Bysshe de Doppelgänger 83 Postado Setembro 16 Compartilhar Postado Setembro 16 (editado) A ideia desta fic surgiu a algum tempo e aos poucos fui trabalhando no conceito, ajustando as ideias. Ela abordará um cenário mais realístico do universo de CDZ. Espero que gostem e boa leitura. Saint Seiya – Deuses entre nós Temporada 01 - Capítulo 01 – Manifestação Tarde da noite. Um galpão aduaneiro abandonado à beira de um porto esquecido, com paredes de concreto cinza manchadas pela ferrugem e anos de abandono. O teto de metal é alto e curvado, parcialmente corroído, deixando alguns raios de luz da lua atravessar e iluminar o ambiente com um brilho pálido e sombrio. Pilhas de caixotes de madeira, enferrujados contêineres de carga e restos de máquinas antigas estão empilhados em cantos escuros, criando sombras ameaçadoras. O ar está pesado com o cheiro de maresia e óleo velho, misturado ao odor de suor e cigarro. No centro do galpão, o ringue improvisado é cercado por uma multidão de espectadores nervosos, dispostos em um círculo apertado. As cordas são simples correntes de metal, penduradas de maneira bruta entre postes de aço enferrujados. No chão de concreto ao redor, há manchas escuras de óleo e sangue, evidência das lutas violentas que já ocorreram ali. A iluminação é escassa, proveniente de lâmpadas industriais penduradas em fios, balançando levemente com o vento que invade pelas frestas. O público é uma mistura de tipos perigosos: criminosos, apostadores clandestinos e figuras com intenções obscuras. Dinheiro troca de mãos rapidamente, enquanto alguns observam com atenção, gritando e agitando notas sujas. Há uma tensão constante no ar, o tipo de atmosfera onde a violência não se limita ao ringue. As vozes são abafadas pelo som distante das ondas batendo nas docas, criando um clima de perigo e ilegalidade iminente. Nos fundos do galpão, há uma sala isolada que um dia talvez tenha sido um escritório para o controle de mercadorias, agora um espaço decadente e sombrio. As paredes de concreto estão cobertas de grafites e marcas de umidade, com um leve cheiro de mofo no ar. Uma única lâmpada de neon zumbindo ilumina o ambiente de maneira irregular, criando sombras alongadas e dando ao lugar um ar de tensão. No chão, o cimento frio é pontuado por rachaduras e sujeira acumulada ao longo dos anos. No canto da sala, um banco metálico enferrujado serve de assento para Seiya, que está sentado de cabeça baixa, os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos entrelaçadas, em uma postura de concentração intensa. Ele veste roupas simples, um casaco de treino velho com capuz puxado sobre a cabeça, escondendo parcialmente seu rosto, onde um olhar determinado e calmo prevalece. Seus punhos, já enfaixados, descansam com leve tremor, reflexo da adrenalina crescente. Seiya está sentado em uma das cadeiras, de cabeça baixa, mãos entrelaçadas, concentrado, enquanto Seika está de pé, encostada em uma parede, os braços cruzados. Ela está impecavelmente vestida em um jaleco branco, contrastando com o ambiente sujo e degradado ao redor. Seu semblante é sério, o olhar fixo no irmão. Seika: (com voz calma, porém rígida) "Você tem certeza de que isso é o certo? Participar de uma luta clandestina não é exatamente o que esperava numa sexta à noite." Seiya: (com um sorriso de canto, erguendo a cabeça lentamente) "Ah, relaxa, Seika. Vai ser moleza. Sou o maioral aqui.” Seika: (arqueando uma sobrancelha, sem perder a compostura) "Maioral, é? Já viu o tamanho do seu oponente? Ele tem, no mínimo, mais uns cem quilos a mais que você. E parece que gosta de esmagar ossos." Seiya: (dando uma risada breve, inclinando-se para trás na cadeira) "Sim, vi sim. Um urso. Grande, lento... prepotente. Sabe como essas coisas funcionam, né? Quanto maior, maior a queda." (ele finge examinar suas próprias mãos) "E adivinha só quem vai derrubar o gigante?" Seika: (séria, aproximando-se um pouco) "Você está subestimando isso. Não estou falando de uma luta de treinamento. Essas pessoas jogam sujo. E se você perder... não haverá segunda chance. Você está pronto para isso?" Seiya: (parando por um segundo, olhando nos olhos dela com um brilho de ironia) "Não é sobre estar pronto, Seika. É sobre ser o único que consegue sobreviver. E sobreviver é comigo. Já faço isso a bastante tempo." Seika respira fundo, olhando ao redor, como se tentasse encontrar sentido no que estava acontecendo ali. Seiya, por outro lado, parece relaxado, como se estivesse esperando por esse momento há muito tempo, com a certeza inabalável de que está onde deveria estar. Seika: (fria) "Se você morrer nessa noite, ninguém vai se lembrar de você como o 'maioral'." Seiya: (sorrindo de maneira desafiadora) "Ah, eles vão se lembrar, sim. Só que como o cara que quebrou o urso ao meio." A multidão se agita quando Seiya caminha em direção ao ringue, os passos firmes ecoando pelo chão de concreto sujo. O galpão está mais abafado do que nunca, o som dos espectadores murmurando, apostando e gritando preenche o ar pesado de tensão. No centro do ringue, Geki já o aguarda, uma muralha de músculos envolta em uma expressão selvagem. Seus olhos fixos em Seiya são frios e desdenhosos. Ele flexiona os braços, como se estivesse prestes a esmagar o próximo desafiante. Seiya, em contrapartida, caminha com uma calma quase irritante, o típico sorriso irônico em seus lábios. Ele se posiciona no centro, adotando uma postura de Muay Thai, os punhos erguidos, o corpo relaxado, pronto para explodir em movimento a qualquer instante. Geki, um especialista em wrestling, abre a guarda e avança, a postura larga, braços prontos para agarrar. Geki: (com um sorriso debochado, olhando de cima para baixo para Seiya) “Você vai se arrepender de ter entrado aqui, garoto. Acha que esses socos leves vão te salvar?" Seiya: respondendo com sarcasmo, enquanto move o corpo para os lados, circulando o oponente) "É, você tem razão. Não vou precisar de muitos socos pra acabar com isso." A luta começa abruptamente, Geki avançando como um tanque. Ele tenta um double leg, agachando para agarrar as pernas de Seiya, mas Seiya é rápido. Ele recua, e, no mesmo instante, dispara uma joelhada rápida no torso de Geki. O golpe é direto, afundando no abdômen do oponente, que dá um pequeno gemido, mas não recua. Geki, claramente incomodado com a rapidez do oponente, tenta agarrá-lo mais uma vez. Ele avança com os braços largos, tentando um clinch para derrubá-lo, mas Seiya mantém a distância, golpeando com chutes baixos nas pernas de Geki, minando sua estabilidade. Seiya: com uma risada breve, depois de acertar mais um chute) "Vai precisar de mais do que abraços de urso pra me derrubar, grandalhão." Geki rosna e, em um movimento rápido, finalmente consegue agarrar o braço de Seiya. Ele o puxa para perto e, com um movimento ágil, gira o corpo e derruba Seiya no chão com um suplex, o impacto fazendo um estrondo seco no chão duro. O público vibra, gritos e aplausos ecoam pelo galpão. Por um momento, Seiya está no chão, ofegante, mas antes que Geki possa capitalizar a vantagem, Seiya gira o corpo rapidamente, escapando por baixo das pernas do oponente e se levantando de forma ágil. Geki, surpreso pela recuperação, hesita. Isso dá a Seiya a oportunidade de avançar com uma combinação rápida de socos e cotoveladas, acertando o rosto e o peito de Geki. Geki: (grunhindo de dor, mas rindo ao mesmo tempo) "Você é rápido, garoto... mas não vai me vencer com essas firulas!" Em um movimento desesperado, Geki avança de novo, desta vez conseguindo agarrar Seiya com ambos os braços em torno do torso, apertando-o com força. Ele o ergue do chão, exibindo sua força bruta, e com um rugido, o joga contra o chão mais uma vez, prendendo-o sob seu peso. O impacto é brutal, e Seiya sente o ar escapar de seus pulmões. Geki, com um olhar feroz, não perde tempo. Ele se inclina e agarra Seiya pelo pescoço, levantando-o do chão com uma mão, enquanto o público vibra em expectativa. Seiya, agora ofegante, tenta se debater, mas o aperto de Geki é firme. Geki: (ofegante, com um sorriso cruel) "Agora quem é o maioral, hein? Vai acabar aqui, garoto." Seiya: com dificuldade para respirar, mas sem perder o sarcasmo) "Você... tá esquecendo de uma coisa, Geki..." Geki:(franzindo a testa, sem entender) "O quê?" Seiya: esforçando-se para falar, com um leve sorriso) "Não... subestime... o menor..." Seiya então desfere uma joelhada rápida no estômago de Geki, acertando o ponto exato que ele já havia atingido no início da luta. Geki solta um grito de dor, e seu aperto no pescoço de Seiya enfraquece por um segundo, o suficiente para Seiya tentar escapar. Mas a situação ainda é crítica, com Geki mantendo a vantagem, sua força bruta ameaçando esmagar o ar de Seiya completamente. Seiya, com a respiração ofegante e o corpo exausto, sente algo estranho percorrer suas veias. Uma onda de energia, quente e poderosa, surge de dentro dele, como se seu corpo tivesse despertado um poder adormecido. Seus olhos, antes pesados, agora brilham com uma intensidade que ele não entende. Inconscientemente, seus músculos respondem, e ele agarra com força os braços de Geki, que ainda tenta sufocá-lo. Geki: (confuso e irritado, tentando resistir) "O que... diabos está acontecendo?!" Seiya, sem saber exatamente o que está fazendo, empurra os braços de Geki para longe de seu pescoço com uma força inesperada. Geki tropeça para trás, completamente surpreso, seu rosto se torcendo de incredulidade. Seiya: (ainda ofegante, mas agora com um tom mais sério e focado) "O que está acontecendo é a sua derrota." Antes que Geki pudesse reagir, Seiya gira o corpo com precisão e desfere um chute alto, poderoso, direto no lado da cabeça de Geki. O impacto é brutal. Geki, com seus olhos arregalados, mal tem tempo de processar o golpe antes de cair no chão com um estrondo. O público, que até então gritava e torcia, cai em um silêncio atordoado. Geki está imóvel, nocauteado. Seiya fica ali, de pé no centro do ringue, ofegante, o corpo ainda pulsando com aquela força estranha. Ele olha para suas mãos, tentando entender o que acabou de acontecer, mas não encontra respostas. O público começa a murmurar, confuso com a virada repentina. Espectador 1: "Como ele fez isso?" Espectador 2: "Eu não sei... parecia impossível!" Enquanto Seiya continua ali, desconcertado, no canto da sala, Seika observa tudo atentamente, segurando seu tablet. Seus olhos brilham por um breve segundo quando ela olha para os dados que acabara de analisar. Gráficos e números dançam na tela, confirmando algo que ela já suspeitava. Mas ao contrário dos outros, ela não demonstra surpresa. Seu rosto permanece calmo e sério, embora ela compreenda exatamente o que aconteceu. Seika:(baixinho, para si mesma, olhando para o irmão) "Então... finalmente se manifestou." Seiya, ainda sem compreender o que sentiu, se vira para Seika na multidão e, com um meio sorriso típico, diz: Seiya: (tentando disfarçar o que sentiu) "Viu só, Seika? Eu te disse. O 'maioral' nunca falha." Seika apenas sorri de volta, um sorriso discreto e enigmático, e dá um leve aceno de cabeça. Seika: "Claro. Como você disse, o maioral nunca falha." Seiya desce do ringue, ainda sentindo o corpo vibrar com os resquícios daquela estranha energia. Ele caminha lentamente, a respiração pesada, enquanto os espectadores ao redor ainda murmuram, surpresos com o que acabaram de presenciar. O organizador do evento, um homem baixo e corpulento, com uma expressão desconfiada e um charuto entre os dedos, se aproxima de Seiya. Organizador: (com o cenho franzido, entregando-lhe um envelope) "Tá aqui seu pagamento... Mas me diz uma coisa, garoto. Que diabos foi aquilo? Como você derrubou o Geki assim? Ninguém faz isso." Seiya, ainda sem entender completamente o que aconteceu, tenta manter a compostura. Ele pega o envelope e dá de ombros, tentando disfarçar o desconforto. Seiya:(com um sorriso irônico) "Adrenalina, meu amigo. Só a boa e velha adrenalina. Quando a coisa aperta, você faz o impossível, né?" O organizador o olha por alguns segundos, claramente desconfiado, mas acaba aceitando a explicação com um aceno de cabeça, antes de se afastar para cuidar de outros assuntos. Enquanto isso, do outro lado do galpão, Seika observa tudo com frieza. Seu tablet brilha na tela, exibindo gráficos que mostram os dados de Seiya durante a luta. Ela desliza os dedos pela tela, ampliando os picos de energia. Os dados claramente indicam algo anormal: um pico abrupto de força e velocidade durante o combate, seguido por uma queda gradual, mas não ao nível de antes. Mesmo depois do esforço, os indicadores de Seiya agora estão mais altos do que estavam no início. Seika: (pensativa, falando consigo mesma em um tom quase inaudível) "Interessante... o potencial está lá, mas ainda é instável. O que ativou isso?" Ela continua a analisar os dados, os olhos focados no tablet, enquanto Seiya se aproxima dela, ainda com aquele meio sorriso de sempre, inconsciente de que está sendo monitorado. Seiya:(com a voz levemente debochada) "Ei, Seika, já fez sua análise? Ou estava muito ocupada me assistindo dar um show?" Seika desliga a tela rapidamente, escondendo os gráficos e números, e olha para o irmão com seu olhar sério e contido. Seika: (sem revelar nada, com um tom neutro) "Sim, claro. Parece que você se saiu... bem." Seiya dá uma risada leve, sem notar o tom calculado nas palavras dela, apenas satisfeito com sua vitória. Seiya: "Bem? Eu fui incrível! Você viu aquele chute final? Eu disse que ia derrubar o gorila." Seika apenas observa o irmão por um momento, escondendo cuidadosamente qualquer traço de preocupação ou curiosidade. Para Seiya, aquilo foi apenas uma vitória suada, movida pela adrenalina. Mas para Seika, os dados revelavam algo muito mais profundo. Ele era a peça central de uma experiência que Seiya sequer sabia estar acontecendo. Seika: (com um leve sorriso, escondendo o que realmente sabe) "Sim, você foi... impressionante." Sem mais perguntas, Seiya segue para a saída, satisfeito com o resultado. Seika o segue de perto, mas por dentro, ela já estava planejando os próximos passos. Ela sabia que aquele pico de energia não foi coincidência. E ainda era cedo para informar seus empregadores. Editado Setembro 26 por Bysshe de Doppelgänger Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Bysshe de Doppelgänger 83 Postado Setembro 18 Autor Compartilhar Postado Setembro 18 Saint Seiya – Deuses entre nós Temporada 01 - Capítulo 02 – Sonhos Nos dias que se seguiram à luta contra Geki, Seiya treinou incansavelmente, como sempre. Golpeava o saco de pancadas, corria quilômetros e praticava suas combinações de Muay Thai, mas algo estava faltando. Ele tentava recriar a sensação da luta — aquela força estranha que havia percorrido seu corpo —, mas nada acontecia. O poder que o fez derrubar Geki não aparecia de novo, por mais que se esforçasse. Aquela experiência parecia algo distante, quase como se tivesse sido um sonho. Mas, à noite, os sonhos eram intensos. E começaram a se tornar mais nítidos e recorrentes. Seiya acordava no meio da madrugada, suado e com o coração disparado, sempre com a mesma imagem em sua mente: a forma etérea de um cavalo alado. A figura era imponente, feita de uma luz prateada que oscilava no horizonte de seus sonhos, como se estivesse esperando por ele, chamando-o para algum destino desconhecido. Nas primeiras noites após a luta, o cavalo era uma presença distante, apenas uma sombra no fundo de sua mente. Mas conforme os dias passavam, a imagem se tornava mais forte, mais próxima. Era como se cada vez que ele sonhasse com a criatura, ela estivesse mais perto de Seiya, mais real. Havia algo enigmático na figura — algo antigo e poderoso — que ele não conseguia entender, mas que o atraía, como se parte de sua alma estivesse conectada àquela visão. Em uma das noites, o sonho foi mais claro do que nunca. Ele estava em um campo vasto e vazio, o vento soprando em torno dele com um sussurro quase místico. Ao longe, o cavalo alado apareceu novamente. Dessa vez, ele não era apenas uma sombra no horizonte; ele vinha em sua direção, sua forma translúcida brilhando com intensidade, suas asas enormes batendo suavemente no ar. Quando a criatura se aproximou, seus olhos se encontraram com os de Seiya, e ele sentiu uma onda de energia correr por seu corpo — a mesma sensação que sentira na luta contra Geki. Cavalo Alado: (em um sussurro, profundo e poderoso): "Você é o escolhido... o que carrega o poder antigo. Acorde, Seiya." Acordando de repente, Seiya se senta na cama, respirando pesadamente. Seu corpo está encharcado de suor, e seu coração martela no peito. Ele olha para suas mãos, sentindo aquele estranho formigamento novamente, como se por um segundo a força estivesse retornando. Mas assim como no treino, a sensação desaparece tão rápido quanto chegou. Seiya: (sussurrando para si mesmo, tentando entender) "Que diabos... quem é esse cavalo alado? E o que isso tem a ver comigo?" Durante o dia, ele tentava ignorar os sonhos, concentrando-se nos treinos. Mas, por dentro, sabia que algo estava mudando. Havia uma conexão entre o que ele viu no ringue contra Geki e essas visões. Algo estava se manifestando dentro dele, algo além do que ele podia compreender. E a cada noite, o cavalo alado se aproximava mais, como se estivesse à espera de algo — talvez de um despertar completo. Na manhã seguinte, o sol mal havia nascido quando Seiya desceu para a cozinha. Seu corpo ainda estava tenso e sua mente, ocupada com os sonhos recorrentes que pareciam se intensificar a cada noite. Ele se serviu de uma tigela de cereal, mas o habitual apetite voraz estava ausente. Estava distraído, relembrando a visão do cavalo alado que lhe assombrava durante o sono. Seika já estava na mesa, como sempre, imersa em seu tablet, digitando algo em silêncio. Ela parecia alheia, concentrada nas informações que surgiam na tela. Mas, na realidade, estava muito ciente do que vinha acontecendo com Seiya. Ela vinha monitorando seus dados de forma discreta desde a luta contra Geki, analisando cada pequeno detalhe de suas flutuações físicas e energéticas. E mais do que isso, ela sabia que o que Seiya estava vivenciando não era coincidência. Mas, como sempre, guardava isso para si. Seiya se sentou à mesa, comendo devagar, seu olhar perdido no vazio. Seika, sem desviar os olhos do tablet, finalmente quebrou o silêncio. Seika: (com um tom casual, sem levantar os olhos) "Seiya, você deveria pegar leve nos treinos." Seiya franziu o cenho, surpreso pelo comentário fora de contexto, ainda mais vindo de Seika, que geralmente não se metia em seu regime de treinamento. Seiya: (arqueando uma sobrancelha) "Por quê? Acho que estou bem." Seika finalmente ergueu os olhos do tablet, seu olhar calmo e calculado fixo no irmão. Embora sua expressão fosse neutra, havia uma intenção clara por trás de suas palavras. Seika: "Pode ser um sinal de fadiga. O corpo humano tem limites, mesmo o seu. Esses sonhos que você anda tendo... pode ser apenas a mente exausta, nada mais." Seiya congelou por um momento. Ele não havia mencionado os sonhos para Seika, mas ela sabia. Claro que sabia. Ela sempre sabia mais do que deixava transparecer. Seiya: (tentando disfarçar sua surpresa, com um leve sorriso irônico) "Então você está me dizendo pra descansar mais? Isso é novo." Seika: (sem alterar o tom, mas observando-o atentamente) "Estou dizendo que talvez seu corpo esteja pedindo por isso. Os picos de adrenalina, o estresse da luta... tudo isso pode causar efeitos colaterais. Não é nada incomum." Seiya a olhou por um segundo mais, tentando ler além das palavras simples de sua irmã. Havia algo mais ali, ele podia sentir, mas como sempre, ela era impenetrável. Ele suspirou, dando de ombros. Seiya: "Talvez você esteja certa. Mas... esses sonhos são diferentes, Seika. Tem algo neles." Seika não respondeu imediatamente. Em vez disso, retornou ao tablet, com um ar de quem já sabia o que ele estava tentando dizer, mas optava por não aprofundar a conversa. Seika: (de forma evasiva, sem olhar para ele) "Sonhos são apenas respostas do cérebro para o que você viveu. Nada mais." Seiya ficou em silêncio por um momento, mas não se sentia convencido. Algo estava acontecendo, algo maior que simples fadiga. Ele sabia disso, mesmo que não conseguisse explicar. Seika, por outro lado, sabia exatamente o que estava acontecendo. O aumento no nível de energia de Seiya após a luta, os picos que ela vinha monitorando... tudo indicava uma mudança fisiológica significativa. Mas ela ainda não estava pronta para compartilhar isso com ele. Não ainda. Naquela noite, Seiya foi ao local das lutas, decidido a apenas assistir e tentar entender o que estava acontecendo com ele. Mesmo ainda inquieto pelos sonhos e pela estranha sensação de poder que experimentara na luta contra Geki, ele decidiu seguir o conselho de Seika e dar uma pausa nos treinos intensos, ao menos por uma noite. Seika, por sua vez, havia sido retida no laboratório da Corporação Graad com tarefas urgentes e não pôde acompanhá-lo, o que lhe dava algum espaço para refletir sem a observação constante da irmã. O galpão clandestino estava lotado como de costume. O cheiro de suor e fumaça pairava no ar, e as luzes de néon piscavam com irregularidade, dando ao local um ar de abandono e decadência. As arquibancadas improvisadas estavam cheias de espectadores barulhentos, prontos para mais uma noite de violência. Seiya encontrou um lugar afastado, perto de uma das vigas de aço enferrujadas que sustentavam o teto. Ali, ele tinha uma boa visão do ringue sem ser notado. Ele observava em silêncio enquanto os lutadores se aqueciam para o próximo confronto: Jabu, um lutador de Savate, com seu estilo elegante e calculado, contra Ban, um praticante de Sanda, o boxe chinês, conhecido por sua agressividade e técnica de luta corpo a corpo. Quando o sino tocou, Seiya cruzou os braços, interessado, mas sem muito entusiasmo. Ele conhecia Jabu de vista, um lutador conhecido por sua precisão e destreza, e Ban, um veterano que compensava com força bruta o que faltava em técnica refinada. A luta começou com Ban tentando assumir o controle, avançando com uma série de golpes rápidos, mas Jabu estava à altura do desafio. Com passos leves e rápidos, ele esquivava-se com facilidade, seus pés mal tocando o chão enquanto se movia. Cada vez que Ban avançava, Jabu o recebia com chutes longos e diretos, típicos do Savate, mirando as costelas e a cabeça, forçando Ban a recuar. Seiya: (pensando consigo mesmo, observando) "Jabu tá brincando com ele... como um gato com um rato." A luta continuou por alguns minutos, mas a vantagem de Jabu era óbvia desde o início. Ele dançava ao redor de Ban, frustrando-o com sua agilidade e precisão. Quando Ban tentou uma investida desesperada, Jabu o esperou, calculou o movimento, e então desferiu um chute lateral preciso no queixo de Ban. O impacto foi seco, e o público soltou um murmúrio de surpresa. Ban caiu no chão, atordoado. O árbitro começou a contagem, mas estava claro que a luta havia terminado. Jabu sequer havia suado. Ele andou ao redor do ringue, cumprimentando o público com um leve aceno, um sorriso de superioridade no rosto. Espectador 1: "Esse Jabu... o cara é uma máquina. Ban não teve chance." Espectador 2: "Ele não só venceu. Ele humilhou." Seiya observava tudo isso com um misto de admiração e desconforto. Jabu era habilidoso, sem dúvida. Mas algo naquela facilidade o irritava. Talvez porque, ao contrário de Jabu, ele não conseguia entender completamente o que estava acontecendo com seu próprio corpo. Talvez porque ele soubesse que, enquanto estava ali apenas como espectador, algo muito maior estava se desenrolando dentro dele — e ele ainda não sabia como lidar com isso. Enquanto Jabu saía do ringue vitorioso, Seiya sentiu aquele formigamento familiar nas mãos, mas, como nas outras vezes, desapareceu antes que ele pudesse entender o que significava. Jabu, com seu habitual ar de superioridade, desceu do ringue ainda envolvido pelos aplausos e murmúrios do público. Seu rosto mostrava o típico sorriso sarcástico de quem sabia que tinha vencido com facilidade, e seu olhar afiado percorreu o galpão até encontrar Seiya, encostado casualmente na viga de aço, observando tudo com aparente desinteresse. Com passos calculados, Jabu se aproximou, limpando o suor leve da testa com a mão enluvada. Havia algo de predatório em sua expressão — uma mistura de diversão e desprezo. Jabu: (com um sorriso irônico) "Seiya, Seiya... parece que você veio só pra assistir hoje. Sabia que era esperto. Mas da próxima vez que subir ali" — ele aponta de leve para o ringue — "não vai ter pico de adrenalina que te salve, como na sua última luta. Vou fazer com você o mesmo que fiz com o Ban. Fácil." Seiya, que até então observava o público dispersar, virou a cabeça lentamente em direção a Jabu, erguendo uma sobrancelha, mas sem desfazer a postura relaxada. Seiya: (com um sorriso de canto de boca, fingindo indiferença) "Pico de adrenalina, hein? Ah, é isso que você acha que aconteceu?" Jabu cruzou os braços, com o rosto ainda marcado por aquele sorriso de quem sabia mais do que falava. Jabu: "Claro. Não tem outro jeito de você ter vencido aquela luta. Foi sorte. Um momento. Mas na próxima, você não terá tanta sorte, Seiya. Eu vou te desmontar peça por peça. Vou fazer você cair de joelhos, como fiz com o Ban." Seiya deu uma risada curta e sem emoção, olhando brevemente para Jabu como quem mal se dá ao trabalho de prestar atenção. Ele descruza os braços, estica-se levemente como se estivesse entediado, e responde com a mesma ironia que sempre o acompanhava. Seiya: "Sabe, Jabu... esse seu estilo todo cheio de firulas, suas acrobacias e essa falação constante... me dá sono. Acho que só de ouvir você, já sinto que é hora de tirar uma soneca." Jabu estreitou os olhos, irritado com o desdém de Seiya, mas manteve o sorriso, tentando disfarçar a irritação crescente. Jabu: "Pode fazer piada o quanto quiser, Seiya. Mas quando estivermos lá em cima, vamos ver se você continua com esse sorrisinho." Seiya deu de ombros, voltando a encostar na viga, olhando para Jabu com aquela expressão despreocupada, o tom de voz carregado de provocação. Seiya: "Vamos ver. Mas por enquanto, vou aproveitar minha noite de descanso. Quem sabe eu não sonhe com algo mais interessante do que você." Jabu deu um último olhar afiado, percebendo que suas provocações não estavam surtindo o efeito desejado. Com um estalar de língua, ele se afastou, mas o clima no ar ficou denso, cheio de tensão. Seiya sabia que aquela troca não havia acabado ali. Logo, eles se enfrentariam no ringue, e apesar de sua postura tranquila, ele sentia que Jabu estava preparando algo. Enquanto o outro se distanciava, Seiya olhou para suas mãos novamente, tentando sentir algum resquício da energia que experimentara na luta contra Geki. Mas, como sempre, nada. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Bysshe de Doppelgänger 83 Postado Setembro 23 Autor Compartilhar Postado Setembro 23 Saint Seiya – Deuses entre nós Temporada 01 - Capítulo 03 – Percepções A noite da luta entre Seiya e Jabu chegou, e o clima no galpão clandestino estava carregado de tensão. As apostas estavam altas, e o público, cheio de expectativa, gritava o nome dos dois lutadores. Jabu, com seu estilo refinado de Savate e sua arrogância, era o favorito entre muitos. Seiya, por outro lado, trazia consigo o mistério da luta contra Geki e a curiosidade que cercava sua performance inesperada. O organizador da luta anunciou os combatentes com entusiasmo, e o público foi à loucura. Seiya entrou no ringue com seu habitual semblante relaxado, seus olhos escaneando o ambiente, sem demonstrar a mínima tensão. Ele sabia que Jabu era habilidoso, mas algo dentro dele o mantinha confiante, embora aquela estranha sensação de poder ainda não tivesse se manifestado novamente. Jabu, por sua vez, entrou com toda a pompa. Seu andar confiante, o sorriso presunçoso e os gestos exagerados provocavam a plateia. Ele sabia que era o centro das atenções e fazia questão de jogar com isso. Quando o sino tocou, a luta começou de forma intensa. Jabu abriu a trocação com sua tradicional sequência de chutes rápidos e precisos, típicos do Savate, mirando as pernas e o corpo de Seiya. Ele era rápido, ágil, e seus golpes pareciam medir cuidadosamente o oponente, mantendo uma leve vantagem no controle do ritmo. Jabu: (com um sorriso arrogante enquanto lança um chute alto) "Está cansado já, Seiya? Parece que o pico de adrenalina não veio te salvar hoje." Seiya, esquivando-se do golpe por pouco, deu uma risada curta, enquanto mantinha a guarda firme. Seiya:(com ironia) "Cansado? Nem comecei, Jabu. Mas, falando nisso... quando você vai fazer algo além de me mostrar essa coreografia de dança?" Os olhos de Jabu se estreitaram em irritação com o sarcasmo de Seiya. Ele avançou com uma série de chutes baixos, acertando a perna de Seiya, que recuou, sentindo a dor, mas sem perder a compostura. Jabu: "Eu vou te quebrar, Seiya. Cada golpe vai te lembrar de quem é o melhor lutador aqui." Os chutes de Jabu continuavam a acertar com precisão, controlando a distância e punindo cada avanço de Seiya. A luta estava equilibrada, mas Jabu, com sua técnica precisa e arrogância, mantinha uma leve vantagem. Ele sabia disso, e fazia questão de mostrar com cada golpe que desferia. Seiya, no entanto, se mantinha calmo. Ele bloqueava alguns golpes, recebia outros, mas em nenhum momento parecia preocupado. Sua respiração era controlada, e, mesmo com a leve desvantagem, ele respondia com a mesma ironia afiada de sempre. Seiya:(após bloquear um chute na costela) "Sabe, Jabu... eu esperava mais de você. Até agora, só estou vendo muito teatro." Jabu avançou novamente, agora mais agressivo, desferindo uma combinação de socos e chutes rápidos. Ele estava tentando encurralar Seiya, irritado com as provocações. Um chute lateral o atingiu no abdômen, fazendo-o perder o fôlego por um segundo. Jabu se aproximou, a expressão carregada de desprezo. Jabu: "Se isso é o melhor que você tem, Seiya, você vai acabar no chão em segundos. Sua sorte acabou." Seiya, ainda recuperando o fôlego, olhou para ele, o sorriso sempre presente. Seiya: "Lembra quando eu disse que você me dá sono? Pois é. Talvez você devesse tentar falar menos e lutar mais." O público ia ao delírio com a troca de provocações entre os dois lutadores. Jabu, sempre técnico e confiante, parecia ter a vantagem, mas Seiya se recusava a ceder, usando sua resiliência e espírito para se manter na luta. Com o tempo avançando e o suor escorrendo por seus rostos, ambos estavam visivelmente desgastados, mas a luta estava longe de acabar. Jabu tentava encerrar a batalha rapidamente, aumentando a agressividade de seus ataques, enquanto Seiya, com sua ironia constante, aguardava pacientemente o momento certo para contra-atacar. O equilíbrio entre técnica e determinação era claro, e a noite ainda prometia mais surpresas. À medida que a luta avançava, o ritmo frenético dos golpes de Jabu começava a perder impacto. Para a maioria dos espectadores, Jabu ainda mantinha o controle, desferindo seus chutes e socos com precisão mortal. No entanto, algo sutil estava acontecendo no corpo de Seiya — algo que passava despercebido aos olhos da multidão, mas não para ele. Seiya começou a se mover de forma diferente. Seus pés, antes pesados pelas sucessivas investidas de Jabu, agora pareciam ganhar leveza. Seu corpo, instintivamente, começava a se antecipar aos golpes do adversário. Era como se seus reflexos estivessem se aprimorando com o tempo, cada golpe de Jabu parecia mais lento, mais previsível. Jabu, por outro lado, continuava a atacar com arrogância, sem perceber que algo havia mudado. Ele tentava encurralar Seiya com chutes baixos, buscando derrubá-lo, mas a cada investida, Seiya se movia mais rápido. Desviava com facilidade crescente, bloqueava com precisão, e logo começou a contra-atacar com chutes que pegavam Jabu de surpresa. Jabu: (ofegante, com o olhar incrédulo) "O que... o que está acontecendo? Você estava acabando!" Seiya, agora com um sorriso ainda mais irônico, mantinha-se em silêncio, concentrado. Ele sentia algo estranho, uma energia fluindo por seus músculos, algo que ele não entendia completamente, mas que o fazia se mover de forma quase automática. Sua percepção dos golpes de Jabu estava tão clara que era como se ele visse o ataque antes mesmo de ser desferido. Para o público, a luta parecia estar virando lentamente. Alguns notavam que Seiya estava resistindo mais do que o esperado, mas ninguém conseguia enxergar a aura que emanava de seu corpo. Era algo discreto, uma leve luz incandescente, como um calor invisível que vibrava ao seu redor. Jabu: (agora irritado, tentando manter a superioridade) "Você acha que pode me vencer assim? Isso é apenas sorte... nada além disso!" Seiya finalmente decidiu responder, desviando de um soco com facilidade e contra-atacando com um chute que acertou o flanco de Jabu, fazendo-o cambalear para o lado. Seiya: (com um leve sorriso, sem se importar com o desespero de Jabu) "Se isso é sorte, então você está com muito azar." Jabu tentou uma última ofensiva, avançando com raiva, suas mãos em punhos, mirando o rosto de Seiya. Mas antes que pudesse sequer acertar o golpe, Seiya já havia se movido para o lado, antecipando o ataque com uma velocidade impressionante. Com uma precisão letal, Seiya desferiu um chute giratório que acertou Jabu na lateral do rosto, fazendo-o perder o equilíbrio. A plateia soltou um grito de surpresa quando Jabu foi ao chão com o impacto, seu corpo caindo pesado sobre a lona do ringue. O silêncio momentâneo no galpão foi quebrado pelo som abafado do corpo de Jabu atingindo o chão. O árbitro começou a contagem, mas a expressão no rosto de Jabu indicava que ele não se levantaria tão cedo. Seiya: (sussurrando para si mesmo, enquanto olhava Jabu caído) "Talvez você precise de mais do que palavras da próxima vez." Enquanto o árbitro contava, Seiya permaneceu ali, respirando com calma, sentindo aquela estranha energia ainda pulsando em seu corpo. Ele olhou para suas próprias mãos por um breve momento, a luz incandescente ainda vagamente presente ao seu redor, quase imperceptível. Ninguém na plateia parecia notar, mas Seiya sabia que algo estava diferente. Ele estava mudando — e aquilo, o que quer que fosse, ainda não havia mostrado toda a sua força. O árbitro finalmente anunciou o fim da luta. Jabu estava derrotado, e a multidão explodiu em aplausos e gritos, surpresa pela reviravolta. Seiya, no entanto, não se importava com a vitória ou com a fama. Ele olhou em volta por um momento, com a mesma ironia no rosto, mas por dentro sabia que a verdadeira batalha ainda estava por vir. Espalhadas pelo galpão clandestino, pequenas câmeras ocultas registravam cada movimento de Seiya e Jabu. Estavam estrategicamente posicionadas entre as vigas enferrujadas, nas colunas sujas e até no teto baixo, observando tudo, sem que os participantes ou o público sequer desconfiassem de sua presença. Em um local distante, isolado do caos e da multidão, uma sala escura era iluminada apenas pelas luzes de diversos monitores. A mulher sentada diante deles parecia imersa na observação, mesmo que seus olhos não captassem a imagem das telas. Seus cabelos castanhos curtos moldavam um rosto marcado por cicatrizes finas e profundas ao redor dos olhos, resultado de um passado enigmático. Ela era cega, e, no entanto, observava tudo com precisão incomum. Apesar da escuridão em sua visão física, seus outros sentidos a guiavam de forma quase sobrenatural. De alguma maneira, ela "via" cada detalhe transmitido pelas câmeras. O monitor à sua frente focava o momento em que Seiya derrotava Jabu, seu corpo irradiando aquela leve aura incandescente, imperceptível para os outros. Mas para ela, aquilo era claro como o dia. Mulher: (sussurrando para si mesma, com um leve sorriso de curiosidade) "Interessante... muito interessante." Seus dedos, finos e ágeis, deslizaram suavemente pelo console à sua frente, ajustando o ângulo das câmeras, observando Seiya sair do ringue enquanto a multidão ainda aplaudia, inconsciente do que realmente havia acontecido ali. Ela inclinou levemente a cabeça, como se pudesse sentir a energia que Seiya havia liberado. Algo incomum estava acontecendo com aquele lutador, e isso capturava completamente sua atenção. Para a maioria, o que Seiya fizera seria considerado apenas uma habilidade surpreendente. Para ela, no entanto, era muito mais do que isso. Era um poder latente, uma força oculta que ela reconhecia. Mulher: (com um sorriso enigmático) "Então é assim que tudo começa." Ela ficou em silêncio por um momento, contemplando o que vira, seus lábios formando um leve sorriso, como se já estivesse três passos à frente de tudo que se desenrolaria. As cicatrizes ao redor de seus olhos se moviam com suas expressões, enquanto ela considerava as próximas ações. Com um leve movimento da mão, ela desligou os monitores e se levantou. A noite estava apenas começando. Algumas noites antes, durante a intensa luta entre Seiya e Geki, a mulher de cabelos castanhos curtos estava absorta, imersa nas notícias de destaque do mundo. Sentada em sua sala isolada, cercada por monitores, ela analisava eventos geopolíticos e conflitos que moldavam o destino de nações. Seu rosto, frio e inexpressivo, não demonstrava interesse genuíno, apenas um habitual cumprimento de seus deveres. Então, de repente, algo percorreu seu corpo — uma sensação quase elétrica, poderosa e incomum. Um arrepio que não era físico, mas algo muito mais profundo, como se uma força antiga estivesse se despertando. Ela congelou por um instante, seus sentidos apurados captando algo além da percepção humana. Seu coração acelerou levemente, mas o que mais a impactou foi a certeza que veio em seguida: alguém havia despertado o Cosmo. Ela se levantou lentamente da cadeira, deslizando os dedos por suas cicatrizes ao redor dos olhos, como se tentasse focalizar algo que não estava presente no plano físico. A fonte daquele poder estava próxima, e ela precisava descobrir quem era. Na sombra de um canto mal iluminado da sala, um jovem de cabelos negros e pele bronzeada observava em silêncio. Ele era Nachi, um rapaz de origem árabe, leal e sempre à disposição dela. Seus olhos escuros estavam fixos na mulher, aguardando qualquer instrução. A mulher caminhou até ele, com passos silenciosos e medidos. Em sua mão, ela segurava um pequeno pedaço de papel, no qual havia anotado um endereço. Ela parou diante de Nachi, estendendo o papel com calma, sua expressão séria, mas determinada. Mulher: (com voz baixa, mas firme) "Encontre este lugar. Quero câmeras instaladas. Não podem ser descobertas." Nachi pegou o papel sem questionar, seus olhos passando rapidamente sobre o endereço antes de guardá-lo em seu bolso. Ele sabia o que tinha que fazer. O olhar da mulher era suficiente para compreender a importância da tarefa. Nachi: (sem levantar os olhos) "Vou cuidar disso imediatamente." A mulher permaneceu em silêncio por alguns segundos, seus pensamentos pareciam vagar novamente, como se estivesse conectada a algo além daquela sala. Ela não se importava com o tempo ou os detalhes operacionais, mas sua obsessão estava clara: descobrir quem era o responsável por aquele despertar do Cosmo. Antes que Nachi pudesse sair, ela falou novamente, desta vez com uma leve hesitação, o único sinal de vulnerabilidade. Mulher: "Se alguém o encontrar... se alguém perguntar, não diga nada sobre mim. Mas traga-me todas as respostas que puder." Nachi assentiu, sem questionar, e se retirou da sala com passos leves e calculados. Enquanto ele desaparecia na escuridão do corredor, a mulher voltou sua atenção para os monitores, onde as imagens de lutas passadas desfilavam na tela. Ela sabia que a noite da luta entre Seiya e Geki havia sido o momento do despertar. A sensação ainda estava gravada em sua memória, como uma marca indelével. O Cosmo foi despertado, e quem quer que fosse, seria interessante descobrir se poderia ser útil para seus planos futuros. Ela só precisava encontrar esse indivíduo antes que outros o fizessem. Com um sorriso enigmático e frio, a mulher desligou as telas que mostravam o noticiário, seus pensamentos já muito além das manchetes do mundo. De volta ao presente, Nachi, que sempre permanecera nas sombras, finalmente quebrou o silêncio na sala escura. As telas à sua volta ainda piscavam com as imagens das câmeras ocultas, mostrando o galpão e Seiya saindo do ringue após sua vitória sobre Jabu. A tensão estava no ar, mas Nachi, sentado no mesmo canto de antes, tinha uma pergunta que o perseguia há tempos. Ele observava a mulher de cicatrizes profundas ao redor dos olhos, com curiosidade. Mesmo cega, ela parecia perceber e saber mais do que qualquer um que ele já conhecera. Ele a respeitava, mas a inquietação dentro dele finalmente se manifestou. Nachi: (com a voz baixa, hesitante, mas determinada) "Marin... um dia você vai me dizer como consegue ‘ver’?" Marin permaneceu em silêncio por um instante, seus dedos deslizando calmamente pelo teclado à sua frente, como se estivesse absorvendo cada detalhe das imagens que passavam nas telas. Ela não parecia perturbada pela pergunta de Nachi, mas seu rosto mostrava um leve indício de reflexão. Sem desviar a cabeça, ela finalmente respondeu, com uma voz tranquila e enigmática, carregada de experiências do passado que Nachi não conseguia imaginar. Marin: (com um leve sorriso) "Eu tive bons mestres." Nachi franziu o cenho, sem saber se aquela resposta enigmática era tudo que obteria dela. Ele sabia que Marin não gostava de falar sobre seu passado, sobre as cicatrizes em seus olhos ou sobre o que a tornava tão especial. Mas "bons mestres" não parecia suficiente para saciar sua curiosidade. Nachi: (tentando insistir, mas mantendo o respeito) "Eles... ensinaram você a ver o que ninguém mais pode? Ou... é algo mais?" Marin, ainda de costas para ele, manteve o tom calmo, mas desta vez com um toque de ironia em sua voz, como se apreciasse a curiosidade de Nachi, mas não estivesse pronta para revelar tudo. Marin: "Algumas coisas, Nachi, você não aprende apenas com os olhos. O verdadeiro poder... vem de entender o que está além deles." Ela se levantou lentamente da cadeira, as cicatrizes em torno dos olhos parecendo brilhar à luz suave dos monitores. Marin caminhou até uma das telas, onde Seiya aparecia, ainda cercado pelo público após sua vitória. Seu rosto refletia tanto fascínio quanto controle. Marin: "E, eventualmente, você também terá seus próprios mestres. Se estiver preparado para o que isso realmente significa." Nachi observava em silêncio, ainda intrigado, mas ciente de que essa era uma resposta tão próxima da verdade quanto Marin lhe permitiria chegar por enquanto. Ele sabia que, no tempo certo, descobriria mais. E, até lá, sua lealdade permanecia inabalável. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Bysshe de Doppelgänger 83 Postado Setembro 25 Autor Compartilhar Postado Setembro 25 Saint Seiya – Deuses entre nós Temporada 01 - Capítulo 04 – Especulações No ambiente clínico e meticulosamente organizado dos corredores da área de pesquisa da Corporação Graad, Seika e sua assistente, Heidi, se encontravam em um dos locais mais restritos e fascinantes do laboratório. As paredes eram revestidas com painéis metálicos e o chão brilhava com um acabamento liso e polido. As luzes fluorescentes proporcionavam uma iluminação clara e fria, refletindo a precisão e a ordem que o local exigia. Seika, com sua postura ereta e expressão pensativa, estava de frente para uma grande janela de vidro que separava o corredor da sala de pesquisa. Do outro lado do vidro, um objeto de estudos estava centralizado sobre uma mesa de aço inoxidável. O objeto era um anel dourado, simples e sem qualquer inscrição visível. Seu brilho metálico contrastava com o ambiente austero e clínico da sala. Seika: (olhando fixamente para o anel, com um tom de frustração contida) "Esse anel... foi trazido por Mitsumasa Kido há anos. Desde então, nossa equipe tentou de tudo para decifrar seu significado. Mas ainda estamos no escuro." Heidi, uma jovem alemã com cabelos loiros e uma atitude dedicada, estava ao lado de Seika, observando o anel com um olhar de curiosidade e preocupação. Ela já estava acostumada com a complexidade dos estudos da Corporação, mas o mistério desse anel parecia particularmente intrigante. Heidi: (com um tom de dúvida) "E o que sabemos sobre ele até agora? Há alguma nova teoria ou descoberta que possamos considerar?" Seika suspirou, uma mistura de cansaço e determinação em seus olhos. Ela parecia profundamente absorvida pelo mistério do anel, como se ele fosse uma peça fundamental de um quebra-cabeça maior. Seika: "Até o momento, nada concreto. O anel foi datado como originário da Grécia antiga e Kido era obcecado por ele antes de sua morte. Sabemos que ele não tem inscrições visíveis e suas propriedades físicas são comuns para um anel de ouro. O que nos intriga é o que ele representa e por que Kido estava tão interessado." Ela se virou para Heidi, seus olhos fixos e sérios, revelando a profundidade de sua frustração. Seika: "O que Kido sabia ou descobriu antes de sua morte pode ser a chave para entender isso. No entanto, sem mais informações, continuamos a trabalhar no escuro. As análises recentes não mostraram nada além do que já sabíamos." Heidi fez uma pausa, refletindo sobre a situação. Ela sabia que a Corporação Graad investia muito em pesquisas de artefatos antigos e que o anel poderia ter uma importância maior do que inicialmente parecia. Heidi: "Talvez precisemos considerar métodos de análise alternativos ou até consultar especialistas externos. Pode haver algo que não conseguimos perceber até agora." Seika balançou a cabeça em concordância, apreciando a sugestão prática de Heidi. A frustração estava presente, mas ela sabia que o progresso às vezes exigia novas abordagens. Seika: "Sim, pode ser uma boa ideia. Vou pensar em alternativas e ver se podemos trazer novas perspectivas para a análise. Precisamos descobrir o que Kido sabia e por que esse anel é tão significativo." Enquanto a conversa se desenrolava, a atmosfera na sala de pesquisa permanecia carregada de um senso de urgência e mistério. O anel dourado continuava a brilhar sob as luzes, um enigma silencioso que desafiava a compreensão de todos que o estudavam. Seika e sua equipe estavam determinados a revelar o segredo por trás dele, cientes de que a verdade, quando descoberta, poderia ter implicações muito maiores do que poderiam imaginar. Sozinha em sua sala, Seika sentou-se à sua mesa, que estava organizada com meticulosidade. Pilhas de documentos, relatórios e análises estavam dispostos de maneira ordenada, mas sua mente estava longe do trabalho rotineiro. Ela não olhava para os papéis; seus pensamentos estavam voltados para o anel dourado que estava no laboratório. A sala estava imersa em uma luz suave, proveniente de uma lâmpada de mesa que lançava um brilho morno sobre a superfície de madeira polida. A atmosfera era silenciosa, exceto pelo leve zumbido do ar condicionado, que preenchia o fundo da sala com um som constante e monótono. Seika estava visivelmente pensativa, com o olhar distante e perdido em suas próprias reflexões. Ela se lembrou do anel de bronze que Seiya usava, uma simples bijuteria adquirida na Grécia, durante férias de sua família há muitos anos. O anel dourado no laboratório era idêntico em forma e tamanho, mas com uma diferença crucial: enquanto o de Seiya era de bronze, o do laboratório era de ouro. Esse detalhe fazia parte de um mistério maior que Seika mantinha em segredo. Seika sabia exatamente o que ambos os anéis representavam. O segredo dos anéis era vital para seus próprios planos, planos que ela mantinha em segredo absoluto. Ela tinha seus próprios objetivos e intenções, e sabia que levaria tempo para alcançar o que pretendia. Ela havia decidido que o melhor caminho era avançar lentamente, mantendo tudo sob controle e evitando qualquer ação precipitada. Seika: (pensando para si mesma, com uma voz interna cheia de determinação) "Eu tenho que manter isso em segredo. Ninguém pode saber o que eu realmente estou fazendo. O que os outros acreditam ser um simples artefato é na verdade a chave para algo muito maior. E Seiya... ele faz parte desse plano, mesmo que ele ainda não saiba." Ela se levantou lentamente, seus movimentos eram calculados e precisos. Caminhou até a janela, olhando para o laboratório onde o anel dourado estava guardado. A luz do sol entrava pela janela, iluminando a sala com um brilho suave, mas sua mente estava em uma escuridão estratégica, planejando o futuro. Seika: (sussurrando para si mesma) "Eu tenho que manter tudo em sigilo. Cada passo deve ser dado com cuidado. É a única forma de garantir que meus planos se realizem conforme o planejado." Seika sentiu um frio na espinha ao considerar a complexidade de seus próprios objetivos. Ela sabia que a verdade sobre os anéis e suas intenções era algo que deveria ser guardado a sete chaves, e que qualquer erro poderia comprometer tudo o que havia planejado. Ela se sentou novamente à mesa, pegou um dos relatórios e começou a revisar os detalhes meticulosos de sua pesquisa, sua mente ainda girando em torno do mistério dos anéis e do papel de Seiya nesse grande esquema. Sabia que o tempo estava ao seu lado, e que, ao avançar com cautela, poderia finalmente revelar o segredo que havia guardado com tanto zelo. Enquanto Seiya treinava no galpão onde aconteciam as lutas clandestinas, o ambiente estava carregado de uma energia intensa. O som dos socos e chutes ecoava pelas paredes, misturado com o estalo do impacto contra os sacos de areia e o murmúrio dos espectadores que aguardavam ansiosos pela próxima luta. A iluminação fraca e a atmosfera suja do lugar davam um tom de urgência e tensão ao treinamento. O responsável por agendar as lutas, um homem de meia-idade com uma expressão austera e um olhar atento, estava observando Seiya de um canto do espaço de treino. Ele era o tipo de pessoa que sempre estava envolvida em todos os detalhes operacionais e tinha uma reputação de ser meticuloso e direto. Às vezes, ele parecia ser o único que conseguia manter a ordem em um local que frequentemente mergulhava na desordem. Ao ver Seiya em ação, o responsável se aproximou com uma postura firme. Ele tinha uma expressão de ceticismo, como se algo o estivesse incomodando. Após um momento de silêncio, interrompeu o treino de Seiya com uma pergunta direta, claramente preocupada com a legalidade e a ética das suas habilidades. Responsável: (com um tom grave e um olhar penetrante) "Seiya, preciso te perguntar uma coisa. Está usando algum tipo de anabolizante ou substância para melhorar o desempenho? Algumas coisas não estão batendo com o que costumamos ver." Seiya parou, respirando pesadamente, e olhou para o responsável com um misto de surpresa e irritação. Ele estava suado e ofegante, mas ainda mantinha uma postura confiante. Seu treino havia sido intenso e ele estava se sentindo no auge de sua forma física. Seiya: (com um sorriso irônico e um tom desafiador) "Anabolizantes? Sério? Estou apenas treinando duro e focado. O que você vê é resultado de suor e esforço." Ele limpou o suor da testa com uma toalha e olhou diretamente para o responsável, sua expressão mostrando que estava mais ofendido do que realmente preocupado. Ele conhecia bem as implicações de tal acusação e estava decidido a afastar qualquer dúvida que pudesse pairar sobre sua reputação. Seiya: "Se você está achando que preciso de algum tipo de ajuda química para vencer, está muito enganado. Tudo o que faço é no esforço e na técnica. Se você tem dúvidas, posso até fazer exames, se isso te ajudar a dormir melhor à noite." O responsável franziu a testa, claramente não satisfeito com a resposta de Seiya. Mas ele não tinha mais perguntas prontas e sabia que implicar mais poderia criar problemas desnecessários. Ele ainda estava preocupado com a possibilidade de doping, mas Seiya parecia ter uma confiança e uma atitude que dificultavam qualquer acusação direta. Responsável: (com um tom de desconfiança, mas sem mais insistir) "Tudo bem, Seiya. Apenas continue se mantendo limpo. Não queremos problemas. O que importa é o que você mostra no ringue." Seiya acenou com a cabeça, voltando ao seu treino com um olhar determinado. O responsável se afastou, ainda com uma expressão de preocupação, mas claramente decidido a monitorar a situação de perto. O responsável observou Seiya com um olhar de avaliação, ainda um pouco cético, mas reconhecendo o evidente domínio que o lutador tinha. A intensidade e a habilidade de Seiya no treino não podiam ser ignoradas. Com um gesto ponderado, o responsável deu um passo para trás, seu tom de voz mudando para um mais sério e contemplativo. Responsável: (com um tom de reflexão e um leve sorriso) "Olha, Seiya, vou ser direto. Você está muito acima do nível dos demais aqui. Se você realmente não está usando anabolizantes, então há algo mais em você que não vemos todos os dias." Ele fez uma pausa, avaliando Seiya com uma expressão que misturava curiosidade e respeito. Parecia que ele estava ponderando as implicações do que estava prestes a dizer. Responsável: "Se está interessado, há um lugar que pode ser o que você procura. É um circuito de lutas mais restrito, com competidores que realmente podem oferecer um desafio à altura do seu nível. É onde você pode encontrar adversários que exigirão o máximo de você. Se está pronto para isso, talvez seja o próximo passo." Seiya, que estava se alongando e preparando para continuar seu treino, parou para ouvir. O tom de desafio e a menção a adversários mais formidáveis capturaram seu interesse. Seu olhar se endureceu, mostrando uma combinação de curiosidade e determinação. Seiya: (com um tom intrigado) "Um circuito de lutas mais restrito, hein? E o que exatamente envolve esse lugar? Quem são esses competidores?" O responsável fez uma expressão de ponderação antes de responder, como se estivesse considerando o quanto revelar sobre esse circuito de lutas. Responsável: "É um circuito de elite, não é algo que você encontra facilmente. A competição lá é severa, com lutadores que são os melhores de diferentes partes do mundo. Não é apenas um teste de habilidades, mas também de resistência mental e física. Se estiver disposto a procurar, posso te dar alguns detalhes. Mas tenha em mente, é um nível completamente diferente do que você está acostumado." Seiya ponderou sobre a oferta, seus olhos mostrando um brilho de determinação e interesse. A perspectiva de um novo desafio, algo que o forçaria a ultrapassar seus limites, era algo que o atraía. Seiya: "Eu estou interessado. Me diga o que preciso saber para entrar nesse circuito. Se há um desafio maior lá fora, estou pronto para enfrentá-lo." O responsável assentiu, satisfeito com a resposta de Seiya e pronto para fornecer mais informações. Ele percebeu que havia encontrado alguém com a ambição e a habilidade para se destacar, e estava disposto a ajudá-lo a seguir para o próximo nível. Responsável: "Ótimo. Vou providenciar os detalhes para você. Prepare-se para uma nova fase, então. A competição lá será intensa, mas se você tem o que é preciso, pode muito bem se destacar." Com um aceno de cabeça, o responsável começou a se afastar, sua expressão agora mostrando um misto de satisfação e expectativa. Seiya voltou a se concentrar no treino, agora mais motivado do que nunca. O novo desafio que se aproximava prometia não apenas testar suas habilidades, mas também levar sua determinação e esforço a novas alturas. Alguns dias depois, Seiya foi conduzido até um local que parecia ter sido transformado para acomodar lutas ainda mais brutais do que aquelas que ele havia enfrentado anteriormente. O lugar era um armazém ainda mais escuro e desolado do que o galpão das lutas anteriores, com o cheiro de ferro e suor pairando no ar. A iluminação era fraca e esporádica, criando sombras ameaçadoras nas paredes. No centro do espaço, uma plataforma elevada servia como ringue, e o ambiente estava repleto de espectadores e lutadores que pareciam estar em um estado constante de tensão e expectativa. As paredes estavam cobertas de grafites e slogans agressivos, refletindo a natureza dura do local. O responsável por esse novo circuito de lutas era um gigante chamado Dócrates. Sua presença dominava o ambiente, com seu corpo musculoso e imponente. Vestia roupas escuras e tinha um olhar arrogante que parecia desdenhar qualquer um que não estivesse à altura de seu próprio padrão. Ele era o tipo de figura que irradiava uma combinação de poder e desprezo, e se movia com uma confiança que desafiava qualquer um a questionar sua autoridade. Quando Seiya entrou no local, Dócrates estava em pé ao lado do ringue, observando-o com um olhar de desdém. Ao perceber a chegada de Seiya, ele se aproximou, cruzando os braços e encarando o novo desafiante com uma expressão de superioridade. Dócrates: (com um tom de desdém e uma risada baixa) "Então você é o novo recruta. Veja bem, esse lugar é para homens, não para moleques que acham que podem se destacar sem suar a camisa. Aqui, a competição é real." Seiya, com uma postura relaxada e um olhar que misturava curiosidade e ironia, olhou ao redor do local. Apesar da atitude de Dócrates, ele percebeu que o lugar não era exatamente o paraíso dos lutadores que se pretendia ser. Os presentes pareciam mais temerosos do que inspiradores. Seiya: (com um sorriso irônico) "Interessante... Não vejo muitos homens aqui, só uma coleção de tipos duvidosos. Mas talvez eu esteja perdendo alguma coisa." Dócrates franziu a testa, seu olhar se tornando mais duro ao ouvir a provocação de Seiya. Ele não estava habituado a ser desafiado, especialmente por alguém que acabara de chegar. Seu tom tornou-se mais ameaçador e carregado de um desejo de mostrar a Seiya seu lugar. Dócrates: "Você pode achar engraçado agora, mas logo vai cair na real. Este lugar não é brincadeira, e se acha que vai entrar aqui e fazer o que quiser, está muito enganado. Os verdadeiros desafios estão aqui, e se não estiver preparado, vai descobrir da pior forma possível." Seiya permaneceu calmo, sem deixar que a hostilidade de Dócrates afetasse sua atitude. Ele sabia que as palavras eram apenas uma parte do jogo, e estava mais interessado em provar seu valor do que em entrar em uma troca de provocações. Seiya: "Estou aqui para lutar, não para discutir. Vamos ver se você pode fazer mais do que apenas falar. Estou pronto para qualquer coisa que você tenha para me mostrar." Dócrates deu um sorriso sarcástico, claramente satisfeito por ter um novo alvo para sua frustração. Ele deu um passo para trás, sua expressão agora era de um misto de divertimento e expectativa. Ele sabia que o verdadeiro teste de Seiya ainda estava por vir, e estava ansioso para ver como o novato se comportaria em meio à dura competição que ele havia prometido. Dócrates: "Ótimo, assim gosto de ver. Prepare-se, Seiya. Aqui, palavras não valem nada. É a ação que define quem realmente tem o que é preciso." Seiya deu um leve aceno de cabeça, mantendo sua confiança firme. Ele estava pronto para o desafio, e sabia que, para avançar, teria que enfrentar não apenas os adversários no ringue, mas também as expectativas e hostilidades que vinham com eles. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Bysshe de Doppelgänger 83 Postado Outubro 1 Autor Compartilhar Postado Outubro 1 Saint Seiya – Deuses entre nós Temporada 01 - Capítulo 05 – Veneno No apartamento simples que dividiam, Seiya e Seika estavam sentados à mesa de jantar. A luz suave da noite entrava pela janela, criando uma atmosfera tranquila, mas havia uma tensão sutil no ar. Seika, sempre séria e focada, olhava para os dados que analisava em seu tablet, enquanto Seiya parecia inquieto, se preparando para uma conversa que sabia que não seria fácil. Ele finalmente quebrou o silêncio, recostando-se na cadeira com um olhar confiante. Seiya: "Seika, tem algo que preciso te contar." Ela ergueu os olhos, ainda com a expressão neutra, esperando que ele continuasse. Seika era sempre a mais prática e analítica dos dois, e ele sabia que sua irmã não reagiria bem à notícia que estava prestes a dar. Seiya: "Vou entrar em um novo circuito de lutas. Um lugar diferente. Elite, eles chamam. Só os melhores lutam lá." Seika manteve o olhar fixo nele por um momento, absorvendo a informação. Sua postura permaneceu rígida, mas ele notou o leve estreitar dos olhos, um sinal de que ela estava avaliando a situação. Seika: (em um tom sério, controlado) "Um novo circuito? De lutas ainda mais perigosas, é isso?" Ela colocou o tablet de lado, claramente ciente de que a conversa exigia mais atenção do que o habitual. Seika tinha suas próprias preocupações em relação às atividades de Seiya, especialmente após os eventos estranhos que começaram a acontecer com ele. Seiya: (com um sorriso meio sarcástico) "Sim, mais perigoso. Mas também mais interessante. São os melhores lutadores, Seika. Não vou ficar lutando contra amadores para sempre. Preciso de um desafio de verdade." Seika franziu a testa, seu olhar sério se intensificando. Ela sempre suspeitara que Seiya fosse impulsivo, mas dessa vez parecia diferente. Ela sabia que ele era talentoso, mas o que mais a preocupava eram as mudanças que vinha observando nos dados durante suas últimas lutas. Seika: "Você nem imagina o que pode estar enfrentando lá. Seiya, os seus dados estão mudando, há algo mais acontecendo com você. Não sei se percebe, mas isso pode ser perigoso." Seiya riu, tentando afastar a preocupação da irmã. Ele sempre tinha uma maneira de lidar com o medo, transformando-o em humor e arrogância. Seiya: (com ironia) "Ah, dados, dados. Você e seus números. O que eu sinto é simples: estou ficando mais forte. E isso não é perigoso, é exatamente o que eu quero. Sabe, você deveria parar de se preocupar tanto. Vai acabar ficando com rugas antes do tempo." Seika permaneceu séria, ignorando a tentativa de Seiya de amenizar a situação. Ela sabia que seu irmão tinha um talento nato para a luta, mas o que a preocupava era o que estava por trás desse "talento". Ela não podia contar tudo a ele. Não ainda. Seika: "Isso não é brincadeira, Seiya. Só... pegue leve. Eu sei que você se acha invencível, mas há coisas que você ainda não entende." Seiya deu de ombros, claramente não disposto a se aprofundar nas preocupações da irmã. Ele se levantou, dando um sorriso provocador enquanto se aproximava da porta. Seiya: "Eu sempre pego leve, Seika. Não se preocupe tanto. Vou vencer esse circuito, como sempre. E quando eu voltar, vou te mostrar que estava certa em não se preocupar." Seika suspirou, vendo-o sair com a mesma confiança de sempre. Ela sabia que Seiya estava se aventurando em algo muito maior do que ele imaginava. E enquanto ele continuava sua jornada, ela manteria os olhos nele, observando, e esperando o momento certo para agir. O novo circuito era uma visão sombria e brutal. A arena estava envolta em uma atmosfera de tensão, com luzes fortes projetando sombras longas e distorcidas. As grades de metal cercavam o ringue, dando àquele espaço um ar quase de confinamento. Ao redor, os espectadores murmuravam entre si, animados pela expectativa do próximo confronto. Entre eles, Seika estava sentada, com o olhar atento e focado em Seiya. Seiya subiu no ringue com a confiança de sempre. Seu adversário não parecia ser grande coisa. Era um homem de aparência comum, talvez até um pouco franzino, sem a musculatura exagerada dos outros competidores. Para Seiya, aquilo seria rápido. Seiya: (com um sorriso arrogante) "Vai ser rápido. Espero que você tenha treinado mais do que parece." O adversário não respondeu. Seu rosto era inexpressivo, seus olhos apenas observando Seiya com um foco frio. A luta começou, e Seiya decidiu não perder tempo. Ele se moveu rápido, ágil como sempre, e logo desferiu um chute lateral com toda a sua força, mirando no torso do oponente. O golpe foi preciso, a força do impacto ecoou no ringue, e por um momento, parecia que a luta já estava decidida. Mas o adversário nem se mexeu. Seiya arregalou os olhos por um breve instante. O chute que normalmente derrubaria qualquer oponente não teve efeito. O homem havia simplesmente absorvido o golpe sem recuar um centímetro. Pior ainda, ele pegou a perna de Seiya com uma facilidade assustadora. Seiya: (surpreso e tentando se desvencilhar) "O que—?" Antes que pudesse reagir, o adversário, com uma força descomunal, ergueu Seiya pelo tornozelo e o lançou contra as grades do ringue como se ele fosse um boneco de pano. O som metálico reverberou pela arena quando o corpo de Seiya colidiu violentamente com as barras, fazendo o público soltar murmúrios de choque e surpresa. Seiya caiu de joelhos, tentando recuperar o fôlego, a dor irradiando por seu corpo. Ele olhou para o adversário, que ainda o observava com aquela mesma expressão inabalável, sem mostrar sinais de esforço ou exaustão. Na plateia, Seika observava com seus olhos sempre analíticos. Mesmo sob pressão, sua mente trabalhava rapidamente, analisando a situação. Aquele adversário não parecia possuir habilidades especiais à primeira vista, mas sua força e resistência eram incomuns, especialmente para alguém que aparentemente era uma pessoa comum. Ela sabia que Seiya era mais forte do que a maioria, mas também sabia que ele subestimara seu oponente. Seika: (pensando para si mesma) "Não é uma questão de força bruta... há algo mais acontecendo aqui. Aquele homem não deveria ser capaz de fazer isso." No ringue, Seiya se levantou, um pouco atordoado, mas ainda com a confiança intacta, embora agora misturada com cautela. Ele massageou o ombro dolorido e lançou um olhar irritado para o adversário. Seiya: (com uma risada forçada, tentando disfarçar a dor) "Ok, você tem um bom braço. Mas vamos ver se consegue manter isso por muito tempo." Seiya respirou fundo, seus músculos ainda tensos após o impacto contra as grades. Ele sabia que subestimara seu oponente, e agora a única saída era usar toda a sua habilidade. Um ataque não bastaria. Precisava ir além, romper a barreira da força descomunal e resistência daquele homem. Com os olhos fixos no adversário, Seiya avançou, a velocidade em seus movimentos crescendo rapidamente. Ele desferiu uma sequência de socos e chutes com uma agilidade impressionante, seu corpo se movendo em um ritmo quase impossível de acompanhar. O som de cada golpe cortava o ar, e embora o adversário tentasse bloquear alguns ataques, a pressão contínua começou a sobrecarregá-lo. Seiya: (com respiração pesada, mas determinado) "Você é resistente, mas vamos ver até onde isso te leva!" Os socos e chutes de Seiya eram como um turbilhão, rápidos demais para que o oponente acompanhasse. A cada golpe, o homem recuava um pouco mais, seus movimentos antes lentos e implacáveis agora mais hesitantes. Embora sua resistência fosse impressionante, ele não conseguia acompanhar a velocidade avassaladora de Seiya. A arena, antes cheia de murmúrios, agora estava em silêncio enquanto os espectadores assistiam, hipnotizados pela intensidade do combate. Seika, na plateia, observava atentamente, vendo como Seiya estava forçando seu corpo ao limite. O adversário tentou uma última investida, estendendo o braço para agarrar Seiya novamente, mas o lutador já estava à frente, esquivando-se com precisão. Aproveitando a abertura, Seiya girou o corpo e desferiu um chute circular poderoso diretamente no lado da cabeça do oponente. O impacto foi devastador. O homem cambaleou, seus joelhos finalmente cedendo sob o peso da sequência incansável de golpes. Ele caiu de costas no chão com um estrondo, incapaz de se levantar. Seiya ficou parado, ofegante, o corpo coberto de suor e os músculos tremendo devido ao esforço extremo. Ele vencera, mas sabia que essa luta o levara além do que ele imaginava ser necessário. O público, por um momento, ficou em silêncio, atônito com a virada da luta. Em seguida, explodiram em aplausos e gritos. No entanto, Seiya mal ouviu. Seus olhos estavam fixos no corpo inerte de seu oponente, o peito subindo e descendo em um ritmo pesado enquanto tentava recuperar o fôlego. Ele olhou de relance para Seika na plateia. Ela o observava com a mesma expressão séria, sem aplaudir, sem demonstrar emoções evidentes, mas ele sabia que ela havia registrado cada detalhe da luta. Seika podia não dizer, mas estava ciente de algo que Seiya ainda não entendia completamente. Seiya: (para si mesmo, exausto) "Isso... foi por pouco." Com a vitória garantida, Seiya deu um passo para trás, ainda sentindo o peso do esforço colossal que acabara de realizar. Ele havia vencido, mas uma coisa era clara: este novo circuito seria um teste muito mais difícil do que qualquer outro que já enfrentara antes. As noites no novo circuito tornaram-se uma sequência implacável de desafios para Seiya. Cada luta parecia ser mais intensa que a anterior, com adversários mais fortes, mais habilidosos, ou simplesmente mais resistentes. Ele não estava mais habituado a essa sensação de luta constante, de precisar dar tudo de si para vencer. O cansaço físico e mental começava a pesar. Seiya saía vitorioso, mas cada luta exigia um esforço monumental, algo que o surpreendia. Suas vitórias já não vinham com a facilidade de antes. Os golpes eram mais precisos, a resistência dos oponentes mais brutal, e seu corpo sentia o peso disso. Ele nunca havia se sentido tão testado. Após sua última luta, Seiya sentia os músculos queimando e sua respiração pesada. Ele se encostou nas grades do ringue, tentando controlar a exaustão que tomava conta de seu corpo. Ao longe, Dócrates, o gigante que comandava o circuito, se aproximou com sua presença imponente, seus passos pesados ecoando pelo local. Seu olhar, que antes era de desdém, agora carregava um traço de respeito. Dócrates: (com voz grave e um leve sorriso) "Você é bom, garoto. Muito bom. Melhor do que eu esperava." Seiya olhou para ele, ainda ofegante, sem muita energia para ironias naquele momento. Seiya: (em tom cansado) "É, acho que eu me viro." Dócrates se aproximou mais, e de dentro de sua jaqueta, puxou um pequeno frasco que continha um líquido verde translúcido. Ele o segurou diante de Seiya, balançando-o levemente, como se o oferecesse. Dócrates: "Mas você pode ser melhor. Muito melhor." Ele estendeu o frasco. "Isso aqui... vai te dar a força que você precisa. Vai acabar com essa sensação de cansaço, vai te colocar acima de qualquer um neste ringue." Seiya franziu a testa, olhando para o líquido no frasco. Não precisava de explicações para entender o que Dócrates estava oferecendo. O gigante notou a hesitação no olhar de Seiya e continuou. Dócrates: "Todos aqui já usaram algo parecido em algum momento. Você acha que todos esses caras são naturalmente fortes? Resistentes? Existe um limite para o que o corpo pode aguentar, mas isso... isso vai te ajudar a quebrar esse limite." Seiya fitou o frasco em silêncio por um momento, a exaustão ainda presente em seus músculos. Era tentador. O circuito estava ficando cada vez mais difícil, e ele sabia que, mais cedo ou mais tarde, seu corpo poderia não aguentar. Mas havia algo em Seiya que não gostava de atalhos, de truques. Ele sempre confiara em sua habilidade, em seu treinamento. Não gostava da ideia de depender de algo externo para vencer. Seiya: (com um leve sorriso irônico, mas um olhar firme) "Interessante... Mas eu passo. Prefiro vencer por conta própria. A última coisa que preciso é de uma bengala para me apoiar." Dócrates riu, um riso profundo e quase ameaçador. Dócrates: "Você tem coragem, garoto. E talvez esteja certo em não aceitar. Mas lembre-se, esse circuito é implacável. E todos têm um limite. Quando você bater no seu, sabe onde me encontrar." Ele guardou o frasco no bolso de sua jaqueta e deu as costas a Seiya, caminhando em direção à saída, deixando no ar a sombra da oferta e a insinuação de que, em algum momento, Seiya poderia precisar de algo mais. Seiya o observou sair, e então olhou para suas mãos ainda trêmulas pela luta. O cansaço era real, mas ele sabia que precisava confiar em si mesmo. Algo dentro dele o impulsionava a continuar por seus próprios méritos, mesmo que isso significasse lutar contra seus próprios limites. Mas ele também sabia que, no fundo, aquele circuito estava ficando mais perigoso a cada noite. Horas mais tarde, antes cheio de gritos e apostas, o local agora estava deserto. Apenas o som metálico e oco de um objeto pesado batendo contra algo duro ecoava ao longe. Nos fundos do local, um homem imenso treinava sozinho. Sua figura poderosa era parcialmente iluminada por uma lâmpada fraca, que oscilava enquanto ele desferia socos implacáveis contra um cilindro de betoneira pendurado, cheio de cimento seco. Esse homem era Cássius, o irmão mais novo de Dócrates. Embora mais jovem, ele era uma montanha de músculos, com cicatrizes profundas que atravessavam seus braços e torso, uma prova do tipo de treino brutal pelo qual passava. Seus punhos batendo contra o cilindro faziam um barulho ensurdecedor, mas ele não parava. Cada golpe parecia mais forte que o anterior, e o concreto dentro da betoneira tremia sob o impacto. Para ele, aquilo era só um aquecimento. Dócrates se aproximou devagar, o som pesado de seus próprios passos afundando na escuridão ao redor. Ele observou o irmão por alguns momentos, os olhos estreitos, com um ar de orgulho e algo mais sombrio. Dócrates: (com um sorriso cruel) "Você está pronto, Cássius?" Cássius parou de socar o cilindro, seus punhos marcados e cobertos de poeira. Ele se virou lentamente para encarar o irmão, o rosto sério e determinado. Cássius: "Pronto? Sempre estive. Quando vamos começar?" Dócrates caminhou até ele, seu tom cheio de uma satisfação fria. Ele puxou do bolso o mesmo frasco que oferecera a Seiya mais cedo, o líquido verde translúcido brilhando à luz fraca. Dócrates: "Está na hora de Seiya descobrir o verdadeiro poder do 'Veneno da Hidra'. Ele não quis aceitar o frasco, então terá que sentir na pele o que ele faz. E você, meu irmão, será o responsável por mostrar a ele. O circuito está prestes a conhecer o verdadeiro poder." Cássius olhou para o frasco nas mãos de Dócrates, e um sorriso largo se formou em seus lábios. Ele sabia o que aquele líquido fazia. Não era só uma questão de força, mas de resistência sobre-humana, de um poder que tornava qualquer um quase indestrutível. E ele estava mais do que preparado para usar aquilo contra Seiya. Cássius: (com uma risada baixa e ameaçadora) "Seiya não vai saber o que o atingiu. Quando eu acabar com ele, ele vai desejar ter aceitado a sua oferta." Dócrates entregou o frasco para o irmão, que o pegou com firmeza. A noite estava só começando para eles, e no horizonte, uma nova luta se aproximava. Dócrates sabia que Seiya estava forte, mas também sabia que ninguém havia enfrentado o verdadeiro poder do "Veneno da Hidra" e saído ileso. Dócrates: "Vamos ver quanto tempo ele consegue durar contra você, Cássius. Só não o mate rápido demais. Eu quero que ele sinta o que é lutar contra o verdadeiro poder." Cássius riu mais uma vez, seus olhos brilhando com antecipação. O cilindro de concreto balançava ao vento enquanto ele girava o frasco nas mãos. Seiya estava prestes a enfrentar o maior desafio de sua vida, e Dócrates, em silêncio, aguardava o espetáculo que sabia que estava prestes a começar. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Bysshe de Doppelgänger 83 Postado Outubro 7 Autor Compartilhar Postado Outubro 7 Saint Seiya – Deuses entre nós Temporada 01 - Capítulo 06 – Irmãos Na manhã seguinte, Seiya e Seika estavam sentados à mesa do café da manhã no pequeno apartamento que dividiam. O clima estava tenso, as palavras trocadas na noite anterior ainda pairando no ar. Seiya, visivelmente exausto pelas lutas constantes, mantinha o olhar fixo na xícara de café, enquanto Seika, com seu semblante sempre sério, o observava atentamente. Finalmente, Seiya quebrou o silêncio, sem olhar para a irmã. Seiya: (com a voz rouca) "Há uma coisa que preciso te contar. Sobre aquele lugar... o novo circuito." Seika franziu a testa, sentindo que algo mais grave estava por vir. Seika: "O que é, Seiya?" Seiya respirou fundo, tentando encontrar as palavras certas. Seiya: "Os lutadores lá... muitos deles estão usando algo. Uma droga. Chamada 'Veneno da Hidra'. Dá força e resistência sobre-humanas. Dócrates tentou me oferecer, mas eu recusei." O silêncio que seguiu a revelação foi palpável. Seika se levantou da mesa e começou a andar pela cozinha, claramente preocupada. Ela sempre soube que aquele circuito era perigoso, mas agora o risco parecia ainda maior. Seika: (parando de frente para ele, com a voz baixa, mas firme) "Seiya, você precisa parar de lutar nesse lugar. Está se arriscando demais. Isso é mais do que apenas um circuito clandestino. Se eles estão usando drogas assim, não vai demorar para algo dar muito errado." Seiya levantou o olhar para ela, seus olhos refletindo uma mistura de teimosia e confusão. Seiya: "Eu sei, Seika, mas... tem algo que eu sinto quando estou lá. Lutando contra aqueles caras, enfrentando desafios cada vez maiores. Não sei explicar, mas eu me sinto mais forte a cada luta. Como se... como se algo dentro de mim estivesse despertando." Seika o olhou com uma expressão de preocupação crescente. Ela sabia o que Seiya estava sentindo, talvez até mais do que ele próprio. O monitoramento que ela vinha fazendo mostrava picos de energia incomuns, algo além do comum para um humano. Mas não podia revelar tudo a ele. Ainda não. Seika: (tentando ser racional, mas com um tom mais urgente) "Esse 'algo' pode ser sua destruição, Seiya. Você não pode confiar nesse sentimento. O que está acontecendo com você pode ser perigoso. Lutando nesse lugar, com pessoas que usam drogas... Não quero que você acabe como eles." Seiya fechou os punhos, a frustração visível em seu rosto. Seiya: (em tom teimoso, mas não agressivo) "Eu entendo o risco, Seika. Mas cada vez que eu entro no ringue, é como se eu estivesse testando meus limites. Eu me sinto vivo. E a verdade é... eu preciso saber até onde posso chegar." Seika se aproximou, sua expressão suavizando-se levemente, mas ainda determinada. Seika: "Você está jogando com sua vida, Seiya. Não estou falando como sua irmã apenas, mas como alguém que entende o que está acontecendo com você. Se continuar forçando esses limites, pode não haver volta." Seiya a encarou em silêncio, sabendo que Seika estava falando sério. Mas dentro dele, a sensação de poder, de crescimento, era viciante. Ele se sentia invencível, mesmo que não soubesse explicar por quê. Seiya: (com um sorriso leve, tentando aliviar a tensão) "Olha, eu vou tomar cuidado. Não vou usar essa droga, não vou seguir o caminho deles. Mas eu também não vou parar de lutar." Seika suspirou, percebendo que não conseguiria convencê-lo naquele momento. Mas ela sabia que algo maior estava em jogo. Ela só podia esperar que, quando o momento certo chegasse, Seiya estivesse preparado — e que não fosse tarde demais. Seika: (em tom resignado, mas carinhoso) "Seja o que for, só promete que vai me escutar quando eu disser que é demais. Promete?" Seiya: (com um sorriso afetuoso) "Prometo, Seika." Ela assentiu, mas no fundo, sabia que o caminho que ele estava trilhando não seria fácil — para nenhum dos dois. Naquela noite, o local das lutas clandestinas estava especialmente lotado. Havia uma excitação no ar, algo que os frequentadores regulares não viam com frequência. As apostas haviam atingido um novo pico, e os olhares estavam voltados para o ringue central, onde o imponente Dócrates se posicionava no centro, prestes a fazer um anúncio. Dócrates, com sua voz grave e autoritária, dominava a atenção de todos. Ele segurava um microfone e olhava para a multidão com um sorriso cruel nos lábios. Dócrates: "Senhoras e senhores! Hoje não é uma noite qualquer. Hoje, temos algo muito especial. Vocês viram o novato sensação, Seiya, lutar e vencer. Muitos de vocês já fizeram suas apostas, esperando ver até onde ele pode ir." O público explodia em gritos de apoio, e muitos cochichavam sobre as impressionantes vitórias de Seiya nas últimas semanas. Mas havia um clima de incerteza no ar. Algo estava prestes a acontecer. Dócrates: (com um brilho malévolo nos olhos) "Mas esta noite, Seiya terá um verdadeiro desafio. Não um de seus oponentes comuns, não mais lutadores frágeis que caem diante dele. Hoje, Seiya enfrentará meu próprio irmão, Cássius!" A multidão rugiu em excitação. Cássius era uma lenda nas lutas clandestinas, conhecido por sua força bruta e brutalidade. Ninguém havia enfrentado Cássius e saído ileso. Ele era temido e reverenciado, um monstro de músculos e resistência quase sobre-humana. De repente, Cássius entrou no ringue. Seu corpo massivo parecia quase deformar o espaço ao redor dele. Sua presença intimidava até mesmo os espectadores nas arquibancadas. Ele ergueu os braços e soltou um grito, e a multidão respondeu com gritos ensurdecedores. Do lado de fora do ringue, Seiya olhava a cena com seriedade. Ele já havia ouvido falar de Cássius, e sabia que a luta seria diferente de qualquer coisa que já havia enfrentado. Mas, ao mesmo tempo, aquela sensação estranha dentro dele continuava a crescer — a mesma que sentira durante a luta contra Jabu. Dócrates: (continuando com um sorriso sádico) "E se, por algum milagre, nosso novato conseguir derrotar meu irmão... então ele terá a honra de enfrentar a mim, Dócrates, o verdadeiro líder deste circuito!" O público ficou em silêncio por um momento, antes de explodir em aplausos e vaias, misturados com uma excitação pura. A luta entre Seiya e Cássius já seria um espetáculo, mas a perspectiva de ver Seiya enfrentar o próprio Dócrates fez com que as apostas aumentassem ainda mais. Cássius, com seu olhar predador, encarou Seiya do outro lado do ringue. Um sorriso frio se formou em seus lábios enquanto ele batia os punhos, ansioso para começar. Cássius: (com uma voz grave e desdenhosa) "Então você é o tal novato. Espero que esteja preparado para sentir o que é dor de verdade. Eu não sou como os outros." Seiya, com seu habitual sarcasmo e confiança, apenas deu de ombros e caminhou lentamente até o ringue. Seiya: (com um sorriso de canto de boca) "Já ouvi essa conversa antes, grandalhão. Vamos ver se você aguenta falar tanto depois de alguns chutes." O público explodiu em risadas e murmúrios. Seiya subiu ao ringue, e a tensão entre ele e Cássius era palpável. Ambos se encararam de frente, a diferença de tamanho evidente — mas havia algo no olhar de Seiya, uma calma, uma confiança que ninguém ali parecia entender. Dócrates desceu do ringue, dando espaço para que a luta começasse, enquanto continuava a observar com um olhar malicioso. Dócrates: (pensando consigo) "Vamos ver até onde esse novato pode ir... antes que eu o destrua." O sino soou, e a luta começou. Quando o sino soou, Seiya avançou com a agilidade de um felino, seus punhos e pés movendo-se em rápidas sequências de golpes. Ele sabia que Cássius era uma verdadeira montanha de músculos, e que derrubá-lo não seria nada fácil. Cada chute, cada soco, atingia o corpo de Cássius com força, mas para sua frustração, o gigante apenas sorria. Os golpes de Seiya eram rápidos e precisos, mas era como se ele estivesse socando uma parede de aço. Cássius nem sequer vacilava. Seiya: (pensando, enquanto recua) "Ele é... inabalável. Droga, alguém desse tamanho não deveria ser tão resistente. Se isso continuar assim, vou acabar me desgastando antes dele." Cássius, com seu sorriso sinistro, decidiu que era hora de revidar. Ele avançou com uma velocidade surpreendente para seu tamanho, lançando um soco direto que Seiya mal conseguiu esquivar. Mesmo assim, o impacto do golpe fez o ar ao redor vibrar. Cássius: (rindo enquanto golpeia) "Isso é o melhor que você tem, moleque? Você é rápido, mas eu sou forte. E a força sempre vence." Seiya tentou responder com mais um combo de socos, visando as costelas de Cássius, mas o gigante nem sequer se moveu. Seus músculos pareciam absorver os golpes como se fossem nada mais do que leves brisas. Cássius, com um movimento rápido, agarrou Seiya pelo braço e o levantou como se ele não pesasse nada. Seiya tentou se desvencilhar, mas a força do adversário era esmagadora. Cássius: (em tom de zombaria) "Você realmente achou que tinha alguma chance aqui? Eu já derrotei lutadores muito maiores que você. E agora você vai sentir o que é lutar contra um verdadeiro monstro." Ele jogou Seiya contra as grades do ringue com uma facilidade brutal. O impacto fez Seiya soltar um grunhido de dor enquanto caía no chão. Ele sabia que precisaria de muito mais do que força bruta para derrotar alguém como Cássius. Seiya se levantou, ofegante, os olhos fixos no oponente. Sua confiança ainda estava lá, mas ele sabia que aquela luta exigiria mais do que apenas habilidade física. Haveria um momento de abertura, ele tinha que encontrar um ponto fraco, mas até agora... Cássius parecia impenetrável. Cássius: (dando um passo em direção a Seiya, lentamente, como se estivesse brincando) "Estou só me aquecendo, garoto. Você deveria ter ficado no seu nível, lá embaixo, com os fracos. Aqui, você é apenas um brinquedo." Seiya: (limpando o suor do rosto, com um sorriso cínico) "Brinquedo? Engraçado, eu estava pensando a mesma coisa sobre você. Só que você é daqueles brinquedos que ninguém quer... feio e inútil." O público soltou risadas abafadas, mas Cássius não parecia se abalar com a provocação. Na verdade, o sorriso em seu rosto se ampliou, e ele avançou novamente, desta vez com uma intenção mais séria. Seiya sabia que, se não agisse logo, Cássius o esmagaria como uma mosca. Seiya rapidamente voltou à posição de combate, seu corpo tenso, buscando uma brecha, qualquer abertura que pudesse usar para revidar. A velocidade era sua única arma contra um oponente como aquele — mas quanto tempo ele conseguiria manter isso? A luta continuava, e Seiya, apesar de sua agilidade e determinação, parecia estar sendo dominado por Cássius. O gigante, claramente se divertindo, lançava golpes pesados, mas controlados, como se estivesse apenas brincando com seu oponente. Cada vez que Seiya tentava se aproximar para atacar, Cássius o empurrava de volta com um sorriso cruel. O público, que no início estava excitado, começava a se inquietar. Muitos já percebiam que Cássius estava apenas prolongando o inevitável, e a excitação se transformava em impaciência. Cássius: (rindo, enquanto bloqueia mais um golpe de Seiya) "Você é rápido, eu admito. Mas eu poderia fazer isso a noite toda. Está começando a se cansar, moleque?" Seiya, ofegante, sabia que ele estava certo. Apesar de seus melhores esforços, ele não conseguia causar danos significativos em Cássius. Seus golpes eram como mosquitos batendo contra uma rocha. De repente, Cássius parou de brincar. Seu olhar se desviou brevemente para Dócrates, que estava do lado de fora do ringue, observando a luta com uma expressão séria. Dócrates não parecia mais satisfeito com o espetáculo prolongado. Ele ergueu o queixo e, com um olhar frio, deu a Cássius uma ordem silenciosa. Era hora de acabar com aquilo. Cássius assentiu, seu sorriso desaparecendo. Ele se moveu com uma rapidez assustadora para seu tamanho, agarrando Seiya antes que ele pudesse reagir. Suas mãos enormes apertaram o corpo de Seiya como um torno, prendendo-o num abraço de aço. Cássius: (sussurrando enquanto o segurava) "Chega de brincadeira, garoto. Agora eu vou te partir ao meio." Seiya tentou se contorcer, mas a força de Cássius era esmagadora. Seus braços pareciam que iam quebrar, e ele sentia a pressão crescente no peito, dificultando sua respiração. Cássius apertava mais e mais, enquanto o público observava em um misto de tensão e expectativa. Seiya: (tentando falar, com esforço) "Você... vai ter que tentar mais forte... que isso..." Cássius: (rindo) "Não vai demorar muito agora." A dor era intensa, e Seiya sabia que não poderia suportar muito mais. Ele estava preso, seu corpo sendo comprimido como se estivesse prestes a estalar. Cássius apertava com força brutal, seus músculos inchando com o esforço. Ele pretendia terminar a luta ali, quebrando Seiya em pedaços. No entanto, no meio da agonia, algo profundo dentro de Seiya começou a se manifestar. A mesma sensação que ele experimentara antes, nas lutas anteriores, começou a percorrer seu corpo. Uma energia estranha, quase indescritível, pulsava em suas veias, crescendo rapidamente. Sem entender completamente o que estava acontecendo, Seiya sentiu essa força se intensificar. Seus olhos brilharam por um breve momento, e seu corpo começou a emitir uma leve, quase imperceptível, aura de calor. Era o Cosmo, despertando novamente. 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Bysshe de Doppelgänger 83 Postado Outubro 14 Autor Compartilhar Postado Outubro 14 Saint Seiya – Deuses entre nós Temporada 01 - Capítulo 07 – Inconsciente A pressão no corpo de Seiya era esmagadora, e ele sentia suas forças se esvaindo a cada segundo que passava sob o aperto monstruoso de Cássius. Sua visão começava a embaçar, e seus pensamentos se tornavam distantes, como se ele estivesse à beira de perder a consciência. O mundo ao seu redor começava a desaparecer. Então, no meio da escuridão crescente, uma voz ecoou em sua mente, firme e poderosa: Voz misteriosa: "Desperte!" O grito ressoava em sua mente como um trovão. De repente, algo dentro dele começou a se agitar. Uma energia primitiva, feroz, que até então ele não sabia existir, começou a borbulhar em suas entranhas, crescendo a cada segundo. Era como se uma força cósmica estivesse sendo puxada de dentro de seu ser, como se ele estivesse prestes a explodir. Do lado de fora, Cássius ainda mantinha seu aperto brutal, sem perceber a mudança que acontecia no corpo de Seiya. O público estava impaciente, esperando o golpe final, mas não havia visto a transformação sutil que ocorria. De repente, o corpo de Seiya começou a brilhar. Uma chama etérea e laranja, como o calor de um sol distante, começou a envolvê-lo, irradiando uma energia misteriosa. Seu corpo tremia levemente, e a temperatura ao redor do ringue pareceu aumentar. Cássius notou a mudança tarde demais. Seus olhos se arregalaram de surpresa ao sentir o calor que emanava de Seiya. Um calafrio percorreu sua espinha, e ele soltou Seiya de repente, instintivamente recuando, com um misto de confusão e medo. Cássius: (assustado, com a voz vacilante) "O que... o que é isso?" Seiya, no entanto, não respondeu. Seus olhos estavam fechados, o corpo rígido, como se estivesse inconsciente. Mas algo havia mudado. Ele não estava mais caído ou à mercê de Cássius. Ao contrário, agora ele se movia de maneira diferente, como se fosse guiado por um instinto que não era dele. Seiya abriu os olhos, mas não havia consciência neles. Ele parecia estar em um estado de transe, movido por aquela energia incandescente que envolvia seu corpo. Cada movimento seu era rápido, preciso, quase sobre-humano. Ele se deslocava pelo ringue como se o tempo ao seu redor tivesse desacelerado. Cássius, ainda em choque, tentou reagir, lançando um soco com toda a sua força. Mas Seiya, mais rápido do que jamais havia sido, desviou com facilidade, movendo-se como um borrão de luz. Cássius estava confuso, sua força bruta de nada valia contra alguém que ele nem conseguia acertar. Cássius: (gritando em frustração) "Fique parado, maldito!" Seiya não respondeu. Sua expressão permanecia vazia, como se ele não estivesse mais ali. Ele estava lutando puramente por instinto, seus reflexos guiados por algo além de sua própria compreensão. Ele desferiu uma sequência de socos e chutes em Cássius, todos conectando com uma precisão letal. O gigante cambaleou, atordoado. Seus músculos, que antes pareciam impenetráveis, agora não conseguiam absorver os golpes de Seiya. Era como se cada soco estivesse carregado de uma força invisível, muito além do físico. A multidão assistia em silêncio, confusa e atônita. Eles viam Seiya se mover com uma velocidade e força que desafiavam a lógica, mas não conseguiam entender o que estava acontecendo. De longe, Dócrates observava com uma expressão fechada. Algo estava acontecendo com Seiya que ele não previa. Algo que ele precisava entender. Seiya, ainda envolto pela chama etérea, finalmente parou de atacar, deixando Cássius atordoado no ringue. Ele se posicionou, pronto para o golpe final. O corpo de Seiya se inclinou ligeiramente, seu punho fechado emanando uma luz intensa, como uma estrela prestes a explodir. Seiya: (num murmúrio inconsciente) "Desperte..." Com um movimento rápido, ele avançou contra Cássius, a chama ao redor de seu corpo pulsando como uma explosão solar, pronto para derrubar o gigante de uma vez por todas. Num instante, Seiya desapareceu da vista de Cássius e do público. O movimento foi tão rápido que parecia impossível acompanhar. O silêncio no local era absoluto, e em um piscar de olhos, Seiya já estava de costas para Cássius, a alguns passos de distância. Ele permanecia imóvel, como se nada tivesse acontecido. Por um breve momento, nada se moveu. Então, o som molhado de algo pesado atingindo o chão ecoou pelo ringue. O braço esquerdo de Cássius caiu, separando-se do corpo. Sangue jorrou violentamente da ferida aberta, tingindo o chão de vermelho. Cássius, atordoado pela dor e pela surpresa, soltou um grito agonizante que reverberou pelas paredes do local. Ele se ajoelhou, sua mão direita pressionando o ombro mutilado, o rosto distorcido em puro desespero e ódio. Cássius: (gritando com raiva e dor) "Maldito! Seiya, eu vou te matar! Eu vou—" Antes que pudesse terminar, Seiya, ainda sem dizer uma palavra, girou sobre os calcanhares e, com uma precisão letal, desferiu um chute direto no queixo de Cássius. O impacto foi brutal. O corpo de Cássius levantou do chão por um segundo antes de cair pesadamente, imóvel. O gigante estava inconsciente. O ringue mergulhou em um silêncio sombrio. A multidão, que antes gritava de excitação, agora observava incrédula o que acabara de acontecer. Ninguém se movia, e todos pareciam incapazes de processar a cena à sua frente. Seiya, ainda envolto por aquela chama etérea, estava de pé, ofegante. Seu corpo, agora desacelerando, mostrava sinais de exaustão, mas ele continuava de pé. Ele havia vencido. A luta havia acabado. Nos bastidores, Dócrates assistia, seus olhos fixos em Seiya. Ele não demonstrava reação imediata, mas havia algo nos seus olhos – um brilho de interesse renovado. Algo estava muito claro agora: Seiya não era um lutador comum. Seiya, porém, não sabia o que havia acabado de fazer. O poder que o dominara estava além de sua compreensão, e ele apenas sentia uma exaustão profunda, quase como se estivesse acordando de um sonho. Assim que Seiya desferiu o golpe final e Cássius caiu no chão, Seiya mal teve tempo de registrar sua vitória. A chama etérea que envolvia seu corpo começou a desaparecer lentamente, e com ela, a força que o mantinha de pé. Sem aviso, seu corpo cedeu, e ele desabou no ringue, inconsciente. Na plateia, ocultada nas sombras, Seika havia assistido tudo. Ela nunca havia deixado Seiya fora de sua vigilância, mesmo quando ele pensava estar sozinho. O que acabara de acontecer no ringue não era surpresa para ela. Ela sabia o que estava se manifestando em seu irmão, mas o que a preocupava era a intensidade com que aquilo acontecia. Quando viu Seiya desabar, o alarme dentro dela disparou. Sem hesitar, Seika correu para o ringue, sua preocupação superando qualquer intenção de manter-se oculta. Ela atravessou o tumulto de pessoas ainda em choque e pulou as cordas do ringue, ajoelhando-se ao lado de Seiya. Com delicadeza, ela tocou o rosto de seu irmão, verificando seus sinais vitais. Ele ainda respirava, mas estava profundamente inconsciente, exausto por ter sido dominado pelo poder que mal compreendia. Seika: (murmurando para si mesma) "Eu te avisei, Seiya… você foi longe demais." Ela pegou seu tablet e rapidamente começou a monitorar os sinais vitais de Seiya. O padrão era claro: havia um pico anormal seguido de uma queda acentuada, semelhante ao que ela já havia registrado antes, mas desta vez muito mais intenso. O perigo para a saúde de Seiya era evidente. Enquanto isso, do outro lado do ringue, Dócrates ainda estava atordoado pelo que acabara de testemunhar. Ele observava Seiya inconsciente, seu olhar cheio de desdém, mas com um brilho de reconhecimento. Ele finalmente entendeu que Seiya era mais do que apenas um lutador talentoso — ele era alguém especial. Alguém que poderia ser útil... ou perigoso. Com um movimento rápido, Dócrates pegou seu celular, ligando para uma figura misteriosa. Dócrates: (frio, ainda observando Seiya) "Eu o encontrei. Ele é exatamente o que você estava procurando." A voz do outro lado da linha, embora inaudível, claramente exigia mais detalhes. Desligando o telefone, Dócrates lançou um último olhar para Seiya, agora nos braços de Seika, que tentava despertá-lo. Dócrates: (murmurando para si mesmo, com um sorriso cruel) "Você pode ter vencido hoje, moleque, mas eu vou garantir que essa seja sua última vitória." Enquanto Seika tentava reanimar Seiya, o som pesado de passos se aproximou. Quando ela levantou a cabeça, viu Dócrates caminhando lentamente em sua direção. Ele parou ao lado do ringue, sua expressão severa, o olhar fixo em Seiya, ainda desacordado nos braços de sua irmã. O ar ao redor parecia mais denso, carregado com a tensão iminente. Dócrates cruzou os braços, inclinando-se levemente em direção a Seika, com uma presença ameaçadora. Sua voz era fria e controlada, mas havia uma clara ameaça nas entrelinhas. Dócrates: (sério, com um sorriso cínico) "Para o bem dele… e para o seu próprio bem, o moleque deveria se levantar logo e voltar a me enfrentar." Seika manteve a calma, embora soubesse que as palavras de Dócrates eram carregadas de intenção. Ela não demonstrou medo, mesmo sabendo do perigo que ele representava. Seu olhar foi direto, sem vacilar, enquanto continuava monitorando o estado de Seiya. Seika: (calma, mas firme) "Seiya precisa de tempo. Ele não pode voltar para lutar agora. Ele está exausto." Dócrates riu, uma risada seca e cruel, como se as preocupações dela fossem insignificantes. Dócrates: (frio) "Ele não tem escolha. Isso não é sobre o que ele pode ou não fazer. Ele entrou nesse mundo, e agora ele precisa jogar pelas regras. Fugir não é uma opção." Seika se levantou lentamente, ficando de frente para o gigante, ainda sem desviar o olhar. Ela sabia que ele não estava apenas ameaçando Seiya, mas também a ela, e que aquilo não terminaria bem se eles não fossem cuidadosos. No entanto, ela não podia deixar que Dócrates percebesse o quanto Seiya estava vulnerável naquele momento. Seika: (séria, controlando a emoção) "Seiya não vai fugir de nada. Ele enfrentará você… no tempo certo. Mas você não vai pressioná-lo com essas ameaças." Dócrates estreitou os olhos, claramente irritado pela ousadia de Seika, mas decidiu manter sua compostura. Ele sabia que pressionar demais agora poderia estragar seus planos. Dócrates: (ameaçador, mas contido) "Eu espero que ele esteja pronto em breve, porque se ele não voltar por conta própria… eu vou encontrá-lo. E aí, será muito pior para ele. Não se esqueça disso." Ele deu meia-volta e saiu, seus passos ecoando pelo local, deixando Seika sozinha com Seiya, que ainda permanecia inconsciente. Seika olhou para o irmão, preocupada. Ela sabia que Dócrates não estava brincando. O tempo de Seiya estava se esgotando, e a próxima luta poderia ser sua última, a menos que ela encontrasse uma forma de ajudá-lo a superar seus limites — antes que fosse tarde demais. Antes que Seika pudesse processar as ameaças de Dócrates, ela ouviu um movimento brusco atrás de si. Seiya, ainda com o olhar vazio e desorientado, havia se levantado. Seu corpo se movia como se não estivesse sob seu próprio controle. Sem dizer uma palavra, ele avançou rapidamente, seus movimentos precisos, quase selvagens. Num piscar de olhos, ele já estava nas costas de Dócrates, agarrando os dois braços do gigante com uma força impressionante. Dócrates, surpreendido por um momento, parou, mas então soltou uma gargalhada profunda e debochada. Dócrates: (rindo, com desprezo) "Ah, então o moleque ainda tem um pouco de energia sobrando? Interessante." Ele não parecia nem um pouco preocupado com o ataque de Seiya, apesar da força incomum que o jovem aplicava. Os músculos de Dócrates tensionaram-se, mas ele não fez esforço para se soltar de imediato. Em vez disso, aproveitava o momento, rindo com arrogância, como se estivesse diante de uma brincadeira infantil. Dócrates: (com escárnio) "Acha mesmo que pode me parar assim, garoto? Você não sabe onde está se metendo." Seiya, no entanto, não respondia. Seus olhos continuavam vazios, e o corpo dele parecia agir por instinto, como se estivesse sendo conduzido por algo maior, algo além de sua compreensão. A chama etérea que o envolvera antes começou a brilhar novamente, iluminando levemente a cena. Seika, ainda no ringue, observava com crescente pavor. Ela sabia o que aquilo significava. Seiya estava perdendo o controle de seu próprio corpo — o Cosmo dentro dele estava despertando de forma violenta, e isso o colocava em risco ainda maior. Mas, ao mesmo tempo, ela sabia que Seiya não estava pronto para enfrentar Dócrates nesse estado. Seika: (gritando, tentando chegar até eles) "Seiya! Pare! Você não pode vencer assim!" Dócrates, percebendo a preocupação de Seika, sorriu ainda mais. Dócrates: (zombando) "Parece que sua irmã está mais preocupada com você do que deveria, garoto. Deixe-me mostrar a ela o que realmente significa força." Com um movimento brusco, Dócrates flexionou os braços com uma força descomunal, quebrando o aperto de Seiya com facilidade. Em um instante, ele girou o corpo, usando seu tamanho e poder para lançar Seiya longe, fazendo-o voar pelo ar antes de colidir violentamente contra uma parede do galpão. O impacto foi brutal, e o som do corpo de Seiya se chocando com o metal ecoou pelo local. Seika correu em direção a Seiya, seu coração disparado de preocupação. Ela sabia que seu irmão não poderia continuar assim por muito mais tempo. Seiya emergiu dos escombros, sua respiração pesada, mas sua expressão completamente vazia, como se a dor não lhe afetasse mais. Seu corpo, machucado e ensanguentado, não reagia da maneira esperada. Ele se ergueu de forma quase automática, seus movimentos lentos e precisos, como se algo dentro dele estivesse o guiando. Seika, observando tudo de perto, sentiu o sangue gelar ao perceber o que se passava. Embora fosse sutil, uma aura estranha emanava de Seiya, e algo mais se tornava visível. Uma armadura translúcida, quase etérea, começava a se manifestar ao redor de seu corpo. As peças, delicadamente moldadas em tons de luz tênue, envolviam suas pernas, protegendo dos joelhos até os pés. Seus antebraços estavam cobertos por braceletes ornamentados que irradiavam uma energia que Seika só poderia descrever como Cosmo. Nos ombros de Seiya, as proteções eram imponentes, especialmente a ombreira direita, que tinha a forma de uma cabeça de cavalo. A imagem era simbólica, poderosa, como se representasse algo maior do que ele próprio. Por fim, uma tiara brilhante se formava em sua testa, descendo pelas têmporas e fechando-se no queixo, completando a imagem de uma figura quase mitológica. Seika, atônita, sussurrou para si mesma: Seika: (em choque) "Não pode ser... a Armatus... Está se manifestando." Dócrates, ainda rindo de sua própria força, notou a mudança. Sua risada foi interrompida por um olhar de surpresa e, por um momento, uma faísca de preocupação cruzou seu rosto. Ele observou Seiya se erguer mais uma vez, agora envolto naquela estranha e translúcida armadura, mas seu orgulho o impedia de sentir medo. Dócrates: (com escárnio, mas com um leve tom de cautela) "O que é isso, garoto? Uma fantasia para assustar crianças? Não pense que esse truque vai me deter." Seiya não respondeu. Seus olhos continuavam vazios, sua consciência parecia estar em outro lugar. Ele avançou lentamente, seus passos firmes e decididos, e o chão parecia estremecer levemente sob o peso de sua presença. Seika, agora completamente alarmada, correu em direção ao irmão, mas hesitou. Ela sabia que algo grande estava prestes a acontecer — algo que talvez nem ela pudesse controlar. Seika: (gritando, desesperada) "Seiya, pare! Você não entende o que está acontecendo!" Mas Seiya, guiado por forças maiores do que ele próprio, apenas continuou seu avanço em direção a Dócrates. O ar ao redor dele tremulava com a energia que emanava de seu corpo, e a armadura translúcida parecia solidificar-se a cada segundo, como se estivesse prestes a assumir uma forma completa. O confronto se desenrolou com uma velocidade impressionante. Seiya, agora com a armadura etérea visivelmente completa e brilhante, avançou contra Dócrates com uma determinação implacável. Seus movimentos eram quase sobre-humanos, sua velocidade e precisão incomparáveis. Em um instante, ele estava à frente de Dócrates, seu corpo envolto na aura de energia. Dócrates não teve tempo de reagir. Seiya desferiu um golpe rápido e devastador, sua força amplificada pela armadura e pelo Cosmo dentro dele. O impacto foi tão intenso que fez Dócrates desabar imediatamente, caindo de costas no chão do ringue, inconsciente e derrotado. O som do corpo pesado batendo contra o chão ressoou pela arena, e a multidão observava em silêncio absoluto, completamente estupefata. Após o golpe, a armadura etérea de Seiya começou a desaparecer, desintegrando-se lentamente em partículas de luz que se dissipavam no ar. O brilho que envolvia Seiya desapareceu quase tão rapidamente quanto havia surgido, e ele se viu novamente sem a proteção mística. Exausto e consumido pela batalha, Seiya caiu de joelhos e depois desabou no chão, desmaiado. A intensidade da luta e o uso extremo de sua energia haviam levado seu corpo ao limite. O ringue, que havia sido palco de uma batalha épica, estava agora cheio de um silêncio reverente, quebrado apenas pelos sons de respiração ofegante dos espectadores e pela movimentação apressada de alguns membros da equipe médica. Seika, que havia assistido a cena com o coração acelerado, correu imediatamente para o lado de Seiya. Ela o encontrou caído no chão, inconsciente e exausto, mas com uma expressão de paz em seu rosto. Ela se ajoelhou ao seu lado, aliviada por vê-lo ainda vivo, mas preocupada com a gravidade do estado em que ele se encontrava. Seika: (abrindo o painel de controle em seu tablet) "Seiya, por favor, aguente firme. Eu preciso te tirar daqui." Ela começou a trabalhar rapidamente para estabilizar Seiya, monitorando seus sinais vitais e administrando os primeiros socorros necessários. A preocupação estava evidente em seu rosto, e sua mente estava corrida com pensamentos sobre o que acabara de acontecer e o que ainda estava por vir. 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Bysshe de Doppelgänger 83 Postado Outubro 28 Autor Compartilhar Postado Outubro 28 Saint Seiya – Deuses entre nós Temporada 01 - Capítulo 08 – Segredos Enquanto os dias se passavam e Seiya permanecia inconsciente no hospital, Seika manteve-se ao seu lado, determinada a garantir que seu irmão recebesse os melhores cuidados possíveis. O hospital era um local de constante movimento, mas para Seika, o tempo parecia parar ao entrar no quarto de Seiya. Ela passava horas observando os monitores, verificando seu estado e tentando entender o que estava acontecendo com ele. Em um momento de pausa, Seika se afastou um pouco do leito e ligou para Tatsume, o braço direito da CEO da Fundação Graad. A tela do tablet piscou e, em segundos, Tatsume apareceu na videochamada. O ambiente ao redor de Tatsume estava bem iluminado e organizado, com a mesma seriedade e eficiência que ela sempre demonstrava. Tatsume: (com um tom neutro, mas firme) "Seika, agradeço por nos atualizar. Entendo que sua situação é complicada, mas os resultados da pesquisa são urgentes. Precisamos avançar." Seika assentiu, seu olhar cansado, mas resoluto. Ela sabia que a pressão estava sobre seus ombros, e a necessidade de equilibrar seu trabalho com o cuidado de seu irmão era um desafio constante. Seika: (tentando manter a calma) "Eu entendo, Tatsume. Sinto muito pela ausência. Precisei estar aqui com meu irmão, ele sofreu um acidente sério. Mas estou trabalhando na pesquisa sobre o anel dourado. Já tenho uma ideia de como proceder, só preciso de mais tempo para obter resultados concretos." Tatsume: (com uma leve tensão na voz) "Você sabe o quanto é importante para nós. O anel é crucial para nossas pesquisas. Precisamos de avanços significativos para seguir com os planos que temos." Seika: (abrindo um arquivo em seu tablet) "Sim, estou ciente. A pesquisa está avançando, e já tenho alguns insights preliminares e já sei em que direção devo seguir." Tatsume observou Seika por um momento, avaliando suas palavras com atenção. Tatsume: (com um tom um pouco mais suave, mas ainda exigente) "Ótimo. Lembre-se de que a Fundação tem expectativas altas. Mantenha-me informada sobre qualquer progresso. E cuide de seu irmão — mas não se esqueça de que o trabalho não pode parar." Seika: (resoluta) "Eu farei o necessário para manter ambos os fronts sob controle. Obrigada pela compreensão. Vou garantir que tudo avance conforme o planejado." A chamada foi encerrada, e Seika voltou ao lado de Seiya, sentando-se novamente na cadeira ao seu lado. Ela olhou para o irmão, oscilando entre a preocupação e a determinação. O hospital e suas máquinas eram agora seu campo de batalha, e ela estava resolvida a não apenas ajudar Seiya a se recuperar, mas também em como conduzir os eventos de acordo com seus interesses. Enquanto Seika se dedicava à pesquisa e ao cuidado de Seiya, seu tablet emitiu um aviso de nova chamada. Ela atendeu rapidamente, e a imagem de Heidi, sua assistente, apareceu na tela. O rosto de Heidi estava sério, e ela parecia ligeiramente apreensiva. Heidi: (com um tom de voz controlado, mas urgente) "Seika, recebi confirmação de que as equipes removeram todos os lutadores, incluindo Cássius e Dócrates e foram levados como 'voluntários' para a pesquisa, conforme sua solicitação." Seika, apesar de estar cansada, respirou aliviada ao ouvir a atualização. O plano estava em execução, e a coleta de dados dos lutadores seria um passo importante para a pesquisa. Seika: (com uma expressão de satisfação contida) "Ótimo trabalho, Heidi. Eles serão perfeitos para testar a minha teoria." Heidi: (confirmando) "Claro. Vou monitorar a situação de perto e garantir que tudo siga conforme planejado." Com a chamada encerrada, Seika fechou o tablet e voltou sua atenção para Seiya. Ela sabia que a coleta de dados ajudaria no desenvolvimento desejado pela Corporação e poderia ajudar em seus próprios objetivos. Um sorriso malicioso se formou em seus lábios. Era um sorriso que refletia mais do que simples satisfação; era um traço de algo mais sombrio e calculista que se escondia sob a superfície de sua dedicação. Seika: (murmurando para si mesma, com um tom enigmático) "Vamos ver até onde você pode ir, Seiya..." O local das lutas estava vazio, apenas o eco distante de antigas batalhas parecia persistir no ar. Um silêncio pesado preenchia o ambiente, com as luzes fracas mal iluminando os cantos escuros. No centro daquele cenário desolado, uma figura feminina se destacava em meio à escuridão. Ela tinha cabelos curtos, lisos e soltos, de uma cor vívida como esmeraldas, que reluziam à luz fraca, contrastando com as roupas que vestia. Seu visual era ao mesmo tempo intimidador e misterioso: calças de couro ajustadas, um top que deixava à mostra parte de sua pele pálida e um longo sobretudo de couro, todos em tons de púrpura. Seus passos eram silenciosos, precisos, como se cada movimento fosse calculado com um objetivo. Havia algo de predador em sua postura, e o olhar que ela lançava ao redor do espaço deserto era frio e analítico, embora seu rosto estivesse oculto por uma máscara. A máscara, esculpida em metal, tinha entalhes que simulavam presas de cobra, um símbolo que remetia à traição e letalidade, e obscurecia qualquer vestígio de emoção em suas feições. Sem que ela soubesse, pequenas câmeras escondidas estavam registrando cada detalhe de sua presença. Camufladas entre os escombros, nos cantos das paredes ou presas discretamente ao teto, elas capturavam tudo — cada passo, cada olhar. Mas a mulher continuava alheia, seu foco inteiramente voltado para o lugar. Ela não estava ali por acaso. Havia um propósito em sua visita silenciosa, um motivo que a movia a estar naquele local abandonado, onde tantos lutadores já haviam se confrontado. Embora desconhecesse que estava sendo vigiada, seus próprios olhos varriam o cenário com a precisão de quem sabia exatamente o que estava procurando. Mulher misteriosa: (sussurrando para si mesma, em um tom frio e calculado) "Então é aqui que ele lutou... Interessante." Ela parou no centro do local, seus dedos passando levemente pela superfície suja de um dos pilares, como se tentasse sentir o rastro de violência que ainda impregnava o lugar. Atrás da máscara, seus olhos verdes brilharam, e por um momento, uma expressão de satisfação quase maligna se formou em seu rosto. Ela tinha seus próprios planos, e o que acontecera naquele ringue não era apenas um detalhe a ser ignorado. No esconderijo sombrio e repleto de monitores e tecnologia avançada, Marin estava sentada, imóvel, seus sentidos captando algo além da visão física. Embora fosse cega, ela "via" de uma forma única, uma habilidade que a permitia perceber o mundo de maneira que poucos entendiam. Os monitores à sua volta exibiam imagens capturadas pelas câmeras ocultas no local das lutas, e seus dedos tocavam levemente uma mesa próxima, como se cada vibração, cada sinal do ambiente externo, fosse transmitido diretamente para sua mente. De repente, uma imagem nítida apareceu em sua percepção: uma mulher de cabelos esmeralda, uma máscara com presas de cobra, e um semblante frio e determinado. Marin soube imediatamente quem era. Uma onda de tensão percorreu seu corpo. Marin: (sussurrando para si mesma, sua voz baixa e carregada de apreensão) "Shaina... Então, você também está atrás de Seiya?" A confirmação de sua suspeita fez o ar parecer ainda mais pesado ao seu redor. Shaina, com sua presença imponente e métodos implacáveis, estava agora na jogada. Marin conhecia bem aquela mulher. Shaina não era alguém que desistisse facilmente de seus objetivos. Marin ficou em silêncio por alguns instantes, seus pensamentos girando rapidamente. Ela sabia que Shaina era uma adversária formidável, tanto física quanto mentalmente, e sua presença ali complicava as coisas de maneira perigosa. Mas o que realmente a preocupava era o porquê. O que Shaina sabia sobre Seiya? E até onde ela estava disposta a ir para conseguir o que queria? Marin: (pensando consigo mesma, seus pensamentos rápidos e calculados) "Eu preciso agir... Se Shaina já está à sua procura, Seiya está em perigo." Ela se levantou lentamente, seus movimentos precisos e cuidadosos, como uma predadora silenciosa se preparando para o próximo passo. Não havia tempo a perder. Após dias de incerteza e silêncio no hospital, Seiya finalmente abriu os olhos. A luz fraca da sala lhe causou um breve desconforto, e sua mente estava confusa, como se tivesse emergido de um sonho inquietante. Ele olhou ao redor, reconhecendo lentamente o ambiente estéril e o rosto familiar de Seika, que estava sentada ao lado de sua cama, atenta, mas com uma expressão contida. Seiya: (com a voz rouca, ainda grogue) "O que... aconteceu?" Seika, sempre controlada, manteve a expressão calma, mas seus olhos o estudavam minuciosamente. Ela sabia que Seiya não se lembrava da luta contra Cássius nem da terrível força que havia despertado dentro dele. Seika: (suave, mas com um tom de advertência) "Você perdeu o controle, Seiya. De algum modo, injetaram em você o 'Veneno da Hidra'. É uma substância perigosa... faz o corpo ficar mais forte, mas pode consumir a mente. Você ficou... fora de si." Seiya franziu o cenho, tentando processar a informação. Fragmentos da luta voltavam à sua mente, mas eram desconexos — flashes de Cássius, Dócrates, dor, gritos. Porém, a lembrança de como tudo terminou, e da estranha energia que o envolveu, estava ausente. Seiya: (tentando lembrar, confuso) "Veneno da Hidra? Eu... não lembro de nada. Só lembro de... estar lutando. Depois, tudo ficou escuro." Seika assentiu, mantendo o olhar fixo no irmão. Ela sabia mais do que estava disposta a compartilhar, principalmente sobre o que aconteceu com Cássius e Dócrates, mas julgava que esse não era o momento para revelar toda a verdade. Seika: (calma, porém evasiva) "Não precisa se preocupar com os detalhes agora. O mais importante é que você está bem, e fora de perigo. Não deixarei que algo assim aconteça de novo." Seiya a observou por um momento, ainda tentando entender o que ela não estava dizendo. Mesmo assim, confiava em sua irmã, apesar do instinto que lhe dizia que havia algo mais escondido sob aquela calmaria. Seiya: (suspeitoso, mas resignado) "Se você diz... Mas eu preciso voltar. Não posso deixar que eles pensem que fiquei assustado." Seika estreitou os olhos, preocupada. A ideia de Seiya retornar ao circuito das lutas, especialmente sabendo o que aconteceu com ele, era perigosa. Mas, ao mesmo tempo, ela sabia que era impossível convencê-lo a desistir. Seika: (tentando ser firme, mas cautelosa) "Seiya, você precisa ser cuidadoso. Esse lugar... não é mais um simples ringue. Eles vão tentar usar você novamente, e eu não vou estar lá todas as vezes para garantir que você saia ileso." Seiya esboçou um sorriso, um pouco mais fraco do que o normal. Seiya: "Não se preocupa, Seika. Eu vou ficar bem. Só preciso... entender o que aconteceu." Mas ele não tinha ideia do quão profundo o mistério ao redor dele se tornaria. E Seika, apesar de sua determinação em protegê-lo, sabia que não poderia controlar todos os eventos que estavam prestes a se desenrolar. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
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