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Saint Seiya - MIDDLE AGE. Cap. 83: Uma Pedra.... pg 67


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Gostei muito do capítulo Hiyuuga.

 

O final também foi surpeendente. Só acho que, na minha opinião, se vc não tivesse colocada que ele se arrependeria mais tarde de ter piscado, o final seria mais surpeendente ainda pq com esta frase vc já antecipou que algo mais aconteceria.

 

Abraços

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Que capítulo! XD

 

Foi muito bem escrito, com um dinamismo impressionante sem falar que a cada paragrafo lido criava-se cada vez mais uma ânsia em saber o que vinha a seguir.

 

Mas o final é realmente o ponto alto, pois "quebra" tudo que antes foi lido! Estou profundamente ansiosa para saber o que vai acontecer no próximo capítulo.

 

Meus parabéns, Hiyuuga ^^

 

P.S.: Dessa vez eu não atrasei na leitura rss

Editado por *Jeu*
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Belo capítulo...

 

Tava achando muito fácil a luta de Ayame, mas tivemos uma boa surpresa ao final...

 

Orph! /rock

 

Kagaho, obrigado por comentar.

 

Que bom que gostou, espero que o próximo também lhe seja caro.

 

Abraço.

 

 

Gostei muito do capítulo Hiyuuga.

 

O final também foi surpeendente. Só acho que, na minha opinião, se vc não tivesse colocada que ele se arrependeria mais tarde de ter piscado, o final seria mais surpeendente ainda pq com esta frase vc já antecipou que algo mais aconteceria.

 

Abraços

 

Mas a graça está realmente na pista. Você sacou de cara, mas houve aqueles que não perceberam... Parabens para você, muchacho :lol:

 

Abração, obrigado e tudo de bom ^^

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A descrição perfeita como sempre. Hyuuga, você tem um talento muito bom para isso. Consegue nos colocar dentro da cena que narra.

Gostei da Ayame nesse capítulo. Ela é chatinha, mas vem melhorando. O que mais gostei foi do final. Quando parecia uma vitória fácil da Amazona, Orph reaparece.

 

Abraços.

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Apesar da vantagem inicial por parte de Ayame, era de se esperar que sua luta não fosse tão simples quanto aparentava. Dessa vez, a tortura pela qual ela vai passar pode ser ainda pior do que a que foi aplicada a Tabatha. Contudo, isso não deve ser suficiente para derrubar a Amazona de Ouro de Escorpião, que já demonstrou as características de uma guerreira tenaz.

 

Mais uma vez, meus cumprimentos, Hiyuuga!

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Bem achei que Ayame tivesse uma vitória fácil e rápida, gostei mais do fecho do capítulo como ela foi enganada.

 

Continua com o bom trabalho como sempre.

 

Valeu João. Continue conosco ^^

 

Que capítulo! XD

 

Foi muito bem escrito, com um dinamismo impressionante sem falar que a cada paragrafo lido criava-se cada vez mais uma ânsia em saber o que vinha a seguir.

 

Mas o final é realmente o ponto alto, pois "quebra" tudo que antes foi lido! Estou profundamente ansiosa para saber o que vai acontecer no próximo capítulo.

 

Meus parabéns, Hiyuuga ^^

 

P.S.: Dessa vez eu não atrasei na leitura rss

 

Oi, Jess. Que bom que gostou.

 

Proxima edição? Ayame vai sofrer... E muito

 

Sobre atrasar: Tudo bem ^^

 

A descrição perfeita como sempre. Hyuuga, você tem um talento muito bom para isso. Consegue nos colocar dentro da cena que narra.

Gostei da Ayame nesse capítulo. Ela é chatinha, mas vem melhorando. O que mais gostei foi do final. Quando parecia uma vitória fácil da Amazona, Orph reaparece.

 

Abraços.

 

Vilão-kun.

Agradeço de todo coração o comentário gentil. A Era Media é um trabalho antigo e que acalento a muito tempo, tentando, a todo custo, mantendo-a interessante na medida do possível mesmo com a quantidade de capítulos.

 

Grande abraço

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Bysshe trazendo mais um fanart super foda! ;)

Quem faz esses fanarts? São muito bons, sério mesmo.

 

Hyuuga já pensou em encomendar uma capa pra fic com esse sujeito? ;)

 

As fanarts são feitos por uma amigo meu, o mesmo que fez as fanarts pras minhas fics.

Vendo estas fics o Hyiuuga perguntou se daria pra fazer alguma da era média e meu amigo fez primeiro o Lassidão, que já se encontra aqui, além da Samanya de Cerberus.

 

Agora estou auxiliando ele na pesquisa de imagens para produzir todos os primordiais.

O próximo será Leviathan.

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Waaaaaaaaaaah! A Ayame perdeu?Nããããããããão!!!!

Girlpower tem que reinar Hiyuuga-aniki!;;

Anyway to curiosa, CONTINUAAAA!

 

A graça de se fazer cenas com a Ayame é ver a recepção dos leitores. Uns a odeiam de todo coração, já outros, como a Mary, se empolgam com o GirlPower :lol:

 

Obrigado, Mary. Beijinho, linda ^^

 

Apesar da vantagem inicial por parte de Ayame, era de se esperar que sua luta não fosse tão simples quanto aparentava. Dessa vez, a tortura pela qual ela vai passar pode ser ainda pior do que a que foi aplicada a Tabatha. Contudo, isso não deve ser suficiente para derrubar a Amazona de Ouro de Escorpião, que já demonstrou as características de uma guerreira tenaz.

 

Mais uma vez, meus cumprimentos, Hiyuuga!

 

Yuusha-ni-kun.

 

Obrigado por prestigiar e comentar. Ainda mais sabendo o quanto isso está sendo complicado para você. Grande abraço, fique com Deus e não se esqueça do alho e cebola.

 

Mais um fanart dos Demônios Primordiais:

 

Ira, o Vrikola (Licantropo)

http://i804.photobucket.com/albums/yy326/jsensolo/IraoVrykolaLicantropo.jpg

 

Comentar esse fanart é um prazer sem igual. Eu o ADOREI. Chegou mesmo a me emocionar ver algo assim na fic, dessa categoria e qualidade... É bom saber que agrada e essa fic tem pessoas que gostam de verdade.

 

Muito obrigado Ex-Jsen... A seu amigo também, é lógico. Grande abraço e muito obrigado novamente.

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Ótimo episódio Hiyuuga. Gostei da parte na qual você diz que Ayame fechou os olhos. Imaginei que a vitória dela teria sido mesmo um sonho. Parabéns por manter a qualidade companheiro.

 

Obrigado, Octav-san... Grato pela presença e feliz por ter gostado.

 

Continue conosco...

 

 

Aos colegas que trazem fanarts, Bysshe, Saint Mystic... Maryanna... Eu realmente não tenho palavras para agradecer. Sinto-me tão orgulhoso, feliz, que mal consigo exprimir em palavras esse contentamento.

 

A Era Media começou e é um trabalho de fã que tenta misturar conceitos diferentes ao que conhecemos... Tenho ambição de melhor, lógico, mas ao ver essas demonstrações de satisfação e empolgação de vocês, é algo simplesmente emocionante.

 

Obrigado. De todo coração, obrigado.

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  • 2 semanas depois...

Saint Seiya Middle Age

 

Capítulo # 40: O Mais Real dos Pesadelos.

 

Revolta Erinie.

 

 

Enquanto sua mente é tomada pelo horror de densas nuvens negras e uma estranha fuligem que transforma as lembranças em algo semelhante a uma cortina sombria na mente, Ayame afunda dentro de si mesma.

 

A orgulhosa guerreira, a batedora oficial do Grande Mestre se vê dominada de um modo que sequer sabia ser possível de existir. Seus membros não obedecem, a sagrada Armadura de Escorpião torna-se pesada com a ausência do cosmo de sua detentora, emanando e desaparecendo em meio à parca e rouca voz que dantes reverberava nas paredes do solar.

 

A Amazona de Ouro se encolhe em posição fetal deixando sua máscara dourada cair, revelando olhos pretos e amedrontados. Como uma criança solitária e órfã diante da noite mais assustadora de sua vida, Ayame chora.

 

Os soluços e desespero da guerreira são manjar e motivo de gozo de seu algoz, Megaira, que anda até o piano e passa a dedilhar as teclas como se buscasse uma música desconhecida e embalada nas lágrimas derramadas pela Amazona. Em meio ao seu próprio momento de prazer íntimo, Orph olha para a janela e vê novos clarões provindos do local onde Andrus de Alecto, seu indesejado companheiro luta contra Capricórnio Ajax, camarada de confraria de Escorpião. Permitindo-se um instante para divagar, o Erinie fala para si mesmo:

 

- Andrus... Já dei conta de um Cavaleiro de Ouro e cuidei para que a outra seja esmigalhada sem esforço por Medeia. Será que terei que ir ao seu auxílio, meu “amigo”? – Sorri Megaira aumentando os toques nas teclas.

 

O Sinistro guerreiro toca Mozart.

 

Entretanto, a melodia não é ouvida por Ayame. Tudo o que a Amazona vê é uma garotinha de sete anos que é mantida em casa pela família. Vozes e tochas de outros que gritam palavras como “oni”, “akuma”... Fogo e diversas poças vermelhas completam o cenário.

 

Ela grita, tenta chamar por alguém, mas ninguém vem em seu socorro, muito pelo contrário. Braços fortes puxam os seus curtos e mirrados. Pedaços de madeira são batidos contra as pequenas costas da menina... Ela é jogada no chão e chutada até sua boca encher com o sangue provindo dos pulmões e estômago. Todos querem matá-la... Destruir a garota demônio que mora na casa do pântano; e teriam conseguido se não fosse por... Ele.

 

Os espasmos de dor e sangue que vertem dos poros cessam. Megaira percebe que sua vítima está de algum modo, suportando as lembranças dolorosas que refletem fisicamente por conta do Inferno Onírico... E isso o surpreende e inquieta. Os olhos do Erinie se acendem em um verde maligno e pálido como um fogo fátuo, Ayame grita mais alto e soca o chão com as duas mãos, fazendo com que a sala trema por conta do impacto.

 

Megaira, impávido, apenas senta e continua sua sinfonia deixando que o cosmo de sua inimiga morra e venha para si, alimentando o seu próprio... A mente, sofrimento e dor de Escorpião será um acréscimo maravilhoso à sua técnica... Basta esperar.

 

- Morra sofrendo, meretriz dourada... – Sussurra o Erinie.

 

E é isso que ocorre. Os chutes, fogo e ataques cessam quando ELE aparece. Todos os perseguidores fogem diante ao brilho do homem que impediu sua morte, mas ela não vê quem é... Olhos inchados, maxilar quebrado, clavículas, úmeros, quatro costelas, tíbia e um deslocamento na bacia. Nenhuma criança sobreviveria a isso, mas ela é diferente... Em seu coração ardia uma chama carmim de determinação, uma vontade vívida de continuar e viver, algo que ele conhece como cosmo.

 

- EU NÃO VOU. NÃO AQUI.

 

Escorpião grita explodindo seu cosmo em ondas de choque. Pego completamente de surpresa, Megaira é arremessado contra a parede. Tamanho é o poder que destrói o piano transformando-o em lascas de ébano açoitando o Erinie, que se protege com os braços, descrente que uma pessoa sem nenhum treinamento mental possa estar resistindo a si mesma, ao Inferno Onírico, a técnica que consome os poderes do oponente relegando-o a uma eternidade de humilhação com a alma presa a de Megaira.

 

Mesmo pasmado pelo ocorrido, Megaira não vai permitir que uma troglodita ignorante do mesmo naipe de Andrus sobrepuje seus poderes. Isso nunca.

 

Jamais.

 

- INFERNO ONÍRICO.

 

Novamente a técnica. Ayame ajoelha com o coração descompassado, incrivelmente acelerado. A pele alva enrubesceu pelo sangue célere em suas veias. Órbitas saltam quando o a mente novamente se revolta contra si mesma, lembrando a chegada ao Santuário, à primeira noite de humilhações por não saber o idioma, o frio... Surras sem compreender o porquê; uma solidão palpável aonde chegou quase a esquecer o som da própria voz, envergonhada em falar para não se tornar motivo de risos e sofrer por conta disso.

Ayame outra vez volta ao inferno que pensou ter superado. O cosmo da guerreira esmorece e começa a desaparecer, Megaira caminha na direção de sua vítima, sentindo a força vital começar a se esvair enquanto a Amazona põe a mão esquerda no chão, como que se resignasse diante do inevitável.

 

O Erinie, por sua vez, delicia-se com a cena. Nada é mais excitante e prazeroso que dobrar uma mulher arrogante. Em meio a um imenso sorriso doentio, Orph ajoelha-se para puxar levemente os cabelos de Escorpião levantando sua cabeça para olhar o semblante derrotado da guerreira.

- Pobrezinha, vejo que desistiu... As suas lembranças devem ser terríveis meu bem, mas veja o lado bom: Em breve você viverá em meu coração e seus sofrimentos serão usados para destruir todos que tiverem contato com o meu poder. Sinta-se vingada, Ayame. O mundo compartilhará da sua dor e... AAAAAAAAAARRRRRRRRGGGGGGGGGGGGHHHHHHHHHHHH

 

O plexo solar da Dirae do Rancor é despedaçado. Ayame golpeia o Erinie em seu peito, com toda a força restante chorando e gritando de puro ódio: Olhos fechados, tremendo... O corpo da guerreira reagiu a sua determinação ao contrário da dor.

 

- O... O... Que... – Balbucia Megaira completamente surpreso, segurando o pulso da Amazona com as mãos e tentando, inutilmente, retirar a mão de seu corpo.

 

Porem, ele não consegue.

 

Escorpião empala o oponente com seu braço, enfiando mais e mais, enchendo a garganta de Orph com seu próprio sangue. Vários vaga-lumes de cosmo saem do corpo do guerreiro de Nix, dançando e criando pequenos faróis na sala escura, mas nem eles serão testemunhas desse combate que ainda não terminou.

 

- Vaga... bunda... Seu... Seu ódio é tão grande... É tão grande que... Que... Supera a dor.

 

- Ninguém vai me humilhar, Erinie... NINGUÉM. Não será você, nem aquela negra desgraçada... Ninguém está me ouvindo? NINGUEM

 

- Eu sou... Mais do que... Você imagina... Ayame... Vou matar você, sua cadela...

 

- Vai é morrer... Antes...

 

- ARRRRRRRRRRRRRRGGGGGGGGGHHHHHHHHHHHHHHHHHHH

 

Ayame arranca o coração de Megaira do corpo, lançando seu braço para trás com o órgão não mão, pulsante, embebido em um viscoso sangue... Negro.

 

A guerreira cai trazendo o punho para perto de si, pendendo o ombro sobre o corpo de Orph, tremendo, sem forças e estupefato tanto pelo acontecido como pela imensurável dor que o acomete. O que Escorpião vislumbra, mesmo com total dificuldade por conta da dor e lágrimas nos olhos a surpreende: Aquilo não é um coração humano, muito pelo contrário, se parece vagamente com um de boi, viscoso, grande e jorrando pus, sangue e vários tipos de estranhos fluidos fedorentos que a Amazona sequer pode mensurar o que sejam.

 

- Por... Athena... O que... O que é... Isso...?

 

Megaira engasga com o sangue escuro e víscido que se amontoa em sua garganta, escorrendo pelo canto da boca e nariz. O guerreiro da noite sabe bem que gosto é este, algo que ele não prova há séculos... Um mal que acomete ao ser humano e outras criaturas inferiores, algo chamado de morte.

 

- Nunca... Eu sou... Imortal... CHAMADO DO PESADELO

 

- Arrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrggggggggghhhhhhhhhhhhhhhh

 

O corpo de Ayame pesa e pende sobre o de Megaira. Ambos tombam no chão, imóveis... Dentro da mente da guerreira, Orph se manifesta: Como que se voltasse no tempo, Ayame se vê novamente no campo de treinos das Amazonas, sem Armadura, um pouco mais jovem e sentindo aquela maldita fuligem que cai como uma funesta neve maligna.

 

Diante dela, Megaira, com sua Dirae do rancor e um olhar que em nada lembra aquele do início, frio, irônico. Seguro de si. Abrindo os braços, Orph faz com que o vento negro que açoita o lugar se aquiete por um momento, e se põe a falar:

 

- Um sentimento, sua vadia... Não é só ódio que te move, você ama alguém, eu sinto isso.

 

- Cale a boca estúpido – Grita Ayame com o dedo em riste – Ninguém violenta minhas memórias, estupra o meu passado como você fez. Não há amor nenhum aqui, apenas ódio... Por você e todos os inferiores sem força que infestam o Santuário.

 

- Nossa – Sorri maliciosamente Megaira – Se repetir mais umas cinco vezes, quem sabe se convence disso?

 

- Desgraçado...

 

- Deve estar achando que é uma questão de tempo até que eu morra e você saia desse pesadelo, não é? Pena que não entendeu que, com exceção de Andrus, não somos “cavaleirinhos” como vocês.

 

- Do que está... Falando?

 

- Eu existo desde sempre, Ayame. O corpo que feriu é apenas um de vários que uso.

 

- Como assim?

 

- Tola, eu não sou um homem. Orph é apenas o nome do Aborígene que escolhi para hospedeiro, algo que faço desde eras imemoriais, antes dos Europeus chegarem, devastarem minhas presas e me darem o mundo.

 

- Do que está falando Megaira?

 

- Eu sou um Bunyp vivo mulher... O demônio devorador imortal.

 

- Bunyp... ?

 

- Tisifone gosta de me chamar de parasita, já que vivo de corpo em corpo... E agora que o de Orph não pode ser mais útil, vamos provar novamente o de uma mulher, algo que não faço a mais de cem anos.

 

- Deveria ter procurado uma meretriz qualquer, demônio. Não faço idéia do que seja um Bunyp, mas eu sou uma guerreira de Athena e prefiro morrer a deixar que me use.

 

- E quem disse que você terá opção, Ayame? Orph não me serve de mais nada agora e o seu corpo possui um cosmo que rivaliza com o de Alecto. Somando isso ao meu poder, serei simplesmente invencível.

 

- Eu prefiro morrer antes.

 

- Não se preocupe meu bem... Você IRÁ morrer.

 

Diante de Ayame a forma astral de Orph se transforma em uma criatura que lembra vagamente um disforme touro com longas e finas patas, dentes afiados e profusos, além de uma pele carcomida e cinza. A verdadeira aparência do demônio citado nas lendas aborígenes da Austrália, contado em histórias e pintado nas rochas, aquele que devora a mente de suas vitimas, caçando nos sonhos e beira dos rios; o demônio que vive através da morte de outros, o Bunyp.

 

- Morra Ayame de Escorpião.

 

A criatura entra no corpo astral de Ayame. Todo o ambiente se transforma em uma imensa tempestade negra, com densas nuvens e trovões rubros. Escorpião sente sua vontade esvair, as lembranças dos abusos aos poucos sumirem de seu íntimo, assim como sua própria vontade. Ajoelhada em meio à chuva vermelha que desaba sobre si, a guerreira estranhamente sente uma cálida e enganosa paz enquanto desaparece... Ao som e sabor da morte e oblivio, a Amazona de Ouro se permite simplesmente deixar...

 

Mas isso não seria uma atitude digna daquela que verga a maior das honrarias dentre os 88 Cavaleiros de Athena.

 

- Eu... Não vou... Deixar... – Murmura Ayame enquanto aperta os próprios braços.

 

“E o que fará? Não pode fazer nada a não ser se entregar a mim... Suas opções são mínimas e todas terminam em morte”

 

- Mas... Eu ainda tenho... A opção...

 

Queimando seu cosmo ao máximo, esquecendo por completo tudo ao seu redor e, novamente, movida pela determinação, Ayame explode em cosmo, expelindo a Armadura de Escorpião de si, arremessando o corpo mortalmente ferido de Megaira para o outro extremo, mostrando uma tênue linha púrpura que o liga a Ayame.

 

Sangrando muito, quase sem consciência, mas brilhando como uma estrela, a Amazona de Ouro da Casa de Escorpião ordena um ultimo comando ao seu corpo, afastando um pouco a mão direita e, de sua unha carmesim, sempre grande, um fulgor rubro se mostra.

 

“O que... O que vai fazer?”

 

- Eu... Eu sou uma... Amazona de Athena... Prefiro morrer... A deixar você viver...

 

“Louca. Vai se matar apenas para obter a vitoria? Que tipo de pessoa é você?”

 

- Do tipo... Amazona de... Ouro...

 

“Pare Escorpião”

 

- AGULHA ESCARLATE

 

Vários fachos de luz rubra saem da unha de Ayame atingido seus pontos cósmicos, os pontos mortais para um Cavaleiro. Não apenas o golpe, mas sim, os dedos que se cravam nos pontos de seu peito, até a falange proximal, marcando em cosmo sua pele, entrando em sua carne e destruindo tecidos e o próprio sistema nervoso por conta da intensidade do poder.

 

O sangue esguicha descontroladamente seguido de uma dor inexplicável, excruciante... O corpo padece e morre aos poucos atingido pela técnica mortal de sua detentora. Jamais um Cavaleiro de Ouro atingiu seus pontos cósmicos por vontade própria a fim de tirar a própria vida.

Megaira vê o mundo psionico da mente de Ayame se destruir em segundos. A própria guerreira desaparece diante do monstro que sente o cheiro da morte vir até si. A hora do sonho final finalmente chegou para aquele que foge dela há milênios.

 

E isso não pode acontecer... Jamais.

 

“Não. Não vou me relegar à morte como um humano qualquer... Tisifone... Orph, ainda há uma chance...”

 

O espaço mental meramente acaba. O fio púrpura que liga os dois corpos esvanece como brilho de estrelas. Tudo aconteceu em um mero instante mortal... Bunyp surge em sua forma no mundo material, entrando novamente no corpo de Orph antes que a vida esvaia de si.

 

- “Tisifone... Medeia...” – Sussurra enquanto tenta alcançar o coração negro na mão de Ayame – “O coração... O... Coração...”

 

O demônio, as portas da morte, tenta retirar o coração das mãos da Amazona de Ouro, mas encontra uma inesperada resistência. Ayame ainda o segura com firmeza... Não é um rigor mortis, mas sim, determinação. Os segundos passam e a hora do sonho final se aproxima da criatura que se desespera.

 

- “Solte... Maldita... Solte... Sua morta desgraçada...”

 

- N-Não...

 

- “Impossível”

 

- Eu... Ainda não... Usei...

 

- “Viva. Você está viva... Como pode?”

 

- Te disse... Que... Não seria... Usada... Amazona de Ouro...

 

- “DESGRAÇADA”

 

- Morre... Demônio...

 

- “NÃO”

 

Ayame explode o coração esmagando-o entre seus dedos, com um sorriso esforçado nos lábios. Megaira treme ao ver o manto do sonho final o cobrir. Sua ambição, de ser o demônio noturno atormentador para todo o sempre na noite eterna acabou diante de uma mulher brutal, exatamente como Andrus. Não uma guerreira com erudição, mas apenas bestialidade e uma determinação que ele jamais vira em ninguém.

 

- “Mal... dita... O meu... Chama...Chama...Chamado do... Pesa...”

 

- Morre... Monstro... – Ironiza Ayame esticando o dedo para perto do corpo de Megaira.

 

- “Amor... Você... Você ama... Ele... Isso... Foi isso que...”

 

- MORRE... LOGO: ANTARES

 

A ultima técnica. Ayame lançou sobre si quatorze agulhas, mas não a ultima, o coração do escorpião, Antares. O ponto mais poderoso de sua técnica mortal. A guerreira confiou em si, sacrificou-se diante de um oponente inegavelmente mais poderoso e formidável. Se fosse outro momento, tempo e mundo, ele a teria vencido com facilidade; mas pecou em usar contra ela exatamente o que a move: Sua dor... Seu ódio... E algo mais, que ela jamais admitirá.

 

A Antares atinge o buraco criado pelo golpe de Escorpião, espalhando-se em milésimos de segundo por todo o corpo, brilhando no vermelho intenso da supergigante vermelha, consumindo o oponente e o relegando ao esquecimento do sonho final. Megaira é arremessado contra a parede, cravando-se nela. O olhar morto do demônio fixa-se em sua algoz, amaldiçoado-a em silêncio. Aos poucos, a carne dá lugar aquela criatura monstruosa que Ayame vira, e em segundos, apenas o pó.

 

Sob o silencio do ambiente, sem armadura, com o corpo marcado em seus pontos cósmicos pelas agulhas escarlates e esvaindo em sangue, Ayame de Escorpião finalmente esmorece e se rende a dor. Entretanto, enquanto desfalece, seu ultimo pensamento é:

“Ninguém vai me humilhar novamente”.

 

Próximo Capítulo: A sombra de Tisífone.

 

 

 

Glossário:

Para os aborígenes da Austrália, o bunyip (cujo nome significa demônio na língua nativa) é um animal fantástico do tamanho de um bezerro que vive em lagos e poços do sertão australiano.

 

O bunyip alimenta-se de seres humanos, dando preferência a mulheres. Seu grito pode fazer o sangue coagular.

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