden Age (mangá especial)


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Bom, posso dar minha colaboração aqui em agradecimento a essa tradução...?

Colori a imagem da página que é ilustrado pela Yun Koga (Heroe of Heroes), por isso mantive a coloração como em seu mangá crossover de Kurumada.

Pretendo colorir outras imagens que conseguir. :)

 

Para qualidade full da imagem, acessem:

https://katrinnae.deviantart.com/art/Hero-of-Heroes-Golden-Age-687116323

 

 

Nota: Não está permitindo postar a imagem. Portanto, podem acessar o link acima que encontrarão em qualidade full!

Ficou muito bom, Katrinnae. Parabéns!

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Nome Original: 聖闘士星矢 GOLDEN AGE Status: COMPLETO Autor: Masami Kurumada Roteiro/Arte: Megumu Okada, Chimaki Kuori e Shiori Teshirogi Categoria(a): Ação, Aventura, Comédia, Crossover Ano: 201

NDSeiya disse que os textos da obra estão todos prontos e traduzidos, mas que ele vai postar tudo de uma vez junto com as partes em mangá. E postou uma prévia:     Fonte: SSForos.

No quote acima consta a tradução das dez primeiras páginas de Golden Age. Abaixo a continuação destas:         Traduzi o que compõe esse 'primeiro arco' de Golden Age, que vai da primeira até a décima

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Ficou muito bom, Katrinnae. Parabéns!

 

OBRIGADA!!! *-*

Upei mais alguns hoje que colori como de Ikki, Saori com Seiya de Sagitário e o Hyoga de Okada. :)

Pensando em colorir aquele do Shiryu, mas... Cara! Primeiro preciso entender aquele desenho. huahuahauhauha

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Eu estou gostando bastante dessa trama, você consegue viajar muitas vezes e os fã art postados de Golden Age. Ah, esse trecho abaixo de deixou curioso:

 

"Nas suas pupilas estava refletida a imagem de Seiya? Ele não sabia, mas a jovem sorriu ao vê-lo"

 

Será que teremos alguma relação sobre o Pégaso mitológico? Afinal, Astrea está dormindo desde a era dos deuses XD...

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Mais um trecho traduzido:

 

 

 

 

P25

 

Hyoga se dirige a um caminho bem a sua frente. Mais adentro havia um espaço reservado para proteger Saori em situações críticas, uma abóbada construída independente. Dentro desta abóbada várias relíquias estão armazenadas. O mundo está em constante perigo, os Cavaleiros lutam contra todo tipo de ameaças. Bestas atípicas ocultas na escuridão e um deus de tempos antigos sepultados na história são alguns dos exemplos. Não são poucas as relíquias de tempos antigos. Geralmente esse tipo de relíquia é entregue ao Santuário, mas como esta em específico foi descoberta naquele local, todos queriam examiná-la cientificamente. Nesse momento estava no Japão e após ser examinada seria enviada diretamente para o Santuário. Até que o momento certo de enviá-la chegue, a relíquia será rigorosamente protegida na abóbada.

 

O ataúde oxidado foi levado para a abóbada para ser estudado. Ao aplicar o método de datação por radio-carbono, a conclusão foi de que este ataúde foi criado muito antes do século XX antes de Cristo. Uma determinação precisa de tempo é difícil, mas os cientistas que trabalhavam na linha de frente suspeitavam de que este objeto não era da época da Mitologia Grega. É uma relíquia de tempos antigos. Exceto isso, não haviam mais informações acerca do ataúde. Hyoga ao escutar essas informações decidiu perguntar mais, porém o ataúde foi colocado na abóbada sob uma chave que só pode ser aberta por impressões digitais e uma senha numérica. O ataúde devia de ser protegido rigorosamente.

 

Depois de construir um muro, Hyoga voltou para onde estava, diante do telefone de emergência. Escutava de Shiryu a atualização referente ao estado de Atena. Apenas o coração restava no corpo de Saori. O que acontecerá se esta jovem desconhecida também roubar este coração? Hyoga ficou aterrorizado ao imaginar que o pior poderia acontecer. Se a ciência médica não poderia determinar a causa desse fenômeno, devia-se eliminar o que estava causando isto.

 

Hyoga insistia na ligação por telefone que asfixiaria a garota desconhecida com seu ar congelante.

 

P26

 

Não havia ficado claro que a intenção da jovem seria uma espécie de intercâmbio de corpos, mas se ela era a causa do que estava acontecendo, eles deviam detê-la. Hyoga acredita que o mais sensato seria deter a jovem antes que o coração de Saori desaparecesse. Ele podia fazer isso. É o Cavaleiro que controla o gelo. É capaz de congelar todo corpo até a mais baixa temperatura conhecida, o Zero Absoluto, detendo todos os seus átomos.

 

Mas os médicos e Shiryu não concordavam com esta opinião. A situação ainda era muito embrionária para decidirem asfixiar a menina, será que cabe a possibilidade de o que estar acontecendo com o corpo de Saori não ser algo incomum? A única coisa que restava em seu corpo era o coração. Suas batidas ainda podiam ser ouvidas, mas biologicamente é impossível que continue com vida. Seus outros órgãos haviam desaparecido completamente, mas seu coração permanecia intacto. Não tinham ideia da razão pela qual Saori permanecia viva. Se por acaso algo na menina estivesse mantendo Saori com vida nessas condições, matá-la significaria acabar com a vida de Atena também. Deviam deter a origem deste fenômeno antes que o coração desapareça. Era isso que deviam fazer.

 

Enquanto Hyoga observava a porta da abóbada se fechando, permanecia pensativo.

 

"O que eu quero fazer... É o certo?"

 

Hyoga desviou o olhar da porta e nesse momento fitou seus pés. Observava-o com o rosto franzido. Imediatamente sentiu algo incomum. Embora o cômodo tivesse sido construído com aço e concreto, era possível sentir um calor incomum sob seus pés. Instintivamente se colocou em posição de combate. Não era necessário ser racional neste caso, essa sensação era semelhante a de quando aquele ataúde oxidado apareceu. Hyoga não hesita e aperta o botão de emergência localizado ao lado do telefone.

 

Em um instante um muro de contenção divide o local em dois e uma porta anti-incêndios envolve a porta que protegia a abóbada, simbolizando que aquela área é bloqueada. Entre o espaço dos muros, rampas de emergência se alinham, acendendo luzes vermelhas intermitentes e um auto-falante localizado no teto começa a fornecer informações para total evacuação da área.

 

"É uma situação de emergência, todas as pessoas devem seguir pelas rotas de evacuação pré-estabelecidas!"

 

Ressoava uma voz feminina artificial deste mecanismo e Hyoga, então, decidiu reforçar sua posição de combate, fechando seus brilhantes olhos.

 

P27

 

Hyoga, até então concentrado, reconhecia que algo estava se aproximando justamente por baixo. Uma fissura no muro de concreto surgiu, erguendo poeira para o alto. O muro, que tinha uma espessura de sete metros, reforçado por uma armadura de aço, se rompeu facilmente, os escombros voando pelos ares.

 

Mas antes que os escombros se espalhassem, Hyoga já estava em ação.

 

Como Cavaleiro, a velocidade de Hyoga superava a do Som. Hyoga se esquivou de todos os escombros, fixando seu olhar para a origem da explosão.

 

Subitamente um brilho imenso afetou seu campo de visão, mas Hyoga finalmente entendeu.

 

Havia aparecido um segundo ataúde neste local. Em dois locais diferentes. Um desses ataúdes não era oxidado. Possuia uma bela cor dourada, repleta de adornos.

 

Mais um.

 

Outro ataúde se abriu.

 

O corpo de Hyoga foi repelido. O mesmo Hyoga que pode se movimentar além da Velocidade do Som, foi atingido por um único ataque, seu corpo se chocou contra uma parede de concreto a metros atrás. Não apenas isso. Seu corpo desapareceu, afundado no concreto. O ataque tinha o peso de várias dezenas de toneladas, a parede, agora transformada em escombros, o esmagava.

 

Depois do ocorrido, tudo ficou em silêncio. Dentro desta calmaria, uma voz tênue foi ouvida.

 

"Fraco. Isto é ferro?"

 

A voz era emitida pelo homem que estava ao lado do ataúde dourado. Seus cabelos eram mais brilhantes que o próprio ouro, seus olhos seguiam o mesmo padrão e observavam a parede destruída. O homem de alta estatura passou a caminhar tranquilamente, era sinal de que vinha de um lugar que superava o conhecimento humano. Cada vez que emitia um passo, um ligeiro som metálico formava eco. Tal som provinha da vestimenta prateada que revestia o corpo deste homem. Não era possível enxergar as uniões entre as partes da vestimenta dele. Sem dúvidas era uma criação divina.

 

O homem se aproximou do muro destruído, estendeu sua mão para aquela massa de entulho e a ergueu facilmente.

 

P28

 

Aquela massa era tão pesada que um ser humano comum jamais poderia erguê-la sozinho. Embora seja teoricamente impossível erguer aquilo sem uma máquina pesada, aquele homem o fez com uma única mão, sua agilidade e poder estavam muito além de um humano.

 

O homem estava certo de que Hyoga estava morto, mas alguém discordava disso. Retirou o corpo do adversário dos escombros para se assegurar de sua vitória. Não conseguia evitar de concluir decentemente o seu trabalho. Sua mão, que estava em movimento, parou, embora seu rosto estivesse inexpressivo. Tal atitude teve base ao estar a poucos centímetros do corpo de Hyoga.

 

"Ooh..."

 

O homem emitiu um suspiro de admiração. Até o momento nada de incomum havia acontecido, mas sua mão direita estava congelada. Por acaso foi obra do garoto que estava sob os escombros? Em que momento conseguiu fazê-lo?

 

Não havia sido ele que destruiu os últimos escombros. Nesse momento sentiu o forte som do entulho caindo no solo, diante do homem estava o jovem responsável por este ato. O corpo de Hyoga estava revestido com uma vestimenta brilhante. A Armadura é branca e brilhante como um cisne, ressaltando ainda mais sua figura. Essa é a Armadura que recebeu de Atena. Antes mesmo de seu corpo ser arremessado para longe, Hyoga havia convocado sua Armadura.

 

A Armadura tinha o aspecto de um cisne prestes a voar, fazendo-se presente para proteger seu dono, modificando seu formato inicial para formar uma potente proteção a tempo de salvaguardar Hyoga do impacto no muro e do ataque daquele homem.

 

"Então foi graças a isso que conseguiu me congelar".

 

Enquanto Hyoga limpava o sangue que escorria de sua testa, observava atentamente aquele homem com a mão direita congelada. Não foi casual que Hyoga foi protegido por sua Armadura. Mas o impacto superou isso. O ataque não foi completamente neutralizado, havia ferido Hyoga, gerando um corte em seu crânio. O impacto poderia tê-lo feito perder a consciência, mas por ter resistido com força e apertando os dentes havia conseguido se manter consciente.

 

Se manteve firme, concentrando-se. Este homem não é alguém normal. Estava calmo. Hyoga não apenas foi ferido com o impacto, mas também lançou seu ar frio no adversário, que somente conseguiu congelar sua mão. Isso era algo realmente preocupante.

 

O atacou com todas as suas forças através dos ângulos mortos dos escombros. Se fosse um humano comum, deveria ter sido congelado todo o corpo, estagnando todos os seus movimentos até a morte.

 

P29

 

Mas o homem estava de pé diante de Hyoga, com sua forte presença.

 

Podia sentir um Cosmo imenso. Que não poderia pertencer a um ser humano.

 

"Quem você é? Você não é um humano, certo?"

 

"Eu sou um humano. Mas sou muito superior a você"

 

O homem continua a responder, de forma misteriosa.

 

"Também não posso dizer que seja um humano comum. Afinal, esta Armadura que veste não é apenas uma sucata, certo?"

 

"Sucata? Não fale das pessoas como se fossem apenas máquinas. Você deve estar ciente de que sou um Cavaleiro que tem o dever de proteger Atena. Você é o causador desta crise que a afeta?"

 

A pergunta de Hyoga fez o homem sorrir.

 

"Tudo já foi decidido, sucata. Deve aceitar seu destino sem nenhuma esperança".

 

"Destino? Ninguém tem o direito de decidir nosso destino além de nós mesmos!"

 

Diante da resposta de Hyoga, o homem balançou negativamente a cabeça.

 

"É uma pena, mas chegou a sua hora. As sucatas devem ser destruídas. Desde o começo isso estava decidido".

 

Hyoga escutava o que o homem dizia e conseguiu respondê-lo, sem hesitar.

 

A solução correta podia ser apenas uma. Devia lutar contra esse homem que queria determinar o seu destino.

 

Eles lutaram muitas vezes para mudar o destino do mundo, salvando-o. Por si mesmos, acreditavam e alimentavam os seus próprios destinos. Os Cavaleiros de Atena existem para isso.

 

"Eu sou um Cavaleiro. Mesmo que o momento de eu ser destruído chegue, seguirei lutando pela paz."

 

O Cosmo de Hyoga começou a queimar. Era raro ver seu corpo transbordando com o calor do seu coração.

 

"Eu sou Hyoga, o Cavaleiro de Bronze de Cisne".

 

Após esta apresentação, o homem singelamente respondeu.

 

"Eu sou Ex. Que possui a vontade lendária. Irei obter tudo que há de você, eu sou aquele que arrancarei este seu nome".

 

 

 

Amanhã postarei mais um trecho.

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OBRIGADA!!! *-*

Upei mais alguns hoje que colori como de Ikki, Saori com Seiya de Sagitário e o Hyoga de Okada. :)

Pensando em colorir aquele do Shiryu, mas... Cara! Primeiro preciso entender aquele desenho. huahuahauhauha

Dei uma olhada e ficou muito bom! Queria ter as manhas pra poder colorir páginas de mangá assim rsrs

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Dei uma olhada e ficou muito bom! Queria ter as manhas pra poder colorir páginas de mangá assim rsrs

 

Ainda estou pegando a manha. preciso aprender a sombrear.

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  • 1 mês depois...

Gustavo, eu tenho ele todo aqui caso interesse, em espanhol.

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Mais três páginas:

P30

 

O som de emergência e o anúncio de evacuação se estendia por todo o local. A evacuação dos civis já tinha começado. Pessoas haviam sido transferidas de várias empresas afiliadas a Fundação Graad para ajudar. Todo o espaço foi construído em segredo, tendo como objetivo o máximo possível da automatização, mas para isso era inevitável a mão de obra de centenas de pessoas. Como consequência, cada instalação contava com um pessoal especializado.

 

Saori mostrava sua reprovação quanto a isso por expor ao perigo os membros do hospital, mas não haviam outras opções. As empresas das quais os colaboradores transferidos pertencem precisam passar por uma série de entrevistas e aplicações escritas, para que a equipe escolhida passe por um teste de habilidades. O interior das instalações não é ensinado para ninguém, exceto o pessoal requisitado possui este acesso privilegiado. É óbvio que todo este esforço é para situações de perigo incomuns, mas muitos dos trabalhadores não tem conhecimento disso. Tudo isso é para evitar que eles se envolvam em situações desconhecidas, mas agora saiu tudo de maneira contrária ao esperado. Diante do alarme sendo disparado as pessoas não podiam esconder a surpresa. Embora fosse algo habitual nos testes, todos estavam nervosos, mas determinados, em trilhar o caminho certo que os levariam até a superfície.

 

Shiryu estava apoiado no muro observando o monitor. Devia guiar as pessoas. O monitor mostrava a situação do staff que evacuava cada piso. A crise estava diante dos seus olhos. Sem dúvidas foi Hyoga o responsável por ligar o alarme de emergência. Nós sabemos do perigo, é por isso que ele ligou o alarme para que os civis fossem imediatamente evacuados. Isso era sinal de que Hyoga sozinho não conseguiria resolver a situação. Shiryu percebeu isso. Pegou o microfone com suas mãos e começou a falar tranquilamente para não transmitir nenhuma preocupação.

 

P31

 

“Desculpem doutores. Mas vocês e os demais precisam sair também. Imediatamente”.

 

A mensagem de Shiryu foi direcionada às duas salas de instalação médica. Nesse instante as enfermeiras e médicos se entreolharam mutuamente. Ninguém disse nada e continuaram a realizar os trabalhos médicos. Shiryu voltou a chamá-los, dessa vez cruzando seu olhar com um dos médicos. Ele era muito mais velho do que Shiryu, mas continuava na plenitude da vida. Varias vezes ambos conversaram na sala de urgências. Uma vez ele disse que tinha uma esposa e uma filha recém-nascida. Se sentia envergonhado enquanto mostrava a foto de sua filha, mas não perdia o sorriso no rosto ao dizer com orgulho o nome dela. Ele lentamente assentiu com a cabeça, respondendo ao chamado de Shiryu, mas voltou ao trabalho, imerso nos seus afazeres. Essa era a conclusão da sua decisão. Agora, neste lugar, todos estavam lutando. Essa era a prova de que todos, sem exceção, estavam arriscando suas vidas.

 

“Obrigado”.

 

Após a curta mensagem, Shiryu abandona o microfone. Isso era suficiente. Devia corresponder os seus desejos. Não apenas a Atena, mas ele deve proteger todas as pessoas neste espaço. Eles confiavam suas vidas nas mãos dos Cavaleiros. Shiryu sentia, no mais profundo do seu corpo, seu cálido Cosmo queimar.

 

Shun detém Seiya que estava prestes a sair da sala de espera. Agora é o momento de cada um cumprir com seu dever.

 

“Seiya, você fica”.

 

Shiryu aparece e coloca lentamente sua mão no ombro de Seiya. Sentia o calor de sua mão. O Cosmo de Seiya queimava naquele instante.

 

“O que está dizendo?! Afirma que não me deixará lutar?”

 

Shiryu o entendia. Também sentia um grande pesar por não ter conseguido proteger Atena. Por isso alguém deveria ficar nesse lugar.

 

“Depois que Shun e eu sairmos deste lugar, quem irá proteger a senhorita Saori e os médicos? Esta é a última fortaleza. Uma ameaça se aproxima, nossa derrota significa a morte de todos nesse lugar”.

 

P32

 

As palavras de Shiryu eram compreensíveis, mas Seiya se colocaria em posição de combate a qualquer momento por ser este o seu dever. Esperar não é do seu feitio. Se a questão era a de defender, Shun é o mais qualificado. Mas é como se Shiryu estivesse vendo através dos pensamentos de Seiya.

 

“Shun, quero que guie todos os civis até a superfície. Você pode fazer isso?”

 

Enquanto protege um grupo de pessoas, ele estaria guiando-os para fora do alcance de qualquer perigo. Certamente Shun era o mais apropriado a fazer isso. Defender era a sua especialidade, a proposta de Shiryu era difícil, mas Shun imediatamente assente.

 

“Está bem. Irei guiá-los”.

 

Não havia tempo para lamentações. Agora eles deviam resolver o que estava acontecendo, eles tinham a impressão de que tudo isso estava conectado com a condição atual de Saori. Era algo obscuro, mas em seus corações, eles sabiam. Essa era uma boa oportunidade para combaterem juntos e acabar com esta crise novamente. Sem dúvidas era desse jeito agora. Shun confiava em sua intuição. Não havia ninguém mais qualificado para proteger as pessoas do que ele. Devia fazê-lo. Dentro do sempre pacífico Shun, se acendia uma cálida chama. O Cosmo de Shun queimava em resposta a este sentimento.

 

“Eu irei até o subsolo. Um Cosmo está se aproximando vindo de lá”.

 

Não havia objeção alguma de Shun ou de Seiya mediante as palavras de Shiryu. Podiam sentir um Cosmo destrutivo que se aproximava sem se ocultar. Agora claramente compreendiam que era um inimigo e eles deveriam se reerguer.

 

Agora é a vez dos jovens.

 

Agora é o momento do contra-ataque.

 

 

PS: Não se preocupem que quando concluir tudo irei com certeza compilar todas as traduções espalhadas pelo tópico em uma única postagem para facilitar.

PS2: Até o fim do dia vai ter até a página 50 traduzida, que foi até onde a Katrinnae me mandou.

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Já passou pela "derrota" do Hyoga, pois pelas imagens e as páginas escritas descrevendo essa luta, o Hyoga não só parece ganhar, como ainda oblitera o corpo do Ex.

Não passou não, este trecho é continuação direta deste aqui, onde Hyoga e Ex se apresentaram um pro outro: http://www.cdz.com.br/forum/topic/10046-saint-seiya-golden-age-manga-especial/?p=424494

 

Apenas houve uma mudança de foco, tão comum em livros, mangás, etc...

 

Será que vai pintar o Asclépio de serpentário nesse mangá? Ele é um cavaleiro mitológico

Não, nada a ver uma coisa com a outra.

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Só espero que esteja ok. XD

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Todas as primeiras cinquenta páginas de Golden Age traduzidas:

 

 

 

P01

"Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas existem. E isso é tudo.

P02

Um rugido estrondoso, um rugido estrondoso.

Despertei. Porque escutei esse som? Ou é porque despertei que pude escutá-lo?

Minha consciência sonolenta, que acaba de despertar do sono, desperta lenta e intensamente.

Mas ainda assim, estou certa da verdadeira essência do som.

Isso é porque este som provém de um tempo muito distante, que ressoa sem perder intensidade.

Um rugido estrondoso, um rugido estrondoso.

Este é o som da campanha pra me despertar. Se é assim, devo despertar.

Desejo me por de pé e caminhar.

Junto com o som brota da mais profunda região em meu peito algo muito brilhante. Um brilho próprio que não pertence a nada e nem ninguém. Se todos podem suportá-lo, certamente eu também posso suportá-lo. Nunca a soltarei, esta joia é apenas minha.

O que é isto? Quem sou eu?

Não havia em lugar nenhum alguém que fosse capaz de responder tais perguntas.

P03

"Tenho um plano! Um plano incrível!"

Em um enorme jardim no início do verão, todos estão passando por bons momentos juntos suando sob o enorme calor. Inesperadamente Seiya acaba com essa tranquilidade.

Este jovem possui um cabelo castanho avermelhado igual a cor dos seus olhos, com um sorriso no rosto que chama a atenção de todos. O seu rosto sorridente resplandece repleto de vida e a energia de seu forte olhar transmite uma grande tenacidade. Seiya, sem saber, estava dormindo no espaço do pique-nique, mas ao despertar do sono deu um salto sobre o local. Este pulo não é o mesmo que uma pessoa normal conseguiria dar. É uma pessoa veloz, alta e com uma poderosa energia. O poder deste jovem esbelto e de baixa estatura é anormal.

Com seu jeito característico, Seiya deseja contar a todos neste exato momento a ideia que teve. E isso se dá porque sabe que o tempo que possui com seus amigos é mais importante do que qualquer outra coisa, um terno sentimento que o torna forte. Afinal de contas, em seu interior não há nenhuma maldade, mas quando todos se reuniram para desfrutar da hora do chá, no exato momento onde contou sua ideia, esta chegou ao fim.

"Por acaso está pensando em não jogar Badminton para não pegar a bola?"

Shiryu emite um suspiro enquanto bebe uma xícara de chá Inglês. Seu cabelo negro flutua encantadoramente sob a suave brisa. Este jovem, que é tão jovem quanto Seiya, parece muito mais maduro que ele. Possui uma elegância gentil no dedo que segura a xícara, mas de fato, seus punhos são frequentemente grandes e sólidos. Sua roupa e sua postura dão a entender que não só sua personalidade dá importância a cortesia, mas que seu peito é a prova de que seu corpo foi treinamento de maneira árdua.

"Não! Tenho em mente coisas melhores!"

Seiya, que havia se levantado com um salto, impulsionando-se com seus braços para trás, faz sua voz ser ouvida novamente.

P04

A coisa tão divertida que tinha idealizado iria lhe fazer sorrir a qualquer momento.

"Não é bem assim. As ideias de Seiya não são tão divertidas. Hoje há um bom clima, mas é arriscado fazer algo com esse calor. Fique a vontade para dormir, eu me levantarei apenas quando quiser."

Ele não adere à voz que ainda se apresenta de maneira sonolenta. Hyoga se levanta da toalha do pique-nique, ainda permanecendo com os olhos fechados.

Debaixo de suas pálpebras, se escondem pupilas de um verde encantador. O resplandecente cabelo loiro, se encontra em um rosto bem proporcional, mas que gera uma aura gélida. Esse tipo de nome, Hyoga, é de quem trilhou uma vida de caminhar junto ao gelo. Mas não possui sangue frio. Ninguém se preocupava por sua voz mal-humorada já que todos sabiam que seu coração não se irritava facilmente. Todos os presentes neste espaço identificaram o sarcasmo na sua frase.

"Está bem! Se escutarem esse plano, irão acordar em um instante! Eu asseguro a vocês! Quer escutá-lo?"

Ele repete sua resposta a proposta de Seiya de maneira enérgica.

"Nada disso me interessa, dorminhoco."

"Não pode mostrar um pouco de interesse?"

Sentiu que sua dolorosa resposta a proposta foi cruel e desinteressada, mas antes de dizê-lo estava resignado, já que não se ajustaria a própria natureza do Seiya.

Ainda assim, tomando como base seu tom de voz, é inegável que seu coração diminuiu o fervor.

"Estou interessado, poderia me dizer o que é?"

Shun imediatamente se compadeceu das energias abatidas de Seiya e enquanto brandia habilmente a raquete de Badminton em sua mão, o chama.

Sentia que podia se defender dos disparos do companheiro sem problemas, já que brandia a raquete como se estivesse dançando.

Shun aparentemente não possui a aparência do seu sexo. O esguio jovem de longos cabelos e olhos castanhos fornece um olhar gentil, sendo confundindo com uma mulher devido a sua beleza. O tom de sua voz ainda não mudou com a puberdade, é alto e amável emanando feminilidade. Mas essa voz comprova que Shun é mais gentil do que qualquer outra pessoa.

P05

Seus tão gratos e gentis olhos são apenas algo superficial. Shun definitivamente não é uma pessoa fraca. Ele, ao contrário de outras pessoas, não demonstra seu verdadeiro poder.

"Bem, vamos escutar o que Seiya tem a dizer. Eu, assim como todos nós, estaremos de acordo com qualquer coisa."

A oportuna resposta amistosa de Shun revitalizou completamente o coração de Seiya. Em um instante seu sorriso resplandecente retornou, disposto a contar no que estava trabalhando em seu plano supremo.

"Todos nós, desfrutemos o verão ao máximo! Por isso..."

"Por isso o que?"

Já que não escutou nenhum dos outros dois dizerem nada, cabia a Shun responder. As palavras dele desenharam um sorriso no rosto de Seiya, já que provavelmente iria compartilhar de sua própria opinião.

"Acamparemos! É verão! Comeremos melancia e acenderemos chamas artificiais na fogueira! O verdadeiro poder dos Cavaleiros se revela em um acampamento!"

O acampamento estar relacionado com o verdadeiro poder dos Cavaleiros é algo que nenhum dos presentes conseguiu entender. Mas puderam compreender que este local é ideal para que os Cavaleiros também possam relaxar.

Certamente é necessário que eles também descansem seus corações. São as pessoas que queimam suas vidas para proteger a Terra. Eles são conhecidos como os venerados e orgulhosos guerreiros sagrados, cujo nome ao ser invocado desperta a esperança.

OS CAVALEIROS DE ATENA.

Esse é o nome comum dado orgulhosamente a eles, os guerreiros da esperança.

P06

São eles que protegem a Terra.

Não possuem um país, nem leis, nem política e nem armas. Seu poder é maior do que isso, são pessoas capazes de realizar milagres.

Entretanto, neste mundo, muitos desconhecem suas existências. Eles existem arriscando suas próprias vidas lutando e enfrentando terríveis perigos. Com esse poder são capazes de preservar a paz no mundo.

A pouco tempo atrás, através dos sinais via satélite, sua existência foi revelada para todos. Graças a uma fundação, todos foram convocados ao continente Asiático. A Fundação Graad desenvolveu um planejamento de um evento de lutas corpo a corpo em grande escala entitulado Guerra Galáctica. Para este evento foi investida uma grandiosa quantidade de dinheiro, reproduzindo fielmente no Japão uma enorme arena circular, chamada de Grande Coliseu.

No centro do Coliseu foi instaurado um ringue pentagonal, onde junto do apresentador podiam-se ver dez jovens. Provavelmente era a primeira vez que se revelava a existência dos chamados Cavaleiros. Na mente de cada um deles relembravam suas surpreendentes experiências de vida, seus combates são vistos por eles como um evento de luta livre comum, mas claramente tiveram conceitos de vida diferenciados.

Seus punhos podem rasgar os céus. Essa não é uma expressão metafórica, literalmente são capazes de derrotar oponentes fisicamente invencíveis.

Com um golpe de suas mãos e pernas podem cortar em pedaços um metal comum e destruir um muro de concreto, esse movimento é impossível de ser visualizado por olhos humanos comuns. Na transmissão do torneio é mostrado lentamente com a tecnologia mais avançada possível enquanto se explica, já que a audiência não consegue entender o ocorrido. Não somente isso. Entre os que utilizam esse imenso poder, há uma pessoa que emite luz de seus punhos como se fossem meteoros. Há outra pessoa para qual nada existe nesse mundo que não possa ser congelado. Existe outra que pode manipular correntes que envolvem suas mãos para se defender. Também nesse lugar há um ser que emerge das profundezas do solo como as chamas do inferno.

P07

Tudo isso não é magia, na realidade são poderes fora do normal. O Coliseu onde as lutas eram exibidas tremia pelos gritos de júbilo, durante a transmissão de cada batalha as pessoas se entusiasmavam ao ver com seus próprios olhos os milagres que criavam. Todo o mundo entrou em um estado de entusiasmo fervoroso.

Para proteger seus corpos das técnicas, eles colocam uma couraça resplandecente, chamada Armadura. As Armaduras são comuns nos personagens da Mitologia Grega, que tem formas de estátuas que imitam as constelações que se estendem pelo céu estrelado. Mas quando protegem os corpos dos Cavaleiros, a Armadura se transforma, fragmentando-se, equipando e protegendo os corpos dos Cavaleiros. Estes trajes tem completo aspecto de obras de arte, é um símbolo importante somente concedido às pessoas que se tornaram Cavaleiros. A história dessas Armaduras remete diretamente da Era Mitológica, sendo herdadas continuamente.

São tesouros sagrados da humanidade. Esse foi o anúncio oficial da Fundação Graad. Mas as pessoas aceitavam sem questionar essa lenda que lhes eram fornecida. Porque vale a pena ter algo em que acreditar, pelo semblante dos Cavaleiros e a majestosidade dos confrontos.

As pessoas se sentem atraídas a coisas que denotam força. Em um instante a existência dos Cavaleiros ao redor do mundo foi admirada, uma explicação ainda mais detalhada deles fornecida pela Fundação Graad não os fariam duvidar em nenhum aspecto sobre sua veracidade.

Os Cavaleiros são guerreiros da esperança que desde a Era Mitológica continuam protegendo as pessoas. Seus punhos rasgam os céus e abrem fendas na Terra. A origem de seu poder é algo adormecido no mais profundo do coração das pessoas, chamado de Cosmo. Ao queimar seu Cosmo seu poder é igual ao do Big Bang, que deu origem ao universo. Eles originam este fenômeno que supera as pessoas comuns. A explosão de sua alma, essa é a essência dos combates dos Cavaleiros.

O poder explosivo dos Cavaleiros supera as leis da física, praticamente destruindo os átomos.

Cada um deles possui sua própria constelação protetora, o número de suas Armaduras é o mesmo de suas constelações, ou seja, só existem 88. Isso quer dizer que só existem 88 pessoas nesse mundo que podem se tornar Cavaleiros.

Chegar até esta posição é algo insuportável. Seus corações não desistem jamais, e ao se esforçarem sobrepujam suas próprias habilidades naturais, conseguindo um milagre. Um a um precisam derrotar seus adversários até ter em mãos o título do torneio.

P08

Mas acima de tudo isso, o mais importante é o amor para sua Deusa. Porque os Cavaleiros escolhem o seu verdadeiro Deus, podendo usar suas Armaduras.

Os Cavaleiros desde a antiguidade se reúnem ao redor da Deusa da Mitologia Grega, Atena, transformando-se nos guerreiros santos que carregam em seus ombros a esperança das pessoas. Atena, desde a Era Mitológica, continua existindo através das eras reencarnando esporadicamente. Um rei do mundo financeiro, uma pessoa que construiu sozinha um conglomerado financeiro, Mitsumasa Kido. A jovem moça que carrega nos braços a função de líder atual da Fundação Graad decidiu celebrar o início da Guerra Galáctica em homenagem a essa pessoa.

Ela se chama Saori Kido.

Ela é a encarnação de Atena nesta era.

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"Seiya... Então... Você quer ir a algum lugar... Para acampar?"

Saori pergunta a Seiya enquanto vai em direção a raquete de Badminton que Shun havia lhe devolvido. Shun continua a partida se divertindo cortesmente, manipulando a raquete com precisão, mas pra Saori é difícil coordenar sua movimentação enquanto fala. Ela precisa parar a partida toda vez que julga necessário falar algo. Isso denota a sinceridade de Saori.

Saori emite um longo suspiro, possui um belo cabelo longo que chega até a sua cintura. Seu olhar é repleto de consideração e não apenas transmite inteligência como também divindade. Seu vestido imaculadamente branco é prova de sua nobreza, na verdade, sua nobreza é tamanha que Saori chegou a oferecer muitas vezes sua própria vida para salvar o mundo.

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A Deusa governa o Santuário que existe na Grécia. Quando ocorreu uma rebelião neste local, no peito de Saori, havia uma flecha dourada que perfurava lentamente seu coração, demarcando o tempo.

Quando o Deus dos Mares quis purificar o mundo com suas chuvas torrenciais.

Em todos os momentos, Saori continuou suportando o sacrifício com seu próprio corpo mostrando ao mundo toda sua compaixão ao salvá-lo. É por isso que Seiya e os demais salvaram a Deusa, cedendo seus corpos como escudos. Não eram dotados de muitos poderes, mas lutavam pela justiça.

"Qualquer lugar, em qualquer lugar estaria bem, senhorita Saori. Se estivermos juntos em qualquer lugar iremos nos divertir, não é verdade?"

Seiya disse isso sem consultar a opinião dos demais e seguindo o momento começou a sorrir feliz com a proposta. Esperava que todos opinassem o mesmo, todos neste espaço seriam cúmplices da sua ideia.

"Espere, Seiya. Antes de tudo, alguém lhe deu consentimento?"

Corrigiu Shiryu ao escutar novamente a proposta de Seiya.

"Bem. E se decidirmos tudo com Badminton? Se Shun ganhar, decidiremos acampar. Se a senhorita Saori ganhar, esperaremos por ordens na Mansão Kido. Preparem-se todos! Shun, você precisa ganhar!"

"Mas o que? Tal coisa..."

Envergonhado pelo que disse, Shun efetuou uma jogada, mas Saori rebateu com facilidade, já que a trajetória não foi tão difícil de ser visualizada, mas devido a situação era normal que Shun perdesse.

Um sorriso foi a resposta dos demais Cavaleiros que estavam alertas e preparados. Saori rebateu a jogada cometendo um erro. Seiya estará morto de felicidade?

Dentro de sua cabeça, neste momento, surgiu algo como isso. Tudo havia acabado.

"Ah..."

A pluma caiu nos pés de Saori.

"Foi meu erro. Azar o meu. Mas não tem jeito, perder é perder."

A tranquila voz de Saori despertou Seiya.

"Pronto! Acampamento! Acampamento! Está bem com isso, senhorita Saori?"

As páginas 11 e 12 são a ilustração de Shun, Saori e Seiya jogando Badminton.

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"Sim, isso eu havia prometido. Iremos acampar".

Seiya se alegrou no momento em que ganhou a aposta. Independente do momento, o que é fascinante em Seiya é todo o poder que é capaz de demonstrar, esse sorriso cheio de felicidade que envolve todos ao redor. Esse sorriso acaba deixando Saori feliz.

"Desculpa, senhorita Saori. Não pude devolver a pluma habilmente..."

Ao contrário do sempre animado Seiya, Shun estava com o rosto cheio de arrependimento, pedindo desculpas. Saori como sempre responde-lhe com um sorriso enérgico.

"Não Shun, não é sua culpa. Foi um descuido meu. Não se preocupa, não foi nada".

Enquanto ouviam a conversa, Shiryu conversa com Hyoga, que estava de olhos fechados.

"A senhorita Saori está se divertindo".

"Você está bem com isso? Esse acampamento não tem nada de especial. Se algo acontecer teremos que lutar imediatamente".

Ao responder Hyoga, Shiryu vê a pluma cair no solo. "A pluma caiu casualmente ou por acaso Saori intencionalmente a deixou cair?" A resposta não era visível a primeira vista, mas para um homem sensitivo como Shiryu a resposta correta não era necessária. Hyoga também entendia essa resposta. A pluma caiu. Esse fato é o suficiente.

"Para onde iremos?"

Ao olhar o céu distante, as nuvens se propagam, dando início ao verão. Hyoga responde murmurando unicamente a Shiryu.

"Juntos não iremos a lugar nenhum. Não mudarei minha honra, definitivamente não sairei para me divertir em lugar nenhum".

Algum lugar distante. Para passar um período tranquilo. Não seria algo ruim.

Mas é uma lástima que um desejo tão simples não possa se realizar.

De início Hyoga sentiu um fenômeno incomum. O homem que controla o gelo estava ciente de uma existência que se opunha a ele. Em um instante, muda sua aparência, antes segurava uma cesta, agora se pôs de pé como um guerreiro. Essa aparência revelava que o Cosmo de Hyoga se tornava tenso, isso foi suficiente para que os homens que estavam naquele lugar, voltassem a assumir postura de guerreiros.

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"O que é este calor na Terra?"

O olhar fixo de Hyoga percebeu isso na superfície terrestre do parque. Até pouco tempo atrás não se sentia este calor. O calor que aumentava exponencialmente era um claro sinal de que algo se aproximava.

"Shiryu, está logo abaixo de nós".

"Sim, eu sei".

Shiryu também havia sentido. Não era apenas calor, e sim uma massa gigantesca de Cosmo que destruía a terra abaixo de seus pés, algo que vinha desde o profundo.

Em um instante, Hyoga e Shiryu desapareceram. Apesar de estarem diante de Saori, saíram voando a uma velocidade que era impossível acompanhá-los. Nesse momento, Seiya esconde Saori sob as suas costas, usando seu próprio corpo como escudo e aperta seus punhos. Ainda não tinha ideia do que se aproximava. Associar que o que estava havendo a uma ameaça era uma atitude correta. Seiya dá curtas e profundas respirações, como se estivesse abastecendo o Cosmo em seu interior.

E este estava queimando, cada vez mais.

Shun assume posição de guarda expandindo seu Cosmo em todas as direções, buscando se antecipar ao que quer que estivesse se aproximando. Antes de mais nada, deveria saber de quem se trata o seu oponente. Deve se antecipar para dominar o confronto. Shun que é reconhecido como o Cavaleiro que possui uma defesa especial concentra todo o seu poder para descobrir tal informação. Não há mais sinais de Cosmos ao redor exceto o deles próprios. Tudo provém apenas debaixo da Terra. Deve estar focado em um único ponto para contra-atacar embora não haja nada em que se basear para isso.

"Virá de baixo!"

Não era necessário explicar mais nada. Os três compreenderam as palavras de Shun. Além do mais, nada é mais importante do que se manter atento. Eles vivem juntos desde crianças, são pessoas fortes que superaram muitas adversidades. A confusão de alguns instantes atrás não substituiu a determinação de serem pessoas capazes de sobreviver a contextos mortais.

"Vou atacá-lo!"

O cabelo de Seiya se eriça, enquanto permanece de pé diante de Saori. Seus olhos ardentes capturam a iminente essência do Cosmo, seu espírito de luta queima esperando o que sairá das fissuras das profundezas da terra.

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Seiya está pronto para lutar e avança destruindo com golpes os obstáculos. Junto dos escombros se materializa uma existência inimiga, cujos punhos haviam destruído tudo. Mesmo nesse dia também haveria de lutar.

Para ser o primeiro a atacar, concentra sutilmente o poder em seu punho. A maneira sutil em que queima seu Cosmo pode aumentar sua rapidez e a velocidade de seus sucessivos golpes, no momento em que for atacar pressionando seus punhos, incrementando o poder de ataque. A sua mestra, a Amazona de Prata, Marin de Águia, lhe ensinou tais fundamentos de ataque, golpeando seu corpo constantemente. As Amazonas devem ocultar o seu rosto atrás de uma máscara. Mas Seiya confiava em sua mestra, mesmo sem ver o seu rosto, mais do que em qualquer outra pessoa. Essa fé é a que moldou Seiya até este momento.

"Não perca a calma e golpeie poderosamente seu adversário."

"Eu entendo, Marin."

Seiya respira sistematicamente relembrando em seu coração das palavras de sua mestra. Enquanto mantinha o ritmo da sua respiração, seu punho o colocava em guarda. Os escombros voavam junto do estrondoso rugido que recorria através das profundezas da terra. Embora as rochas dispersas no solo eram fragmentos pequenos, estas excediam o peso de uma tonelada. Um corpo humano não era capaz de suportar um peso destes. Mas não era um escombro que vinha em sua direção. Uma gigantesca rocha suspendia-se no ar, em um instante todo o esforço se deteve, caindo junto das outras rochas de diferentes tamanhos que caíam diante de seus olhos.

Hyoga interceptou congelando e transformando em pequenas pedras de gelo todos os escombros que saíram voando em manifestação ao poderoso Cosmo que se emitia. Mesmo ignorando os fundamentos da Lei da Inércia, Seiya não tem dúvidas, levará seu punho ao limite para atingir esta presença que se manifestou.

Carmesim. Ferrugem. Escombros.

Enquanto em sua mente valorizava a informação obtida em seu campo visual, dirige seu poder até a presença.

Imediatamente, Seiya se deu conta.

Não eram escombros. Era uma caixa. Ferro. Uma massa de ferro. Não. Poderiam ser vários tipos de metais?

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"Espere".

A voz de Shiryu o adverte, detendo o golpe de Seiya. Algo estava escondido atrás desta nefasta e brutal decoração, mas era impossível que o inimigo que se manifestou abrindo a terra seja este.

"O que estará contido ai?" Se deram conta de que não sabiam o que estavam vendo. Isso havia destruído o Jardim da Mansão Kido. O que estavam vendo era um ataúde construído com metais.

"O que será isto?"

Não havia alguém capaz de responder a indagação de Seiya. Mesmo sendo esta a resposta mais importante. Não havia ninguém que sabia realmente o que este ataúde contém, ainda mais com esta aparição tão abrupta.

"Não vá, senhorita Saori!"

Eram as palavras de Shun para conter o avanço da senhorita Saori. Seiya involuntariamente se aproximava daquele ataúde de bronze segurando a mão de Saori.

"O que isto fará aqui? Será perigoso? Volte, Saori!"

"Estou bem, Seiya. Se isto veio até mim é necessário que eu saiba o que é".

Se este objeto era algo enviado à Deusa, era seu dever saber do que se trata. A decisão de Saori era firme.

Seiya não soltava a mão de Saori, que a cada vez mais se aproximava do ataúde. Algo teria de ter ali. Se Saori chegar a ficar em perigo, este seria o momento. Seiya permanece em silêncio apertando ligeiramente seu punho, mantendo sua respiração ritmada. Pronto para atacar a qualquer instante. Seu Cosmo continua queimando.

Do ataúde que estava visível a todos, não era possível sentir nenhum Cosmo agressivo. Saori colocou sua mão no ataúde. Com vários passos de distância sua mão o alcançou. Nesse momento o ataúde se abriu sem emitir qualquer som. Era como se estivesse aguardando Saori, a reencarnação de Atena. Como o rugido de alguns instantes atrás se acalmou, todos concentraram seus olhares para dentro do ataúde, em silêncio.

"O que significa isto?"

Finalmente Seiya rompeu o silêncio, mas ninguém pode responder sua pergunta.

"Não sei... Mas ao menos não teremos que lutar".

Nas palavras de Shiryu, Seiya encontrou uma resposta.

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"Isso é óbvio, meus punhos não servem para atacar uma mulher!"

Era o que havia dentro do ataúde. Era isso que o ataúde guardava.

Pacificamente adormecida estava uma jovem mulher com aproximadamente a mesma idade deles.

"Estará morta?"

A voz de Shun perguntou firmemente. Embora tenha a experiência de numerosos campos de batalha, não havia tido a experiência de ver o cadáver de uma mulher de quase a mesma idade que a sua. Não aguentou e seu rosto pareceu choroso. Seiya também olhou a jovem novamente. Pode observar que seu semblante era o de uma bela boneca, porém muito intensa e triste. Uma boneca de porcelana que nunca recebeu adornos nem nada chamativo, ninguém deu presentes, foi apagada das memórias.

Seiya sacudiu levemente a cabeça tentando imaginar a história desta jovem desconhecida. Se permitiu cair em sentimentalismos.

"Mesmo isto sendo um ataúde... Realmente é uma pessoa? Será uma pessoa ou uma coisa...?"

Era muito bela. Imediatamente acabadas as palavras, a voz de Seiya foi interrompida. Todos neste lugar sentiram esta voz. Um suspiro escapou da jovem. Levemente puderam escutar o som que vinha da jovem. Tal voz ecoou diretamente em suas mentes, e todos estão seguros de tê-la ouvido.

Enfim... Te encontrei.

O corpo da jovem parecia tão leve quanto uma pluma e despertou lentamente, era como se seus olhos buscassem alguém enquanto sua pequena e oscilante mão o ocultava. A jovem com efêmera energia esteve a ponto de cair ao estender os seus braços, mas Seiya a segurou firmemente com uma de suas mãos.

Os olhos da jovem se abriram e no momento em que Seiya foi capturado pelo seu olhar, ele teve certeza. "Entendo... Essa menina veio se encontrar conosco... Buscar ajuda...". Seu punho, mesmo já relaxado, inconscientemente estava pressionado.

Mas os pensamentos de Seiya foram interrompidos.

Focado em segurar a jovem em seus braços, tendo que escolher entre uma das duas, a energia da mão de Saori desapareceu. Quando Seiya se deu conta, Saori começou a cair. Como se em um instante sua energia tivesse sido arrebatada. A luz de seus olhos desapareceu do semblante do seu rosto.

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Igual quando se cortam os fios de uma marionete, se pode sentir sua morte. Rapidamente o calor do seu corpo se perdia, sinal de que a morte se aproximava de Saori, Seiya gritou perante a mão que havia soltado.

"Saori!!!"

Nesse momento ressoava o grito de Seiya que tinha em seus braços as duas jovens, eles são Cavaleiros e este era o início de uma inesquecível história que resplandece em dourado.

Veio o caloroso verão. As nuvens no céu o anunciam pacificamente.

"A figura que se reflete em minhas pupilas ao despertar é quem estou buscando? Esta é a existência que estava esperando? De onde vem este sentimento que se manifesta em meu interior? Esta coisa acolhedora que aquece meu corpo gélido é a mais importante que havia sentido. Isso não é um erro. É importante. Agora que conheço este calor acredito que não quero perdê-lo, definitivamente isto não foi um acidente. Este calor é tão importante? Ou por acaso este calor foi que me devolveu a vida? Quero uma resposta. Alguém! Certamente você pode me responder. Se você me deu este calor. Você pode me responder: Quem sou eu?"

Esta pergunta não é um erro.

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A vibração provocada pelo ataúde oxidado gerou terremotos nos arredores. Na televisão foi informado de que o epicentro foi pouco profundo e que helicópteros dos principais veículos de informação já sobrevoavam a região, mas a Fundação Graad se encarregou de que o espaço aéreo acima da mansão não fosse acessado. O departamento central da Fundação Graad possui jurisdição sobre vários patrocinadores no ramo da comunicação e assim pode cancelar programas de televisão, ou a publicidade nas revistas, mas ninguém queria que as coisas chegassem a este ponto. O grito dos vizinhos que viram ascender aos céus uma nuvem de poeira e que também escutaram o som de uma explosão foram ignorados para que a informação principal se mantivesse oculta.

A realidade é que os Cavaleiros protegem o mundo, mesmo muito antes das pessoas comuns terem ciência deste fato. Mas poucos sabem da existência do Santuário, onde se localizam os Cavaleiros que servem Atena. De fato, a revelação mundial da existência dos Cavaleiros foi no evento de luta corporal conhecido como Guerra Galáctica. Os mais céticos insistiam em afirmar que os Cavaleiros não passavam de heróis de filmes de ação.

A Armadura de Ouro que seria entregue ao vencedor da Guerra Galáctica foi roubada por um dos participantes do evento e este fato deu fim ao torneio. Muitas pessoas acreditaram que todo aquele incidente não passou de um divertido roteiro bem elaborado. Aquele roubo foi realmente verdade? Ou era apenas fantasia? Era natural que muitas pessoas se interessassem em conhecer mais a respeito da existência dos Cavaleiros. A batalha dos veículos de comunicação pela informação concreta foi muito intensa. Livros reveladores e programas de investigação circundaram o mundo inteiro. A forma que as pessoas debatiam, acaloradamente, aceleravam o fluxo de informações e assim, os rumores em torno dos Cavaleiros, que se transformaram em um gigantesco fenômeno social de alcance mundial, continuaram se disseminando.

Desde o momento em que isto aconteceu, gradualmente os rumores começaram a desaparecer. As pessoas na realidade não se cansaram dos Cavaleiros, mas entre os países havia uma espécie de acordo secreto.

Foi algo surpreendente que o Santuário, governado por Atena, enviou comitivas a vários países, que remetiam a uma era antiga e arcaica. Estes foram responsáveis por afirmar que o Santuário se encarrega apenas de assuntos que superam a compreensão humana.

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A verdade é que o Santuário possui os Cavaleiros para proteger o mundo de ameaças. Mas, por outro lado, eles não intervém em situações relacionadas aos países. O Santuário está localizado na Grécia, então não era permitido seu envolvimento em todos os países. Recentemente a Fundação Graad, que colabora mutuamente com o Santuário, passou a adquirir os mesmos direitos que um país e regularmente escolhiam um Chefe de Estado para participar das comitivas que ocorriam. A ordem divina absoluta é proteger constantemente o mundo. E o mais importante é manter este pacto em segredo e a pessoa que fosse escolhida como Chefe de Estado de um país qualquer, deve assinar uma série de documentos oficiais nos quais registra-se um acordo de não atacar o Santuário. O mais importante nesses documentos eram as informações referentes à armazenamento de códigos de lançamento de mísseis nucleares, elaborados de maneira análoga, tudo extremamente protegido pela Fundação Graad e a cada vez que a administração de um país muda, é necessária a renovação das assinaturas destes documentos. Isto está acima de qualquer ideologia, é uma lei incondicional.

O Santuário é intocável. As nações que sabem disso não permitem que seus respectivos veículos de comunicação cometam imprudências. Eles não podem levantar sua mão contra o equilíbrio mundial. Deixando de lado os mais fanáticos, como os interessados da indústria de entretenimento, o interesse nos Cavaleiros não é pouco. O maior número de encobrimentos criados pelos países diz respeito aos heróis da era contemporânea, e dessa maneira sua existência funciona como conto de fadas entre as pessoas, apenas algumas poucas conhecem a verdade e não podem revelá-la.

A limitação que todos os países possuem em comum é a de deixar livre de suas leis a Mansão Kido, sob o pretexto de estar havendo trabalhos de expansão subterrânea sem que ninguém possa proibi-los. Agora as instalações subterrâneas possuem aproximadamente 50 metros de profundidade, formando quase uma cidade. E este desenvolvimento intenso acaba transformando a Fundação Graad em um grande labirinto.

Estas instalações reúnem o que há de melhor da ciência e da tecnologia atual, mas os equipamentos de proteção para invasores imprevistos é precário. Possuem câmeras de vigilância, mas não são suficientes como equipamentos de prevenção de desastres. Em situações de desastre, há instalações e comida para evacuar as pessoas que moram nos arredores, completamente abastecido com uma boa quantidade de água. Se diz também que Saori odeia armas, então não necessárias armas na linha de frente da mansão.

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Os Cavaleiros sempre permanecem ao lado de Saori. Não existe no planeta nenhuma arma ou unidade militar que possua a capacidade combativa dos Cavaleiros. A linha de frente é protegida por lendas vivas, tornando-se um local tão sólido quanto a Casa Branca, nos Estados Unidos.

Onde está localizado o Departamento Central da Fundação Graad, não possui um nome específico, é conhecido apenas como "subsolo", mas, na verdade, é o lugar onde treinam os Cavaleiros e onde se encontram computadores que armazenam informação, recheado dos mais variados recursos.

Também existe uma instituição médica especialmente dedicada para Saori e seus Cavaleiros. Saori é o corpo humano no qual a Deusa Atena reencarnou nesta era. Embora mantenha suas lembranças e sua divindade, ela é uma humana normal, que sangra como qualquer pessoa. A ciência médica atual é uma provisão indispensável.

Isto também se aplica aos Cavaleiros. Embora possuam um poder fora do normal e enrijeçam suas mãos com um treinamento excepcional, eles não são seres divinos. Eles também sentem dor, derramam sangue, e por muitas vezes suas vidas estiveram em risco. Por isso existem as sagradas Armaduras para protegerem seus corpos. As Armaduras amplificam o Cosmo dos seus usuários, não servindo só como adorno estético e sim para proteger os seus corpos.

Apesar disso, essas Armaduras não podem proteger os Cavaleiros de suas feridas, estando eles muitas vezes às beiras da morte. Todos possuem experiências de crúeis campos de batalha e lutaram arriscando suas vidas contra oponentes realmente perigosos. Seiya e os demais protegem o mundo, é possível dizer que a atenção médica especializada que eles recebem é crucial para salvar suas vidas. Os médicos e enfermeiros do hospital subterrâneo estão equipados com equipamentos de última tecnologia, a Fundação Graad paga muito bem aos médicos residentes e aos engenheiros mecânicos que trabalham sob uma cláusula contratual de confidencialidade, onde nunca podem sequer cogitar em revelar questões referentes aos seus trabalhos ou sobre as identidades dos seus pacientes pois este é o seu dever.

E agora Saori se encontra em uma cama especialmente equipada com os olhos fechados.

Seiya se encontra na sala de espera, separado de Saori por um vidro e se lamenta ao observá-la naquele estado.

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Mesmo estando ao seu lado, Saori está em um estado de extremo risco. Como Cavaleiro um erro desses é imperdoável. Seiya parou de se lamentar, ver Saori naquele estado acendeu uma chama em seus olhos pelo erro cometido. Não podia esquecer o aspecto de Saori. Era inútil e não tem sentido se lamentar. A verdade é que não a protegeu. Tudo o que vivenciou naquele curto espaço de tempo está gravado em sua mente.

Não queria ver Saori desta maneira. Seria capaz de cortar seu próprio corpo por Atena, pela Saori.

Devido ao fato de estar mordendo seus lábios um filete de sangue escorreu pelo seu queixo. Ofereceram-lhe um pano de cor branca, mas Seiya não se importou. Shun então tomou a atitude de limpar o sangue que escorria pelo rosto de Seiya. Pode sentir através do pano o quão tenso o rosto de Seiya estava, e também podia sentir que a frustração estava consumindo-o. Shun então colocou sua mão no ombro do Pégaso e falou em voz baixa.

"Nós também estávamos ao seu lado, Seiya".

Seiya não é o único que se sente culpado. No local do incidente haviam ao todo quatro Cavaleiros. Todos eles estiveram sempre juntos ás beiras da morte, lutando lado a lado. Estão acostumados a ficarem juntos, cada um deles confia reciprocamente no outro, mais do que em qualquer outro. Certamente algo recíproco os une, talvez confiam até demais nesse sentimento. A realidade é que Saori caiu. Shun está ciente de que, o que os mantém unidos, é o dever de proteger Atena. Quem estava ao lado de Atena era Seiya, mas Shun também devia sentir o perigo que se aproximava. Igual a Seiya, Shun também tinha tal responsabilidade. Todos também estavam ao seu lado. O que Shun demonstrou através daquelas palavras é exatamente o que sentia perante a situação em que Saori se encontra.

"Está enganado, Shun. Não é sua culpa".

O sentimento de Shun é compreendido por Seiya. Proteger Atena é a missão dos Cavaleiros. Não cumprir isso, é responsabilidade de todos. Mas não tinha intenção de abusar da gentileza de Shun. Agora o mais importante é encontrar uma pista para solucionar isto.

Na sala médica separada por uma cortina, os movimentos dos médicos e enfermeiros eram difíceis de serem acompanhados, mas era evidente que eles caminhavam para encontrar uma solução. Os movimentos tornam-se ainda mais intensos, é perceptível que eles não estão nem próximos de achar a cura.

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A inquietação de Seiya e Shun ia se tornando cada vez mais forte. Shiryu entrou silenciosamente na sala de espera. Shiryu escutava a conversa dos médicos referente ao tratamento de Saori. Shiryu veio a este local para conseguir informações em tempo real do estado de Saori a cada instante, para assim poder dizer sobre a gravidade da situação.

"O que houve, Shiryu?"

Seiya e Shun aguardavam a resposta olhando fixamente para os olhos de Shiryu, que nutria um rosto sério e severo.

"Não há nada".

Começou titubeando, mas depois falou. Shiryu sofre por ter que dizer a verdade, mas tinha que comunicá-los.

"Dentro do corpo da senhorita Saori não há nada. Nem sangue, nem músculos... Nem mesmo órgãos. Com exceção do coração, todo o resto desapareceu. É como uma boneca que não possui nada em seu corpo de pano."

Seiya voltou a morder os lábios ao enxergar em sua mente esta imagem.

"Mas, como isso é possível..."

Shun buscava algo para dizer. Isso quer dizer que Saori morreu? Não podia estar viva se havia perdido todos os órgãos do corpo exceto o coração. Shiryu já responde, adiantando-se a pergunta.

"O coração ainda bate. Mesmo inconsciente a senhorita Saori continua viva. Mas... Não se sabe por quanto tempo esta situação irá perdurar".

"Não entendo, Shiryu. O que está querendo dizer?"

A firme voz de Seiya exigia explicações. Ele sabia que Shiryu estava segurando algumas informações.

"Sem os órgãos, tecido muscular ou sangue, o corpo da senhorita Saori não aguentará mais do que quatro horas. A cada instante perdemos mais e mais desse tempo. Fizeram várias placas de Raio-X mas a cada vez que se fazia, mais algo do corpo de Saori desaparecia. A senhorita Saori... Está desaparecendo aos poucos".

"Que estupidez é essa que está dizendo!!!"

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"Não é possível que algo assim possa ocorrer! O que diz a respeito de Saori estar desaparecendo por dentro sem nenhuma ferida me parece uma estupidez!"

"Mas é a verdade. Eu também não entendo isso".

Shiryu reflete com um semblante desaprovador. De fato, Shiryu não sabia mesmo o motivo. Nem mesmo a sua origem. Mas conseguiu captar algo que veio a sua mente.

"Por acaso... A senhorita Saori morrerá pouco a pouco?"

A triste voz de Shun interrompe Shiryu.

"Ela... Roubou as coisas que Saori perdeu".

Seiya não pode compreender o significado das palavras de Shiryu, mas Shun pode imaginar. Girou sua cabeça para ver uma outra sala médica atrás de sua cabeça. São duas salas médicas separadas, em uma delas se encontra Saori. Na outra está a jovem de cabelos azuis, que emergiu do túmulo oxidado. Apenas usava uma fina roupa branca e com seus olhos cansados pareciam estar fitando o espaço. Seiya também viu a jovem. Nas suas pupilas estava refletida a imagem de Seiya? Ele não sabia, mas a jovem sorriu ao vê-lo.

"Não pode ser".

"Mas é".

Depois que Shiryu disse isso, Seiya ficou sem palavras.

"A cada instante algo desaparece do corpo de Saori, as coisas que desaparecem de seu corpo começaram a aparecer no corpo daquela garota a vinte minutos atrás. Ela é a pessoa que está absorvendo a vida da senhorita Saori".

"Apenas restou em Saori o seu coração... Se ela tiver tudo extraído..."

Shiryu rapidamente responde a dúvida de Seiya, deixando-o em silêncio.

"Talvez ela... Não seja uma mera humana... É possível que ela seja uma deusa".

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Hyoga se dirige a um caminho bem a sua frente. Mais adentro havia um espaço reservado para proteger Saori em situações críticas, uma abóbada construída independente. Dentro desta abóbada várias relíquias estão armazenadas. O mundo está em constante perigo, os Cavaleiros lutam contra todo tipo de ameaças. Bestas atípicas ocultas na escuridão e um deus de tempos antigos sepultados na história são alguns dos exemplos. Não são poucas as relíquias de tempos antigos. Geralmente esse tipo de relíquia é entregue ao Santuário, mas como esta em específico foi descoberta naquele local, todos queriam examiná-la cientificamente. Nesse momento estava no Japão e após ser examinada seria enviada diretamente para o Santuário. Até que o momento certo de enviá-la chegue, a relíquia será rigorosamente protegida na abóbada.

O ataúde oxidado foi levado para a abóbada para ser estudado. Ao aplicar o método de datação por radio-carbono, a conclusão foi de que este ataúde foi criado muito antes do século XX antes de Cristo. Uma determinação precisa de tempo é difícil, mas os cientistas que trabalhavam na linha de frente suspeitavam de que este objeto não era da época da Mitologia Grega. É uma relíquia de tempos antigos. Exceto isso, não haviam mais informações acerca do ataúde. Hyoga ao escutar essas informações decidiu perguntar mais, porém o ataúde foi colocado na abóbada sob uma chave que só pode ser aberta por impressões digitais e uma senha numérica. O ataúde devia de ser protegido rigorosamente.

Depois de construir um muro, Hyoga voltou para onde estava, diante do telefone de emergência. Escutava de Shiryu a atualização referente ao estado de Atena. Apenas o coração restava no corpo de Saori. O que acontecerá se esta jovem desconhecida também roubar este coração? Hyoga ficou aterrorizado ao imaginar que o pior poderia acontecer. Se a ciência médica não poderia determinar a causa desse fenômeno, devia-se eliminar o que estava causando isto.

Hyoga insistia na ligação por telefone que asfixiaria a garota desconhecida com seu ar congelante.

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Não havia ficado claro que a intenção da jovem seria uma espécie de intercâmbio de corpos, mas se ela era a causa do que estava acontecendo, eles deviam detê-la. Hyoga acredita que o mais sensato seria deter a jovem antes que o coração de Saori desaparecesse. Ele podia fazer isso. É o Cavaleiro que controla o gelo. É capaz de congelar todo corpo até a mais baixa temperatura conhecida, o Zero Absoluto, detendo todos os seus átomos.

Mas os médicos e Shiryu não concordavam com esta opinião. A situação ainda era muito embrionária para decidirem asfixiar a menina, será que cabe a possibilidade de o que estar acontecendo com o corpo de Saori não ser algo incomum? A única coisa que restava em seu corpo era o coração. Suas batidas ainda podiam ser ouvidas, mas biologicamente é impossível que continue com vida. Seus outros órgãos haviam desaparecido completamente, mas seu coração permanecia intacto. Não tinham ideia da razão pela qual Saori permanecia viva. Se por acaso algo na menina estivesse mantendo Saori com vida nessas condições, matá-la significaria acabar com a vida de Atena também. Deviam deter a origem deste fenômeno antes que o coração desapareça. Era isso que deviam fazer.

Enquanto Hyoga observava a porta da abóbada se fechando, permanecia pensativo.

"O que eu quero fazer... É o certo?"

Hyoga desviou o olhar da porta e nesse momento fitou seus pés. Observava-o com o rosto franzido. Imediatamente sentiu algo incomum. Embora o cômodo tivesse sido construído com aço e concreto, era possível sentir um calor incomum sob seus pés. Instintivamente se colocou em posição de combate. Não era necessário ser racional neste caso, essa sensação era semelhante a de quando aquele ataúde oxidado apareceu. Hyoga não hesita e aperta o botão de emergência localizado ao lado do telefone.

Em um instante um muro de contenção divide o local em dois e uma porta anti-incêndios envolve a porta que protegia a abóbada, simbolizando que aquela área é bloqueada. Entre o espaço dos muros, rampas de emergência se alinham, acendendo luzes vermelhas intermitentes e um auto-falante localizado no teto começa a fornecer informações para total evacuação da área.

"É uma situação de emergência, todas as pessoas devem seguir pelas rotas de evacuação pré-estabelecidas!"

Ressoava uma voz feminina artificial deste mecanismo e Hyoga, então, decidiu reforçar sua posição de combate, fechando seus brilhantes olhos.

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Hyoga, até então concentrado, reconhecia que algo estava se aproximando justamente por baixo. Uma fissura no muro de concreto surgiu, erguendo poeira para o alto. O muro, que tinha uma espessura de sete metros, reforçado por uma armadura de aço, se rompeu facilmente, os escombros voando pelos ares.

Mas antes que os escombros se espalhassem, Hyoga já estava em ação.

Como Cavaleiro, a velocidade de Hyoga superava a do Som. Hyoga se esquivou de todos os escombros, fixando seu olhar para a origem da explosão.

Subitamente um brilho imenso afetou seu campo de visão, mas Hyoga finalmente entendeu.

Havia aparecido um segundo ataúde neste local. Em dois locais diferentes. Um desses ataúdes não era oxidado. Possuia uma bela cor dourada, repleta de adornos.

Mais um.

Outro ataúde se abriu.

O corpo de Hyoga foi repelido. O mesmo Hyoga que pode se movimentar além da Velocidade do Som, foi atingido por um único ataque, seu corpo se chocou contra uma parede de concreto a metros atrás. Não apenas isso. Seu corpo desapareceu, afundado no concreto. O ataque tinha o peso de várias dezenas de toneladas, a parede, agora transformada em escombros, o esmagava.

Depois do ocorrido, tudo ficou em silêncio. Dentro desta calmaria, uma voz tênue foi ouvida.

"Fraco. Isto é ferro?"

A voz era emitida pelo homem que estava ao lado do ataúde dourado. Seus cabelos eram mais brilhantes que o próprio ouro, seus olhos seguiam o mesmo padrão e observavam a parede destruída. O homem de alta estatura passou a caminhar tranquilamente, era sinal de que vinha de um lugar que superava o conhecimento humano. Cada vez que emitia um passo, um ligeiro som metálico formava eco. Tal som provinha da vestimenta prateada que revestia o corpo deste homem. Não era possível enxergar as uniões entre as partes da vestimenta dele. Sem dúvidas era uma criação divina.

O homem se aproximou do muro destruído, estendeu sua mão para aquela massa de entulho e a ergueu facilmente.

P28

Aquela massa era tão pesada que um ser humano comum jamais poderia erguê-la sozinho. Embora seja teoricamente impossível erguer aquilo sem uma máquina pesada, aquele homem o fez com uma única mão, sua agilidade e poder estavam muito além de um humano.

O homem estava certo de que Hyoga estava morto, mas alguém discordava disso. Retirou o corpo do adversário dos escombros para se assegurar de sua vitória. Não conseguia evitar de concluir decentemente o seu trabalho. Sua mão, que estava em movimento, parou, embora seu rosto estivesse inexpressivo. Tal atitude teve base ao estar a poucos centímetros do corpo de Hyoga.

"Ooh..."

O homem emitiu um suspiro de admiração. Até o momento nada de incomum havia acontecido, mas sua mão direita estava congelada. Por acaso foi obra do garoto que estava sob os escombros? Em que momento conseguiu fazê-lo?

Não havia sido ele que destruiu os últimos escombros. Nesse momento sentiu o forte som do entulho caindo no solo, diante do homem estava o jovem responsável por este ato. O corpo de Hyoga estava revestido com uma vestimenta brilhante. A Armadura é branca e brilhante como um cisne, ressaltando ainda mais sua figura. Essa é a Armadura que recebeu de Atena. Antes mesmo de seu corpo ser arremessado para longe, Hyoga havia convocado sua Armadura.

A Armadura tinha o aspecto de um cisne prestes a voar, fazendo-se presente para proteger seu dono, modificando seu formato inicial para formar uma potente proteção a tempo de salvaguardar Hyoga do impacto no muro e do ataque daquele homem.

"Então foi graças a isso que conseguiu me congelar".

Enquanto Hyoga limpava o sangue que escorria de sua testa, observava atentamente aquele homem com a mão direita congelada. Não foi casual que Hyoga foi protegido por sua Armadura. Mas o impacto superou isso. O ataque não foi completamente neutralizado, havia ferido Hyoga, gerando um corte em seu crânio. O impacto poderia tê-lo feito perder a consciência, mas por ter resistido com força e apertando os dentes havia conseguido se manter consciente.

Se manteve firme, concentrando-se. Este homem não é alguém normal. Estava calmo. Hyoga não apenas foi ferido com o impacto, mas também lançou seu ar frio no adversário, que somente conseguiu congelar sua mão. Isso era algo realmente preocupante.

O atacou com todas as suas forças através dos ângulos mortos dos escombros. Se fosse um humano comum, deveria ter sido congelado todo o corpo, estagnando todos os seus movimentos até a morte.

P29

Mas o homem estava de pé diante de Hyoga, com sua forte presença.

Podia sentir um Cosmo imenso. Que não poderia pertencer a um ser humano.

"Quem você é? Você não é um humano, certo?"

"Eu sou um humano. Mas sou muito superior a você"

O homem continua a responder, de forma misteriosa.

"Também não posso dizer que seja um humano comum. Afinal, esta Armadura que veste não é apenas uma sucata, certo?"

"Sucata? Não fale das pessoas como se fossem apenas máquinas. Você deve estar ciente de que sou um Cavaleiro que tem o dever de proteger Atena. Você é o causador desta crise que a afeta?"

A pergunta de Hyoga fez o homem sorrir.

"Tudo já foi decidido, sucata. Deve aceitar seu destino sem nenhuma esperança".

"Destino? Ninguém tem o direito de decidir nosso destino além de nós mesmos!"

Diante da resposta de Hyoga, o homem balançou negativamente a cabeça.

"É uma pena, mas chegou a sua hora. As sucatas devem ser destruídas. Desde o começo isso estava decidido".

Hyoga escutava o que o homem dizia e conseguiu respondê-lo, sem hesitar.

A solução correta podia ser apenas uma. Devia lutar contra esse homem que queria determinar o seu destino.

Eles lutaram muitas vezes para mudar o destino do mundo, salvando-o. Por si mesmos, acreditavam e alimentavam os seus próprios destinos. Os Cavaleiros de Atena existem para isso.

"Eu sou um Cavaleiro. Mesmo que o momento de eu ser destruído chegue, seguirei lutando pela paz."

O Cosmo de Hyoga começou a queimar. Era raro ver seu corpo transbordando com o calor do seu coração.

"Eu sou Hyoga, o Cavaleiro de Bronze de Cisne".

Após esta apresentação, o homem singelamente respondeu.

"Eu sou Ex. Que possui a vontade lendária. Irei obter tudo que há de você, eu sou aquele que arrancarei este seu nome".

P30

O som de emergência e o anúncio de evacuação se estendia por todo o local. A evacuação dos civis já tinha começado. Pessoas haviam sido transferidas de várias empresas afiliadas a Fundação Graad para ajudar. Todo o espaço foi construído em segredo, tendo como objetivo o máximo possível da automatização, mas para isso era inevitável a mão de obra de centenas de pessoas. Como consequência, cada instalação contava com um pessoal especializado.

Saori mostrava sua reprovação quanto a isso por expor ao perigo os membros do hospital, mas não haviam outras opções. As empresas das quais os colaboradores transferidos pertencem precisam passar por uma série de entrevistas e aplicações escritas, para que a equipe escolhida passe por um teste de habilidades. O interior das instalações não é ensinado para ninguém, exceto o pessoal requisitado possui este acesso privilegiado. É óbvio que todo este esforço é para situações de perigo incomuns, mas muitos dos trabalhadores não tem conhecimento disso. Tudo isso é para evitar que eles se envolvam em situações desconhecidas, mas agora saiu tudo de maneira contrária ao esperado. Diante do alarme sendo disparado as pessoas não podiam esconder a surpresa. Embora fosse algo habitual nos testes, todos estavam nervosos, mas determinados, em trilhar o caminho certo que os levariam até a superfície.

Shiryu estava apoiado no muro observando o monitor. Devia guiar as pessoas. O monitor mostrava a situação do staff que evacuava cada piso. A crise estava diante dos seus olhos. Sem dúvidas foi Hyoga o responsável por ligar o alarme de emergência. Nós sabemos do perigo, é por isso que ele ligou o alarme para que os civis fossem imediatamente evacuados. Isso era sinal de que Hyoga sozinho não conseguiria resolver a situação. Shiryu percebeu isso. Pegou o microfone com suas mãos e começou a falar tranquilamente para não transmitir nenhuma preocupação.

P31

“Desculpem doutores. Mas vocês e os demais precisam sair também. Imediatamente”.

A mensagem de Shiryu foi direcionada às duas salas de instalação médica. Nesse instante as enfermeiras e médicos se entreolharam mutuamente. Ninguém disse nada e continuaram a realizar os trabalhos médicos. Shiryu voltou a chamá-los, dessa vez cruzando seu olhar com um dos médicos. Ele era muito mais velho do que Shiryu, mas continuava na plenitude da vida. Varias vezes ambos conversaram na sala de urgências. Uma vez ele disse que tinha uma esposa e uma filha recém-nascida. Se sentia envergonhado enquanto mostrava a foto de sua filha, mas não perdia o sorriso no rosto ao dizer com orgulho o nome dela. Ele lentamente assentiu com a cabeça, respondendo ao chamado de Shiryu, mas voltou ao trabalho, imerso nos seus afazeres. Essa era a conclusão da sua decisão. Agora, neste lugar, todos estavam lutando. Essa era a prova de que todos, sem exceção, estavam arriscando suas vidas.

“Obrigado”.

Após a curta mensagem, Shiryu abandona o microfone. Isso era suficiente. Devia corresponder os seus desejos. Não apenas a Atena, mas ele deve proteger todas as pessoas neste espaço. Eles confiavam suas vidas nas mãos dos Cavaleiros. Shiryu sentia, no mais profundo do seu corpo, seu cálido Cosmo queimar.

Shun detém Seiya que estava prestes a sair da sala de espera. Agora é o momento de cada um cumprir com seu dever.

“Seiya, você fica”.

Shiryu aparece e coloca lentamente sua mão no ombro de Seiya. Sentia o calor de sua mão. O Cosmo de Seiya queimava naquele instante.

“O que está dizendo?! Afirma que não me deixará lutar?”

Shiryu o entendia. Também sentia um grande pesar por não ter conseguido proteger Atena. Por isso alguém deveria ficar nesse lugar.

“Depois que Shun e eu sairmos deste lugar, quem irá proteger a senhorita Saori e os médicos? Esta é a última fortaleza. Uma ameaça se aproxima, nossa derrota significa a morte de todos nesse lugar”.

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As palavras de Shiryu eram compreensíveis, mas Seiya se colocaria em posição de combate a qualquer momento por ser este o seu dever. Esperar não é do seu feitio. Se a questão era a de defender, Shun é o mais qualificado. Mas é como se Shiryu estivesse vendo através dos pensamentos de Seiya.

“Shun, quero que guie todos os civis até a superfície. Você pode fazer isso?”

Enquanto protege um grupo de pessoas, ele estaria guiando-os para fora do alcance de qualquer perigo. Certamente Shun era o mais apropriado a fazer isso. Defender era a sua especialidade, a proposta de Shiryu era difícil, mas Shun imediatamente assente.

“Está bem. Irei guiá-los”.

Não havia tempo para lamentações. Agora eles deviam resolver o que estava acontecendo, eles tinham a impressão de que tudo isso estava conectado com a condição atual de Saori. Era algo obscuro, mas em seus corações, eles sabiam. Essa era uma boa oportunidade para combaterem juntos e acabar com esta crise novamente. Sem dúvidas era desse jeito agora. Shun confiava em sua intuição. Não havia ninguém mais qualificado para proteger as pessoas do que ele. Devia fazê-lo. Dentro do sempre pacífico Shun, se acendia uma cálida chama. O Cosmo de Shun queimava em resposta a este sentimento.

“Eu irei até o subsolo. Um Cosmo está se aproximando vindo de lá”.

Não havia objeção alguma de Shun ou de Seiya mediante as palavras de Shiryu. Podiam sentir um Cosmo destrutivo que se aproximava sem se ocultar. Agora claramente compreendiam que era um inimigo e eles deveriam se reerguer.

Agora é a vez dos jovens.

Agora é o momento do contra-ataque.

P33

*

Uma Armadura desconhecida.

Acendia seu Cosmo para impulsionar o ar frio. Ao contrário das leis básicas da física, ele devia queimar para conseguir congelar. Hyoga viajava em seus pensamentos. Para poder congelar tudo, precisava queimar toda sua alma. Isso não é uma expressão metafórica. De fato, os escombros sob os pés de Hyoga começaram a se envolver em uma fina camada de gelo branco. Podia congelar a umidade através da sua respiração. Hyoga respirava normalmente, respirava o ar frio que produzia e enquanto envolvia tudo no mais profundo ar congelante, observava o homem.

Não era uma Armadura de Cavaleiro de Atena. Não existiam outras Armaduras exceto aquelas que representavam às 88 constelações. Hyoga compreendia que esta vestimenta não estava tentando imitar nenhuma das constelações que conhecia. O homem também não parecia ser um Cavaleiro de Atena, em seu nobre e belo rosto possuía pupilas que brilhavam como ouro. Dessas pupilas, era possível sentir um universo que transcendia qualquer outro. De repente Hyoga percebeu algo. Porque este homem não parece ser uma pessoa?

Era muito perfeito para ser um humano.

Sua aparência, compleição física e força, assim como também o seu Cosmo, desprendiam uma perfeição que não parecia ser humana. A cor dos seus olhos revelava seus sentimentos. Hyoga sentia as verdadeiras intenções deste homem.

Este homem sentia pena dele.

Dos olhos do inimigo, evidenciava-se um sentimento de compaixão, mas se recordou novamente do que já havia sido orientado. Permaneça calmo. Qualquer que seja o momento, fique calmo. Era o que o seu mestre havia lhe ensinado. Mestre esse que agora estava morto. Hyoga, que se encaminhava a suceder o seu mestre, novamente respira fundo.

"O que ocorre? Planeja me fazer esperar até que a temperatura chegue ao ponto limite de congelamento para começar?"

Tranquilamente diz a voz de Ex. Agora, sem dúvidas, começa um confronto mortal.

P34

Ex esperava Hyoga elevar o seu Cosmo, porque mesmo assim, ainda confiava em absoluto de que era superior.

"Não tenho intenção de fazê-lo esperar. Podemos começar".

A resposta de Hyoga provocou um sorriso de Ex.

"Creio que é necessário que a sucata realize o primeiro movimento".

"Porque? Acha que eu não sou uma ameaça?"

"Realmente não o enxergo desta forma".

"Se quiser pode sentir pena de mim e me menosprezar. Só que quando compreender o tamanho do meu poder estou certo de que se arrependerá disso".

O pé de Hyoga golpeia o solo. Corre tão velozmente que destrói o concreto do piso. No momento em que rompe a velocidade do som, gera-se um grande estrondo. O corpo de Hyoga supera a velocidade do som, em um instante se coloca em postura de combate e se prepara para golpear o peito do homem.

O corpo deste homem era duas vezes maior que o de Hyoga. Era uma pessoa com um grande poder ofensivo, o que o impede de atacar a curta distância. Fica difícil se colocar na distância correta para atacar e Hyoga não é gentil o suficiente para recuar sua ofensiva apenas para isso. Não era necessário renovar o seu conhecimento. Conhecê-lo já era suficiente. O poder deste Cavaleiro o fazia sentir pena.

Ressoa o incômodo som de metal.

Neste instante Hyoga lhe desferiu um soco, atingindo em cheio a boca do estômago de Ex, congelando também algumas partes de sua vestimenta sagrada. Um pálido resplendor tomou forma. Hyoga criou ar congelante, nesse instante o gelo se espalhou pela parede e no solo ao redor. Um Cavaleiro com o poder de seus punhos supera o poder de fogo das armas de guerra modernas. Seus punhos, envolvidos em Cosmo, se mantém como um trem, congelando-o com intensos e sucessivos ataques sequenciais. Este é o poder que Hyoga possui, ao mesmo tempo em que congela o corpo do seu adversário com seu poderoso punho, ainda o destrói.

Pó de Diamante. Este é o nome dessa bela técnica.

O corpo de Hyoga, que acumulava seu peso antes de recuar seu punho, se deteve abruptamente.

P35

Não podia se mover. A técnica mortal de Hyoga não pode quebrar o corpo de Ex, que golpeou a aura congelante com o impacto produzido ao saltar na velocidade do som, desfazendo o Pó de Diamante com um simples movimento, porém rápido. No instante seguinte, sentiu como abaixo dos seus pés se aproximava uma grande e intensa pressão a uma velocidade estrondosa. Com certa dificuldade, Hyoga conseguiu reagir, cruzando seus braços ao adotar uma postura defensiva. Mas foi o máximo que conseguiu fazer.

Fez eco um som oco de impacto, nesse momento percebeu que era um joelho golpeando o seu estômago e todo o corpo de Hyoga se enrijeceu. O golpe expulsou todo o ar que havia em seus pulmões e depois do entorpecimento inicial, uma profunda dor surgiu, relembrando o seu passado. Com apenas um golpe, Ex conseguiu desfazer a postura defensiva dos seus membros. Em raras oportunidades presenciou um poder ofensivo desta magnitude. Isto era exatamente o mesmo de antes. Na abominável Guerra Civil que ocorreu no Santuário, em muitas ocasiões foi atingido por golpes desta intensidade.

Este homem possuía o poder de um Cavaleiro de Ouro ou podia até mesmo superá-los. Não pensava nos feitos. Não havia mentiras nas palavras daquele homem. Os Cavaleiros de Bronze estão muito abaixo do poder dos Cavaleiros de Ouro. Se este homem possuí tamanho poder, a verdade é que não resta dúvidas dele ser mais poderoso do que Hyoga. Não pode deter o golpe de Ex. Um punho lhe atingiu a mandíbula, erguendo-o aos céus. O ataque penetrou a postura defensiva de Hyoga, rompendo a laje ao fazê-lo perfurá-la com sua cabeça. O corpo de Hyoga já caía recebendo um segundo ataque. E mais um. E mais um. Dentro desta sequência de ataques recebidos, em um instante o corpo de Hyoga começou a congelar. Os golpes deste homem ainda abrigam um pouco do ar congelado que havia utilizado anteriormente.

Na sua consciência, de maneira tênue, Hyoga percebeu as intenções deste homem. Ex havia roubado seu poder, o poder da sua técnica. O ataque dele continuava ininterruptamente, mas neste momento, Hyoga já não sentia mais dor. Apenas um terrível frio.

"Então este sujeito... Se transformou em mim?"

P36

Enquanto o sangue acumulava-se em seus pés, sua boca também sente o sabor do seu líquido vital. Hyoga tem a impressão de enxergar as silhuetas dos seus companheiros, seu mestre e de sua falecida mãe. Sua visão fica escura. Suas pálpebras inconscientemente se fecham. Já não pode ver nada. Ao redor somente o som dos passos de Ex faziam eco.

*

Um mundo cheio de ouro era adorado por deuses errantes. Não se duvidava da juventude eterna. A fé era uma primavera que continuava infinitamente. O temor à morte não era nada além de um tranquilo sono, antes nós nos transformávamos em espíritos divinos. Era justo. Tudo era justo.

"Então, porque surgiu dor e o mundo ficou tão triste?"

"Onde eles erraram?"

Atena não pode responder.

"É o momento de destruir a Era de Ferro, com isso a Terra será finalmente devolvida a nós? Devemos conceder o poder da destruição. Nós devemos ensinar aos humanos. Sem dúvida é para isso que nascemos. Nossa Deusa também voltará para recuperar o tempo que perdeu. Esta Terra, assim como foi no passado, será eterna."

Caminha, mais uma vez, para escutar esta voz.

P37

*

Os Cavaleiros de Ouro encontram-se acima dos Cavaleiros de Bronze. Os Cavaleiros possuem entre si diferenças bem estabelecidas. Seiya e os outros são Cavaleiros de Bronze. De acordo com a classe dos Cavaleiros, pertencem a mais baixa de todas. Apesar disso, não se pode mudar o fato de estarem entre os 88 escolhidos como os seres humanos mais poderosos da Terra. Mas levar a alcunha de "Cavaleiro de Bronze" possui seu valor. Os Cavaleiros que possuem um poder que superam os de Bronze, são os que trajam as Armaduras de Prata.

Eles possuem uma posição respeitável dentro do Santuário. Por trajarem belas Armaduras, são conhecidos como Cavaleiros de Prata. Seiya, durante seu treinamento na Grécia, se tornou um Cavaleiro de Bronze, mas foi tutorado por sua mestra, Marin, que era de um cargo superior, como Amazona de Prata de Águia. Seiya suportou bem a carga excessiva de treinos, que era extremamente rígida e assim conseguiu o título de Cavaleiro.

Mas no Santuário existem seres com cargos ainda maiores. Os Cavaleiros são seres que representam as constelações. Dentro das 88 constelações existem algumas que são excepcionais. Da Terra é possível perceber que durante um ano o sol realiza um grande movimento circular, isto é chamado de Caminho Dourado. As constelações que se encontram neste Caminho Dourado são 12 ao todo. São os conhecidos 12 signos. As Armaduras que os representam são especiais, já que resplandecem como a luz do sol, simbolizando a vida. As Armaduras são conhecidas como Armaduras de Ouro, brilham dourado e quem as recebe são os mais poderosos e últimos Cavaleiros. Estas pessoas vestem tais resplandecentes vestes sagradas.

A velocidade máxima de um Cavaleiro de Bronze é a velocidade do som. As pessoas comuns não atingem este nível de velocidade. Mas a velocidade atingida por estes escolhidos é a velocidade da luz. As pessoas comuns não possuem ideia da imensidão da velocidade da luz, mas para os Cavaleiros de Ouro, apenas uma explosão de Cosmo é suficiente para tornar isso possível. Seu poder pode até mesmo destruir o universo.

P38

Mas atualmente há postos vagos entre os Cavaleiros de Ouro. Durante a Guerra Civil do Santuário todos os companheiros tinham que lutar entre si e a consequência é que vários perderam suas vidas. Derrotar os Cavaleiros de Ouro era algo considerado impossível, mas Seiya e os outros conseguiram, mesmo sendo Cavaleiros de Bronze. Apesar disso, Seiya e seus companheiros nunca se consideraram superiores a eles. Suas chances de ganhar muitas vezes dependiam de intervenções de Atena. A vitória dos Cavaleiros de Bronze trouxe grandes sacrifícios, mas eles sempre se mantiveram fieis a sua deusa e ao seu destino.

Enquanto olhava para a sala de espera, Seiya continuava refletindo. Saori estava perdendo tudo. A jovem de nome desconhecido estava lhe roubando tudo. Poderiam mesmo proteger Atena? Já não sabiam se era correto continuarem na linha de frente. Sem dúvidas os Cavaleiros de Ouro que ficam no Santuário poderiam aconselhá-los nesta missão. Sem dúvida eles iriam aconselhá-los corretamente. Era possível que eles saibam coisas que fogem ao alcance de Seiya.

Seiya novamente desviou seu olhar para a sala de espera. Não conseguia parar de fazê-lo. Os movimentos dos médicos ao redor da jovem eram agitados, pois ela ficava de pé as vezes. Ela não tinha energia nos olhos para olhar o céu e não sentia força de vontade. Podia estar sendo manipulada. A força não era vista em seus olhos. Quem era ela? Essa resposta seria revelada de imediato. A jovem se colocou de pé próximo a janela. Os olhos dela fitavam os de Seiya. No olhar dela era possível sentir a escuridão de um abismo e as palavras desapareceram, dando um lugar a um suspiro, enquanto uma voz surgia na mente de Seiya.

"Você me salvou?"

"Salvei? O que você fez a Saori?"

Era a chamada indução mental, mas a voz de Seiya se fez ouvir. Se uma pessoa como ela podia fazer isso, os médicos não estavam errados em se sentirem inutilizado ao tentar tratar a jovem.

"Se continuar absorvendo a vida de Saori... Não poderei fazer nada por você".

Sim, a razão de tudo aquilo estar acontecendo era aquela jovem. Seiya não podia hesitar em seu dever de proteger Atena.

P39

Devia derrotá-la. Mas Seiya, em combate, não podia dirigir seu punho contra uma mulher. Não era capaz de superar este valor moral. Derrotá-la significaria matá-la. Não podia erguer seus punhos contra uma mulher, era uma alternativa que não estava nos princípios de Seiya.

"Eu voltei a vida nesta era para salvar as pessoas. Confie em mim, Cavaleiro. Eu vim salvar todos vocês".

"Salvará as pessoas matando Atena?!"

Seiya exclamava em fúria, a voz da jovem novamente fez eco em sua mente, enquanto permanecia observando-o fixamente.

"Isso não é um problema. Porque eu também sou uma Deusa. Irei definitivamente transformar a Terra em um mundo esplêndido. Darei a vocês um mundo de pessoas autênticas. Confia em mim".

Querendo não escutar novamente a voz daquela jovem, Seiya fechou os olhos firmemente.

P40

-

P41

Ex: Mesmo sendo uma fraca sucata ainda possui um forte espírito de luta...

Ex: Sendo assim...

P42

Ex: ... Não serei piedoso em batalha.

Ex: Se deseja tanto uma morte definitiva, lhe darei um golpe adequado.

Ex: Afinal...

Ex: ... Essa não é a prova de que está vivo?!

P43

Ex: ?!

Ex: Não é o sangue desse rapaz?

Ex: É gelo?

Ex: Esse rapaz conseguiu se defender com gelo?

Ex: Mas não existe um gelo tão resistente como este...

Ex: Por acaso isto é...

P44

Ex: ... O Zero Absoluto?!

P45/46

Hyoga: EXECUÇÃO AURORA!!!!

P47/48

Hyoga: Sempre existe a possibilidade de vitória...

Hyoga: Para chegar a isso...

P49

Hyoga: ... Deve seguir em frente, sem jamais desistir.

Hyoga: Mas...

Hyoga: Devo avisar...

Hyoga: A respeito da força deste homem...

Hyoga: ... Para todos...

P50

Quadrinização por Shiori Teshirogi.

 

Conforme prometido, acabou o trecho que a Katrinnae me mandou.

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