Bysshe de Doppelgänger 83 Postado Outubro 22 Compartilhar Postado Outubro 22 Saint Seiya Rebellion Capítulo 001 – Princípio 20 anos atrás. Atenas. Grécia. Aiolos lutava contra a exaustão e a dor enquanto corria pelas ruelas de Atenas. Carregava a pequena Atena em seus braços, envolta em panos. O sangue escorria de um ferimento profundo no abdômen, enfraquecendo-o a cada passo. A noite era fria, e ele sabia que estavam em seu encalço. O chão de pedras irregulares tornava a fuga ainda mais difícil. Precisava achar um esconderijo, e rápido. Ao virar uma esquina, avistou um pequeno hotel. Ao lado dele, um carro estacionado. Não havia ninguém por perto. Aiolos aproximou-se rapidamente, com seus sentidos aguçados por anos de treinamento como Cavaleiro. Usou a ponta dos dedos para canalizar um leve brilho de seu Cosmo, criando faíscas que giravam suavemente pela fechadura da porta de trás do veículo, destrancando-a com um leve clique. Ele entrou no carro, cuidadosamente acomodando a bebê Atena ao seu lado, e fechou a porta. O interior estava escuro e abafado, mas oferecia o esconderijo necessário. Aiolos sentiu o cansaço pesar sobre seu corpo, e o ferimento continuava a sangrar, manchando a túnica que usava. Segurou a mãozinha de Atena, tentando transmitir um pouco de calor e proteção à deusa que jurara proteger. A dor finalmente o venceu, e ele adormeceu, o peito subindo e descendo com dificuldade. O amanhecer chegou trazendo a luz tímida do sol, que começava a iluminar as ruas de Atenas. Mitsumasa Kido, um homem de meia idade com expressão severa e olhos perspicazes, caminhava em direção ao carro que havia estacionado na noite anterior. Ao abrir a porta, deu um salto para trás ao se deparar com a cena inesperada: um homem ferido, vestido com uma armadura dourada e carregando um bebê. Kido: "Meu Deus! Quem é você? O que está acontecendo?!" Aiolos, despertando com o susto e a dor ainda mais intensa, forçou-se a falar. Seu rosto estava pálido, e a respiração, irregular. Aiolos: "Por favor... ajude... a bebê. Ela é... Atena... precisa... ser protegida." Kido olhou para a criança nos braços de Aiolos, notando o brilho incomum nos olhos do guerreiro. Não sabia o que pensar, mas instintivamente sentiu a gravidade da situação. Ele se abaixou ao lado de Aiolos, avaliando o estado do ferimento. Kido: "Você está gravemente ferido. Precisa de um hospital!" Aiolos (balançando a cabeça com dificuldade): "Não... se me levarem... eles vão encontrá-la. Não podemos... ser descobertos." Mitsumasa sabia que o homem não sobreviveria sem cuidados, mas compreendeu que o risco de levá-lo a um hospital público era grande demais. Decidiu agir rápido e levar Aiolos para uma clínica particular que possuía em segredo, onde poderia tratar dele sem levantar suspeitas. Horas depois, na clínica, médicos de confiança realizavam o que podiam para estabilizar o Cavaleiro. No entanto, o diagnóstico era sombrio. O ferimento tinha danificado órgãos vitais, e o corpo de Aiolos estava debilitado demais. Kido (ajoelhando-se ao lado de Aiolos, que estava deitado em uma maca): "Fiz tudo o que pude... mas você está muito fraco. Não vai sobreviver. Há mais alguma coisa que eu possa fazer? Algo que eu deva saber?" Aiolos (com a voz quase apagada): "Atena... ela precisa... ser criada longe do Santuário. Treine guerreiros... que possam protegê-la... quando a hora chegar. Confio... isso a você... Mitsumasa Kido..." Aiolos exalou uma última vez, e então seu Cosmo se extinguiu. Dias atuais. Tóquio. Japão. Em um café charmoso, localizado em um bairro turístico de Tóquio, Saori Kido estava sentada perto da janela, observando o movimento na rua. Seus cabelos violeta, cortados curtos, balançavam levemente com a brisa que entrava pela porta. Uma pequena trança, amarrada discretamente atrás da cabeça, dava um toque de delicadeza à sua aparência. Com um olhar concentrado, ela mantinha um fone de ouvido, através do qual conversava com Tatsume, seu fiel assistente. Tatsume (do outro lado da linha, com uma voz preocupada): "Senhorita Saori, tem certeza de que estamos no caminho certo? Será que conseguiremos encontrar o jovem? Ele é só um batedor de carteiras, pode ser difícil de rastrear." Saori deu um gole na sua xícara de chá, sem demonstrar qualquer sinal de impaciência. Sua voz soou tranquila, mas determinada. Saori: "Tatsume, confie no 'pintor'. Ele já nos ajudou antes, foi graças a ele que encontramos Shun e Ikki. Por que erraria agora? Se ele disse que o rapaz está por aqui, devemos confiar." Ela olhou novamente para a rua, como se procurasse algum sinal. 4 anos atrás. Mansão Kido. Japão. Tóquio. Mitsumasa Kido estava em sua sala, cercado por pilhas de documentos e mapas espalhados pela mesa. Seus olhos fitavam o horizonte através da grande janela, a expressão carregada de frustração. Passadas tantas décadas desde a morte de Aiolos e o juramento que fizera, ainda não conseguira localizar um único Cavaleiro. Era como se eles fossem fantasmas, sempre fora de alcance. A irritação tomava conta de seus pensamentos. Com todos os recursos à disposição, como poderiam aqueles guerreiros míticos ainda estar escondidos? O tempo estava se esgotando, e a proteção de Atena era uma responsabilidade que pesava cada vez mais sobre seus ombros. Seus pensamentos foram interrompidos subitamente pela voz de Tatsume, que entrara na sala de maneira cautelosa, mas com um brilho raro de expectativa no olhar. Tatsume: "Senhor Kido, desculpe interrompê-lo, mas... há uma visita para o senhor. Acho que será de seu interesse." Mitsumasa franziu o cenho, surpreso. Era raro que Tatsume considerasse uma visita importante o bastante para interromper suas reflexões, especialmente naquele momento. Kido (endurecendo a voz): "Uma visita? Quem é? Não agendei nada para hoje." Tatsume: "Ele não se apresentou... mas afirmou que pode fornecer informações sobre os Cavaleiros." Mitsumasa ergueu o olhar com renovada curiosidade, embora um traço de ceticismo ainda permanecesse. A possibilidade de finalmente obter alguma pista o fez se levantar rapidamente da cadeira. Kido: "Muito bem, Tatsume. Mande-o entrar." Enquanto aguardava, seus pensamentos já começavam a se alinhar para a conversa que estava por vir. Quem seria esse estranho? E, mais importante, o que ele sabia sobre os misteriosos Cavaleiros? Um homem jovem, aparentando pouco menos de 30 anos, entrou na sala. Seus traços eram serenos, e vestia-se de maneira simples, mas elegante, com uma pequena pasta de couro em mãos. Ele olhou para Mitsumasa Kido e fez uma leve reverência antes de se apresentar. Leon: "Meu nome é Leon. Sou um pintor e sei da sua busca, Sr. Kido. Vim para ajudar." A afirmação surpreendeu Kido, que manteve o olhar avaliativo. Leon se aproximou da mesa e retirou cinco gravuras da pasta, espalhando-as cuidadosamente sobre a superfície. Cada uma delas retratava uma paisagem distinta: uma floresta densa, uma praça, um campo coberto de neve, um antigo templo e um pico de montanha envolto em neblina. Leon: "Esses são os locais onde você poderá encontrá-los. Não tenho nomes, mas posso garantir que em algum momento os Cavaleiros estarão nesses lugares." Kido franziu o cenho. O jovem sabia demais, e aquilo o deixava desconfiado. Como um simples pintor poderia ter informações tão precisas? Kido (com a voz rígida e inquisitiva): "Como você sabe de minha busca? E por que está disposto a me ajudar?" Leon não hesitou. Com um olhar tranquilo, pegou mais uma gravura de sua pasta e a entregou a Kido. A imagem o deixou sem palavras: era uma cena do hospital, muitos anos atrás. Nela, estavam ele e Aiolos, o Cavaleiro de Sagitário, pouco antes de sua morte. Leon: "Eu sei da promessa que fez. E da verdade que só o senhor e Aiolos conhecem. Sou Leon, o Cavaleiro de Prata de Pintor. Posso enxergar o passado e capturar vislumbres do futuro em minhas obras." O olhar de Kido endureceu. Não esperava encontrar outro Cavaleiro, muito menos alguém com um dom tão peculiar. O mistério que cercava Leon o intrigava, mas, acima de tudo, reacendia uma centelha de esperança. Leon permaneceu em pé, com uma postura calma, enquanto explicava o motivo de sua aparição inesperada e o conhecimento que tinha sobre a busca de Mitsumasa Kido. Leon: "O senhor pode não saber, mas o dever de um Cavaleiro é passado de geração em geração, dentro das mesmas famílias. Durante séculos, o Santuário manteve o rastro de cada linhagem, garantindo que os descendentes recebessem treinamento e estivessem prontos para proteger Atena quando fosse necessário." Mitsumasa ouviu atentamente, absorvendo cada palavra. Esse conhecimento detalhado do funcionamento interno do Santuário o surpreendia, mas Leon continuou sem hesitar. Leon: "No entanto, alguns Cavaleiros e suas famílias se perderam ao longo do tempo. Seja por causa de conflitos internos, perseguições ou o próprio afastamento voluntário, o Santuário perdeu o rastro de certas linhagens. Estes cinco que o senhor deve encontrar pertencem a essas famílias esquecidas." Ele apontou para as gravuras dispostas na mesa de Kido, as paisagens misteriosas que havia desenhado com tanto cuidado. Leon: "São Cavaleiros que ainda não despertaram seus Cosmos, e cujas famílias não mantiveram contato com o Santuário por gerações. Se não forem encontrados, podem nunca descobrir o legado que carregam. E sem eles, Atena ficará vulnerável." Kido analisou as gravuras com renovado interesse, compreendendo a magnitude da tarefa que Leon havia proposto. Esses Cavaleiros eram peças perdidas de um quebra-cabeça antigo, cujas origens haviam se desvanecido na obscuridade do tempo. Kido (com a voz firme, mas carregada de curiosidade): "E você, Leon? Por que escolheu ajudar agora? Qual é o seu papel em tudo isso?" Leon olhou nos olhos de Kido, e por um breve momento, o brilho de seu Cosmo pareceu cintilar em seu olhar. Leon: "Meu papel é guiá-lo até esses Cavaleiros. Como o Cavaleiro de Prata de Pintor, é minha missão encontrar aqueles que ainda não despertaram, mas que estão destinados a proteger Atena. Porque mesmo os fantasmas do passado merecem uma chance de lutar pelo futuro." As palavras de Leon não deixavam margem para dúvidas, e Mitsumasa Kido percebeu que, finalmente, tinha uma pista concreta para seguir. A expressão de Mitsumasa Kido endureceu, e ele estreitou os olhos ao questionar o homem à sua frente. Kido: "Por que vir a mim e não ao Santuário? Se você é realmente um Cavaleiro, deveria querer levar Atena de volta para lá. Por que escolheu me ajudar em vez disso?" Leon manteve a calma diante da desconfiança de Kido. Sua expressão, no entanto, ficou mais séria, e o brilho de seu Cosmo pareceu se intensificar por um momento. Leon: "Porque o Santuário não é mais o lugar seguro que deveria ser. Forças sombrias estão no comando, manipulando a verdade e corrompendo os ideais dos Cavaleiros. O mesmo Santuário que ordenou a morte de Aiolos e acusou-o de traição é governado por aqueles que não buscam a justiça, mas sim o poder." Ele fez uma breve pausa, deixando as palavras se assentarem, então continuou, com um tom de voz que refletia a dor de antigas feridas. Leon: "Eu também sou considerado um traidor. Quando questionei certas ordens e tentei expor a corrupção, fui marcado como inimigo, assim como Aiolos. Me manter longe e ajudar secretamente é a única forma de proteger Atena sem alertar aqueles que buscam usá-la para seus próprios fins." Kido absorveu a explicação com uma sensação crescente de urgência. Ele já suspeitava que havia algo de errado no Santuário, mas ouvir aquilo de um Cavaleiro confirmava seus piores temores. Kido (em um tom mais grave, cheio de determinação): "Então, estamos lutando contra o tempo e contra forças que não conhecemos completamente. Encontrar esses Cavaleiros é nossa única chance." Leon: "Exato. Cada um deles é essencial. E juntos, poderão mudar o destino que agora está manchado pelas trevas. Mas precisamos ser rápidos, antes que os inimigos do Santuário nos encontrem primeiro." As palavras de Leon carregavam uma verdade sombria, e Kido percebeu que o desafio à frente era muito maior do que havia imaginado. Dias atuais. Tóquio. Japão. Saori Kido olhava atentamente pela janela do café, seus olhos violetas seguindo os movimentos na rua movimentada. O fone ainda em seu ouvido sussurrava as preocupações de Tatsume, mas sua atenção estava completamente voltada para a figura que acabara de surgir na esquina. Um jovem japonês, de aparência simples, com o cabelo bagunçado e um olhar furtivo, atravessava a rua em direção a uma pequena praça. Ela sabia, no instante em que o viu, que finalmente havia encontrado o que procurava. Ele era exatamente como na gravura que Leon a havia dado quatro anos atrás. Cada detalhe era idêntico: a postura, o semblante inquieto, como se sempre estivesse à beira de fugir. O jovem se movia com uma leveza incomum, quase como se já tivesse uma noção instintiva do Cosmo, mesmo sem estar consciente disso. Saori (murmurando para si mesma): "Então é você…" A missão de rastrear os descendentes perdidos das antigas linhagens de Cavaleiros estava, enfim, produzindo frutos. Saori sabia que aquele jovem era especial, que carregava em si o legado de um guerreiro. Mas ele também era alguém que ainda desconhecia o destino grandioso que o aguardava. Ela se levantou lentamente, pronta para segui-lo. Encontrá-lo era apenas o primeiro passo. Convencê-lo de que seu destino estava ligado à proteção de Atena e ao despertar de seu Cosmo seria o verdadeiro desafio. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
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