WAN 1.981 Postado Maio 13, 2022 Compartilhar Postado Maio 13, 2022 Quando foi anunciado no final de 2002, o projeto G era o revival que acompanhava a animação da Saga de Hades depois de 10 anos do fim da série de TV. Numa editora diferente - Kurumada troca a Shueisha pela Akitashoten - e com a produção de um novo mangaká, a obra de Megumu Okada impacta os leitores pelo estilo da arte totalmente diferente do mangá original. Sofreu boicote e campanhas para o cancelamento do mangá pipocaram na Internet, Megumu Okada e Masami Kurumada, junto com o editorial da Champion RED, decidiram continuar o projeto que tinha um objetivo: mostrar o passado dos Saints de Ouro, protagonizado por Aiolia de Leo. Após alguns capítulos e com a divulgação mensal dos scans em comunidades de Saint Seiya ao redor do mundo, a obra "convence" os fãs e se mantém por muito tempo com alta popularidade dentro e fora do Japão - era o carro chefe da recém nascida antologia. Com publicação regular, as edições compiladas tinham duas versões: a normal e 1 especial, com capa diferente e um brinde. O mangá contou com diversos presentes para os fãs: cards, pôsteres, carteira, chaveiro, busto, CD drama, etc. Porém, como nem tudo são flores, em 2006 Masami Kurumada anuncia o Hades Shinwa para promover a famigerada animação da continuação da Saga de Hades; nasce o "multi-angle dual" com dois mangás diferentes narrando a antiga Guerra Santa nas páginas da Weekly Shonen Champion: Next Dimension e o The Lost Canvas de Shiori Teshirogi. A partir do próximo parágrafo, entenda muitas informações como boatos de bastidores do que foi publicado na época e posteriormente: Com a crescente popularidade do mangá semanal de Teshirogi, Megumu Okada começa a ter problemas com o editorial da Akitashoten, pois o seu mangá vai perdendo espaço na divulgação, mesmo se mantendo bem nas vendas e sendo destaque da Champion RED. Isso é notado quando o volume 10 (capa do Camus) não possui um Gaiden inédito, que já era tradição dos volumes compilados, trazendo apenas uma galeria de imagens. No volume 11 (capa do Aphrodite) o brinde são 2 CD Dramas com passagens específicas do mangá da possessão do Galan pelo Pontos e da luta do Camus com o Okeanos. O engodo piora quando um projeto de animação do EpG é cogitado, mas a editora decide animar LC por motivos óbvios: a obra é mais comercial, está na principal antologia da editora e estava vendendo bem. Surgia a animação da TMS e os OVAs que prometiam entregar um anime de qualidade para esquecer o desastre de Inferno e Elísios... Okada, então, decide terminar o mangá. Pressionado pelo editorial da Champion RED, ele continua a obra, mesmo contra a vontade, e a qualidade da narrativa e da arte fica mais instável e é notada a partir do volume 11 - diziam as más línguas que muitos capítulos foram feitos apenas por seus assistentes. A briga entre Okada e o editorial só piora com os lançamentos dos OVAs de LC, a publicação fica irregular e o mangá entra em hiato em julho de 2009. O retorno acontece em 2011, "coincidentemente" no mesmo ano que a publicação semanal de LC acaba. A briga não acaba e se agrava pois LC continua com os Gaidens e em outubro de 2011 o EpG mangá entra em hiato, só voltando em 2013 pra encerrar, às pressas, a estória. No fim de 2013 Okada anuncia que estava preparando a sequência de EpG a pedido do Kurumada: nascia o Assassin. Começando na antologia bimestral Champion RED Ichigo, o mangá migra para a Champion/Mangá Cross e se mantém até acabar em 2019. Não satisfeito com 16 volumes,, cria o Requiem para ser o final definitivo e que continua atualmente em publicação. Com esse breve histórico, pergunto: o que deu errado na obra do Okada? E eu começo: A partir do volume 11 do Episode.G original, a obra do Okada é um apanhado de ideias boas, mas uma execução ruim. As lutas contra os Titãs são muito boas (a do Iapetus + Themis X Aiolia + Shaka e do Crios X Shura são marcantes demais), mas as ideias dos "planetas" de cada titã é surreal além do que a franquia "permite". O Aiolia portar o Keraunos, arma capaz de matar os Titãs tinha tudo pra ser uma sacada incrível para a continuação, mas foi esquecida no rolê com uma citação breve em Assassin. O desfecho contra Cronos é uma das coisas mais vergonha alheia possível - mas as poucas páginas do Cronos com o Hades e do Deathmask mandando o povo dos titãs para a ilha Deathqueen são geniais. Aí vem Assassin e coloca a Guerra das Espadas Sagradas, com personagens da literatura e suas armas numa disputa interessante, mas que também são escanteados para a retomada do plot original: Pontos e o castigo dos deuses primordiais. Me parece que toda semana ele tem uma ideia nova e coloca no mangá, ignorando todo o resto (ou usando apenas o que convém). Daí mete o multiverso de uma maneira interessante, mas pessimamente usada. Assassin brinca com a inteligência do leitor, enchendo a tela de fanservice ruim. Tem lá seus pontos positivos, mas são poucos e as coisas boas são jogadas de lado - os Gladiadores se tornando Saints, como aconteceu com Lancelot, era um plot que dava margem pra muita coisa boa. Requiem vem com a promessa de terminar o mangá, mas continua a façanha de Assassin de ser um fanservice descarado, sem planejamento e que passa a sensação de que "feito é melhor que perfeito", mesmo que esse feito seja ruim. 1 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Fáh 1.828 Postado Maio 13, 2022 Compartilhar Postado Maio 13, 2022 Tenho a sensação que ele rodou todos os fóruns do mundo de CDZ, foi catando todas as ideias e teorias e foi enfiando no mangá. Tem ideias no Episódio G que já vi/li em outros foruns anos atrás (Athena Gêmea, Kanon GM), por exemplo. Outro, apesar do psot do Twitter ser recente, a art é de pelo menos de 2015, a fusão das armaduras de ouro também é antiga. Spoiler A sensação que tenho, é que o Okada quer ganhar em cima das ideias dos fãs. Mas, como são muitas vezes, ideias soltas, acaba a execução sendo ruim e povo não tem aquele interesse pelo mangá. Poderia ser algo com o roteiro melhor lapidado, mas algumas vezes é simplesmente cuspido mesmo. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
WAN 1.981 Postado Maio 13, 2022 Autor Compartilhar Postado Maio 13, 2022 41 minutos atrás, Fáh disse: Tenho a sensação que ele rodou todos os fóruns do mundo de CDZ, foi catando todas as ideias e teorias e foi enfiando no mangá. Tem ideias no Episódio G que já vi/li em outros foruns anos atrás (Athena Gêmea, Kanon GM), por exemplo. Outro, apesar do psot do Twitter ser recente, a art é de pelo menos de 2015, a fusão das armaduras de ouro também é antiga. Mostrar conteúdo oculto A sensação que tenho, é que o Okada quer ganhar em cima das ideias dos fãs. Mas, como são muitas vezes, ideias soltas, acaba a execução sendo ruim e povo não tem aquele interesse pelo mangá. Poderia ser algo com o roteiro melhor lapidado, mas algumas vezes é simplesmente cuspido mesmo. Mas usar esses fanservices é muito recente - que eu nem julgo, pois essa "Quimera" de Cloth existe desde o original, passou por Omega (com as Chronotector dos Palasitos de 1ª Classe) e agora chegou ao mangá do Episode.G. O meu maior problema com o Okada desde Assassin é a impressão de "descontinuidade" da história... As coisas não se "encaixam" ou, se acontece, é porcamente feito. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Cesare 1.440 Postado Maio 13, 2022 Compartilhar Postado Maio 13, 2022 (editado) Basicamente tudo. Foi um dos maiores potenciais desperdiçados que eu já vi na minha vida no meio dos mangas. Já começou totalmente errado por ter: 1 - Traço anatomicamente feio, poluído e confuso. Informações demais em um único quadro. Não adianta querer dar uma de cult/diferente e depois reclamar de falta de popularidade, o traço tinha que ser simples por vir de uma franquia simples. Acabou com todo potencial de fanservice +18 heterossexual e LGBT que o manga tinha para todos os tipos de fandom, ainda mais em 2002 onde os hormônios estavam a flor da pele. Mangas vivem disso e o traço feio foi um dos piores erros desse manga. 2 - O mangá é sobre cavaleiros de ouro, ou seja, puro fanservice e fracassa muito até no fanservice, não mostra basicamente quase nada de novo sobre os 12 cavaleiros de ouro, a não ser pelo Shura e ainda foi de forma bem porca porque contradiz tudo o que vimos no Episódio Zero, será que o Kurumada participava de alguma coisa ali? E olha que uns 60% dos cavaleiros de ouro do clássico são bem mal desenvolvidos. Surfa em constelações populares e em conceitos já criados pelo Kurumada. 3 - Protagonismo excessivo e protagonista ruim. 4 - Pouquíssima humanização dos personagens. Sério, até Dark Wing tá dando um banho na humanização dos personagens em comparação com o Episódio G, mesmo sendo um mangá ruim. Não tem ninguém, NINGUÉM carismático nesse mangá. Todos fazem discursos chatíssimos e não dialogam como gente normal. 5 - Vilões muito ruins. Nem a presença de mulheres ajuda. Espero ter ajudado. Editado Maio 13, 2022 por Cesare Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
WAN 1.981 Postado Maio 13, 2022 Autor Compartilhar Postado Maio 13, 2022 34 minutos atrás, °Z° disse: @WAN, acho que acompanhar o EpiG depois de quase 20 anos da sua publicação original (e com uma tradução mais confiável do que tínhamos a época) vai ser algo bem interessante e essa releitura pode, ou não, alterar algumas ideias que tínhamos do trabalho do Okada. O que acha de usar esse tópico pra irmos discutindo os volumes a medida que forem lançados? Eu acho a ideia ótima. Tinha reiniciado a leitura do EpG original da versão da Conrad dias atrás, mas como me mudei precisei parar e deixar meu volumes em Natal. Até o volume 14 e parte do 15 a obra é excelente, a melhor disparada até o momento dos neomangás. Mas depois disso a queda foi tão grande que são partes que eu não consigo ler - só o fiz uma única vez. Tem momentos pontuais bons, mas são pouquíssimos. 1 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Bronze Saint 297 Postado Maio 13, 2022 Compartilhar Postado Maio 13, 2022 Acho que o que mais afastou/afasta as pessoas do EG original é a questão do traço que como Wan falou foi até um empecilho pra se criar uma animação e tudo mais. De resto falando por mim eu gosto muito do EG original, acho um dos melhores spin off de Saint Seiya ao lado do Lost Canvas. Pra mim os grandes defeitos dele em termos de estória se resumem a não contar de fato o passado dos cavaleiros de ouro como prometia (esperava coisas como as que foram mostradas com os dourados de LC e ND) e o final apressado que não era exatamente culpa do mangaka. Também rolou um certo excesso de protagonismo para Aioria, mas ainda penso que isso se deve principalmente ao final apressado que não permitiu aos demais dourados terem suas lutas definitivas contra os titãs. Das várias coisas boas, eu gosto muito das lutas serem muito bem explicadas com todas as técnicas sendo destrinxadas na mente dos personagens, do poder exagerado (mas acertado ao meu ver) dos titãs que realmente são dignos dos antecessores dos deuses olímpicos, e da utilização dos mitos gregos (a genealogia dos deuses, Rei Minos, Minotauro, Gorgona, Hidra, Tifon). Também todos os dourados tem o seu momento e eu gosto dos traços (embora concorde que as proporções e poluição visual as vezes sejam demais, e também foi piorando a qualidade no final). E pra terminar, não tem absolutamente nada a ver com a qualidade da estória, mas como o Wan lembrou, aqueles brindes das edições especiais eram muito legais *.* quem dera eu tivesse condições de consegui-los na época. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Té... 723 Postado Maio 13, 2022 Compartilhar Postado Maio 13, 2022 O que eu mais gostava no Episódio G era a personalidade que o mangá emanava, por mais que em estrutura ele seja parecido com o Lost Canvas (a justificativa para eles existirem, basicamente é fazer fanservice de Cavaleiro de Ouro, convenhamos), o Okada usava isso de maneiras muito novas na franquia, e para além do seu traço inicial que eu sempre gostei muito, o ritmo da leitura, os diálogos mais poéticos e a expansão da mitologia Grega na história sempre me soaram bem inovadores para algo como CDZ, porque comparando com Lost Canvas, no final, LC só aplicava a lógica da série clássica em uma roupagem "shonen moderno" (ao menos, o que era moderno ali nos 00 com Naruto, Bleach, Reborn, etc.), sem ir muito mais além disso, já o Episódio G fazia algo diferente, ele não era uma tentativa de "melhorar CDZ com convenções atuais", era algo mais único, abraçava o espalhafatoso, o espetáculo, e sabia aproveitar conceitos da série clássica de forma interessante e mais densa (um exemplo disso pra mim é o primeiro capítulo com o Saga e o Aiolos, que é uma releitura tão GENIAL dessa cena da série clássica, que já ali o mangá me prendeu fácil). Falando agora do que deu errado, pra mim o mangá vai ficando consistentemente ruim lá pelo volume 13/14, se tornando quase intragável mesmo quando ocorre as maiores mudanças de estilo de traço do Okada, que o que era antes algo estiloso e detalhista, vira só um negócio estranho e parecendo ser feito de qualquer maneira, tanto que fiquei bem surpreso quando ele anunciou Assassin e durou por tanto tempo, afinal, já que era pra continuar trabalhando na franquia, o que custava ter dado uma atenção maior ao G original e não ter deixado tanta coisa em aberto, dando cara de final de mangá cancelado? É o que foi dito, de quem trabalha/trabalhou na franquia, o Okada de longe é o que tem as ideias mais interessantes, mesmo quando o mangá vai ficando ruim ao meu ver, sempre é possível citar 1 ou outro momento que você fala "PUTA QUE PARIU OKADA, OBRIGADO!", como os soldados do Kronos indo para a Ilha da Rainha da Morte, ou mesmo a participação do Misty, mas se no começo eu tinha a sensação que mesmo no fanservice, o Okada estava construindo uma história com conceitos interessantes e muito próprios, no final isso vai ficando meio que sem freio e é muito decepcionante quando tudo é abandonado para ele finalizar o mangá às pressas, com cara de cancelado, sendo que ele continuaria trabalhando por anos ainda na franquia, então não fazia sentido ter terminado a obra principal daquela forma. 1 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
DeathtollCâncer 1.569 Postado Maio 13, 2022 Compartilhar Postado Maio 13, 2022 Uma curiosidade é que o Episode G só saiu na Champion Red após uma longa bebedeira entre o maestro e o editor chefe da revista na época, Takafumi Sawa. 1 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
LGG 2.082 Postado Maio 14, 2022 Compartilhar Postado Maio 14, 2022 O Episódio G não é seinen. Na época que ele foi lançado, a RED, que também era uma revista nova no mercado, era uma revista shounen. A RED se torna seinen por volta de 2011. Quando o G volta a ser publicado, ele vai pra RED Ichigo, que aí sim dá pra dizer que ele mudou pra demografia seinen (mas é um pouco de se ponderar porque a Ichigo era bimestral, então pode ser simplesmente que o Okada pediu um tempo mais espaçado pra seriar). Mas se bem me lembro, tanto Assassin quanto Requiem são classificados como shounen na MangaCross (mas sai pelo selo RED, então sei lá). Mas não existe diferença entre LC e boa parte do Episódio G em questão de demografia do mangá. Mas tecnicamente, o primeiro mangá seinen do começo ao fim da franquia é Santia Shô. 1 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Vilão 883 Postado Maio 14, 2022 Compartilhar Postado Maio 14, 2022 (editado) Então, pode até soar cruel, mas Ep.G pra mim é a história mais fracassada da franquia. Digo "fracasso" levando em conta todo o potencial que tinha, o maior de todos: EP.G surge como a primeira história inédita da franquia desde o clássico. A sede dos fãs por algo assim era grande; Melhor ainda, traz pela primeira vez os dourados para o foco, pedido da maioria na época; Naquele momento (pelo menos aqui no Brasil) existia uma certa confusão sobre o papel de Okada e Kurumada nessa história, muitos até achavam que o primeiro apenas desenhava, ou seja, ele até passava a impressão de algo "canônico"; Os outros neo mangás ainda não existiam, então ele podia brilhar sozinho; O período onde a história acontecia permitia o uso de quase todos os personagens do original; Um grupo de vilões completamente novos e o mais instigante: DEUSES. Nenhuma outra história da franquia teve tantos fatores a seu favor, seja Omega e suas invencionices, além do hate dos canvetes; seja SOG e sua mediocridade na busca pela venda dos bonecos; seja Saintia e o machismo dos fãs acusando a obra de "Sailor Moon"; seja LC e até ND disputando atenção um com o outro e sem poder usar os personagens da linha do tempo do clássico. Okada pegou todos esses ótimos ingredientes e... nada. Não funciona, não dá liga. Seus personagens parecem estar atuando o tempo todo, como num teatro que soa cafona até pra Saint Seiya. Seus dourados não tem carisma, apesar de reconhecer que a releitura de alguns deles (Shura) acabou superando o clássico. Seus vilões com quase sempre o mesmo ar blasè e frases repetidas de arrogância cansam o leitor. Eu não sei, não vou questionar o gosto dos que curtem, isso é muito pessoal, mas EP. G comigo nunca funcionou. Reconheço que tem boas ideias ali, como em todas as outras obras da franquia, mas pensando em tantos pontos positivos que o mangá tinha a seu favor e como ele termina sempre como o esquecido da família, não consigo classificar de outra forma que não seja fracasso. Editado Maio 14, 2022 por Vilão 1 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
DeathtollCâncer 1.569 Postado Maio 14, 2022 Compartilhar Postado Maio 14, 2022 Meu texto vai ser longo então vou colocar em spoiler. Spoiler Irei usar o recorte de aceitação do público, sucesso e minhas impressões. O problema pra mim já começa com o próprio Kurumada e o Okada que não falavam a mesma língua. Na entrevista na Champion RED sobre o Episódio G o Kurumada parecia desconhecer os trabalhos anteriores do Okada, principalmente o seu mangá de maior sucesso até então. Quando perguntado o que os leitores poderiam esperar do G, o Kurumada explica sobre aquela questão do Saga ter dupla personalidade ou ter um Deus incitando ele a matar Atena etc, depois ele fala sobre mostrar o passado de cada santo, seus mestres etc. E não vemos isso no Episódio G, afinal o Okada desenvolveu a história de uma maneira diferente do que o Kurumada tinha traçado até então para nós... Visualmente é um mangá que não agrada, mesmo o Kurumada não sendo um primor (ele mesmo reconhece isso), a arte do maestro é simples e compreensível, o Lost Canvas em alguns momentos é poluído e bagunçado, mas na maior parte do tempo é legível, Saintia Shô dispensa comentários, então o G é totalmente diferente, ou você se encanta com os detalhes, ou meio que torce o nariz (como eu). Em resumo, visualmente não é um negócio rentável e que faça as pessoas lerem. A história é interessante, muita gente diz que fica excelente até o volume 15, por aí, particularmente nunca me agradou a esse nível de achar que até tal volume é bom, mas confesso que a história é interessante e diferente, então até certo ponto é agradável. O problema começa mesmo em alguns detalhes, o Okada não é muito direto ao ponto, ele precisa gastar muitas páginas pra chegar no que interessa. Se por um lado o Kurumada peca no excesso de didatismo (sempre explicar o que é velocidade da luz, ou coisas parecidas) ele é sempre objetivo no que quer passar para o leitor, o Okada floreia o negócio demais, níveis Togashianos, além de palavras muito rebuscadas e frases de efeito a cada balão, um saco. O principal problema são as tramas arrastadas, não é um problema só dele, afinal o ND é 90% do tempo nas 12 casas, mas ao menos lá tem mudanças de cenários e flashbacks, agora mesmo no episódio G Requiem o Okada está no mesmo lugar, no mesmo cenário, na mesma luta há uns 10 capítulos ou mais, dois volumes inteiramente com a mesma luta e ladainha e não sai do lugar porque a cada momento tem um plot diferente surgindo e a trama não progride, são as constelações sumindo, são os ciclopes, aí tem luta, aparece o Kido ciclope, Atena que nunca contou a verdade aos cavaleiros, armaduras de ouro se fundindo, espírito dos Dourados ajudando o Seiya e tudo isso na mesma luta, no mesmo lugar, no mesmo cenário, é uma tortura. Não tem como isso cair no gosto das pessoas. E sem falar que ele perdeu um tempo monstruoso no G assassin com aqueles cavaleiros perdidos e numas duas páginas do Requiem ele praticamente anulou toda essa trama do mangá anterior, com o Shura. Isso sucinta outra crítica, afinal no próprio G original tivemos pontas soltas que o Okada não conseguiu fechar, então veio o Assassin que opa, eu particularmente acreditei que agora vai, ele vai fechar essas pontas, aí ele não fechou, criou outra trama e no meio do mangá ele deixou essa trama de lado e criou outra trama que foi até o final. E quando menos esperávamos veio um terceiro mangá, pensei agora vai e... Por fim, concluindo, creio que a parte visual é a primeira coisa a fazer com que o G não tenha tanto público, pois isso afasta as pessoas e cria dois caminhos, a maioria das pessoas não querem conhecer a obra por causa disso ou abandonam exatamente por isso, as pessoas que se interessam nesse "diferente". E a história as vezes confusa e perdida também limita o público do mangá. Ele não ter um anime, sair em uma revista menor e concorrer com outros títulos da franquia também ajudam esse mangá a não emplacar. E voltando a parte visual é até engraçado isso, porque uma história dos cavaleiros de ouro clássicos deveria ser um sucesso absoluto ou um estrondo, afinal eles são populares, as pessoas tem identificação, mas a parte da identificação é também o que afasta do episódio G, afinal as pessoas não reconhecem aqueles personagens, diferente do Soul of Gold, mesmo sendo ruim, as pessoas se interessaram muito mais por aquilo, num período de 5 meses, do que no G em 20 anos praticamente... Pode ser que falte um guia ao Okada, um editor ou o Kurumada controlar mais, só que aí ele deveria controlar os outros mangakás, e isso não faz parte da visão dele de liberdade criativa... Enfim. 1 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Bruno Ogawara 3.068 Postado Maio 14, 2022 Compartilhar Postado Maio 14, 2022 (editado) ''EP.G surge como a primeira história inédita da franquia desde o clássico. A sede dos fãs por algo assim era grande; Melhor ainda, traz pela primeira vez os dourados para o foco, pedido da maioria na época;'' A única história realmente inédita da franquia desde o Clássico que os fãs tinham sede era a saga do Céu. Ainda quase ninguém na época cogitava / pedia por uma história protagonizada somente pela LUS. Editado Maio 14, 2022 por Bruno Ogawara 1 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
WAN 1.981 Postado Maio 14, 2022 Autor Compartilhar Postado Maio 14, 2022 Como bem disseram, o projeto G parece ter surgido sem necessariamente estar projetado, pois as entrevistas e narrativas não condizem com o que vimos no mangá. De fato, Kurumada falou que a ideia era mostrar mais do passado dos Saints de Ouro, quem os treinou, como Deathmask se tornou Saint, etc. Nada disso foi mostrado. Acredito que seria parte essencial da fidelização do mangá, já que o traço foi o primeiro fator pra "expulsar" os fãs antigos mais hardcore e de não atrair tanto assim novos leitores pelo estilo. Lembro-me de que logo no início da publicação eles anunciaram um Gaiden do Shaka - e aí especulava-se de que o Okada iria desenvolver cada Saint de Ouro em anedotas curtas, paralelas a estória principal da luta contra os Titãs. Ele chegou a fazer um pouco disso com a Saga do Aiolos, compilado no volume 0. Mas o anúncio não se concretizou e o mangá seguiu criando estórias sobre estórias, deixando tudo solto demais. De longe é a obra que mais carece de uma reedição e correção. Episode.G é, sem dúvidas, um emaranhado de potenciais e fracassa em todos eles. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Ares Saga 2.401 Postado Maio 14, 2022 Compartilhar Postado Maio 14, 2022 A série começou a cair de qualidade mais ou menos na época que anunciaram que Lost Canvas e não Episódio G seria animado.EPG tinha até popularidade e aceitação maiores do público na época. Tenho a impressão que o Okada fez o resto na má vontade. Atrasos, arte caiu de nível,história ficou corrida (até pelo Okada tocar outros projetos dele também). Aí ele voltou com tudo no início de Assassin,porém foi se perdendo novamente. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Aranha Chique 5.477 Postado Maio 14, 2022 Compartilhar Postado Maio 14, 2022 Na minha opinião (que é só isso mesmo, mas é a mesma coisa que os rumores que circulam desde sei lá quando) não acho que rolou um naipe tão pessoal do Okada de ficar "de mau" porque pegaram LC pra animar e não EpG. É claro que investiam mais em EpG no começo, mas até porque não existia nenhum outro spinoff até então. A Akita não tinha mais que rolar o tapete vermelho quando o próprio Kurumada já tava fazendo coisa pra lá e a Shiori chegou com algo mais palatável pra fãs de longa data. O Okada já COLECIONAVA adaptações de Shadow Skill na época. Tinha tido OVA, depois mais uma série de OVA, depois uma série de TV, depois OVA em CG, CD drama, etc. EpG inclusive começou a colecionar atrasos quando Okada voltou a fazer Shadow Skill, que também acabou DE QUALQUER JEITO em sua primeira série. Não tem como nenhum de nós dizer que rolou ou não essa crise de bastidores (a Akita diminuir os cacoetes que podiam gastar com EpG pra dar foco em LC e ND obviamente deve ter pesado, claro, até em questões de salários) mas criativamente o final qualquer coisa de EpG (e Assassin) são iguais a olhos vistos no próprio Shadow Skill. Na 1ª série desfilam um monte de personagens que são supostamente super importantes para o roteiro e tudo o mais e eles fazem bem pouco além de figuração. Só nessa 2ª série dele que eles chegaram a ter um desfecho. O próprio vilãozão da 1ª parte de Shadow Skill é só um gigante que fica nas sombras jogando dados e fica fulo da vida quando seus planos dão em nada. Mas você nunca sequer chega a ver o cara lutar pra ser uma espécie de mal supremo e etc. Vendo como o próprio Assassin acabou sem eira nem beira, acho que o Okada simplesmente ficou sem gás. O EpG perder holofote não deve ter ajudado, claro. Mas até na obra autoral ele foi fazendo "de qualquer jeito". Ele vê algo mais interessante e pula pra outra beirada. É assim com as outras obras também. O próprio G com Shadow Skill (a sequência também deve ter sofrido alguma coisa com as retomadas que ele tinha que fazer em EpG - só que nunca traduziram pra termos certeza, dá só pra ver que essas lutas arrastadas de 1 volume inteiro andando em círculos estão com todo o vapor no Shadow Skill sequência), G Assassin sendo sua batedeira de temas que não se sustentam (que passeou até por armadura divina de dimensão vizinha que não deu em nada), e o próprio Requiem se estou certo o Okada mostrava que também estava dirigindo um filme ao mesmo tempo. Ninguém tem que fazer uma coisa só, mas o Okada está sempre atirando pra todos oslados. 4 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Fáh 1.828 Postado Maio 14, 2022 Compartilhar Postado Maio 14, 2022 Essa do Episódio G pra animar, era só mudar a arte como fizeram no Saintia Shou (Só que pegaram a melhor arte e colocaram a pior 🙄, não dá pra levar a Toei a sério). Se o Episódio G fosse usado a arte do Soul of Gold já ficaria muito bom. Só que o que realmente conta é a aceitação do mangá e como disseram, o passado dos cavaleiros mesmo, nada, começa bem e fica meio bagunçado. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Lucas Augusto da Silva 772 Postado Maio 14, 2022 Compartilhar Postado Maio 14, 2022 O que mais me incomoda no Episódio G são os discursos excessivos e redundantes sobre deuses e humanos, algo que ficou muito mais acentuado depois que os cavaleiros de ouro invadem o labirinto dos titãs. Okada transmite a mesma mensagem reiteradas vezes, tornando os diálogos cansativos e enfastiantes, pra não dizer insuportáveis. Não li Assassin e Requiem, mas do pouco que acompanhei parece que a história não se desenvolve adequadamente e repete os mesmos erros. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Bruno Ogawara 3.068 Postado Maio 15, 2022 Compartilhar Postado Maio 15, 2022 5 horas atrás, Fáh disse: Essa do Episódio G pra animar, era só mudar a arte como fizeram no Saintia Shou (Só que pegaram a melhor arte e colocaram a pior 🙄, não dá pra levar a Toei a sério). Tá certo que o anime de Saintia geralmente / na maioria das vezes fracassava em tentar emular o traço do Araki (grande falha, ahah), mas dizer que a arte dele era a PIOR entre toda a franquia aí eu já acho de um grande exagero mesmo. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Vilão 883 Postado Maio 15, 2022 Compartilhar Postado Maio 15, 2022 Na questão da arte, devo dizer que antes de comprar o primeiro volume eu estranhava demais, tanto que nem reconhecia os personagens. Lembro de me questionar quem era aquele que vestia a cloth de Áries na capa do volume 3 (relutei muito em comprar até ali). Quando finalmente tive o mangá em mãos, em pouco tempo já estava encantado com a qualidade do traço e o detalhismo do Okada. Quanto ao off aí do pior traço da franquia, a maioria dos capítulos de Omega e SOG disputam essa Framboesa de ouro com louvor. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Fáh 1.828 Postado Maio 15, 2022 Compartilhar Postado Maio 15, 2022 2 horas atrás, Bruno Ogawara disse: Tá certo que o anime de Saintia geralmente / na maioria das vezes fracassava em tentar emular o traço do Araki (grande falha, ahah), mas dizer que a arte dele era a PIOR entre toda a franquia aí eu já acho de um grande exagero mesmo. Acho que minha fala ficou ambígua, mas imitação barata do traço do Araki em Saintia Shoui ficou ruim. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
LGG 2.082 Postado Maio 15, 2022 Compartilhar Postado Maio 15, 2022 10 horas atrás, Aranha Chique disse: Na minha opinião (que é só isso mesmo, mas é a mesma coisa que os rumores que circulam desde sei lá quando) não acho que rolou um naipe tão pessoal do Okada de ficar "de mau" porque pegaram LC pra animar e não EpG. É claro que investiam mais em EpG no começo, mas até porque não existia nenhum outro spinoff até então. A Akita não tinha mais que rolar o tapete vermelho quando o próprio Kurumada já tava fazendo coisa pra lá e a Shiori chegou com algo mais palatável pra fãs de longa data. (...) Vendo como o próprio Assassin acabou sem eira nem beira, acho que o Okada simplesmente ficou sem gás. O EpG perder holofote não deve ter ajudado, claro. Mas até na obra autoral ele foi fazendo "de qualquer jeito". Ele vê algo mais interessante e pula pra outra beirada. É assim com as outras obras também. O próprio G com Shadow Skill (a sequência também deve ter sofrido alguma coisa com as retomadas que ele tinha que fazer em EpG - só que nunca traduziram pra termos certeza, dá só pra ver que essas lutas arrastadas de 1 volume inteiro andando em círculos estão com todo o vapor no Shadow Skill sequência), G Assassin sendo sua batedeira de temas que não se sustentam (que passeou até por armadura divina de dimensão vizinha que não deu em nada), e o próprio Requiem se estou certo o Okada mostrava que também estava dirigindo um filme ao mesmo tempo. Ninguém tem que fazer uma coisa só, mas o Okada está sempre atirando pra todos oslados. Analisando a posteriori, eu acho que se rolou uma briga, foi uma relacionada com diminuir a periodicidade do mangá. Não sei de números de venda, mas a Akita ter investido em um segundo spin-off de CDZ no carro-chefe da editora (tudo bem, era na proposta de ter o ND sendo seriado junto) me faz achar que o G tinha uma recepção boa pro que seria possível de esperar de uma revista como a RED (nova, e com números não tão altos por ser mensal). Quando ele volta, na RED Ichigo, é um capítulo a cada dois meses. Assassin e Requiem são séries sem tanta regularidade. Eu acho, inclusive, que o sucesso de LC pode ter feito a Akita pressionar o Okada para produzir a série semanalmente, ou quinzenalmente, por ver potencial em ter duas obras de CDZ saindo regularmente na Champion, já que ND também acabou não tendo regularidade (especulação pura sem base). E aí poderia dar uma briga, na qual o Okada só volta com uma seriação ainda mais espaçada que antes. Se o G fosse totalmente desinteressante comercialmente, não teriam deixado ele fazer Assassin e Requiem, ainda mais coloridos (mesmo que a seriação seja digital, o mangá é impresso). A Akita não é a Shueisha, ela não necessariamente trabalha com projeções astronômicas para tudo. Acho que o Okada perder o gás é muito mais provável que ter inveja da Shiori. Porque, no fim das contas, se for ver ele faz Assassin e Requiem todos nos termos dele: tem capítulo novo quando ele quer, colorido, e com um roteiro que parece não passar por revisão editorial. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Bruno Ogawara 3.068 Postado Maio 15, 2022 Compartilhar Postado Maio 15, 2022 Primeiro ficamos sabendo que o Kurumada tinha inveja da Shiori. Agora ficamos sabendo que o Okada também teve. Daqui a pouco / logo saberemos que a Kuori também tem. Hihi. 4 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
WAN 1.981 Postado Maio 15, 2022 Autor Compartilhar Postado Maio 15, 2022 8 horas atrás, LGG disse: Acho que o Okada perder o gás é muito mais provável que ter inveja da Shiori. Porque, no fim das contas, se for ver ele faz Assassin e Requiem todos nos termos dele: tem capítulo novo quando ele quer, colorido, e com um roteiro que parece não passar por revisão editorial. Não sei se nos boatos do histórico da publicação ficou a entender isso, mas não foi intencional e tampouco acredito que tenha sido inveja da outra mangaká. Não foram problemas com a Teshirogi, mas com o editorial da revista. Dizem que o editor da Champion RED foi remanejado pra outra revista e o Okada era contra. O novo editor, diante daquele novo cenário da franquia (EpG não era mais o exclusivo) sugeriu mudar os rumos da narrativa, a forma de divulgação e, some-se a isso o que disse o Toripon sobre a animação, o mangá é colocado em hiato. Até ali o Okada já colecionava animações da sua outra obra, Shadow Skill. Okada sempre trabalhou em duas obras paralelamente, pelo que sei. Shadow Skill ficou até 2006 em publicação na Kodansha. 1 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Fáh 1.828 Postado Maio 15, 2022 Compartilhar Postado Maio 15, 2022 11 horas atrás, Bruno Ogawara disse: Primeiro ficamos sabendo que o Kurumada tinha inveja da Shiori. Agora ficamos sabendo que o Okada também teve. Daqui a pouco / logo saberemos que a Kuori também tem. Hihi. Já dá pra fazer queles jogos de mistério chamados ARG! O do super Mário 64 é muito bom. 😂😂😂 1 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
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