dfsmith8319 0 Postado Fevereiro 4 Compartilhar Postado Fevereiro 4 Caros amigos e leitores, **Depois de um bom tempo repensando a minha fanfic, agora irei começar a postá-la periodicamente. Agora sim, as ideias estão organizadas e finalmente conseguirei dar prosseguimento. Já solicitei que o meu tópico antigo seja deletado, portanto, esqueçam o que foi postado anteriormente.** Como vocês sabem, faz tempo que estou escrevendo essa fanfic (desde 1997 para ser mais exato) para uma saga completa, onde os Cavaleiros enfrentarão os 12 Deuses do Olimpo. Nessa saga teremos novos personagens, novas batalhas e muita ação e mistério. Antes de começar, algumas explicações: A Saga de Zeus acontece um tempos após a Saga de Hades. Isso é dito logo no primeiro capítulo, para você se situar na história, portanto, existe algumas histórias que NÃO FORAM CONSIDERADAS PARA A MINHA FIC. Não considerei: Os Filmes: O Santo Guerreiro / A Grande Batalha dos Deuses / A Lenda dos Defendores de Athena / Os Guerreiros do Armagedon / Prólogo do Céu Os Livros: Blue Warriors / Gigantomaquia / Do Cvidanija / Next Dimension / Saintia Sho Os Animes: Saint Seiya: Soul Of God Apenas um comentário: Quando digo que NÃO CONSIDEREI as obras em destaque, significa que não irei usar a CRONOLOGIA e EVENTOS dessas história pelo fato de minha fic ter uma cronologia própria. Praticamente TODOS os personagens que apareceram nos filmes e em outra publicações, estão em minha obra, só que aparecem de forma diferente. EX.: As Saintias existem, mas as considero como Amazonas, e não servas particulares de Athena. Não usarei o termo Saintia, e sim Amazonas. Quando criei a cronologia, ainda não tinha sido criado o mangá Saintia Sho, como disse antes, minha fic vem de um longo caminho, desde 1997 quando fiz os primeiros rascunhos. CRONOLOGIA QUE ESTAREI UTILIZANDO PARA A MINHA FIC: The Lost Canvas Epísodio G Saga do Santuário Saga de Asgard Saga de Poseidon Saga de Hades Fanfic criada por Davi Smith, inspirado pelo trabalho de Masami Kurumada, Shingo Araki, Megumo Okada e Shiori Teshirogi. Algumas fanfics também serviram de inspiração como a Fanfic de Ryo Sakazaki. Imagens obtidas na internet através dos trabalhos de: Marco Albiero, Marzio Nirti, Cerberus_Rack, ABottle, Arles, Camille Adams, Carlos Alberto Lam Reyes, Diego Maryo, Fagian, Gemini Saga, Juan Carlos Brito, Liu.Rayson (Raito), Liruohai, Niiii'link, Pharaon, Spaceweaver, SRW13, Staxx, The Ponk, Trident, Wang e Yami11 Caso tenha algum desenho/fanart que você identifique como autoria sua, por favor, entre em contato para que você possa ser devidamente credito junto aos outros desenhistas/fanartistas. **Qualquer dúvida entrar em contato pelo email: [email protected]** Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
dfsmith8319 0 Postado Fevereiro 4 Autor Compartilhar Postado Fevereiro 4 (editado) PRÓLOGO Não havia nada naquele lugar. Apenas escuridão, um abismo sem fim, onde o vazio se estendia por todo o infinito. Porém, algo emergia do centro da escuridão. Um ser, uma figura solitária, surgia das trevas. Ele caminhava sem rumo, sem direção, perdido na vastidão do nada. Após o que parecia uma eternidade, seus joelhos tocam o chão, e diante dele se revela um altar, estranho e desolado. Seu manto acinzentado, como um véu sombrio, se espalha lentamente sobre o solo, como se fosse engolido pela escuridão. Nesse instante, uma voz rouca, carregada de ódio e malícia, ressoa no vazio, ecoando nas profundezas daquele lugar: “Cosmo do meu cosmo, coloquei-te entre meus inimigos para que minha glória seja restaurada. Tua missão é abrir o caminho para o meu retorno. Enfraquece aqueles que me aprisionaram, destrói aqueles que me odeiam, semeia discórdia entre os que zombam de mim. Deixe que disputas, guerras, ódio e desavenças os enfraqueçam, e assim meu poder será fortalecido. Está na hora de tomar o que é meu por direito. Quando te encontrares diante de meus inimigos, usa o cosmo que te dou, transforma-os em meus servos e, com isso, conquistarei o poder necessário para escapar de minha prisão.” O rapaz, ainda ajoelhado, levanta os olhos, e suas palavras são um sussurro cheio de devoção: - Vivo para te servir, meu mestre... A escuridão do lugar se fecha ao redor dele. O altar desaparece, e ambos são engolidos pelas trevas, como se nunca tivessem existido. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- À medida que o sol surgia no horizonte, um verdadeiro paraíso começava a se revelar. Florestas virgens, com suas árvores e flores de cores deslumbrantes, se estendiam por toda parte. Rios de águas cristalinas corriam livremente, serpenteando por vastas planícies cobertas por uma suave e delicada relva. Quando o calor da luz solar enchia o céu, aves começavam a voar, enchendo os ares com seus cantos e assovios. Um coral natural rompia o silêncio daquele paraíso. Dos recantos das matas e florestas, animais de todas as espécies saíam, iniciando sua busca diária por alimento. E o mais extraordinário: ninguém sabia da existência daquele lugar, nem mesmo os homens. Toda aquela beleza — florestas, rios, planícies — convergia para um ponto que era desconhecido para os seres humanos. Uma gigantesca montanha, uma muralha de pedras imponentes, erguia-se tão alta que seu topo desaparecia nas nuvens. Ao redor da montanha, aos seus pés, havia uma cidade. Não era uma cidade grandiosa, mas sua simplicidade a tornava ainda mais encantadora. Ela era bem cuidada, adornada por frondosas árvores, flores e pedras preciosas. Os rios daquela região a banhavam, e o sol parecia dar vida ao lugar, aquecendo cada rua e cada morador. No centro da cidade, erguia-se um templo de beleza incomparável, feito das mais puras cores já vistas pelos homens. Do interior desse templo, um longo caminho se estendia, ascendendo até o topo da montanha. O caminho, embora íngreme, era bem cuidado e colorido, com pedras brancas que convidavam a jornada. Ao final dessa subida, chegava-se a um grande portão dourado, protegido por dois soldados imponentes, vestidos com armaduras brilhantes e segurando lanças. Quando um grupo de pessoas se aproximou do portão, os soldados os reverenciaram, afastando-se para abrir os pesados portões. Além deles, uma vasta planície se estendia, com 14 construções imponentes. No centro, uma grande estrutura, rodeada por 13 templos menores. Minutos após o nascer do sol, as ruas da cidade estavam tomadas por pessoas. Algumas ocupavam-se com seus afazeres diários, enquanto outras se dirigiam ao caminho que levava à planície dos templos. O grupo que havia atravessado os portões dourados era um grupo especial. Eram 12 pessoas, vestidas com mantos longos e de cores puras, com capas brancas envoltas ao redor de seus corpos. Os portões se fecharam atrás deles, e o grupo continuou sua jornada, atravessando pátios e chegando a uma enorme arena. No centro da arena, 14 tronos dourados aguardavam. Os tronos, dispostos em semicírculo, rodeavam um trono maior, mais elevado e imponente. Cada um dos tronos possuía um símbolo e uma inscrição em grego. Quando o grupo entrou na arena, ele se dispersou, e cada membro se acomodou em seu respectivo trono. Apenas dois tronos permaneceram vazios. Um silêncio profundo tomou conta da arena quando uma das portas laterais se abriu. Dois homens, vestindo armaduras reluzentes, marcharam até o trono maior, posicionando-se atrás dele, em pé. Um deles deu um passo à frente e, com voz potente, bradou: - BENDITO É O GRANDE IMPERADOR! Ao som dessas palavras, todos se levantaram em reverência. Um estrondo poderoso ecoou pelos céus, e nuvens negras se formaram acima da arena. O estrondo reverberou por toda a cidade, fazendo com que os habitantes se ajoelhassem em respeito. Das nuvens, um relâmpago devastador desceu, atingindo o trono maior e gerando uma espessa fumaça branca. No meio da fumaça, uma voz ecoou por toda a arena, atravessando as paredes de pedra, alcançando cada rua e beco da cidade: - Assentem-se! No mesmo instante, todos se sentaram. A fumaça se dissipou, e o Grande Imperador foi finalmente revelado, sentado no trono dourado. As pessoas nos outros tronos inclinavam-se em sinal de respeito. Ele, vestindo longas vestes de linho branco, observava atentamente os 13 tronos. Seus olhos se detiveram em um vazio. Ele se virou para um dos cavaleiros ao seu lado e perguntou: - Athena ainda não chegou? O cavaleiro se aproximou e respondeu: - Está a caminho, Imperador. Ela teve alguns problemas durante o trajeto. O Imperador, com um olhar penetrante, indagou: - As Sombras? - Ainda não sabemos, meu senhor, mas não se preocupe. Enviei duas tropas para escoltá-la até o Grande Templo. O Imperador relaxou em seu trono e, com um leve aceno, disse: - Então começaremos sem ela. Deixe os relatos de Athena para o final. O Grande Imperador e os demais presentes começaram a discutir vários assuntos. Alguns eram urgentes, outros mais triviais. A conversa se prolongaria por horas, dias, talvez semanas, enquanto os problemas e pendências fossem resolvidos. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Alguns quilômetros distantes da bela cidade, uma carruagem dourada avançava pelos campos e florestas daquele reino. A carruagem, ornamentada e reluzente, era puxada por quatro belos e fortes cavalos. À frente, um grupo de quatro cavaleiros, vestidos com imponentes armaduras, escoltava o veículo, enquanto outro grupo seguia atrás. Junto ao cocheiro, havia um outro homem, também com armadura, mas a sua era diferente, era dourada, brilhando intensamente a todo momento. Dentro da carruagem, estavam três pessoas: uma mulher de longa cabeleira roxa e um vestido branco, junto a dois homens com armaduras douradas. Um dos cavaleiros percebeu que a mulher, perdida em pensamentos, observava distraidamente pela janela da carruagem. Ele se atreveu a perguntar: - Algum problema, minha Senhora? A mulher despertou de seus devaneios e voltou-se para o rapaz: - Não é comum encontrarmos um guerreiro como aquele por estes caminhos... O cavaleiro não entendeu de imediato e, confuso, respondeu: - A Senhorita se refere às Sombras que encontramos, certo? Ela balançou a cabeça, negando, e respondeu com voz calma, mas cheia de autoridade: - Não. Estou falando do guerreiro que manipulava as Sombras, escondido entre elas, controlando-as. Os dois cavaleiros a olharam, surpresos, e ela continuou, sua voz carregada de preocupação: - Assim que os reforços chegaram, o guerreiro desapareceu. Não consegui identificá-lo, mas seu cosmo era imenso, singular. Era algo que eu já havia sentido antes, em algum lugar... Ela voltou a olhar pela janela, perdida em seus pensamentos, mas foi interrompida por um grito do cavaleiro que estava ao lado do cocheiro: - Senhorita Athena, falta poucas horas para chegarmos! Em breve estaremos nos domínios do Olimpo! Ela olhou para os dois cavaleiros à sua frente e, com uma expressão séria, falou: - Assim que chegarmos ao Grande Templo, em hipótese alguma, vocês, Odin e Brahma, deverão deixar meu templo. Devem permanecer lá até que eu ordene que saiam. O cavaleiro Amon-Rá, inquieto, respondeu: - Mas, minha Senhora, e se você precisar de nossa ajuda? Athena o olhou com firmeza e, com um tom de autoridade, respondeu: - Não se preocupem comigo, Amon-Rá. Enquanto estiver no Grande Templo, estou protegida. Os Arautos de meu pai não permitirão a entrada de ninguém enquanto o Conselho Olímpico estiver reunido. Vocês não podem entrar no Grande Templo. Somente os deuses podem. O cavaleiro ao lado de Amon-Rá, de cabelos brancos como a neve, interrompeu: - Mas não somos humanos, minha Senhora. Alcançamos a Vontade Divina. - Sim, alcançaram, mas ainda não foram reconhecidos pelo Grande Imperador como deuses, subordinados a mim. Por enquanto, continuam sendo Cavaleiros de Ouro. Portanto, não podem transitar livremente no Grande Templo. Fiquem no meu Templo, em meus domínios. Assim que o Grande Imperador reconhecer o poder de vocês e autenticar a autoridade divina que conquistaram, aí sim poderão ser recebidos diante dele. É fundamental que não quebrem essa regra. Podem andar pela cidade, mas mantenham-se afastados do Grande Templo. Athena encerrou a conversa com uma última palavra de autoridade, voltando a olhar pela janela. Agora, finalmente, ela avistava a imponente montanha que se erguia diante dela: o Monte Olimpo. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A reunião do Conselho Olímpico, como era conhecido o encontro dos Deuses do Olimpo, se estendeu por todo o dia. Alguns assuntos foram resolvidos rapidamente, enquanto outros renderam intensas discussões, com ânimos acirrados. Em determinado momento, Ares, o Deus da Guerra, pediu a palavra. O Grande Imperador, com um gesto afirmativo, concedeu-lhe a permissão para falar. - Mestre, os humanos estão se esquecendo de nós! Não somos mais vistos como provedores, criadores e muito menos como divinos. Precisamos intervir nesta situação. Nossos reinos estão sucumbindo pela falta de adoradores! O Grande Imperador, com a calma habitual, olhou para Ares e, com voz grave, questionou: - O que você sugere? Ares se levantou e, passando os olhos por todos os presentes na sala, respondeu com firmeza: - Devemos incitar novamente o temor aos Deuses. Precisamos mostrar que os humanos são criaturas, enquanto nós somos seus criadores. Deméter, que até aquele momento permanecera em silêncio, levantou-se com seriedade e encarou Ares, sua voz cortante: - E como pretende fazer isso? Criando mais guerras, discórdias e contendas? Gerando medo, pânico e desordem? A Terra já sofreu o suficiente nos últimos anos, pagando o preço pelos nossos pecados. Os humanos precisam evoluir, ter consciência de que a Terra precisa de cuidado e proteção. Ares olhou para Deméter com desprezo e respondeu: - Os humanos nos respeitavam e até serviam às nossas vontades. Isso nos dava força! Deméter balançou a cabeça negativamente, seu tom firme e resoluto: - A desordem só traz sofrimento e morte. Não se lembram de como o mundo ficou após as constantes batalhas contra os Titãs e os Gigantes? Ares tentou retrucar, mas o Grande Imperador interrompeu a discussão com autoridade: - O que Ares diz é verdade. Não somos mais temidos, nem adorados como Deuses. Mas Deméter também tem razão. Não podemos disseminar o ódio apenas para que sejamos adorados. Seria um sentimento egoísta e nós, como governantes do universo, não podemos nos prender a sentimentos egoístas. Afinal, os humanos são nossas criações. Devemos conduzi-los àquilo que posso chamar de evolução e maturidade. Há coisas que os humanos só aprenderão a desenvolver se nós, Deuses, os auxiliarmos! Ares, com um semblante preocupado, exclamou: - Mas Mestre, em poucos anos seremos esquecidos! Nossa existência será apagada da Terra! O Grande Imperador se levantou, sua voz ressoando forte: - Basta, Ares! Somos seres divinos! Nossa existência precede a dos humanos. Não precisamos deles para sobreviver, e muito menos para exercer nossos desígnios. Estamos interferindo em um reino que não nos pertence. Enquanto Athena não comparecer ao Conselho, não discutiremos o futuro dos humanos. O Imperador fez uma pausa, como se ponderasse as palavras ditas, e então falou: - Vamos fazer uma pausa. Estou exausto. Retomaremos nossa reunião daqui a duas horas. Use esse tempo para descansar e refletir sobre o que discutimos. Enquanto o Imperador descia de seu trono, um homem de longas vestes azuis se aproximou, ajoelhando-se aos pés do Grande Imperador. - Meu Rei, Athena acabou de chegar. Ela está se dirigindo ao Templo da Sabedoria e em breve estará aqui. - Ótimo, mais um motivo para fazermos uma pausa. Vamos aguardar Athena. Como mencionei antes, voltaremos com nossa reunião daqui a duas horas. O Grande Imperador olhou para o homem ainda ajoelhado e disse com firmeza: - Leve este recado a Athena. A próxima sessão será daqui a duas horas. - Como deseja, Majestade! Rapidamente, o homem levantou-se e saiu da Arena, indo em direção ao Templo. O Imperador desceu do trono e começou a caminhar em direção ao Grande Templo, onde se retiraria para descansar um pouco antes da próxima sessão de reuniões. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A noite descia silenciosamente sobre o monte divino. As luzes dos templos e da cidade quebravam a escuridão, trazendo uma sensação de tranquilidade. O turbilhão de atividades que havia começado mais cedo começava a se acalmar. Alguns minutos haviam se passado desde o término da primeira sessão das reuniões. O Imperador estava em seus aposentos, tentando processar tudo o que fora discutido, mas algo o incomodava profundamente. Sua mente não conseguia se concentrar; havia uma preocupação persistente. Ele caminhou até a lareira de seu quarto, pegou um copo e o encheu com um líquido de cor avermelhada. Fiquei parado diante do fogo, observando as chamas consumir a lenha. O Grande Imperador estava perdido em seus pensamentos. "Pude perceber um estranho Cosmo hoje pela manhã, um Cosmo que não sinto há muito tempo..." Sorvendo mais um gole do líquido avermelhado, Zeus caminhou até a janela e olhou para o céu, onde a lua começava a surgir, iluminando a noite. "Será que ele voltou? Mas como?" Enquanto estava absorto nesses pensamentos, o Imperador não percebeu a densa fumaça negra invadindo seus aposentos. A névoa se espalhou rapidamente pelo chão e se concentrou atrás dele, próxima à porta. Somente quando a sensação de estar sendo observado tomou conta dele, Zeus virou-se rapidamente, e foi quando viu: a fumaça havia se moldado em um homem, envolto em uma escuridão densa. Seus mantos eram negros como a noite, e apenas seus olhos, de um azul intenso, brilhavam, olhos frios e carregados de ódio. A fumaça continuava a emanar de seu corpo, encobrindo o chão como uma sombra que não cedia. Zeus, recuperando-se do choque, encarou aquele ser com autoridade e falou, sua voz grave ressoando pelo aposento: - Quem ousa invadir os aposentos do Imperador sem permissão? Mostre seu rosto! O ser permaneceu imóvel. Não se movia nem fazia qualquer som, apenas fluía com a fumaça que o envolvia. Desafiando a autoridade do Cosmo que rege o Universo, a sombra começou a caminhar em direção a Zeus. Sua voz rouca e envelhecida ecoou pelo quarto, como um sussurro do além: - Você ainda continua arrogante como sempre, Príncipe... O Grande Imperador se estremeceu ao ouvir aquelas palavras, seus olhos arregalados como se tivesse visto um fantasma. O copo que estava em suas mãos caiu, espalhando o líquido vermelho pelo chão. Tremendo, ele exclamou: - Mas como é possível? Eu... eu derrotei você! COMO VOCÊ AINDA PODE ESTAR VIVO?! Uma risada maléfica ressoou pelo quarto, cortante e sombria. O ser continuou com sua voz de desdém: - Por ter sido criado por humanos, você herdou a fraqueza deles: um coração bondoso. Você me derrotou, mas não me destruiu. Minha essência ainda permanece forte! Chegou o momento de recuperar meus domínios... e você, Zeus, vai me ajudar a renascer! A fumaça que emanava do ser começou a tomar conta do aposento, engolindo tudo ao redor. O homem saltou em direção ao Imperador, e antes que Zeus pudesse reagir, ficou completamente imobilizado. A névoa densa o envolveu, formando um casulo que o prendeu, deixando-o impotente. O ambiente estava completamente dominado pela escuridão. O ser, olhando para o casulo de fumaça, falou com sua voz rouca e sinistra: "Cosmo do meu Cosmo, eras meu inimigo, agora serás meu servo. Sua missão é destruir a humanidade e usar a energia vital dos sacrifícios para romper o selo que você colocou sobre mim. Destrua todos aqueles que se colocarem em seu caminho... e faça com que seu mestre ressurja das trevas, para reinar para sempre." ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Deixando o Templo da Sabedoria, Athena se dirigiu para a Arena, onde iria se encontrar com seus irmãos e o Grande Imperador. Suas longas vestes brancas brilhavam intensamente sob a luz da lua. Com um belo sorriso estampado no rosto, Athena apreciava cada detalhe das construções. Distraída, não percebeu um jovem de cabelos e mantos azuis se aproximando dela. - Parece que alguém está feliz por estar em casa! Assustada, Athena olhou para trás e se alegrou ao ver o jovem: - HERMES! Rapidamente, a Deusa abraçou seu irmão. Os dois começaram a caminhar juntos em direção à Arena. - Me diga, menina Athena. Como é viver com os humanos? Sorrindo, Athena respondeu: - Sabe, não é muito diferente de viver aqui. Os humanos são complicados, mas são completamente confiáveis e amorosos. Tenho aprendido a entender as situações pelas quais uma alma mortal passa. A vida na Terra é cercada por sofrimentos, tristezas e decepções, mas a esperança, a fé e o amor fazem surgir uma força sobrenatural nos humanos. Isso me emociona. Hermes colocou o braço ao redor do pescoço da Deusa e falou: - Será que temos alguém se apaixonando por humanos? Um pouco vermelha e sem graça, Athena respondeu: - Não, meu irmão. Como Deusa-Regente da Terra, tenho como objetivo conduzir os humanos a uma vida mais tranquila, longe da perversidade e do mal, além de protegê-los contra os ataques de inimigos. - Você quer dizer dos ataques de Ares, não é mesmo? - Não entendo ele. Não suporta ver os humanos prosperando e vivendo de forma digna. Hermes soltou uma gargalhada e falou: - Ares foi indicado para ser o Deus-Regente da Terra, mas você, com sua sabedoria e estratégia, conseguiu convencer o Imperador a entregar os domínios terrestres a você. Athena cruzou os braços e respondeu: - Só provei para o Imperador que a Terra poderia sobreviver de maneira mais digna e decente sem precisar de guerras e destruição. Envolvendo Athena em seus braços, Hermes disse: - Eu sei, eu sei. Por isso o Imperador confiou a Terra a você. Venha, já está quase na hora da próxima reunião. Estou curioso para saber suas novidades. Os dois saíram andando pelos longos corredores até chegarem à Arena. Hermes e Athena foram abordados por alguns servos, que os ajudaram a colocar os mantos cerimoniais. Devidamente trajados, Athena e Hermes continuaram andando e entraram na Arena. Athena se aproximou de seu trono e se sentou. Hermes olhou para sua irmã e falou: - Antes da reunião começar, preciso resolver alguns assuntos urgentes. Athena sorriu e disse: - Ele ainda continua te dando tarefas impossíveis? - Sim, papai não é uma pessoa fácil de se lidar! Nos vemos depois! Hermes deixou Athena sozinha na Arena. A Deusa se encostou em seu trono e olhou para cima, contemplando a lua, o céu escuro e as estrelas. Perdida em seus pensamentos, Athena foi abruptamente interrompida ao sentir, por apenas alguns segundos, um poderoso e maligno Cosmo dentro do Olimpo. Assustada, ela se levantou e olhou em direção ao Grande Templo: - Esse é o mesmo Cosmo que senti quando estava vindo para o Monte Olimpo! Como ele conseguiu entrar no Grande Templo?! Segurando seu báculo, Athena começou a andar em direção ao Grande Templo, mas antes mesmo de sair da Arena, o Cosmo desapareceu. Ao atravessar alguns corredores e salões, sua procura foi interrompida por uma voz: - Necessitas de alguma coisa, Senhorita Athena? Athena olhou para trás e viu um jovem de cabelos vermelhos com um manto branco envolvendo sua armadura. Ela o reconheceu: - Cicno... - Posso te ajudar em alguma coisa, minha Senhorita? O Grande Imperador deu ordens para não ser incomodado. Além disso, a próxima sessão do Conselho começará em alguns minutos; deveria se unir a vossos irmãos! Athena olhou para o Cavaleiro e disse: - Por acaso você sentiu um poderoso Cosmo se manifestando aqui no Grande Templo? Cicno olhou para a Deusa com um olhar de indagação e respondeu: - Infelizmente não senti, minha Senhorita. Creio que deves estar cansada da viagem. Foi longa... Cicno reverenciou Athena e sinalizou para ela o caminho a ser seguido. Athena, desconfiada, seguiu o que ele sugeria, pois sabia que Cicno, sendo o Comandante de todos os Exércitos Divinos, não atender a um pedido seu poderia deixar o Grande Imperador muito irritado. A Deusa caminhou até seu trono e se sentou. Alguns minutos se passaram, mas Athena não conseguia esquecer aquele Cosmo maligno. Sua atenção foi interrompida novamente quando os outros Deuses começaram a entrar no Grande Templo. Vários passaram ao lado de Athena e a cumprimentaram, mas alguns nem se atreveram a chegar perto da Deusa. Rapidamente, cada um se assentou em seu trono, aguardando o retorno do Grande Imperador. Athena olhou para Hermes e fez um sinal para se encontrarem depois. De repente, uma nuvem negra encobriu a Arena, chamando a atenção de todos os Deuses. Um poderoso Cosmo se manifestou naquele lugar e, para espanto de todos, era um Cosmo maligno e perverso. Athena reconheceu o Cosmo. Era o mesmo que se manifestara durante sua viagem e alguns minutos mais cedo, antes da reunião começar. Incomodados pelo terrível Cosmo, os Deuses se levantaram, desconfiados. Aquele terrível poder começou a abalar as estruturas da Arena e do Grande Templo, chamando a atenção de todos os presentes. Em um piscar de olhos, um poderoso raio caiu sobre o Trono Branco, espalhando uma enorme onda de energia que obrigou todos os Deuses a se sentarem. Assustados, os Deuses olharam para cima e perceberam que alguém estava sentado no lugar do Grande Imperador. Athena levantou-se e falou: - Quem é você? Como se atreve a sentar no trono do Imperador do Universo?! Quando a fumaça se dissipou, todos viram um jovem de longos cabelos brancos. Ninguém conseguia reconhecer aquele jovem. Athena, novamente, levantou a voz: - QUEM É VOCÊ?! O jovem encarou Athena e, com um rápido movimento de seus dedos, fez com que Athena se ajoelhasse. Com um sorriso maléfico no rosto, ele disse: - Idiotas... Não estão me reconhecendo? O jovem retirou a capa, e todos ficaram mais assustados ainda, pois ele usava a poderosa Kamei de Zeus. - Sou eu, o Grande Imperador Zeus! Hermes se levantou, assustado, e se aproximou do Grande Imperador: - Mestre, o que está fazendo em sua verdadeira forma? Com um sorriso maléfico no rosto e um Cosmo completamente maligno, Zeus falou: - Estou declarando guerra neste momento... Hermes se assustou e disse: - Guerra, meu Mestre? Guerra contra quem? Aniquilamos nossos inimigos séculos atrás, e seu reinado é soberano por todo o universo... Pressionando seu Cosmo contra Athena e encarando Hermes, Zeus falou: - Guerra contra os humanos... Todos os Deuses se assustaram com aquela decisão. Ares, o Deus da Guerra, começou a sorrir, enquanto Deméter, Apolo e Ártemis ficaram indignados, mas não se manifestaram para não provocar a ira do Imperador. Hermes disse: - Meu Mestre, não entendo... O Grande Imperador se sentou, mas mesmo assim manteve seu Cosmo agindo sobre Athena, mantendo-a ajoelhada. Ele olhou para Hermes e falou: - Desde quando tenho que dar explicações sobre minhas decisões a você? Hermes ficou atônito com a resposta de Zeus e se afastou calado. Zeus passou seus olhos pela Arena e falou: - Alguém se manifesta contra a minha decisão? Um silêncio mortal pairou sobre aquele local. Olhando para seus súditos, Zeus disse: - Aguentei durante milênios, durante séculos as desobediências dos homens. Seres inferiores que não sabem respeitar os seres divinos. São incompletos, orgulhosos e desrespeitosos. Se esqueceram de nós, de como devem nos adorar, e por isso merecem ser punidos. Vou fazer com que eles sejam submissos à nossa vontade... A MINHA VONTADE! Naquele instante, Athena elevou seu Cosmo e conseguiu se desvencilhar do poder do Imperador. Encarando-o, ela disse: - Não posso permitir isso, meu Rei. Recebi a missão de proteger a Terra e os humanos. Não posso falhar! Zeus ficou furioso e, encarando Athena, disse: - Como se atreve a ir contra a minha vontade, menina Athena? Agora, por vontade própria, Athena se ajoelhou diante do Imperador e disse: - Por favor, meu pai, não destrua os humanos. Sei que aos seus olhos eles são desprezíveis, mas eu vejo um grande potencial em cada um deles para se tornarem pessoas melhores e completamente capazes de desenvolverem um poder sobrenatural que justifique suas vidas! Zeus olhou para Athena e disse: - Poder sobrenatural? Por acaso quer incitar uma rebelião dos humanos contra os Deuses, Athena? Athena se assustou com a pergunta e respondeu: - Não foi isso que eu quis dizer. O poder sobrenatural que eles podem desenvolver é o amor, nada mais além disso. O amor e a devoção podem fazer com que eles se tornem pessoas melhores! Zeus se colocou de pé, expandindo seu Cosmo e assustando a todos. - VOCÊ É A CULPADA! POR SUA CULPA, OS HUMANOS PENSAM QUE PODEM SE RELACIONAR COM OS DEUSES! PENSAM QUE ESTÃO NO MESMO PATAMAR DE CONVIVÊNCIA! Ainda ajoelhada, Athena disse: - Te suplico, Grande Zeus, deixe que os humanos vivam e eu farei com que eles voltem a adorar aos Deuses, conforme estabelecido pelas leis anteriores... Zeus ficou pensativo com aquelas palavras de Athena. Ele encarou os Deuses e falou: - Não confio em você. Como pode me garantir que não está me enganando? Passou tanto tempo com os humanos que começou a ser como eles, ter sentimentos como eles... - Meu pai, posso provar! Posso provar que os humanos podem ser pessoas melhores se tiverem suas forças e sua essência devidamente orientadas! Eu trouxe à sua presença três humanos que alcançaram o nono sentido... O Imperador interrompe a fala de Athena e diz, furioso: - VOCÊ TROUXE HUMANOS PARA O OLIMPO? Athena se assusta com a reação do Imperador. Zeus, rapidamente, olha para trás e fala: - Cicno, prenda Athena! Ela está se rebelando contra o Conselho Olímpico, trazendo nossos inimigos para nosso território! Cicno, assustado com tudo que acontecia, se aproxima de Athena e diz: - Perdão, minha Senhorita, mas venha comigo... Assim que Cicno e Athena saem da presença dos Deuses, Zeus olha para os outros e fala: - Alguém mais? Ares, respeitosamente, se coloca de pé e fala: - Meu pai, permita-me expressar minha opinião... O Imperador levanta sua mão, concedendo positivamente o direito de fala ao Deus da Guerra: - Percebo que estás decidido com relação à Terra e aos humanos. Sugiro que nos organizemos, desçamos à Terra e restabeleçamos nossos domínios. Os humanos devem ser escravizados para que lembrem da soberania do Grande Imperador, e assim poderemos corrigir o erro cometido por Athena... Zeus fica em silêncio, observando Ares. O Grande Imperador se levanta e fala: - Seja feito como disseste, meu filho. Desçamos à Terra e restauraremos o nosso Império. Os humanos sofrerão por todos os anos que ficaram afastados de nós, e assim uma nova geração surgirá, submissa aos nossos desejos. Alguém se opõe? Os Deuses ficam calados. Sorrindo, Zeus desce do Trono Principal e começa a andar em direção aos seus aposentos. Olhando para trás, ele fala com os outros Deuses: - Preparem suas tropas. Desceremos à Terra amanhã, ao meio-dia... Zeus dá as costas para os Deuses e continua andando para o Grande Templo. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Amon-Rá estava inquieto. Ele se sentia incomodado por Athena ter ido sozinha ao Grande Templo. Sentira aquele estranho Cosmo se manifestando mais cedo e estava angustiado por não ter notícias de Athena até aquele momento. Odin e Brahma perceberam a agitação do companheiro. Um deles olhou para o amigo e falou: - O que houve, Amon? Amon-Rá caminhou até a entrada do Templo de Athena e respondeu: - Não sei, estou com um péssimo pressentimento. Algo ruim está acontecendo. Já faz horas que Athena saiu sem a nossa companhia... é perigoso! Brahma se aproximou de Amon e disse: - Acalme-se, rapaz. A própria Athena disse que ela estava segura aqui no Olimpo. E lembre-se, ela disse que não podemos andar por aqui até sermos chamados à presença do Grande Imperador. Amon-Rá olhou para seus amigos e, com os olhos determinados, falou: - Não estou me sentindo bem. Vamos, precisamos encontrar Athena! Amon-Rá começou a correr, quando Odin segurou seu braço e disse: - Amon, acalme-se! Não estamos sentindo nada. Acalme-se! Não devemos entrar no Grande Templo por ordens de Athena! Amon-Rá se desvencilhou das mãos de Odin e gritou: - Vamos! Athena precisa de nós, ela está em perigo! Amon-Rá correu em direção ao Grande Templo, sendo seguido por Odin e Brahma. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O inesperado aconteceu. Acusada pelo próprio Grande Imperador de traição contra o Conselho Olímpico, Athena foi presa e levada ao calabouço do Grande Templo. Percebendo o perigo, Amon-Rá e seus amigos invadiram o Grande Templo, iniciando uma guerra terrível, a qual nunca havia acontecido antes. Os três Cavaleiros de Ouro demonstraram seus poderes diante dos Deuses ao lutarem e praticamente destruírem os Anjos, Guerreiros Imortais que protegiam o Grande Templo e o Olimpo. Ali, os Deuses reconheceram e temeram o grande poder gerado por simples humanos. O desejo dos Deuses agora era eliminar completamente a raça humana. Mesmo assim, os três dourados conseguiram resgatar Athena. Temendo pela vida dos humanos, Athena retornou para a Terra para preparar seus Guerreiros para uma futura luta contra os Deuses do Olimpo. Durante um breve período de paz, Athena consagrou Odin, Amon-Rá e Brahma como Deuses-Terrestres, seres divinos que alcançaram a divindade, mas não possuíam corpos imortais nem o sangue divino, o Ikor. A cada um deles, Athena concedeu um território: Amon-Rá se tornou o Deus Supremo do Egito e das regiões do Rio Nilo; Brahma, o Deus das Índias e das regiões do Tigre e Eufrates; Odin ficou com as regiões gélidas do Norte, Asgard e as terras Vikings. Isso gerou mais ódio no coração dos Deuses. O fato de dividir o poder com humanos era inconcebível e inaceitável. O grande dia chegou, quando as portas do Olimpo se abriram e os Deuses desceram com seus exércitos para punir Athena e os humanos. Enquanto as forças dos Deuses-Terrestres defendiam a Terra e os humanos, os Cavaleiros de Athena protegiam Athena e o Santuário. Um ataque em massa contra as terras gregas foi lançado, e os Anjos conseguiram invadir o Santuário. Athena foi levada de volta para o Olimpo, onde seria julgada e executada. Segundo o Grande Imperador, seu sangue seria usado para purificar a Terra dos atos pecaminosos. Enquanto os Deuses preparavam o julgamento de Athena, os Deuses-Terrestres e as forças restantes do Santuário invadiram as terras olímpicas, pegando todos desprevenidos e de surpresa. Aproveitando a vantagem do elemento surpresa, Amon-Rá, Odin, Brahma e o Mestre do Santuário conseguiram entrar no Grande Templo e resgatar Athena antes de sua execução. Sacrificando suas vidas, os Deuses-Terrestres e o Mestre do Santuário conseguiram levar Athena até o Vale dos Deuses, onde os exércitos de Athena enfrentavam novamente os Exércitos Divinos. A batalha contra os Exércitos Divinos foi devastadora. Todos os Santos Cavaleiros de Athena, Legionários de Amon-Rá, Guerreiros Deuses de Odin e Kachatyas de Brahma foram vencidos, bem como a maioria dos Guerreiros do Olimpo. Athena conseguiu escapar do Vale dos Deuses com a ajuda de um dos Anjos, que, no último minuto, se demonstrou devoto a Athena. Antes de partir do Vale, Athena selou sua passagem para que nenhum Deus pudesse atravessá-la. Infelizmente, com o passar do tempo, o selo foi perdendo seu poder, e aos poucos os Deuses começaram a atravessá-lo, enfrentando Athena com o objetivo de dominar a Terra e levá-la de volta ao Olimpo. Essas batalhas ficaram conhecidas como as Guerras Santas. Eis o relato final dessa batalha, encontrado por Shion e Mú, em uma sala secreta no antigo Santuário de Athena. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Após algum tempo desacordado, o Cavaleiro de Pégasus desperta. Ele era um jovem que aparentava ter apenas 16 anos. Sua pele clara e os olhos puxados indicavam que era mestiço, um oriental com sangue ocidental. Embora sua aparência fosse a de um rapaz magro, ele era considerado um dos mais fortes Cavaleiros de Bronze. Seus olhos negros eram profundos e seus longos cabelos marrons completavam sua aparência. No entanto, sua beleza estava oculta sob os ferimentos e escoriações espalhados por seu corpo. O rosto estava marcado por hematomas e os braços cortados e manchados de sangue. Seu corpo estava bastante machucado. Sua Armadura de Bronze de Pégasus, totalmente destruída pelos ataques de seus inimigos, não restava mais nada. Apoiando a mão no chão, o jovem Cavaleiro tenta se levantar, mas uma dor excruciante em sua perna o obriga a se sentar novamente. Ao passar a mão pelo local dolorido, ele percebe uma mancha de sangue. Tentando mais uma vez, o Cavaleiro ignora a dor e consegue se colocar de pé, apesar de seu corpo tremer a cada movimento. Ele estava exausto e sem forças. Havia usado todo o seu poder em seu último ataque, uma investida certeira que havia destruído seus inimigos. Pégasus olha ao redor e observa o tamanho da destruição causada pela "Exclamação de Athena". O lugar que antes fora um dos mais belos do universo agora se tornara um vale devastado pela morte. Corpos e cadáveres estavam espalhados por todos os lados. Enormes buracos e profundas crateras haviam sido abertas nos locais onde antes havia árvores e flores. Rios secaram e animais foram mortos. O caos e a morte haviam consumido tudo. Ao ver aquela destruição, ele não consegue controlar as lágrimas. Seus amigos e companheiros estavam todos mortos. Aqueles que ele considerava mais próximos que irmãos, os que ele conhecia há tanto tempo, e até mesmo aqueles que ele encontrou no Santuário, haviam sucumbido. Todos sacrificaram suas vidas para impedir que as forças do Olimpo tomassem Athena e, com ela, dominassem a Terra. O sol começava a se pôr, tingindo o céu com um tom avermelhado. "Até o firmamento está de luto pela destruição deste lugar", pensou ele, com a voz cheia de pesar. "Que maneira terrível de morrer..." Pégasus começa a passar entre os corpos de seus amigos, fechando os olhos de alguns ou colocando o elmo de suas Armaduras sobre o peito, como forma de respeito. De longe, ele avista os imensos portões que levavam ao Sagrado Olimpo, o lar dos Deuses. Nenhum ser humano poderia atravessar aqueles portões sem a permissão divina. Por lá, Athena havia adentrado no Vale dos Deuses, seguida pelos majestosos Cavaleiros de Ouro. Ele não se lembrava de mais nada depois daquele momento. Caminhando em direção aos portões, Pégasus vê um corpo estendido no chão. Era o corpo de uma garota. Ignorando sua dor e cansaço, o Cavaleiro corre até ela. Quando a alcança, ajoelha-se e a abraça, colocando-a no colo. Era uma jovem de longos cabelos roxos e vestindo um vestido branco como a neve. Ele sente o coração apertar ao vê-la. Ela estava gravemente ferida. No meio de sua dor e emoção, Pégasus só consegue sussurrar: - Athena... Aquela garota era a reencarnação da Deusa Athena, a Deusa da Sabedoria e regente da Terra. Ela também estava exausta, tendo perdido grande parte de suas forças. A batalha trouxe apenas sofrimento e destruição. Agora, ali estava Athena, nos braços de seu Cavaleiro, aparentemente sem vida. Uma lágrima de Pégasus escorre por seu rosto e cai sobre o rosto de Athena, fazendo-a acordar. Ao perceber que ele a segurava e chorava, ela estende o braço e toca o rosto do jovem Cavaleiro, perguntando: - Por que você está chorando, Cavaleiro? Vendo que a Deusa estava bem, ele sorri e responde: - Choro de alegria, Athena, porque você vive... Ela, com sua força recuperada, se ergue e olha ao redor, contemplando a destruição que a rodeia. - Estão todos? - Sim... - E os Anjos? O Cavaleiro olha para trás, com uma expressão triste. - Desapareceram... Athena começa a olhar em volta. Aquele lugar já não era mais o mesmo. Seu coração batia forte, tomado por angústia, tristeza e dor. “Se ao menos eu tivesse aceitado as condições do Conselho, todos estariam vivos...” Ela pensou, atormentada. Ela solta o braço de Pégasus e começa a andar entre os corpos e destroços, mas suas palavras ecoam em um lamento: - Este é o resultado da ganância dos Deuses. O Conselho me acusou de traição e insubordinação, mas na verdade, eles queriam destruir a humanidade por medo... Medo de que os humanos se tornassem mais poderosos que eles. Medo de que os Deuses fossem esquecidos! O grito de Athena, carregado de raiva, ressoou pelo Vale dos Deuses. Pégasus se aproxima da Deusa, colocando a mão no ombro dela. - Acabou, minha senhora... Athena seca as lágrimas que escorriam e afirma com determinação: - A ganância... Enquanto esse sentimento existir, qualquer coração pode se perverter, seja divino ou humano. Eu preciso acabar com isso de uma vez por todas. Ela se dirige aos portões dourados e, com um gesto de sua mão, segura seu báculo. Virando-se para Pégasus, ela fala: - Subirei até o Olimpo novamente e enfrentarei o Grande Imperador. Acabarei com essa corrupção de uma vez por todas. Pégasus olha para ela e fala: - Mesmo sem forças, seguirei, minha Deusa, protegendo-a até o fim de minha vida. Athena, com tristeza, responde: - Infelizmente, você não poderá me acompanhar, Pégasus. Sua missão terminou aqui. Preciso que você retorne à Terra e restabeleça a ordem em meus domínios. Se por algum motivo eu falhar, os Cavaleiros deverão se preparar para uma nova guerra. - Mas, Athena, quem irá protegê-la? - Não se preocupe com isso. Preocupe-se em retornar ao Santuário e reorganizar nosso Exército. Ela olha para o céu, agora tingido de vermelho pela chegada do anoitecer. - O sol já está se pondo. Preciso chegar ao Olimpo antes que a Lua apareça em sua forma completa. - Mas Athena... - Nada de “mas”. Sua missão já foi dada. Eu colocarei um selo divino sobre os portões. Enquanto eu estiver no Olimpo, o Selo impedirá que qualquer ser, seja humano ou divino, atravesse este local. Assim, você terá tempo para cumprir nosso plano. Fechando os olhos, Athena abre os braços e eleva seu Cosmo. Pégasus sente o calor da energia divina, como se uma chama tivesse sido acesa dentro de seu corpo. Milagrosamente, ele sente um alívio, um conforto que nunca imaginou ser possível. Enquanto Athena sela o local, Pégasus mantém-se atento, pronto para proteger a Deusa. Mas, de repente, um som estranho chama sua atenção. Preparando-se para um possível ataque, ele assume a posição de combate, pronto para destruir qualquer inimigo. Seu alívio é imediato quando vê o Cavaleiro de Ouro de Gêmeos atravessando os portões divinos. - Acalme-se, Pégasus, sou eu... Pégasus sorri e começa a caminhar em direção ao seu companheiro. Athena, embora sinta a chegada de Gêmeos, também nota algo mais em seu Cosmo. “Mas que Cosmo é esse? De onde ele vem?” Ela pensa. Pégasus, agora aliviado, fala com Gêmeos: - Gêmeos, ainda bem que está vivo. Precisamos proteger Athena enquanto ela sela este lugar. Tenho um pedido. - Diga, Pégasus. - Athena precisará subir ao Olimpo, mas ela me ordenou que retornasse ao Santuário e reorganizasse os Cavaleiros. Não quero deixá-la subir sozinha. Não sabemos o que ela pode enfrentar lá em cima. - Você está certo. Irei acompanhá-la. Enquanto os Cavaleiros conversavam, Athena sentia a presença de uma energia maligna, algo familiar, mas ao mesmo tempo estranhamente diferente. “Esse Cosmo... Eu o conheço de algum lugar... Parece que a fonte dessa energia está atrás de mim...” Ela pensou. Rapidamente, ela abriu os olhos e viu Gêmeos. O Cavaleiro de Ouro encarava-a com um ódio profundo. Ela, percebendo o perigo, gritou: - Pégasus! CUIDADO! Com uma velocidade incrível, Gêmeos atravessa o corpo de Pégasus com sua espada. O Cavaleiro de Bronze se afasta, a lâmina cravada em seu peito, e cai de joelhos: - Por que, Gêmeos... Por que traíste nossa Deusa? Naquele instante, um terrível Cosmo começa a emanar do corpo de Gêmeos, fazendo com que a Armadura de Ouro desaparecesse, dando lugar a uma armadura negra com detalhes em roxo e prata. Seus longos cabelos negros se desvanecem, substituídos por fios avermelhados, como o sol. Agora, diante deles, estava um jovem bonito e forte, de traços delicados. Ele era um dos Anjos. - Eu não aguentava mais ficar escondido dentro desse corpo imundo, mas era a única maneira de me aproximar de vocês sem levantar suspeitas. O misterioso jovem encara Athena e diz: - Há quanto tempo esperei por isso. Tive que suportar as insolências daqueles malditos Cavaleiros de Ouro. Tive que ver a morte de meus companheiros e até mesmo me calar diante da destruição deste lugar, para que nosso encontro fosse finalmente possível. Demorou muito tempo, não acha? - Cicno... O jovem começa a caminhar em direção a Athena e fala: - Se você não tivesse tomado a estúpida decisão de retornar à Terra, ao invés de ficar ao lado dos Deuses, essa guerra teria sido evitada. Você não precisava ver todos os seus "queridos" Cavaleiros sendo destruídos, um por um, pelos Exércitos Divinos. Com um tom de autoridade, Athena responde: - Você sabe muito bem porque me oponho à decisão do Conselho. Não posso permitir que os Deuses destruam algo que, tanto eu quanto os humanos, batalhamos durante séculos para construir. - Vai defender aquela raça inferior? - Sim! - Mesmo que a existência deles seja uma afronta aos Deuses? - A existência dos humanos só pode ser uma afronta aos Deuses porque eles controlam seus próprios destinos. Porque eles não precisam mais dos Deuses para guiar a paz e a prosperidade. O Conselho precisa entender que os humanos não precisam mais deles, e sim, os Deuses precisam dos humanos. Sem a fé dos homens, como os Deuses poderiam receber força e majestade? - O poder dos Deuses não se limita à fé de seus devotos. Foram criados pela Grande Vontade, são parte do universo. São seres supremos e precisam ser adorados. Os humanos vieram da terra, do barro. São insignificantes, assim como a matéria que os compõe. Athena começa a sorrir, e diz: - Mas existe um poder que os iguala aos Deuses. Este é o poder que eu, Athena, pretendo proteger e preservar. Provarei aos Deuses que os humanos são dignos de sua existência e que pode haver uma convivência pacífica entre eles. - Nunca! Os Deuses nunca se relacionaram com seres imundos como os humanos. Veja só como você, Athena, ficou depois de tanto tempo ao lado deles. Foi infectada pela presença deles, pela doença deles. Pensa como eles, age como eles, sente como eles. Perdeu sua Grande Vontade. Athena encara Cicno, olha diretamente em seus olhos e fala, com autoridade: - Não levante sua voz contra mim, Anjo. Não pertenço mais ao Conselho, mas continuo sendo soberana sobre este lugar. Athena revela ao Anjo apenas um décimo de seu Cosmo, fazendo o lugar tremer. Cicno começa a caminhar em direção à Deusa e diz: - Não adianta, Athena. Estou aqui para cumprir a ordem que me foi dada pelo Conselho. Sua jornada e a de seus Cavaleiros terminam aqui. O Anjo eleva seu Cosmo, levantando seu punho em direção a Athena. De repente, uma força misteriosa o joga para trás. Cicno sente um Cosmo crescente, mas seu brilho está muito fraco. Antes de receber o segundo ataque, o Anjo salta para desviar do golpe de Pégasus, que aparece na frente de Athena, sangrando e com a espada de Cicno em mãos. Encarando o inimigo, ele diz: - Não encostará um dedo na Deusa Athena! Cicno olha para o Cavaleiro e fala: - E quem vai me impedir? Você?! HAHAHAHAHA! Idiota, você está mais morto do que vivo! - CALE-SE! METEORO DE PÉGASUS! O Cavaleiro de Athena reúne suas últimas forças e dispara um golpe contra Cicno. Antes mesmo de atingi-lo, o Anjo desvia e utiliza a energia de Pégasus contra ele, fazendo-o ser arrastado pelo chão. Cicno salta em sua direção e, com uma velocidade incrível, recupera a espada e a crava novamente no peito de Pégasus. - Morra... Cavaleiro inútil! Criando uma esfera de energia, Cicno dispara contra o Cavaleiro, destruindo sua vida por completo. - PÉGASUS! NÃO! Athena lança seu báculo contra Cicno, mas o Anjo desvia facilmente. - Conheço todos os seus movimentos e os movimentos de seus Cavaleiros. Agora vejo que não foi totalmente inútil todo esse tempo que passei ao seu lado. Pude estudar as técnicas do Santuário. - Maldito, como se atreve a me enganar desse jeito! Pagará pelos seus erros! Não permitirei que continue por este lugar como um Imortal! Cicno eleva seu Cosmo e grita: - Chega, Athena! Prepare-se para receber o castigo dos Deuses! Levantando sua espada, Cicno avança contra Athena. A Deusa eleva seu Cosmo com a intenção de se defender, mas algo impede o ataque do Anjo. - MAS O QUE É ISSO?! Cicno tenta golpear Athena, mas parece haver uma barreira invisível ao redor da Deusa. Ele tenta mais uma vez quando um estranho objeto luminoso o acerta, jogando-o para trás. Furioso, o Anjo se levanta e vê uma sombra na frente de Athena, protegendo-a. - O que você está fazendo aqui? Era outro Cavaleiro, que havia aparecido para proteger a Deusa. Em uma de suas mãos, ele segurava uma espada semelhante à de Cicno. Sua armadura era negra como ébano, com detalhes em prata. - Não vou permitir que levante sua espada contra uma Deusa! - Idiota, como ousa me impedir? Não sabe que estou aqui para cumprir a vontade dos Deuses? AFASTE-SE! O jovem de cabelos brancos empurra Cicno para trás. - A vontade dos Deuses ou a SUA vontade, Cicno. Cicno fica surpreso com aquelas palavras. O jovem de cabelos prateados começa a andar em direção ao Anjo e fala: - Descobri todos os seus planos. Tudo o que fez para começar esta guerra. Sei como violou a Sagrada Armadura de Gêmeos e o que fez com o Grande Imperador. Não perdoarei suas insolências! Cicno encara o jovem e diz: - Você não sabe de nada. Só porque descobriu algumas coisas, acha que desvendou todo o mistério? Não seja ridículo. Por sua insolência e desrespeito à vontade dos Deuses, terei o prazer de matá-lo junto com Athena. Cicno levanta o braço e dispara uma poderosa rajada de energia contra os dois. O jovem eleva seu Cosmo e consegue conter o ataque. Ele olha para Athena e diz: - Rápido, Deusa Athena, fuja daqui! Eu irei segurá-lo! Você é a única que pode salvar a todos nós... - Mas você... - ATHENA! VÁ! Rapidamente, Athena corre em direção aos portões divinos. Cicno tenta persegui-la, mas o jovem de cabelos prateados o impede. - SAIA DA MINHA FRENTE! - Não permitirei. Diga-me, Cicno, o que aquele ser imundo prometeu a você para que traísse o Olimpo? Cicno encara o jovem e responde: - Você não sabe com quem está lidando, garoto. Antes mesmo dos Anjos existirem, Ele já existia. Ele conhece todos os seus medos, seus desejos, seus anseios. Conhece seu passado, presente e sabe como será seu futuro. - E por causa disso traiu o Olimpo? - Os Deuses são apenas marionetes nas mãos dele. Melhor não se meter com Ele, ou você não sobreviverá. - Já disse. Quando me tornei um Anjo, prometi defender esta Terra contra qualquer inimigo. Você fez algo terrível, traiu e corrompeu a mente do Conselho Olímpico. Meu dever é fazê-lo pagar. Cicno começa a rir. - HAHAHAHAHA! Você está muito valente para um dos Anjos mais fracos! Se quiser me impedir, VENHA! Cicno salta em direção ao jovem e os dois começam a lutar corpo a corpo, suas espadas colidindo. Um terrível duelo de Cosmos começa. Com apenas o toque de suas lâminas, rochas são despedaçadas e crateras abertas. O poder de ambos é além do que qualquer Cavaleiro poderia imaginar. Quando seus Cosmos se chocam, uma explosão os joga para lados opostos. Uma densa fumaça negra sobe em direção ao Sol Poente. Com o estrondo da explosão, Athena olha para trás e vê Cicno se aproximando do jovem Anjo. Ele encara o jovem e diz: - Vai precisar muito mais do que isso para me vencer. Cicno começa a elevar seu Cosmo, levantando a espada contra o jovem. Vendo o perigo, o jovem também eleva seu Cosmo e diz: - Vou acabar com você, traidor! - CALE-SE! Ambos atacam. Antes que suas espadas se toquem, uma grande explosão toma conta do local. Athena sente os dois Cosmos se afastando e, com determinação, diz: - Estou eternamente grata a você, Anjo. Retribuirei em breve... Athena se afasta dos portões, que se fecham com um selo. A Deusa da Sabedoria pega seu báculo e começa a descer as escadas, em direção ao mundo dos humanos, que jurou proteger com sua vida. Editado Fevereiro 28 por dfsmith8319 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
dfsmith8319 0 Postado Fevereiro 11 Autor Compartilhar Postado Fevereiro 11 (editado) CAPÍTULO 01 ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O DESCOBRIMENTO DOS DEUSES TERRESTRES AMON-RÁ • Egito – Cairo Era noite, e a cidade do Cairo, capital do Egito, começava a se acalmar. A brisa noturna trazia um ar de serenidade, e, envolvido nessa atmosfera tranquila, um velho homem sentava-se na pequena varanda de sua casa para apreciar as estrelas. Esse era seu ritual diário, sempre acompanhado de uma quente xícara de chá. Porém, naquela noite, algo estava diferente. Sentado em sua cadeira, o velho suspirou profundamente e começou a divagar consigo mesmo, sua voz carregada de pesar: - As estrelas estão diferentes. Desde o desaparecimento de minha Senhora, elas já não brilham com a mesma intensidade. O que está acontecendo? Seus olhos cansados percorriam atentamente o manto negro estrelado, mas a beleza da noite parecia esmaecida. Ele levou a xícara aos lábios, tomou um longo gole da bebida quente e murmurou, após limpar os lábios com as costas da mão: - Não consigo compreendê-las. Será um sinal? O homem voltou a mirar o céu, mas seu olhar estava perdido. Varreu os céus com atenção, como se tentasse decifrar um enigma oculto entre as constelações. Então, de repente, um longo rastro luminoso cortou a noite, desaparecendo tão rápido quanto surgira, sem deixar vestígios. Ele estreitou os olhos, refletindo. Bebeu mais um pouco do chá, encostou a cabeça na cadeira e, após um breve silêncio, murmurou: - É um presságio. Espero que o Mestre consiga defender nosso território. Ele vai precisar de muita sorte. Com um suspiro resignado, o velho homem repousou a xícara sobre a pequena mesa ao seu lado. Com algum esforço, levantou-se e entrou em sua casa, desaparecendo na penumbra da noite. • Grécia – Santuário de Athena Era uma noite fria no Santuário. Tudo estava calmo, sem vida. As últimas batalhas haviam tirado grandes guerreiros que serviam à deusa, e, por isso, muitos moradores preferiam permanecer em suas casas. No alto do Templo de Athena, uma figura solitária observava atentamente cada detalhe daquele lugar. Seu semblante era triste, como se tivesse perdido algo de imenso valor. Então, o mesmo rastro de luz que fora avistado no Egito cortou os céus da Grécia. O homem desviou o olhar para a imponente Estátua de Athena e caminhou até ela. Ajoelhou-se diante da deusa e passou a mão sobre um estranho símbolo desenhado em sua base. - O que esse símbolo quer dizer? Seria uma pista sobre o paradeiro de Athena? - Não se preocupe, Mestre. Encontraremos Athena em breve. A voz fez o homem girar rapidamente. Atrás dele, uma mulher de cabelos vermelhos, usando uma máscara prateada, aproximava-se em passos firmes. - Espero que sim, Marin... Marin, a Amazona de Águia, parou ao lado de Nikol e perguntou: - Aquelas luzes, foram um presságio? Ou um novo inimigo? - Um presságio - respondeu ele, ainda fitando a Estátua. - Mas preciso ir ao Monte das Estrelas para compreendê-lo melhor. - O que devemos fazer, Mestre Nikol? O homem, agora identificado como Nikol, o Cavaleiro de Prata de Altar e Mestre Auxiliar do Santuário, suspirou. Ele havia servido ao sanguinário Mestre Ares, que, na verdade, era Saga disfarçado. Virou-se para Marin e disse, pensativo: - Não sei o que esperar desse presságio. Ainda não me acostumei com a ideia de ser o Grande Mestre do Santuário. Não sei nem por onde começar. Já se passaram seis semanas desde que o Grande Eclipse chegou ao fim. A Estátua de Athena retornou ao Templo, mas nem ela nem os Cavaleiros de Bronze foram encontrados. Ele estreitou os olhos, encarando a imponente estátua da deusa e continuou: - Athena não morreu. Se tivesse morrido, o Báculo de Niké teria retornado para minhas mãos, trazendo parte de seu cosmo final para reconstruir o Santuário. Ele respirou fundo, como se tentasse encontrar alguma resposta no silêncio da noite. - Onde está Athena? Nem mesmo no Monte das Estrelas consigo encontrá-la. Marin, que até então permanecia em silêncio, ergueu-se e disse: - Mestre, continuaremos as buscas. Encontraremos Athena, mas minha preocupação agora é com esse presságio. Essa vibração cósmica que acabamos de sentir. Nikol saiu de seus devaneios, voltando o olhar para a Amazona. - Precisamos nos preparar. Não sabemos quando esse presságio se concretizará. Pode ser em duas horas ou em cinquenta anos, mas devemos estar prontos. Quantos Cavaleiros já retornaram ao Santuário? - Poucos - respondeu Marin. - Ainda não recebemos notícias de todos os Cavaleiros que você e Mestre Dohko esconderam e treinaram durante a rebelião de Saga. - Encontre um meio de agilizar esse retorno. Precisamos de toda ajuda possível para proteger esta terra. Nikol deu as costas para Marin e começou a caminhar rumo ao Monte das Estrelas. Antes de subir os primeiros degraus, parou e olhou para trás. - Reúna os Cavaleiros e Amazonas que já retornaram ao Santuário. Vou dividir as funções. Marin fez uma breve reverência. - Conforme ordenado, Mestre do Santuário... Nikol suspirou, incomodado. - Pare com isso. Sou um Cavaleiro de Prata, assim como você! Marin esboçou um sorriso discreto e, ao se afastar, respondeu: - Você pode não aceitar o título de Mestre do Santuário, mas continua sendo o homem que me treinou, Mestre Nikol. Ela desceu as escadas do Templo em direção à Sala do Grande Mestre, enquanto Nikol retomou seu caminho. Ao caminhar, seu olhar voltou-se instintivamente para o céu. Dessa vez, apenas um único feixe dourado cortava o denso manto negro. Ele suspirou e seguiu adiante, sem desviar de seu destino. Editado Fevereiro 28 por dfsmith8319 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
dfsmith8319 0 Postado Fevereiro 14 Autor Compartilhar Postado Fevereiro 14 (editado) • Egito – Cairo A noite avançava pela cidade do Cairo. As ruas estavam praticamente vazias, restando apenas alguns vendedores e transeuntes retornando para suas casas. Entre essas poucas pessoas, dois jovens se aproximaram de um pequeno casebre, batendo levemente na porta antes de entrar. O interior da casa era simples e aconchegante, repleto de livros e cadernos de anotações. Poltronas confortáveis adornavam a sala, posicionadas diante de uma pequena lareira. Os dois atravessaram o cômodo e seguiram até a cozinha. Um deles retirou o casaco e se acomodou à mesa, enquanto o outro desatava um pano que cobria seu rosto, revelando ser uma bela jovem de longos cabelos verdes. Ela caminhou até a pia e, pegando um bule, o encheu com água antes de perguntar: - Você sabe o motivo pelo qual o Mestre nos convocou tão tarde? - Não, ele não disse nada. — respondeu o rapaz. A jovem acendeu o fogão e colocou o bule para esquentar, ao mesmo tempo em que enchia um copo com água. Após alguns goles, deixou o copo sobre a pia, pegou o bule e colocou dois pacotinhos de chá na água fervente. Um suave e delicioso aroma frutado preencheu o pequeno ambiente. Passos no andar superior chamaram a atenção dos dois. A jovem pegou o bule e uma xícara, depositando-os sobre a mesa, antes de se aproximar da escada. Logo, um velho senhor de longos cabelos brancos surgiu no topo, e a jovem prontamente o auxiliou a descer. O Mestre acomodou-se em sua poltrona e, com um olhar sereno, disse: - Meus filhos, estive à espera de vocês. - Viemos assim que recebemos seu recado. O que aconteceu, Mestre? Seu chamado parecia urgente, ficamos preocupados. - disse o rapaz. O velho Mestre ajeitou-se na poltrona e começou a falar: - Sim, é urgente, mas não há motivo para preocupação. Tenho uma missão para vocês. O garoto arregalou os olhos e sorriu animado: - Sério? Uma missão? Por acaso veio do Santuário? O velho Mestre estendeu a mão, e a jovem lhe entregou a xícara com chá recém-preparado. Após um pequeno gole, ele prosseguiu: - Isso não importa, Ono. Esta será a primeira missão de vocês, e devem se empenhar ao máximo para cumpri-la. Aproximem-se. Os dois discípulos obedeceram, inclinando-se para ouvir as palavras do Mestre, que, com um olhar solene, declarou: - Vocês precisam despertar Amon-Rá, o Deus Supremo do Egito. Ono franziu o cenho, confuso: - Amon-Rá? Mas por quê? O Mestre pousou a xícara sobre a mesa antes de responder: - Meus filhos, ouçam com atenção. Vocês precisam entender quem foi Amon-Rá e por que podemos confiar nele. Após limpar os lábios com uma pequena toalha, ele prosseguiu: - Amon-Rá sempre demonstrou um poder de luta incomparável. Era fiel e dedicado ao Santuário, honesto, humilde e compassivo. Com essas qualidades, conquistou uma posição de destaque entre os 88 Cavaleiros de Athena. - Amon-Rá era um Cavaleiro de Athena?! - Ono arregalou os olhos. - Sim, e um dos melhores. Prestem atenção. O velho Mestre levantou-se com esforço e foi até uma estante, retirando um pequeno pacote escondido entre livros antigos. Um selo com o emblema de Athena adornava o topo do embrulho. Ele abriu cuidadosamente o pacote e retirou um livro pesado, cuja capa trazia o símbolo do Santuário entalhado. - Este é um dos livros oficiais do Santuário. Foi entregue a mim há muitos anos pela própria Athena, para que eu pudesse proteger os segredos das terras egípcias. O Mestre abriu o livro e começou a narrar os relatos ali registrados: - Como sabem, Athena é a Deusa Regente da Terra. Ela protege o livre-arbítrio dos humanos e garante sua segurança contra a ganância dos deuses. Mas, como reencarna a cada 200 anos sob a forma humana, necessita de guerreiros para protegê-la. Assim surgiram os Santos Cavaleiros. Ele fez uma pausa, bebendo mais um gole do chá antes de continuar: - A primeira ordem dos Cavaleiros surgiu muito antes da construção do próprio Santuário, quando Poseidon, Imperador dos Mares, tentou expandir seus domínios aproveitando-se do desaparecimento do Grande Imperador. Poseidon queria controlar não apenas os oceanos, mas toda a Terra, exigindo que os humanos o adorassem como Deus Supremo. Athena, no entanto, não poderia permitir que seu tio quebrasse a soberania do Olimpo. Para isso, convocou jovens dotados de habilidades extraordinárias para lutarem ao seu lado. Muitos desses guerreiros foram imortalizados pela mitologia grega, cujas histórias são, na verdade, relatos das Guerras Santas anteriores. Ono estava vidrado na história. O Mestre prosseguiu: - Durante essa guerra, um jovem Cavaleiro se destacou dentre os 88 Santos. Ele desenvolveu um poder imensurável e uma fidelidade inabalável, o que lhe garantiu o direito de vestir uma Armadura de Ouro. Aliás, ele foi o primeiro a utilizar uma Armadura de Ouro. Seu nome era Amon-Rá. - Ele foi o primeiro Cavaleiro de Ouro? — Ono perguntou, impressionado. - Sim. Durante anos, Amon-Rá permaneceu ao lado de Athena, protegendo e aconselhando a Deusa e seus seguidores. Sua fama se espalhou pelo mundo antigo, causando temor nos inimigos e admiração nos aliados. Ele chegou a liderar o exército dos Cavaleiros e os guiou à vitória em momentos críticos. Era um guerreiro exemplar, um modelo a ser seguido. Ono assobiou, maravilhado: - Uau, ele devia ser praticamente perfeito. O velho Mestre sorriu levemente e corrigiu: - Não se engane, Ono. Não existe perfeição no mundo dos homens. Amon-Rá era apenas extremamente dedicado e comprometido com sua fé e honra. A jovem, Opi, inclinou-se um pouco à frente e perguntou: - Mas, Mestre, nossa dúvida é: como um simples homem se tornou um Deus? O Mestre assentiu, pensativo: - Boa pergunta, Opi. Ninguém sabe exatamente como isso aconteceu, mas há uma explicação. Ele pegou um bloco de anotações e desenhou um esboço simples do corpo humano. Mostrando-o aos discípulos, continuou: - Todos nós sabemos que o ser humano é dotado de sentidos. Do ponto de vista da biologia, os sentidos são as formas como os seres vivos reconhecem outros organismos e as características do meio ambiente em que se encontram. Opi olha para a figura e vai apontando: - Sim, Mestre. Pela biologia, todos seres humanos possui os cinco sentidos vitais: visão, audição, olfato, paladar e tato. - Exatamente e suas respectivas funções: ver, ouvir, cheirar, falar e coordenação motora. Contudo nós, Cavaleiros, possuímos mais quatro sentidos que só podemos alcançar com muita prática e treino. Ono ergueu a mão, animado: - Eu conheço dois: a Intuição e o Cosmo. - Sim, exatamente. São, respectivamente, o sexto e o sétimo sentido. Como vocês já sabem, a intuição é a habilidade que nos permite perceber e nos comunicar com outras pessoas a grandes distâncias. Com esse sentido, um Cavaleiro pode prever acontecimentos, sentir nascimentos e mortes antes que ocorram. Quando despertamos o sexto sentido, buscamos atingir o sétimo sentido: o Cosmo. Um Cavaleiro que domina completamente seu Cosmo alcança o auge de seu poder. Desde os tempos mitológicos, apenas os Cavaleiros de Ouro conseguiam chegar ao ápice desse sentido, tornando-se praticamente invencíveis. No entanto, se um Cavaleiro de Bronze ou Prata estiver suficientemente determinado e encorajado, ele também pode alcançar o sétimo sentido, embora com muito mais dificuldade. O poder desse sentido é tão grandioso que pode superar a perda dos outros seis. Por isso, é fundamental que Cavaleiros e Amazonas continuem se esforçando para superar seus próprios limites. - Alguns Cavaleiros de Bronze conseguiram atingir esse nível, não foi? - Sim - confirmou o Mestre. - Mas não foi apenas o sétimo sentido que lhes permitiu seguir Athena até o Mundo dos Mortos. Se tivessem tentado sem despertar o oitavo sentido, teriam sido destruídos. O oitavo sentido, Arayashiki, permite que um Cavaleiro entre e saia do Mundo dos Mortos sem perder sua vida. Assim como o sétimo sentido, é necessário um estado de espírito elevado para despertá-lo. Aqueles Cavaleiros conseguiram porque estavam devidamente motivados: salvar Athena era sua única prioridade. Eles queimaram seus Cosmos até a última gota. Foi um verdadeiro sacrifício. Opi cruzou os braços, pensativo. - Entendo, Mestre. Mas o que tudo isso tem a ver com Amon-Rá? Se ele era realmente um Cavaleiro tão poderoso, certamente dominou todos esses sentidos. Mas isso não o faz um deus. Ono franziu o cenho e murmurou: - O Mestre mencionou que existem outros quatro sentidos além dos tradicionais. Mas só falou de três até agora. O Mestre sorriu levemente. - Sim, Opi tem razão. Alcançar esses sentidos não transforma humanos em deuses. É ai que entra o próximo sentido. Esse sim é o mais difícil de alcançar. Quando digo difícil, quero dizer impossível. Esse sentido não pode ser aprendido ou ensinado por um Mestre. Ele deve ser conquistado. Trata-se do Nono Sentido. - Nono Sentido? Nunca ouvi falar sobre isso. - É natural. Todos sabem que ele existe, mas ninguém jamais testemunhou seu poder, exceto um Cavaleiro. Ono olhou diretamente para o Mestre. - Deixe-me adivinhar: Amon-Rá. - Exato. O Nono Sentido é conhecido como a Grande Vontade, ou a Vontade Divina. O Cosmo perfeito. Esse poder permeia o universo desde o Big Bang e dele surgiram os deuses. Aquele que o alcança ganha o poder para se tornar um. Opi arregalou os olhos. - Então quer dizer que um humano pode realmente se tornar um deus? - Sim. E foi exatamente isso que aconteceu. Não há registros detalhados sobre como ocorreu, mas sabe-se que Amon-Rá atingiu um nível impossível de poder e se tornou soberano. Athena reconheceu que ele não poderia mais ser tratado como um simples Cavaleiro. Como recompensa por seus feitos, foi condecorado como Deus Terrestre e recebeu as terras do Egito para governar. No entanto, sua divindade era limitada. Ele não podia agir sem o consentimento de Athena. Isso selou uma aliança entre o Santuário e Tebas. Opi ainda parecia confusa. - Mestre, por que precisamos despertar Amon-Rá? Como ele pode nos ajudar nessa missão? O Mestre respirou fundo antes de responder. - Apenas um deus pode encontrar outro deus. Athena desapareceu há um mês quando desceu aos domínios de Hades. Sabemos que Hades foi derrotado porque o Grande Eclipse foi interrompido, mas nem Athena nem os Cavaleiros que a acompanharam retornaram. Creio que Athena está presa em uma dimensão entre o Mundo dos Mortos e o Mundo dos Deuses. Algo, ou alguém, pode estar impedindo seu retorno. Ono levanta os olhos, encarando o teto do casebre e fala: - Com o auxílio de Amon-Rá, podemos resgatá-la. Ono se levantou, decidido. - Então basta despertá-lo. Ele nos levará até Athena. O Mestre ergueu a mão, interrompendo o raciocínio apressado do discípulo. - Não é tão simples. Primeiro, precisamos encontrar o templo onde Amon-Rá foi lacrado. Sabemos que está em Tebas, mas não sabemos sua localização exata. Em meus estudos, descobri que ao receber as terras egípcias de Athena, Amon-Rá também recebeu um artefato para proteger, que continha parte do cosmo de Athena e do próprio Amon-Rá, selando por completo a aliança entre Egito e Grécia. E esse artefato é a única pista que temos para encontrar o corpo selado de Amon-Rá. A Esfera de Athena! Os dois discípulos se entreolham impressionados e ao mesmo tempo temerosos com tamanha responsabilidade que seria aquela missão. Opi se aproxima do Mestre e fala: - Onde está essa Esfera, Mestre? O Mestre abaixou a cabeça. - Esse é nosso segundo problema. A Esfera desapareceu há séculos. Ono empalideceu. - Mas não era nossa responsabilidade protegê-la? - Sim. O Santuário designou um dos 12 Cavaleiros de Ouro para proteger a Esfera e o Santuário de Amon-Rá. Mas há muito tempo, algo aconteceu. O último registro confiável sobre ela foi escrito pelo Grande Mestre Armut, que previu um grande perigo se aproximando da Terra. Com base nas estrelas, ele sentiu uma mudança drástica no Cosmo Que Rege o Universo. Temendo pelo futuro, o Santuário e seus aliados se uniram para enfrentar essa ameaça. O Mestre pegou um velho pergaminho e leu em voz alta: - “Nunca houve um ajuntamento tão grande como esse. Pela primeira vez, o Santuário, Tebas, Devas e Asgard se uniram para combater um inimigo maior. Que os deuses tenham piedade de nossas almas.” Opi engoliu seco. - Parece uma despedida de quem marcha para a morte certa. - E provavelmente foi - confirmou o Mestre. - O problema é que não há registros dessa guerra. Tudo o que se sabe é que, depois dela, Amon-Rá foi selado, seus guerreiros foram destruídos e seu santuário, esquecido. Não há menção alguma sobre a Esfera de Athena. Ono esfregou a testa, frustrado. - Como encontrá-la sem pistas? O Mestre pegou um diário antigo e abriu em uma página específica. Apontou para a ilustração de uma esfera metálica escura, repleta de inscrições em grego. - Aqui está. No Egito, ela é conhecida como Coroa de Hatshepsut. Dizem que concedia grandes dons a seus portadores. - Isso é verdade? - indagou Opi. - Na realidade, a Esfera era protegida por Cavaleiros treinados, o que criou essa lenda. A última guardiã conhecida foi Hatshepsut, a primeira Rainha-Faraó do Egito. Mas Hatshepsut não era apenas uma governante. Ela foi consagrada por Athena como Amazona de Ouro de Virgem. Antes de desaparecer, escondeu a Esfera em um local desconhecido. Ono respirou fundo. - Então devemos começar nossa busca pelo Templo de Hatshepsut. O Mestre assentiu. - Sigam para Tebas. Se a Esfera não estiver lá, ao menos encontrarão pistas sobre onde ela pode estar. Os discípulos se levantaram. Sem mais hesitação, partiram em direção às antigas ruínas egípcias. Uma jornada perigosa os aguardava na áspera terra do Egito. Editado Fevereiro 28 por dfsmith8319 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
dfsmith8319 0 Postado Fevereiro 26 Autor Compartilhar Postado Fevereiro 26 • Grécia - Santuário de Athena Após algumas horas, Nikol desce para a Sala do Grande Mestre e se encontra com Marin, Shina e os outros Cavaleiros. Ao verem o Mestre entrando na sala, todos se ajoelham. Sorrindo, Nikol diz: - Parem com isso. Sou igual ao vocês, um Cavaleiro. Só assumi o posto de Mestre do Santuário por causa da minha função de Mestre Auxiliar. Os Cavaleiros levantam e Nikol senta no trono do Grande Mestre. - Pedi para chama-los pois precisamos ficar em alerta. Tive um novo presságio essa noite, mas ainda não consegui decifrá-lo. Seja o que for, precisamos estar preparados. Marin... Marin dá um passo à frente e começa a falar: - Creio que os nossos inimigos se aproveitarão da fragilidade do Santuário para tentar nos destruir por completo. Sem os Cavaleiros de Ouro, sem os Cavaleiros de Prata e com o número de soldados reduzidos por causa do ataque dos Espectros, teremos que nos desdobrar para proteger o Santuário. Nikol levanta e fica ao lado de Marin. Ele olha para cada um dos Cavaleiros e Amazonas que estavam diante dele. Não eram muitos, mas eram o suficiente para proteger as 12 Casas, ou o que restou delas. O Mestre começa a falar: - Trabalharemos em pares. Cada uma das 12 Casas receberá dois Cavaleiros ou Amazonas. Estamos com número reduzido por causa das recentes batalhas e porque muitos Cavaleiros que foram escondidos por mim, Mestre Dohko e Mú de Áries ainda não retornaram ao Santuário. Shina olha para seus companheiros e fala: - Vamos defender esse lugar com as nossas vidas. Athena está contando conosco. - Exato, Shina. Marin e Yulij ficarão comigo protegendo a Sala do Grande Mestre e o Templo de Athena. Shina irá coordenar todas as operações defensivas do Santuário e das 12 Casas. Jabú e Nachi coordenaram os soldados que ainda temos para defender as fronteiras, caso os invasores infiltrem pelo vilarejo ou coliseu. Fiquem em alerta. Shina e os Cavaleiros reverenciam o Mestre Nikol e saem em direção as 12 Casas. Nikol olha para as Amazonas que ficaram com ele e fala: - Marin, a segurança da Sala do Grande Mestre está em suas mãos. Ficarei com o Templo de Athena. Yulij, você fará o possível para não entrar em combate. Preciso que você continue pesquisando sobre aquele símbolo desenhado no pé da Estátua de Athena. - A Imagem do Sol da Arcádia? - Exato. Se Athena enviou essa imagem para nós, isso significa alguma direção que devemos tomar. Não pare de procurar sobre isso. Yulij reverencia Nikol e sai em direção a biblioteca do Santuário, onde continuaria sua pesquisa. Marin se aproxima de Nikol e fala: - Não se preocupe, Mestre. Vamos proteger o Santuário e encontrar Athena. Nikol começa a subir as escadas que levavam ao Templo de Athena e após um longo suspiro, ele responde Marin: - Assim espero, Marin, assim espero... • Egito – Cairo Algumas horas haviam se passado desde a saída de Ono e Opi. O Mestre estava em sua pequena varanda, olhando novamente para as estrelas, quando ele percebe algo estranho: - O brilho está fraco. Minha constelação não está brilhando corretamente. Athena está em perigo... O velho Mestre abre seus braços e começa a expandir seu cosmo. Uma áurea dourada começa a brilhar em volta de seu corpo e alguns segundos depois, o Mestre ajoelha e fala: - Sim, minha Deusa, encontraremos você em breve! • Grécia - Santuário de Athena O dia já amanhecia quando Nikol se reuni novamente com Shina, Marin e Jabú na Sala do Grande Mestre. Os três Cavaleiros passavam relatórios para Nikol. Shina estava passando o relatório sobre o retorno dos Cavaleiros de Bronze: - Creio que em alguns dias, todos eles estarão de volta ao Santuário. Nikol levanta do trono e começa a andar para a varanda da Sala do Grande Mestre, de onde ele podia ver todo o Santuário: - E as obras de reconstrução? Jabú fica ao lado do Mestre e fala: - Caminhando, lentamente, mas caminhando. Com essa redução drástica de homens que tivemos em nosso território, temos que... Um forte barulho interrompe a conversa de Nikol e das Amazonas. Era a enorme porta dourada sendo aberta bruscamente. Yulij entra na sala carregando vários livros, papeis e anotações. - Mestre! Venha! Descobri algumas coisas interessantes, venha! Ela se aproxima de uma mesa perto da varanda e começa a colocar todo o material ali mesmo. - Creio que encontrei uma pista que pode nos ajudar a identificar o paradeiro do Sol de Arcádia! Nikol e os outros se aproximam da mesa que em poucos segundos, se transforma em uma pequena bagunça. Yulij arruma alguns papeis e começa a falar: - Os diários oficiais contam história de três homens que alcançaram um nível de poder muito grande e foram condecorados por Athena como sub-regentes do Santuário. - Sub-regentes? Yulij sorri e fala: - Eu inventei essa palavra. Na verdade, não consegui identificar o símbolo que poderia descrever o tipo de condecoração que eles receberam, mas a cada um foi dado um território específico para que eles pudessem proteger. Ainda não consegui identificar quem são essas pessoas e quais esses territórios mas olhe esses brasões. Um deles possui o Sol de Arcádia! Yulij mostra alguns pergaminhos e gravuras para Nikol. O mesmo símbolo desenhado aos pés da Estátua de Athena estava descrito naquelas paginas. Era um pouco diferente do que Athena havia enviado, mas era o mesmo símbolo. Nikol pega aquela gravura e começa a andar: - Seria possível que esses homens que receberam essa premiação de Athena fossem nossos aliados? Marin se aproxima do Mestre e fala: - Posso ver? Observando as gravuras e as descrições, Marin reconhece aquelas imagens. Ela olha para o Mestre e diz: - Eu sei onde encontrar o significado dessa imagem. Está um pouco diferente daquilo que Athena nos enviou, mas esse símbolo aqui eu conheço. Isso é um hieróglifo! Uma antiga escrita que utiliza símbolos e imagens originadas no Egito Antigo. As Pirâmides estão cobertas com essas imagens. Yulij tira a gravura da mão de Marin e fala: - Tem razão! Como você sabe disso, Marin? - Alguns anos atrás, Aiolia, Cavaleiro de Leão, foi às terras egípcias para fazer um reconhecimento. Havíamos sido informados de estranhas manifestações sobrenaturais na região de Luxor. Alguns Cavaleiros de Prata acompanharam Aiolia, dando suporte a ele e eu participei dessa missão. Lá, Aiolia enfrentou Anúbis, ou uma personificação do Deus Egípcio, enviado pelo cosmo de Cronos. Foi durante esse reconhecimento que tive a oportunidade de conhecer a antiga escrita... Yulij, com um rápido suspiro, interrompe novamente Marin e fala: - Nossa...esperem! Um pouco afobada, Yulij começa a procurar por alguma coisa em meio a pilha de livros que ela tinha colocado sobre a mesa. Ao derrubar um monte de livros, ela encontra o que procurava: - Li alguma coisa sobre esses constantes reconhecimentos que os Cavaleiros de Ouro faziam sobre a terra do Egito. Escutem isso! Yulij começa a andar pela sala lendo algo em voz alta: - Quase ninguém sabe disso, mas o Santuário já possuiu torres de vigilância em outros territórios. - Torres de Vigilância? - Sim! Locais onde o Santuário teria autonomia para garantir proteção e auxilio militar à população... Nikol acha aquilo estranho - Proteção e auxílio militar...nunca ouvir falar sobre isso. - Claro, Mestre, foram extintos séculos atrás. Escutem o que o Grande Mestre Avetarion diz: “Essas bases estrangeiras garantem a segurança de nossos aliados e assim podemos manter a paz mundial por mais tempo. ” O Santuário sempre esteve à frente de seu tempo, sempre pensando em como poderia melhorar a vida dos humanos. Athena é fantástica! Yulij folheia mais algumas páginas e fala: - Após alguns anos de funcionamento, o Santuário resolveu desativar essas torres e elas foram seladas e nunca mais foram vistas. Nikol mexe em algumas anotações e fala: - Por acaso, você consegue encontrar a localização dessas torres? Yulij joga um livro com força em cima da mesa e fala: - Está aqui! Egito! Shina olha para o Mestre e fala: - Posso ir as terras egípcias e ver se encontro alguma coisa sobre o Sol de Arcádia e o seu representante. Nikol anda até o trono e senta. Ele olha para as Amazonas e fala: - Preciso de vocês aqui, no Santuário. Os outros Cavaleiros de Bronze estão retornando e preciso que vocês orientem eles. Enviem Retsu de Lince. Ele retornou agora pouco. Yulij, tente encontrar um local mais específico de onde essa Torre pode ter sido instalada nas terras egípcias. Assim, podemos agilizar a procura dessa Torre de Vigilância. Marin se adianta e fala: - Isso é fácil. Luxor. Todos os correspondentes do Santuário foram enviados para Luxor. A missão que participei foi em Luxor. Podemos começar por lá. - Sim, pode ser. Enviem Retsu e peçam relatórios o mais rápido possível. Por enquanto, essa é a única pista que temos sobre o paradeiro de Athena. Yulij, você ficará focada em buscar mais informações sobre as Torres, o Sol de Arcádia e outros assuntos relativos a isso. Marin, Shina e Jabú continuarão com seus afazeres. Eu retornarei ao Monte das Estrelas para procurar mais informações sobre o presságio de ontem à noite. Vamos encontrar Athena e restabelecer nosso domínio sobre a Terra. Os quatro Cavaleiros reverenciam o Mestre e saem de sua presença. Nikol levanta e retorna para o Monte das Estrelas Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
dfsmith8319 0 Postado Fevereiro 28 Autor Compartilhar Postado Fevereiro 28 (editado) • Grécia - Santuário de Athena Do alto do Monte das Estrelas, Nikol tentava buscar respostas, mas não conseguia parar de pensar no passado. Ainda mais naquele local, onde seu velho amigo e mestre frequentou durante muitos anos a pedido do Grande Mestre Shion. Nikol para de ler os antigos diários guardados e selados naquele monte e vai até a varanda do pequeno Templo que havia ali. O Monte das Estrelas era o local mais alto do Santuário e ali, Nikol conseguia ver todo o território sagrado, desde o Templo de Athena até a pequena vila de Rodório. Voltando seus olhos para a sala do Grande Mestre, Nikol começa a se lembrar de fatos do seu passado: “- Ares... hoje eu sei que não era você aquela noite...”. Nikol é o único herdeiro de uma família poderosa da Austrália. Quando seus pais morreram, ele decidiu deixar a Austrália para conhecer o mundo. Em uma viagem pela Grécia, foi atacado por ladrões que o assaltaram e o espancaram entre as ruínas do Acrópole, mas um homem o salvou. Esse homem levou Nikol para sua casa, cuidou de seus ferimentos e o ajudou a se recuperar. Seu nome era Ares. Um homem simples, mas bastante sincero honesto e honrado. Com o passar do tempo, os dois desenvolveram uma grande amizade e Nikol passou a morar na Grécia. Ares confiava em Nikol com sua vida e por isso revelou a ele toda a história e a verdade sobre o Santuário e os Cavaleiros de Athena. Fascinado com os contos de Ares, Nikol pede para conhecer o Santuário. - Infelizmente, meu amigo, somente os Cavaleiros podem atravessar a barreira milenar criada por Athena. Nikol olhou para seu amigo e, sorrindo, ele diz: - Então me faça um Cavaleiro... A partir daquele momento, além da grande amizade que os unia, Ares e Nikol passaram a possuir o maior elo entre os Cavaleiros: Mestre e Discípulo. Foram longos anos de treinamento até o dia em que Nikol recebeu a Armadura de Prata de Altar, que também pertenceu a seu Mestre e amigo, antes que ele assumisse as funções de Mestre Auxiliar do Santuário, para ajudar o Grande Mestre, que já tinha idade avançada e já não conseguia liderar o Santuário como antigamente. Nikol sempre admirou Ares até o dia em que ele mudou completamente: - Mandou me chamar, Mestre Ares? Ares, vestindo seus mantos sacerdotais, e utilizando a máscara do Mestre Auxiliar, olha para seu discípulo e fala: - Sim, Nikol, aproxime-se... Nikol se aproxima de Ares e o Mestre começa a falar: - Como você sabe, Athena reencarnou em nossa época, e reencarnou como um bebê inocente, totalmente indefesa... - Sim, Mestre, estou ciente. Você mesmo me levou para conhecê-la... - Por isso, estive pensando... Ares se levanta de seu trono e anda até um quadro do Grande Mestre: - E se nós, eu e você, juntos, matássemos Athena e assumimos o poder no Santuário... Nikol se espanta com aquele pedido de Ares. - Ares, você está falando sério? - Claro Nikol! Imagina, eu, Grande Mestre do Santuário e você, Mestre e Líder das Tropas dos Santos Cavaleiros. Dando um giro com seu corpo, Ares encara Nikol, mostrando um cosmo ameaçador e dominado pelo ódio. Nikol tenta se afastar, mas Ares anda em sua direção e fala: - Seriamos imbatíveis! SERIAMOS DEUSES! - Não acredito que você está dizendo isso! Isso vai contra todo o treinamento que recebi através de você! O que aconteceu com você? Ares começa a rir e fala: - Não seja tolo, Nikol. Pense no poder que podemos ter juntos! Nikol assume posição de ataque e eleva seu cosmo: - Você pode ser meu Mestre e meu melhor amigo, mas não vou permitir que você destrua o que o Santuário e os Cavaleiros veem protegendo desde as eras mitológicas. Ares abaixa sua cabeça e fala: - Então sinto muito, Nikol, vou ter que te matar... Como um verdadeiro raio de luz, Ares ataca Nikol, jogando-o escada abaixo. - Não posso arriscar que um mero Cavaleiro de Prata estrague meus planos. Esta é a sua última chance, Cavaleiro! Nikol se levanta e naqueles rápidos segundo em que Ares se preparava para ataca-lo, ele ouve uma voz falando diretamente a seu cosmo: “- FUJA! Encontre-se comigo nos Cinco Picos Antigos de Rosan, na China. ” Nikol eleva seu cosmo e dispara um rápido ataque contra Ares, apenas para criar uma distração e sem perder um milésimo de segundo, o Cavaleiro de Prata de Altar foge do Santuário, abandonando Athena, seus companheiros e seu melhor amigo. Os pensamentos de Nikol são interrompidos quando ele sente a presença de alguém se aproximando atrás dele. Rapidamente, ele olha para trás e vê Marin. A Amazona se ajoelha e fala: - Mandou me chamar, Mestre? - Sim. Tenho uma missão para você. Venha... Nikol e Marin descem do Monte das Estrelas e ficam frente a frente com a Estátua de Athena. A Amazona olha para aquela Estátua e fica pensativa. Nikol percebe e fala: - Não se preocupe Marin, em breve Athena estará conosco... - Sei disso, Mestre, mas está tudo muito estranho, não acha? - Sim, tudo aconteceu muito rápido. Saga, Poseidon, Hades, parece que todos combinaram de atacar juntos, para deixar o Santuário à deriva. Ainda não consigo entender por qual motivo Athena não retornou para o Santuário. Creio que os Deuses estão metidos nisso. Temos que encontrá-la e salvá-la o mais rápido possível. - Mestre, algo dentro de mim diz que a ida ao Mundo dos Mortos foi proposital, para afastar Athena. Marin continua pensativa quando Nikol interrompe novamente seus pensamentos: - Proposital ou não, a Terra está desprotegida. Apenas 18 Cavaleiros se apresentaram ao Santuário. Por isso, preciso que você complete essa missão para mim. - Sim, Mestre. - Vocês não sabiam disso, mas durante a Rebelião de Saga, vários Cavaleiros se formaram ao redor do mundo. Mestre Dohko e eu escondemos esses Cavaleiros para que eles não caíssem nas mãos de Saga. Sob as ordens do Mestre Dohko, impedi que esses Cavaleiros retornassem ao Santuário, tive que mantê-los a salvo. São Cavaleiros de Bronze e preciso que você vá ao encontro deles e os convoque de volta para o Santuário. Aqui está a lista com o nome de todos eles e os locais onde eles estavam escondidos. Se achar necessário, leve alguns Cavaleiros com você. - Como queira, Mestre. Nikol passa para Marin uma lista de nomes e localidades, assim seria mais fácil encontrar os Cavaleiros de Athena que foram escondidos a pedido do Mestre Ancião, Dohko. Encarando Nikol, a Amazona fala: - Então este é o motivo... - Motivo de? - O motivo por que você não retornou ao Santuário. - Sim, como pode ver, passei um tempo selecionando e treinando Cavaleiros para utilizarem as Sagradas Armaduras. Não sou traidor, Marin. Estava aqui, justamente lembrando a noite em que partir e deixei vocês para trás. Meu Mestre, meu melhor amigo tentou me matar porque eu recusei ferir Athena, quando ainda era um delicado bebê. Por anos pensei que meu Mestre era um traidor, mas minha consciência foi limpa por Seiya e seus amigos, quando ajudaram Athena a retornar ao poder, desmascarando Saga. Agora posso conversar com meu amigo depois de muitos anos. - Mestre, senti sua falta. Achei que tivesse nos abandonados. - Não seria capaz de fazer isso com Athena, muito menos com você. Minhas lembranças desse lugar são maravilhosas e a minha lembrança preferida foi ver certa garotinha de cabelos avermelhados conquistar sua Armadura. Cometi muitos erros no passado, mas não pretendo repeti-los. Marin toca no ombro de Nikol e ele fala: - Eu devia tê-lo ajudado. Era o Mestre dele. Não podia ter o deixado partir. Marin fala com seu Mestre: - Ele escolheu o caminho dele. Cabe a ele enfrentar as consequências de suas decisões. Marin dá as costas a Nikol e começa a andar em direção a Sala do Mestre. Antes de começar a descer as escadas, ela diz: - Partirei logo depois do meio-dia. - Obrigado, Marin... Marin sai da presença de Nikol, deixando o Mestre sozinho. Ele olha para a Estátua. - Athena, vamos te encontrar em breve... Editado Fevereiro 28 por dfsmith8319 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
dfsmith8319 0 Postado Fevereiro 28 Autor Compartilhar Postado Fevereiro 28 • Egito – Luxor Ono e Opi chegaram à cidade de Luxor e, à distância, puderam avistar os imponentes arranha-céus que dominavam o horizonte. Luxor era uma das cidades mais importantes do Egito, repleta de riquezas, tanto modernas quanto históricas. Sua paisagem era um contraste entre a arquitetura contemporânea e as construções rústicas e milenares de um Egito antigo, da época em que a cidade ainda era conhecida como Tebas. Mesmo de longe, os dois avistaram diversos templos dedicados aos deuses egípcios, além das majestosas necrópoles, com destaque para a Necrópole de Hatshepsut—o verdadeiro motivo de sua visita à cidade. As ruas fervilhavam de vida. Pessoas transitavam apressadas, comerciantes anunciavam seus produtos e crianças corriam em direção à escola. Observando a movimentação, Ono voltou-se para Opi e disse: - O Mestre nos contou que a última pessoa a possuir a Esfera de Athena foi Hatshepsut. Se quisermos qualquer pista sobre o paradeiro desse artefato, nosso primeiro destino deve ser o templo consagrado à Rainha-Faraó. Opi olhou para o amigo com ceticismo. - O templo é enorme, Ono. Vai ser como procurar uma agulha no palheiro. - Sim, mas não temos outro ponto de partida. Tem que ser por lá. Vamos nos infiltrar no templo como turistas. No meio dessa multidão, ninguém vai desconfiar de nós ou do que estamos procurando. - Tudo bem, concordo. Mas me faz um favor? - Claro... - Não abra a boca para falar besteiras. Estamos disfarçados. Ono franziu a testa, contrariado. - Eu não falo besteiras. Opi já caminhava à frente, resmungando para si mesma: - Não, imagina, você já é a besteira. - Olha como você fala comigo, mocinha! EI, ESPERA POR MIM! Os dois seguiram em direção ao templo de Hatshepsut. Enquanto atravessavam a cidade, outro jovem já subia as escadarias do templo, misturando-se aos turistas. "- Como o Mestre espera que eu encontre uma tumba específica em meio a tantas? Isso aqui é uma necrópole, ou seja, uma cidade dos mortos..." Ele mantinha-se atento a tudo ao redor enquanto subia os degraus. Vestia um longo manto negro e um boné, protegendo-se do sol escaldante. Ao chegar ao topo da escadaria, dirigiu-se a uma pequena cabine de informações e, com um árabe arrastado, pediu orientações. A atendente entregou-lhe alguns folhetos e indicou direções. O jovem agradeceu e seguiu para dentro do templo. Ele caminhava pelas galerias, observando atentamente cada detalhe do museu, em busca das informações que precisava. Seguindo as instruções da funcionária, encontrou uma sala distinta das demais, evidentemente, a maior de todas. Vasos de cerâmica pintados à mão, tronos ornamentados, imagens sagradas e caixas douradas estavam espalhadas pelo ambiente, denunciando que aquele era, sem dúvida, o aposento central do templo. Acreditava-se que fora o local onde Hatshepsut residira. O jovem percorreu a sala com um olhar perspicaz e murmurou para si mesmo: - Se eu tivesse algo valioso para esconder... certamente o guardaria nos meus aposentos. O jovem começou a examinar cada detalhe da sala. Desenhos, imagens, hieróglifos—tudo que pudesse indicar um caminho. Mas, por mais que procurasse, não encontrava nada. Seu olhar recaiu sobre o sarcófago de Hatshepsut. Havia algo nele que parecia atraí-lo de maneira inexplicável, como se estivesse sendo chamado. Aproximando-se, começou a inspecionar minuciosamente a peça até que um símbolo chamou sua atenção. - O Sol de Arcádia... Virou-se rapidamente, como se temesse estar sendo observado. - Preciso isolar essa área para abrir o sarcófago. Movendo-se com rapidez, ele saiu até o corredor e pegou alguns cordões de isolamento e panos brancos, improvisando uma cortina para bloquear a visão da sala. Assim que terminou, retornou ao sarcófago, deitando-o cuidadosamente no chão. Então, começou a forçar a tampa. No primeiro esforço para abri-la, sentiu uma poderosa energia emanando de dentro do túmulo. A força misteriosa parecia preencher todo o ambiente, crescendo a cada nova tentativa de abrir a tampa. No exato momento em que essa energia se espalhou pelo templo, Ono e Opi chegaram ao local. - Você sentiu isso, Opi? - Ono perguntou, alarmado. - Sim! Veio lá de dentro! - Parece que alguém chegou antes da gente. Vamos! Os dois se infiltraram na multidão de turistas e entraram no museu, agora se movendo com urgência. Dentro da sala, o jovem continuava a forçar o sarcófago. A energia se intensificava a cada esforço, criando uma tensão quase insuportável no ar. Até que, finalmente, após inúmeras tentativas, a tampa cedeu. A força acumulada por tanto tempo foi liberada de forma explosiva. A tampa do sarcófago voou para trás, jogando o jovem no chão. Um leve tremor percorreu as estruturas do museu. Algumas pessoas sentiram, mas não deram importância. Já Ono e Opi, percebendo a intensidade da energia, deixaram de apenas andar apressadamente e começaram a correr, seguindo o rastro daquela força. O jovem se ergueu, sacudindo a poeira, e olhou para dentro do sarcófago. Ele estava vazio. Pequenos fragmentos brancos começaram a cair ao seu redor. Ele estendeu a mão e percebeu que eram pedaços de papiro antigo, se desfazendo no ar. Aos poucos, os pedaços ficaram maiores, transformando-se em longas tiras de pergaminho. Pegou um dos fragmentos e arregalou os olhos ao ler a inscrição: - Αθηνά... Athena! Isso é um Selo de Athena! Movido por uma nova onda de determinação, começou a vasculhar o interior do sarcófago. Perto da cabeceira, notou um compartimento secreto. Ao abri-lo, encontrou um embrulho cuidadosamente guardado. Com cautela, desfez as amarras do pano e revelou um objeto esférico. - Mas o que é isso!? - murmurou, segurando a esfera fria em suas mãos. - Uma bola de ferro!? - COLOQUE ISSO NO CHÃO! A voz repentina fez seu coração disparar. Por pouco não deixou o objeto cair. Ergueu o olhar para a entrada da sala e viu duas figuras surgirem: um garoto de cabelos loiros e uma menina de cabelos verdes. O garoto repetiu, sua voz carregada de autoridade: - Não vou falar de novo. Coloque isso no chão! Opi lançou um olhar para Ono e murmurou: - Acabou de falar de novo… Ono se desconcentrou com o comentário e lançou um olhar irritado para sua amiga. Foi nesse momento de distração que o jovem começou a avançar em direção a eles. - E quem vai me obrigar? Antes que pudessem responder, um tremor violento sacudiu as estruturas do museu. O som estridente de um alarme preencheu o ambiente, e a voz do sistema de som interno ordenou que todos os visitantes evacuassem imediatamente o local. As paredes de pedra maciça rangeram sob a pressão do abalo. O jovem tentou correr para fora da sala, mas antes que conseguisse sair, o estranho objeto em suas mãos começou a brilhar com intensidade, chamando a atenção dos três. - O que você fez? - Ono perguntou, alarmado. - Nada! Ela apenas começou a brilhar! De repente, como um raio de luz azul, a esfera disparou pelo ar, atravessando a sala e voando em direção à entrada do Templo. Todos os presentes se viraram para observar o fenômeno. Sem hesitar, Ono, Opi e o jovem desconhecido saíram correndo atrás dela. A esfera seguiu até uma praça central, onde repousava um antigo altar. Como se atraída por uma força invisível, encaixou-se perfeitamente no centro da estrutura. No instante em que tocou o altar, uma intensa luz azul se espalhou, iluminando os hieróglifos entalhados nas pedras. O brilho se intensificou à medida que os símbolos ancestrais começavam a pulsar, ressoando com a energia do objeto. Então, um tremor ainda mais forte abalou as fundações do templo, sacudindo a cidade inteira. De repente, a esfera lançou um raio de luz para o céu, transformando-se em um gigantesco pilar de energia. E então, silêncio. O profundo e absoluto silêncio que se seguiu era mais perturbador do que o próprio tremor. Todos estavam paralisados, incapazes de compreender o que acabavam de presenciar. Os olhos dos presentes seguiram o feixe de energia, incrédulos com o que surgira diante deles. Uma presença cósmica envolveu o local. Era uma energia serena, imponente, mas tranquilizadora. O jovem desconhecido caiu de joelhos diante do altar e murmurou, em reverência: - Athena… Ono franziu o cenho ao ouvir o nome. - Athena… Como você sabe sobre Athena? Antes que pudesse obter uma resposta, Opi o puxou pelo braço, apontando para algo à frente. - Você percebeu essas pirâmides? Ono virou-se e ficou boquiaberto. Diante deles erguiam-se três colossais pirâmides, maiores do que qualquer outra já vista. Ao redor de cada uma, outras quatro pirâmides menores formavam um círculo perfeito. A Necrópole de Hatshepsut não passava da entrada para algo muito maior. - Mas o que é isso? De onde essas pirâmides surgiram? Um murmúrio percorreu Luxor. Pessoas começaram a se aglomerar ao redor do templo, atônitas com o que testemunhavam. O impossível acabava de acontecer diante de seus olhos. Opi olhou para Ono e disse: - Acho que devemos ir para lá... - Você acha!? Sem perder mais tempo, os dois começaram a subir as escadas quando, de repente, o jovem desconhecido surgiu à frente deles, assumindo uma postura de combate. - Onde vocês pensam que vão? Ono e Opi se viraram e encararam o garoto, que agora os desafiava abertamente. - Espera aí! - Ono protestou. - Você quer lutar com a gente bem aqui, na frente de todo mundo? - Isso não me importa. O que importa é encontrar uma forma de trazer a Deusa Athena de volta à Terra. E essa forma está dentro desse templo. Não posso permitir que vocês me atrapalhem! GARRAS CORTANTES DE VENTANIA! O ataque veio rápido e inesperado. Ono e Opi foram lançados para trás, pegos completamente desprevenidos. O impacto do golpe reverberou pelo templo, fazendo ecoar um estrondo ensurdecedor. O choque foi tão grande que as pessoas ao redor começaram a entrar em pânico, fugindo em desespero. Enquanto o caos tomava conta da entrada do museu, o jovem guerreiro seguiu em direção às pirâmides, passando por Ono e Opi, que ainda estavam caídos no chão. Sentindo a determinação daquele estranho, Ono reuniu forças e agarrou o tornozelo dele. - Espera! - Ono murmurou, com esforço. - Você disse Athena... Nós não somos... Antes que pudesse terminar a frase, o jovem desferiu outro golpe, lançando Ono escada abaixo. Mas antes que ele pudesse seguir seu caminho, Opi saltou com agilidade e acertou um golpe certeiro em suas costas, forçando-o a cair de joelhos. O jovem se levantou furioso, preparando um novo ataque, mas Opi ergueu a mão e gritou: - ESPERA! Ele hesitou por um instante, o suficiente para que ela continuasse: - Você disse que precisa trazer Athena de volta à Terra. Nós não somos inimigos de Athena! Somos Cavaleiros de Athena e viemos em nome de nosso Mestre, o Mestre Baca, para despertarmos Amon-Rá! O jovem guerreiro a encarou, sua expressão refletindo a desconfiança. Ele não baixou a guarda, mas também não atacou. Opi, percebendo a brecha, abaixou as mãos em um gesto pacífico. - Me escute por alguns segundos. Acho que podemos nos ajudar! Mesmo ainda em posição de ataque, o jovem assentiu levemente com a cabeça, indicando que ouviria. - A história é longa e complicada, e não temos tempo para explicá-la por completo - continuou Opi. - Mas nosso Mestre nos revelou que Amon-Rá, um Ex-Cavaleiro de Ouro, é o único que pode nos ajudar a encontrar e resgatar Athena. Ele foi morto e aprisionado há séculos, e por isso precisamos despertá-lo. Só ele pode nos guiar até ela. O jovem permaneceu em silêncio por alguns instantes, analisando as palavras de Opi. Então, finalmente respondeu: - O Mestre do Santuário, Nikol de Altar, me enviou a essas terras em busca do Sol de Arcádia. Eu encontrei suas representações naquele sarcófago, por isso o abri. Foi então que tudo isso aconteceu. Como posso saber se estão falando a verdade? Opi abaixou os braços e respondeu com firmeza: - Somos Cavaleiros de Athena, mas ainda não recebemos nossas Armaduras porque não conseguimos retornar ao Santuário devido à batalha contra Hades. Pelo visto, você está em vantagem porque já veste sua Armadura sob esse manto, não é? O jovem abaixou a guarda e disse: - Irei confiar em você. Mas se estiver errada... Antes que ele pudesse terminar a frase, Opi o interrompeu com firmeza: - Não estou. Ono, sem entender completamente o que se passava entre Opi e o jovem desconhecido, se levantou furioso. Sem hesitar, atacou. - Ono, não! Opi tentou impedir, mas já era tarde demais. O golpe de Ono foi tão poderoso que os dois foram lançados contra uma das paredes do templo, atravessando-a com estrondo. Poeira e destroços se espalharam pelo ambiente. Ono se ergueu tossindo, empurrando algumas pedras de cima do corpo. Opi apareceu ao seu lado, analisando a situação. - Ono, você está bem? Ele respirou fundo antes de responder: - Sim. Parece que um trem passou por cima de mim, mas estou bem. Mas onde estamos? Opi cruzou os braços e lançou um olhar severo para o amigo. - Se você não tivesse sido estúpido e atacado aquele Cavaleiro, eu teria descoberto quem ele era. Antes que Ono pudesse responder, uma voz ecoou pelo local: - Me desculpem por ter desconfiado de vocês. Os dois se viraram e viram o jovem agora totalmente visível, vestindo uma Armadura azul reluzente. - Meu nome é Retsu — ele continuou. - Retsu de Lince, Cavaleiro de Bronze. Fui enviado ao Egito a pedido do Mestre Nikol de Altar, do Santuário da Grécia. Ono arregalou os olhos. - Santuário? Quer dizer que você é servo de Athena? - Sim, sou — confirmou Retsu. - Por quê? Pensaram que eu era algum tipo de inimigo? Ono suspirou, sentindo o alívio tomar conta de seu corpo. Opi sorriu, satisfeita com a revelação. - Me diga, Retsu, por que o Santuário não nos procurou em Cairo? Retsu cruzou os braços e respondeu com seriedade: - Na situação em que estamos, é difícil confiar em qualquer um. Ainda mais quando não sabemos quantos Cavaleiros estão espalhados pelo mundo. Como eu disse, estou aqui em busca do Sol de Arcádia. Mestre Nikol acredita que no Egito há uma forma de trazer Athena de volta do Mundo dos Mortos. Opi franziu o cenho. - E por que ele pensa isso? Retsu suspirou antes de revelar: - Algumas semanas atrás, logo após o fim do Grande Eclipse, a Estátua de Athena retornou ao Santuário. No início, achamos que Athena também havia voltado... mas apenas a estátua apareceu. Junto com ela, havia um símbolo desenhado, algo que Mestre Nikol identificou como o Sol de Arcádia. Foi assim que descobrimos sua ligação com o Egito. Então, fui enviado para cá. Houve um breve silêncio. - Estamos fazendo de tudo para resgatar Athena - Retsu completou. Ono trocou um olhar com Opi antes de encarar Retsu e dizer: - Então estamos todos no mesmo caminho... - Como vocês sabem que Athena não está morta? - Ono questionou. Retsu respondeu com firmeza: - Isso é simples. O Báculo de Niké não retornou ao Santuário. Sempre que uma encarnação de Athena encerra seu tempo na Terra, o Báculo aparece aos pés da Estátua, carregando o último vestígio de seu cosmo, para a restauração do Santuário. Mas até agora nada. Por isso acreditamos que Athena está viva, mas presa em algum lugar, impossibilitada de retornar. Opi franziu a testa, refletindo sobre a explicação. - Isso é exatamente o que Mestre Baca disse - ela murmurou. - Por isso viemos atrás de Amon-Rá. Nosso Mestre nos contou que ele foi um Cavaleiro de Ouro que atingiu um poder divino, tornando-se um Deus. Athena o recompensou com as terras egípcias e, por séculos, foram aliados até que Amon-Rá desapareceu. Se conseguirmos despertá-lo, ele poderá atravessar os planos físicos entre o Seikai e o Meikai e encontrar Athena. Retsu cruzou os braços e assentiu. - Parece que fomos enviados por nossos Mestres para a mesma missão... - Coincidência? - Ono perguntou. - Não. Athena deve estar por trás disso. Ela quer ser encontrada! Ono trocou um olhar decidido com seus companheiros e declarou: - Estão prontos? - Sempre! Opi respondeu com um sorriso determinado. Sem hesitação, os três avançaram em direção ao Templo de Amon-Rá. No entanto, quando estavam prestes a atravessar os átrios externos, uma enorme pedra desabou sobre eles, obrigando-os a saltar para lados opostos. Ao se recuperarem, ergueram os olhos para o grande portal de entrada e viram dois Guerreiros trajando Armaduras Negras, postados como guardiões sombrios. Retsu se adiantou, assumindo uma posição defensiva. - Quem são vocês e o que querem conosco?! Um dos Guerreiros soltou uma risada fria antes de responder: - Não interessa quem somos. O que vocês precisam saber é que não permitiremos que despertem Amon-Rá, a pedido de nossa Rainha. Ele deu um passo à frente, revelando um olhar sinistro. - Sou Scárnio de Setit, o Fantasma do Ébano! O outro Guerreiro se apresentou com uma voz sombria: - Sou Necron de Ravno, o Fantasma da Escuridão. Este é seu último aviso: NÃO AVANCEM! Ono cerrou os punhos. - E se recusarmos? Scárnio sorriu de maneira ameaçadora. - Então serão retirados à força! - É o que veremos! Retsu exclamou, elevando seu cosmo de maneira explosiva. Com um movimento ágil, ele disparou contra os inimigos: - GARRAS CORTANTES DE VENTANIA! O poderoso golpe rasgou o ar com lâminas de energia, lançando os adversários para trás. Aproveitando o momento, Retsu se virou para Ono e Opi: - Agora! Aproveitem essa chance! Encontrem e despertem Amon-Rá! Mas Ono balançou a cabeça. - Não. Ficaremos aqui. Juntos, podemos vencê-los rapidamente! - Não temos tempo para essa discussão, Ono! - Retsu interrompeu. - Não se preocupem comigo, sei me defender muito bem! Eu fico aqui e cuido deles! Ono hesitou por um instante. - Tem certeza de que ficará bem? Retsu sorriu confiante. - Vão! Eu cuido desses dois! Sem mais questionamentos, Ono e Opi dispararam em direção ao Templo. Scárnio tentou interceptá-los, mas Retsu foi mais rápido e bloqueou o ataque, impedindo os dois Guerreiros de alcançá-los. Ono e Opi atravessaram a entrada principal e, assim que pisaram no interior do Templo, a pesada porta de pedra se fechou atrás deles com um estrondo, cortando qualquer possibilidade de retorno. Opi tocou a enorme pedra fria. - Estamos presos. - Ela suspirou. - Não temos outra opção senão seguir em frente. Ono assentiu. - Vamos. Não temos tempo a perder. Os dois avançaram pelo corredor escuro, selado por séculos. Em poucos instantes, desapareceram na escuridão densa do Templo de Amon-Rá. Retsu permaneceu do lado de fora, na área externa das pirâmides, encarando os dois Fantasmas. - Então vocês são Fantasmas, quem os enviou!? Scárnio riu, um som baixo e cruel. - Não diremos nada. A única coisa que precisa saber é que este Templo será o seu túmulo! Ele ergueu as mãos e liberou seu ataque: - FURACÃO DE ÉBANO! Retsu não hesitou. Elevou seu cosmo e contra-atacou: - GARRAS CORTANTES DE VENTANIA! Os dois golpes colidiram, criando um impacto violento que neutralizou ambos os ataques. Necron observou a cena e olhou para seu companheiro. - Ele é poderoso. Se quisermos acabar com ele, teremos que atacá-lo juntos. Mas Scárnio balançou a cabeça. - Não. Vá atrás dos outros dois. Se Amon-Rá voltar à vida, estaremos mortos. Necron não hesitou. Virou-se e correu em direção ao Templo, desaparecendo na entrada. Retsu cerrou os punhos ao ver o inimigo escapando. - Não adianta ir atrás deles! Já entraram no Templo. Scárnio lançou lhe um olhar frio. - Cale-se! De repente, Retsu sentiu o cosmo do adversário aumentar exponencialmente. Ele preparou-se para a batalha, sentindo que aquele confronto estava apenas começando. - PREPARE-SE PARA MORRER! FURACÃO DE ÉBANO! Um enorme furacão negro irrompeu dos punhos de Scárnio. Os ventos sombrios envolveram Retsu, mergulhando-o em uma escuridão absoluta. A visão do Cavaleiro de Lince foi completamente bloqueada, mas ele não hesitou. Elevando seu cosmo, sentiu a direção dos ventos e disparou sua técnica: - GARRAS CORTANTES DE VENTANIA! As garras cortantes de Retsu rasgaram o furacão negro como se fosse papel, dissipando-o no ar. O cosmo de Scárnio foi anulado no mesmo instante. O Fantasma arregalou os olhos, surpreso. - Como conseguiu neutralizar meu cosmo?! Retsu cruzou os braços, sua postura inabalável. - Com as minhas garras, posso cortar qualquer barreira lançada contra mim. Você acha que uma nuvem negra me daria alguma desvantagem? Eu a despedaço com facilidade. Furioso, Scárnio rosnou: - Isso não me importa! O próximo ataque não será tão fraco quanto esse! FURACÃO DE ÉBANO! - IDIOTA! GARRAS CORTANTES DE VENTANIA! Mais uma vez, o ataque de Scárnio foi destruído antes mesmo de atingi-lo. O desespero começou a surgir no olhar do Fantasma. Retsu fechou os olhos por um instante, sentindo seu cosmo crescer ainda mais. Quando os abriu, sua determinação parecia brilhar como uma estrela no céu noturno. - Agora, vou mostrar a técnica suprema da Constelação de Lince... Ele ergueu os braços, e chamas douradas começaram a envolver seu corpo. O ar ao redor de Retsu tremia com a intensidade de seu cosmo. - HÉRCULES RELUZENTE! Scárnio lançou seu furacão negro contra ele, mas seu golpe foi totalmente inútil. O ataque de Retsu atravessou a escuridão como um relâmpago, atingindo Scárnio com um impacto avassalador. O Fantasma foi arremessado violentamente para longe, colidindo contra o solo e levantando uma nuvem de poeira. Ele gemeu, atordoado, enquanto sentia seu corpo ardendo com as queimaduras causadas pelo golpe. “Que Cavaleiro poderoso! Mesmo elevando meu cosmo ao máximo eu não consigo derrotá-lo!” Mas ele não desistiria tão facilmente. Reunindo o que restava de sua força, avançou em um último ataque desesperado. Retsu permaneceu imóvel, seu cosmo crescendo ainda mais. O vento ao redor dele cessou completamente, mergulhando o campo de batalha em um silêncio sepulcral. Scárnio arregalou os olhos em puro terror. - O quê?! Até o ar está imóvel?! Então, Retsu falou, sua voz firme e definitiva: - Já chega, Scárnio. Você está derrotado. Se entregue. Mas o Fantasma ignorou o aviso. - FURACÃO DE ÉBANO! - HÉRCULES RELUZENTE! A última coisa que Scárnio viu foi a luz avassaladora do golpe de Retsu engolindo-o por completo. O poder de Retsu envolveu o de Scárnio, dominando-o por completo. Como uma lâmina afiada, o Hércules Reluzente rasgou o corpo do Fantasma, atravessando-o com uma força implacável. Scárnio tremeu, sentindo sua vida se esvair como um sopro ao vento. Seus joelhos cederam, e ele caiu, olhando para o céu com os olhos turvos. - Perdoe-me, Rainha... falhei em minha missão... - murmurou, sua voz quase inaudível. Então, seu corpo tombou, rígido como uma estátua de pedra. O silêncio sepulcral dominou o campo de batalha. Retsu inspirou profundamente, seu cosmo ainda vibrando no ar. Foi quando sentiu algo. As cosmos-energias de Ono, Opi e Necron ecoavam do interior da pirâmide. - Parece que eles se encontraram... Sem hesitar, Retsu girou sobre os calcanhares e correu em direção à pirâmide. Não havia tempo a perder. O corpo de Scárnio ficou para trás, esquecido na poeira do deserto, enquanto a batalha pelo despertar de Amon-Rá continuava. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
dfsmith8319 0 Postado Fevereiro 28 Autor Compartilhar Postado Fevereiro 28 • Egito – Templo de Amon-Rá Necron havia quebrado a enorme porta do Templo e se deparou com os dois Cavaleiros de Athena. Eles lutavam ferozmente na antessala do Templo. O Fantasma estava em vantagem, pois Ono e Opi não estavam usando suas Armaduras. - Não seja estúpido, Necron! Estamos em vantagem. Somos dois contra um, você não terá chances contra nós! - Não subestime o meu poder, Cavaleiro. Necron começa a concentrar seu cosmo. - Vocês devem morrer. Essa é a ordem da minha Rainha. Portanto, MORRAM! PLASMA OBSCURO! Uma poderosa onda cósmica sai das mãos de Necron e atinge os dois Cavaleiros, arrastando-os pelo chão. Ono e Opi não demonstram nenhum sinal de vida. Necron solta um suspiro e fala: - Vermes! O Fantasma dá as costas para os corpos dos dois Cavaleiros e começa a caminhar em direção à saída do Templo. Olhando para cima, ele diz: - Não sinto mais o cosmo de Scárnio... Um barulho chama a atenção de Necron. Ele olha para trás e vê os Cavaleiros de Athena se mexendo. Antes que os dois possam se levantar, Necron começa a golpeá-los novamente, fazendo-os cair no chão. O Fantasma começa a rir e diz: - Mas que grandes Cavaleiros vocês são! Não conseguem nem invocar suas Armaduras! A Cavalaria de Athena está cada vez... Antes que Necron pudesse completar a frase, Ono agarra um de seus pés e o joga no chão. Opi aproveita a oportunidade para atacar o inimigo, mas o Fantasma consegue conter o golpe e segura a Amazona pelo punho. Ono tenta ajudar sua amiga, mas Necron o golpeia, lançando-o escada abaixo. Olhando nos olhos de Opi, ele diz: - Cuidarei primeiro de seu amigo, mas fique tranquila, voltarei em breve... O Fantasma empurra Opi para trás e salta em direção a Ono. Antes que Necron desaparecesse na escuridão, Opi invoca seu poder: - IMPACTO ESPIRAL! Uma poderosa centelha de energia acerta as costas de Necron, fazendo-o cair. Rapidamente, o Fantasma se levanta e contra-ataca: - PLASMA OBSCURO! Opi é envolvida naquela onda de energia e arremessada contra a parede. Mesmo sentindo muita dor, ela começa a se levantar. Necron começa a rir e fala: - Sua tola, ainda quer lutar? Pelo que estou percebendo, não precisarei usar todas as minhas forças para acabar com você. Ele começa a andar em direção a Opi, desenvolvendo seu cosmo. Quando estava prestes a atingi-la, Ono aparece e defende sua amiga, disparando um poderoso golpe contra o Fantasma. Ono corre até Opi e a ajuda a se levantar. Acompanhando-a até as escadas, ele diz: - Você terá que continuar sozinha. Vá atrás de Amon-Rá, eu vou impedir esse Fantasma. - Ono, você não pode lutar sem a Armadura. Está ferido... Ono interrompe Opi e fala: - Somos Cavaleiros de Athena, temos que, em primeiro lugar, obedecer às ordens da Deusa e de nosso Mestre. Precisamos de Amon-Rá, Opi, Athena precisa de Amon-Rá... Opi concorda com Ono e, reunindo todas as suas forças, sai correndo em direção à escuridão das escadarias. Ono fica para trás para lutar contra Necron. O Fantasma começa a andar e fala: - Você acabou de declarar sua morte, Cavaleiro. Prepare-se... Ono encara seu oponente e responde: - Posso ser inexperiente em comparação a você, mas consegui descobrir a essência de sua técnica. Ela não será mais problema para mim. Necron encara Ono e, furioso, fala: - Ora, seu insolente! Vamos ver se você consegue repetir isso! PLASMA OBSCURO! As ondas de energia de Necron voam em direção a Ono, mas ele rapidamente esquiva do golpe do inimigo. “- Agora é minha chance...” Rapidamente, Ono eleva seu cosmo e dispara seu poder: - COROA DE FOGO! A poderosa “Coroa de Fogo” de Ono passa raspando pelo braço esquerdo de Necron, que salta para trás, desviando do golpe. Encarando seu oponente, o Fantasma pensa: “- Ele é poderoso, mas ainda não descobriu todo o seu poder. Tenho que aproveitar essa vantagem e acabar logo com ele!” Rapidamente, Necron salta atacando Ono. O Cavaleiro de Athena tenta defender o ataque, mas acaba sendo atingido. Caído no chão, Ono vira alvo fácil para Necron. O Fantasma começa uma sessão de golpes em cima do Cavaleiro de Athena. - Você vai morrer, maldito! Necron começa a elevar seu cosmo quando, de repente, ele cai morto no chão. Ono se levanta, com o corpo todo machucado e um pouco confuso sobre o que aconteceu. Rapidamente, Retsu entra na sala e ajuda Ono a se levantar: - Você está bem, Ono? - Sim, graças a você. Achei que poderia lutar contra ele sozinho, mas ele era mais forte. -Não se preocupe com isso. Esses Guerreiros são mais experientes que você e a Opi e, além disso, vocês estão sem as Armaduras Sagradas. Onde está a Opi? - Ela continuou o caminho. Necron estava dando trabalho, por isso pedi que ela fosse sozinha para a Tumba de Amon-Rá. - Agiu bem, mas vamos depressa. Se a Opi estiver machucada igual a você, ela não conseguirá lutar sozinha. Retsu e Ono seguem em direção à Tumba de Amon-Rá. Depois de alguns minutos descendo aquelas escadas, Opi chega a uma sala levemente iluminada por duas tochas. Pegando uma delas, Opi começa a iluminar o local. Era uma sala grande, com várias coisas antigas e esquecidas. A Amazona de Athena examinava tudo com cuidado até encontrar o que procurava. Ao fundo da sala, havia um enorme sarcófago encostado na parede, atrás de vários panos e teias de aranha. Ele era adornado com ouro e pedras preciosas. Rapidamente, ela corre até o sarcófago e vê que era de Amon-Rá. - Nem acredito que consegui! Opi deita o caixão no chão e começa a forçar a tampa, tentando abrir o sarcófago. De repente, uma pequena esfera branca atinge seu braço. Gritando de dor, Opi afasta-se do sarcófago e olha em direção à entrada da sala. - Nem pense nisso, garota... Diante dela, havia um homem. Ele era alto e forte, com os cabelos verdes e uma máscara escura cobrindo seu rosto. Possuía duas asas em suas costas e vestia uma armadura negra. Ele anda até o sarcófago e, encarando Opi, fala: - Malditos Cavaleiros de Athena... Opi encara o estranho e pergunta: - Quem é você? Em silêncio, o Fantasma anda ao redor do sarcófago e, ao ficar frente a frente com Opi, ele fala: - Vim aqui para impedir que você abra esse sarcófago. Infelizmente, terei que fazer isso do modo mais terrível, usando minhas poderosas técnicas. Isso servirá como aviso aos próximos Cavaleiros de Athena que se atreverem a tentar despertar Amon-Rá, ignorando uma ordem do Grande Conselho. Aquele Fantasma começa a elevar seu cosmo. Era negro, terrível e carregado de ódio. Opi começa a desenvolver seu cosmo também, mas a diferença era enorme. Levantando seu braço, ele começa a concentrar uma energia sinistra em sua mão. Mesmo seu oponente sendo muito mais poderoso que ela, Opi não foi intimidada pelo seu cosmo. Juntando as mãos, ela começa a concentrar sua cosmo-energia e se prepara para atacar seu oponente. - Não adianta, garota, você morrerá como um verme! ESFERAS DE DIAMANTE! - IMPACTO ESPIRAL! Os dois poderes se chocam e, naquele mesmo instante, Ono e Retsu chegam à sala do sarcófago: - OPI! Uma poderosa explosão acontece, empurrando os três Guerreiros para fora da sala. Em meio à fumaça, o Fantasma aparece, sem nenhum arranhão. Ele olha para trás e vê os outros Cavaleiros de Athena caídos no chão. - Mais dois Cavaleiros! Que bom! Não precisarei caçá-los. Matarei todos juntos. Mas primeiro, as damas... O Fantasma começa a andar em direção a Opi, que estava no fundo da sala, totalmente machucada. Ele começa a concentrar seu cosmo novamente e levanta sua mão para acabar com a vida de Opi quando, de repente, alguém segura seu braço. Furioso, o Fantasma começa a concentrar seu cosmo, mas essa pessoa, de alguma forma, consegue anular aquele cosmo. O Fantasma olha para trás e começa a tremer. - VOCÊ! MAS COMO?! COMO VOCÊ ESTÁ VIVO?! - FANTASMA! Opi se assusta ao ouvir a voz de outra pessoa naquele lugar. Era um jovem alto, vestindo uma roupa branca e com cabelos roxos curtos. O jovem segura o braço do Fantasma, que estava apavorado. Com um rápido movimento, aquele jovem joga o Fantasma contra a parede, despedaçando-a. O Fantasma levanta e começa a concentrar seu cosmo. O jovem olha para o inimigo e fala: - Não adianta... - Irei acabar com você! ESFERAS DE DIAMANTE! Várias esferas prateadas começam a sair do punho do Fantasma em direção ao jovem. Ele começa a concentrar sua força cósmica. Era algo incrível, algo fora do comum. Parecia romper todas as barreiras humanas, todas as barreiras conhecidas pelos Cavaleiros Humanos. Opi fica espantada e, ao mesmo tempo, maravilhada. Ao mesmo tempo em que sentia aquele cosmo crescer, ela sentia algo invadindo seu corpo. Algo quente e bondoso. Olhando para o jovem, ela fala: - Então esse é o Nono Sentido... O Fantasma é totalmente desarmado e jogado ao chão, apenas com a manifestação daquele cosmo. A luz que saía do corpo do jovem parecia incomodar o Fantasma. Prostrado no chão, o Fantasma pede clemência, mas a última coisa que ele vê são os olhos do jovem brilhando intensamente. Em poucos segundos, o corpo do Fantasma desaparece. Era como se ele tivesse sido consumido pelo olhar daquele jovem. O jovem olha para Opi e ela rapidamente se ajoelha, pois entende que está na presença de um Deus. O jovem pega Opi pelos braços e fala: - Por favor, fique de pé... Naquele mesmo instante, Retsu e Ono entram na sala, preparando-se para atacar, quando Opi grita: - PAREM! É AMON-RÁ! Instantaneamente, os Cavaleiros param de correr. Amon-Rá sorri para Ono e Retsu, e rapidamente eles se ajoelham em respeito ao Deus. Amon-Rá se aproxima e rapidamente levanta os dois jovens: - Não precisa disso, sou humano como vocês, sou cavaleiro, servo de Athena como vocês. Por favor, levantem-se e me expliquem o que está acontecendo. Os três jovens saem da Pirâmide, levando Amon-Rá junto. Quando o Deus coloca os pés fora da Pirâmide, ele treme e cai no chão. - Sr. Amon-Rá! O que houve? Amon-Rá levanta a cabeça e fala: - Estou bem, não se preocupem. Estou apenas emocionado por estar de volta a este lindo mundo... O amor de Amon-Rá pela Terra era algo tão puro e belo que emocionou Ono, Retsu e Opi. Após alguns minutos apreciando a beleza ao redor, Amon-Rá olha para seus novos amigos e fala: - Muito bem, vamos a um lugar mais tranquilo para podermos conversar. Os Cavaleiros levam Amon-Rá até o altar com a Esfera de Athena. Amon-Rá olha em volta com grande alegria. Ele ainda não acreditava que estava de volta ao planeta Terra. O Deus se aproxima de uma pedra e se assenta, fazendo com que os outros se assentassem ao seu redor. -Agora, meus amigos, me digam: por que estavam nas Pirâmides? O que aconteceu de tão urgente para vocês me despertarem? Retsu olha para Amon-Rá e fala: - Bom, Senhor, não sabemos muito bem o que aconteceu, mas nossos Mestres nos enviaram à sua procura, pois você é o único que pode encontrar nossa Deusa. Enquanto Athena estiver afastada do Santuário, nosso planeta corre perigo. Aquela notícia soou como uma faca em seu coração. - Athena, minha Deusa, desaparecida? Como os Cavaleiros de Ouro permitiram isso? -Sinto dizer, Senhor, mas os Cavaleiros de Ouro sacrificaram suas vidas na batalha contra Hades. O Santuário está com um número reduzido de Cavaleiros. Estamos em desvantagem. Qualquer inimigo que se levantar contra Athena neste momento, sairá vitorioso. - Há quanto tempo estou preso? Opi olha para o Deus e fala: - Bom, não sabemos ao certo, mas posso te dizer que devem ter se passado longos milênios, estamos no ano de 1991. - 1991... Realmente, muito tempo se passou... - O Santuário passou por um momento muito difícil. Desde o renascimento de Athena, os Cavaleiros desta geração vêm enfrentando dificuldades e vários inimigos. Houve até uma rebelião dentro do próprio Santuário, além de enfrentar Deuses poderosos como Poseidon e Hades. - Próximos desafios... Então Athena sabe o que está por vir? - Sinto muito, isso não posso dizer. Após a batalha contra Hades, Athena não retornou ao Santuário. Ela está desaparecida, junto com alguns Cavaleiros. Amon-Rá se assusta e fala: - Athena está... Retsu interrompe a fala do Deus e diz: - Não! Mestre Nikol explicou que, se Athena estivesse morta, o Báculo de Niké teria retornado ao Santuário com o cosmo final de Athena para a reconstrução do Santuário, mas isso não aconteceu. Apenas a Estátua retornou ao Templo, e nela havia um desenho, o Sol de Arcádia. Amon-Rá olha para os Cavaleiros e diz: - Sol de Arcádia, o meu brasão. Sim, vocês têm razão. Athena precisa da minha ajuda. Amon-Rá se levanta e caminha até a entrada da câmara. Um silêncio toma conta do local. Todos o observam atentamente, esperando uma resposta ou alguma palavra sobre o que havia sido dito. - Preciso retornar ao Santuário. Tenho que me encontrar com o Grande Mestre desta geração. Mas antes, preciso restaurar a vida de meus servos. Se Athena ordenou que eu fosse despertado após anos de prisão, significa que algo muito grande e poderoso está por vir. - Por acaso você sabe o que é, Sr. Amon-Rá? - Não, mas enquanto estiver restaurando meus Guerreiros, tentarei descobrir algo. Preciso de um tempo para encontrar meus servos. Retsu olha para seus amigos e fala: - Acho melhor começarmos a andar, então, porque será uma longa viagem. Os três se levantam e começam a caminhar em direção à saída, quando Amon-Rá fala: - Existe um meio mais rápido de chegarmos ao Santuário. Os três olham para trás, e Opi pergunta: - Como? Ainda não conheço nada mais rápido que um avião. Amon-Rá sorri e responde: - Não se preocupem. Venham até aqui. Os três caminham até Amon-Rá, e ele pergunta: - Estão prontos? - Sim! Amon-Rá começa a elevar seu cosmo. Ono estava maravilhado com aquele cosmo; era algo totalmente pacífico e tranquilo. Algo misterioso acontece naquele momento. Amon-Rá e os três Cavaleiros desaparecem, envolvidos pelo poderoso cosmo do Deus Egípcio. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
dfsmith8319 0 Postado Fevereiro 28 Autor Compartilhar Postado Fevereiro 28 (editado) • Grécia – Esparta Esparta, um município grego situado às margens do rio Eurotas, na região sudeste do Peloponeso, foi uma das mais notórias cidades-estados da Grécia antiga. Sempre conhecida por seu caráter militarista e oligárquico, o governo espartano visava moldar seus cidadãos como soldados exemplares: fisicamente preparados, corajosos e completamente obedientes às leis e autoridades. Em termos de poder, Atenas era sua principal rival, e foi esta cidade que liderou as demais na luta contra os invasores persas. Hoje, Esparta é um grande centro urbano em desenvolvimento. No entanto, assim como Atenas, esconde um grande segredo. Em uma das casas da parte antiga da cidade, uma jovem mulher de longos cabelos azuis caminhava pelos corredores sombrios. Em suas mãos, ela segurava um tridente e vestia um longo vestido vermelho. Ao atravessar uma pesada porta de madeira, ela se ajoelha em um tapete vermelho que se estendia pelo chão. - Meu Rei, peço perdão, mas os fantasmas enviados ao Egito falharam... Um poderoso cosmo invade o ambiente, arremessando a mulher contra o chão com força. Um vulto, envolto em longos mantos cinza, passa por ela e se acomoda em um trono. A mulher, embora atordoada, consegue se mover e permanece ajoelhada. Ela dirige seu olhar ao vulto, e uma voz ressoa pelo ambiente: - Maldito o dia em que permiti que você e seus inúteis fantasmas se aliassem a mim. Eu já deveria ter desconfiado que você falharia, Éris, assim como tudo que você faz nessa sua mísera vida. Por acaso você entende o que está em jogo? - Me perdoe, meu Rei. Me dê mais uma chance, prometo que não falharei. O vulto se levanta e, sempre se escondendo nas sombras, fala com voz imponente: - Amon-Rá despertou. Você sabe o que isso significa? Que o cosmo de Hades, que mantém Atena e aqueles míseros cavaleiros aprisionados nos Campos Elíseos, será anulado. Deixe-me explicar a situação para você, Éris... Com um rápido movimento, o vulto envolve Éris com seu poderoso cosmo e a ergue do chão. Fechando o punho, ele começa a esmagar o corpo da mulher, usando apenas seu cosmo. Éris grita de dor. - Atena voltará ao Santuário pelas mãos de Amon-Rá. Assim que se estabelecer novamente no Santuário da Grécia, ela trará aqueles humanos asquerosos que sempre conseguem destruir os deuses: os Cavaleiros de Ouro. A tentativa do Conselho de aprisionar as almas dos Cavaleiros de Ouro em uma dimensão inatingível falhará, e as defesas do Santuário se fortalecerão. O vulto arremessa Éris contra a parede e, com uma voz fria, fala: - Me dê um motivo para não acabar com você aqui e agora. - Por favor, meu Rei, me dê mais uma chance. Ainda podemos atacar o Santuário enquanto eles estão fracos. Atena pode até trazer os Cavaleiros de Ouro de volta, mas eles precisarão de um tempo para se recuperarem. Este é o momento perfeito para invadir o Santuário. O vulto parece ameaçar atacar Éris novamente, mas não o faz. Encarando-a com intensidade, ele diz: - Espero que você tenha razão. E lembre-se, se falhar, eu mesmo acabarei com você. Agora, suma da minha frente... Éris faz uma reverência a seu Deus e sai da sala. O vulto se senta novamente no trono e fica pensativo, até que outra sombra entra na sala. - Podemos confiar nela, meu Mestre? - Claro que não, Aquiles. Envie alguém para vigiar de perto. Deixe os exércitos preparados, pois se Atena retornar a este mundo, eu a esmagarei como um inseto. Os dois vultos desaparecem, deixando a sala em total escuridão. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FIM CAPÍTULO 1 Editado Fevereiro 28 por dfsmith8319 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Posts Recomendados
Participe da conversa
Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.
Nota: Sua postagem exigirá aprovação do moderador antes de ficar visível.