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Adorei sobre o acto desespero de Artemis em recuperar as chaves zodiacais, mas o mistério permanece em o Ranger Dourado.

Anteriormente...

 

Os Rangers se dispersam em busca de um alento para as dúvidas que perturbam seus corações, mas isso não significa que o mundo tenha parado de girar.

 

Planos são feitos e cada movimento parece sair conforme os planos de uma figura sinistra que tem se revelado constantemente para Saori. Mas quais serão suas intenções?

 

Juunikyuu Sentai SaintRanger

Bright #26 – O Desespero de Seiya – Parte 1

 

Rumo ao Japão, um imenso Boeing 777 da AirFrance sobrevoa o Atlântico horas após decolar do Aeroporto Internacional Charles de Gaulle em Paris, trazendo a bordo um jovem cujas esperanças de um futuro melhor estão depositadas no resultado desta viagem.

 

Através da janela Seiya observa a imensidão azul do mar logo abaixo, por entre algumas nuvens, mas há algo que ele não é capaz de ver.

 

Sob a superfície das águas e através das correntes marítimas, algo se move como uma serpente com olhos rubros que transmitem uma aura negra que busca apenas a morte e a destruição.

 

Aeroporto Internacional de Narita “Narita Kokusai Kūkō”

Localizado em Narita, Província de Chiba, foi construído para atender ao congestionamento do Aeroporto Internacional de Tóquio em 1962, entrou em funcionamento em 1978 e está localizado a 60 km de Tóquio.

 

Após longos anos Seiya retorna à sua terra natal e enquanto um táxi o leva de Narita para Tóquio sua mente viaja em doces lembranças da infância perdida.

 

Flashback. Anos atrás.

Várias crianças com idades variando entre dez e quinze anos de idade brincavam no pátio do orfanato sob a luz acolhedora do Sol enquanto uma brisa quente e úmida sobrava levando consigo as folhas que caíam das árvores.

 

Mas mesmo neste ambiente de alegria e descontração à lugar para a dor.

 

O pequenino Seiya, do alto de seus cinco anos de idade, chora por ter ralado o joelho direito ao cair de um brinquedo enquanto algumas crianças caçoam dele.

 

- Chega disso! Vocês não têm vergonha?! Deixem meu irmãzinho em paz.

 

Seika era a irmã mais velha de Seiya e tinha dez anos de idade. Quando a mãe deles morreu vítima de uma tuberculose e não tendo sido possível localizar seu pai ou qualquer parente que fosse, eles foram levados para o orfanato.

 

Ele tinha apenas três anos, ela tinha sete e desde antes sempre cuidou do seu irmãozinho.

 

- Seiya, você tem que deixar de ser tão mole. Eu não posso ficar cuidando de você pra sempre, viu!

 

Com muito carinho ela cuidou do pequeno ferimento, passando nele um pouco do mertiolate que sempre trazia consigo e depois limpou as lágrimas dele.

 

- Mana, eu promete que, quando crescer serei bem forte e serei eu a cuidar de você.

 

Fim de Flashback.

- Seika, eu vou cumprir aquela promessa de criança e, custe o que custar irei te proteger.

 

O Sol começa a se por no horizonte e, algum tempo depois de deixar Narita, o táxi para em frente a um conjunto de pequenas casas à beira-mar junto a uma marina onde vários pequenos veleiros estão ancorados, Seiya desce colocando no chão a única bagagem que trouxe, uma bolsa vermelha, com a boca amarrada por cordões de nylon.

 

- Você é o jovem que ligou reservando um quarto?!

 

Uma senhora de cerca de setenta anos aparece na porta de uma das casas.

 

- Sim, sou eu mesmo.

 

- Venha, meu jovem. É por aqui.

 

Ele acompanha a mulher, que lhe mostra o quarto no andar de cima da casa. Era um quarto espaçoso, com uma cama de solteiro com um criado-mudo de cada lado, um armário, TV e duas janelas triangulares que davam de vista para o mar.

 

- Está do seu agrado?

 

- Sim. Agradeço muito. Aqui está.

 

Ele lhe dá algumas notas para pagar pelo quarto.

 

- O jantar é servido às 19h00. Não se atrase.

 

Dado o recado ela sai e Seiya vai até a janela, de onde tem uma visão privilegiada do pôr-do-sol e do balé das gaivotas.

 

- Seika! Espere por mim minha irmã.

 

Dia seguinte.

Ao contrário do que ele próprio havia previsto e dada sua ansiedade, o cansaço da longa viagem pesou e Seiya dormiu demais, acordando quase na hora do almoço.

 

- Droga! Droga! Droga! Como fui dormir desse jeito.

 

Apressado, ele devora uma fatia de pá com geléia enquanto sai. O orfanato não fica muito longe de onde ele está, mas ele sabe que quanto mais cedo ele chegasse lá, mais rápido conseguiria informações sobre o paradeiro de sua irmã.

 

Flashback. Anos atrás.

Acompanhado por dois seguranças que vestiam ternos pretos e usavam óculos escuros, um senhor de cerca de cinqüenta anos adentrou o orfanato juntamente com uma das administradoras do lugar, indo para onde estavam as crianças.

 

- O senhor disse que procura por crianças especiais, mas por que fazê-lo em um lugar como esse, onde há apenas crianças abandonadas?

 

- Não existe lugar e nem local certo para se encontrar pessoas especiais. Na maioria dos casos, não importando o valor, nenhuma família aceitaria que seu filho fosse submetido a testes e experiências de qualquer tipo, ainda mais havendo o risco de morte.

 

- Risco de morte?!

 

- Sim, mas para estas crianças que não têm ninguém que olhe por elas, quem irá chorar se alguma delas vier a falecer no processo?

 

- Ora, como o senhor poder dizer tais coisas?!

 

- A senhora discorda do meu ponto de vista?! Neste caso, por que vai permitir que eu as veja e escolha aquelas que achar mais aptas? Será que a quantia que estou oferecendo a deixou menos sentimental?

 

A administradora silencia.

 

- Chegamos. Elas estão aqui Senhor Kido.

 

No auditório destinado à apresentações artísticas das crianças, elas aguardavam ansiosas esperando que uma delas fosse adotada pelo dono do carro enorme que parou na frente do orfanato.

 

Mistumasa ficou em frente a porta olhando para aquelas crianças por alguns instantes, até que tirou do bolso interno de seu terno um dispositivo eletrônico.

 

- Muito bem, vamos ver então.

 

Uma a uma as crianças são examinadas por ele com aquele dispositivo e, a medida que o mesmo não apresentava nenhuma reação, a decepção começava a tomar o semblante dele até que ele encontrou algo.

 

Ao se aproximar de Seika, que estava abraçada em Seiya, sentado à sua frente, o dispositivo apresentou uma mudança no gráfico que apresentava.

 

- Vamos ver qual de vocês é o responsável pela resposta.

 

Separando os dois, ele aproxima o dispositivo de Seika, não obtendo resposta e, ao aproxima de Seiya, o mesmo responde com a alteração de seu gráfico.

 

- Então jovenzinho, é você quem eu procuro!

 

- Você também vai adotar a minha irmã?

 

Sem responder a pergunta ele guarda o dispositivo novamente, faz sinal para um dos homens que o acompanhavam e se retira.

 

- Vamos embora garoto.

 

O homem apanha Seiya nos braços e sai deixando Seika para trás.

 

- Não! Seiya!

 

Ela corre, tentando Pará-los, mas é ela quem é segura pela administradora do orfanato enquanto vê seu irmão ser colocado dentro de um carro que parte para longe.

 

Fim do Flashback.

 

Seiya está parado em frente a um prédio antigo, construído anexo a uma igreja cristã, observando as crianças que brincam descontraídas no pátio, onde ele mesmo brincou no passado.

 

- Cuidado!

 

Mesmo com o aviso ele acaba sendo atingido no rosto pela bola de futebol chutada por uma das crianças e cai, enquanto a responsável pelas crianças corre até ele.

 

- Você está bem?! Eu sinto muito.

 

Quando ele se vira, uma lembrança toca os dois.

 

- Seiya?! É você mesmo?

 

- Miho?! O que você faz aqui?!

 

Sob a sombra de uma árvore no pátio, enquanto as crianças brincavam, Seiya e Miho conversavam. Ela tinha os cabelos com tons de azul, divididos com uma trança de cada lado, e usava um vestido azul claro com um avental branco.

 

- Então, mesmo depois de adulta você continuou aqui.

 

- Eu nunca encontrei uma família que me adotasse e, à medida que o tempo passava isso se tornava cada vez mais difícil. Então acabei por aceitar um emprego aqui mesmo, cuidando de outras crianças.

 

- Sinto muito por isso Miho.

 

Seiya ficou com o semblante triste e baixou a cabeça, olhando para o chão.

 

- Não tem porque Seiya. Aqui eu tenho a família que jamais tive.

 

O sorriso no rosto de Miho deixava transparecer que ela estava realmente feliz estando ali.

 

- Mas e você? O que tem feito todos esses anos? Deve ter uma vida maravilhosa.

 

Ele se recosta na árvore, voltando seus olhos para cima e pensa. Como poderia explicar a ela todas as situações difíceis que passou e os perigos que vinham enfrentando?

 

- Você já falou com sua irmã?!

 

- Como é?! A minha irmã está aqui?!

 

- Lógico. Ela também trabalha aqui comigo.

 

Tal revelação faz com que o semblante dele se encha de alegria a ponto de algumas lágrimas surgirem no canto de seus olhos.

 

- Como isso é possível?! A alguns anos atrás algumas pessoas vieram aqui atrás dela para mim e disseram que ela havia sumido e que não sabiam sobre seu paradeiro.

 

Miho lhe conta do dia em que Seika fugiu dali para procurá-lo e de seu retorno anos depois, quando deixaram que ela trabalhasse e morasse ali.

 

- Então deve ser por isso que eles não encontraram aqui.

 

- E você veio até aqui atrás de pistas sobre o paradeiro dela.

 

- Eu esperava encontrar algo, mas jamais imaginei encontrá-la aqui. Miho, onde ela está? Me leve logo até ela.

 

- Infelizmente eu não posso.

 

- Como?!

 

- Seika saiu para fazer compras e ainda não voltou.

 

- Miho, me diga onde ela foi fazer essas compras. Não irei esperar mais um minuto sequer para reencontrar minha irmã.

 

De posse da informação Seiya corre em direção ao mercado, passando por um parque para cortar caminho e por trás de uma cerca vinha até que, ao fazer uma curva, chocasse contra alguém.

 

Se levantando, rapidamente se oferece para ajudar a moça, recolhendo as compras que havia derrubado.

 

- Mil desculpas moça. Estava com tanta pressa que nem...

 

Naquele instante, ao ficar frente a frente com a jovem, o tempo parou por instante.

 

- Seika?!

 

- Seiya?!

 

O reconhecimento foi mútuo e, com lágrimas se formando em seus olhos, os irmãos a muito separados, se abraçam com tamanha ternura quanto era a saudade que sentiam um do outro.

 

Pelas horas seguintes os dois se sentaram à sombra de uma árvore de frente para um chafariz, vendo as outras pessoas que por ali passavam, contando um para o outro as muitas coisas que haviam feito.

 

- Seiya, isso tudo que você me contou, os riscos que tem corrido você não teme por sua vida?

 

- Tenho muito medo sim de morrer ou de me ferir, mas se nós que fomos escolhidos para essa missão não o fizermos, o risco de que muitos percam suas vidas é muito maior. Neste caso a minha vida é um preço muito pequeno a se pagar pelas de muitos.

 

A determinação que ele apresentava em seu olhar ao dizer tais palavras deixou Seika muito orgulhosa do tipo de pessoa que seu irmão havia se tornado.

 

- Sabe...

 

Ela desvia seu olhar em direção ao infinito céu azul que lentamente começa lentamente a ser tingido pelo manto negro da noite e as luzes dos postes a se acender.

 

- Até hoje eu tenho vivido feliz, apesar da sua ausência, mas eu tinha certeza de que um dia iria encontrá-lo e que, daí por diante minha felicidade seria completa.

 

Do outro lado do chafariz e além de um gramado havia um campo de lírios que chamou a atenção de Seiya.

 

- Espere aqui um momento. Eu já volto.

 

Sei vai em direção aos lírios, passando pelo chafariz sem se dar conta do sinistro par de luzes vermelhas e do movimento estranho das águas do mesmo.

 

Segundos após ele se abaixar para colher alguns lírios, ouviram-se gritos de pânico e sons de árvores sendo partidas e do concreto sendo despedaçado.

 

- Seika!

 

Saindo do chafariz, ainda com seu corpo parcialmente feito de água, estava um imenso monstro na forma de um Minotauro e, em meio ao pânico generalizado, Seiya não conseguia ver onde estava Seika.

 

- Não. Isso não está acontecendo.

 

O monstro desferia golpes e mais golpes contra as pessoas indefesas, mutilando seus corpos e ceifando suas vidas, a ponto de o sangue cobrir o chão, como se este fosse o próprio chão.

 

- Cosmo Change! Pegasus Crossbow!

 

Protegendo seu corpo com sua Ranger Suit e rapidamente empunhando sua arma, ele desfere vários disparos contra o monstro que, ao se virar para revidar, atinge sua última vítima.

 

- Seika! Não!

 

O machado de batalha que trazia consigo, mesmo estando distante, atinge Seika causando-lhe um corte mínimo no abdômen, cujo sangue cai sobre o visor de Pegasus, fazendo com que ele, ai cair ao chão, veja uma Lua rubra no céu.

 

- Vai morrer aqui Ranger!

 

Minotauro toma o machado com ambas as mãos para desferir o golpe fatal em Pegasus, quando ele, num movimento rápido, dispara várias vezes contra ele, fazendo-o recuar e cair ao tropeçar no chafariz.

 

- Seika! Aguente firme!

 

- Seiya... é você?!

 

Sem se importar com o risco ele remove sua Ranger Suit para que sua irmã pudesse vê-lo.

 

- Sou eu. Aguente um pouco. Eu vou te levar a um hospital.

 

Enquanto falava tendo ela em seus braços, ele tentava estancar o sangramento amarrando sua camiseta ao redor do abdômen dela.

 

- Seiya... eu ... Aaaaahhhhhhh...

 

Uma dor profunda toma o corpo de Seika, quase como se sua respiração fosse cortada momentaneamente.

 

- Seika, eu sinto muito... Eu não queria que isso lhe acontecesse...

 

- Seiya... dói tanto ...

 

- Calma. Tente não falar agora.

 

- Dói tanto morrer odiando seu próprio sangue...

 

As palavras dela atingem Seiya mais forte do que qualquer golpe que ele já tenha recebido enquanto lágrimas tomavam seus olhos.

 

- Não diga. Eu não...

 

- Eu fiquei feliz em te encontrar após tantos anos, mas...

 

Com sua mão direita ela toca a face dele carinhosamente.

 

-... preferiria jamais tê-lo encontrado se soubesse que isso iria me levar à morte ...

 

Como se estivesse em câmera lenta, sua mão cai, seu rosto pende para o lado e seus olhos se fecham quando seus pulmões expelem o último sopro de ar através das narinas.

 

- Seika... nããããooo ...

 

Continua...

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O ponto de encontro que ele tanto desejava acabou em tristeza, nem nesta fic ele teve seu direito à felicidade, que triste vida de herói.

Capítulo muito bom.

 

Fazer o que, não é mesmo? Todo héroi termina por passar por algum momento de tristeza...

 

capítulo muito bom apesar de triste , o seiya encontrou a irmã, mas, isso acabou se tornando um sofrimento muito grande para ele.

 

Isso tinha que acontecer, pois do contrário não teria como fazer Seiya evoluit.

 

Ai, tadinho do Seiya!! :( Logo quando ele encontra a irmã, ela morre e ainda desse jeito. Muito triste.

Pelo visto ainda tem a parte 2. Pobre Seiya...

 

Vc tem pena dele.

 

Tem gente que quer mais é que ele se exploda em mil pedaços.

 

Fazer o que? Sofrer faz parte do nosso desenvolvimento.

 

Abraços a todos.

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  • 3 semanas depois...

Anteriormente...

 

Os Rangers se dispersam em busca de um alento para as dúvidas que perturbam seus corações, mas isso não significa que o mundo tenha parado de girar.

 

Seiya partiu para o Japão em busca de sua irmã de quem havia se separado a muitos anos e, após um breve encontro com Miho, uma jovem com quem conviveu no orfanato, se encontrou com sua irmã, apenas para vê-la ser mortalmente ferida por um inimigo.

 

Juunikyuu Sentai SaintRanger

Bright #27 – O Desespero de Seiya – Parte 2

 

Las Vegas. Nevada. EUA.

Dentro de um táxi Marin e June circulam por entre os fabulosos cassinos deste paraíso da jogatina e da diversão.

 

- Você tem certeza que iremos encontrar essa outra pessoa aqui?

 

June questionava Marin sem descolar os olhos da paisagem à sua volta.

 

- Tanta certeza quanta a que me fez encontrar você. Apenas fico me perguntando que tipo de pessoa deve ser esta Aichia.

 

Algum tempo depois o táxi que as conduzia para em frente a uma boate cuja fachada estava repleta de neons vermelhos.

 

- É aqui?

 

- Deve ser. Vamos.

 

Ela deixa algumas notas de dólar com o motorista e vão até a porta onde um leão de chácara se interpõe em seu caminho tempo suficiente para que Marin lhe desse algumas notas e as deixasse entrar.

 

Dentro da boate, num ambiente ermo de pouca luz e música alta, garçonetes desfilavam seminuas entre as mesas enquanto dançarinas exibiam-se nos vários pequenos palcos espalhados pelo salão.

 

- É chegado o momento que todos aguardavam...

 

Um locutor ao microfone chamava a atenção dos presentes para o palco central onde um poste de uma polegada ganhava destaque pelos holofotes enquanto Marin e June se acomodavam numa das mesas.

 

-... a sensação das noites de Las Vegas, eu lhes apresento...

 

Os holofotes se posicionaram dando destaque às cortinas fechadas ao fundo.

 

-... Aichia Hudson!

 

Quando as cortinas se abrem, revelam uma mulher de corpo escultural e formas bem definidas, de pele cor de jambo e cabelos loiros tingidos longos abaixo dos ombros e trajando trajes mínimos.

 

- Realmente eu não esperava por isso.

 

As duas apenas observam enquanto Aichia realiza sua performance de pole dance para delírio dos presentes.

 

Horas mais tarde, naquela madrugada, quando Aichia deixa a boate já vestida de forma adequada, Marin e June estavam à sua espera.

 

- Senhorita Aichia, será que tem alguns minutos para podermos conversar?

 

- Isso vai depender do que vocês duas estão querendo.

 

Pelo seu timbre de voz Marin percebe que ela não era exatamente como ela esperava.

 

Parque Municipal. Tóquio.

Era para ser um momento de muita alegria para Seiya. Após vários anos ele finalmente encontrou sua irmã.

 

Era.

 

Ele a deixou sentado por poucos segundos para apanhar um lírio e nessa ínfima fração de tempo um monstro surgiu da fonte que ali havia, mutila várias pessoas inocentes com seu imenso machado de batalha e atinge Seika, causando-lhe um ferimento mortal.

 

- Seika! Não!

 

O sangue expelido pelo ferimento atinge o visor de Pegasus, fazendo com que ele veja a Lua rubra e, antes que o Minotauro pudesse lhe atacar também, faz vários disparos contra ele, fazendo-o recuar a ponto de tropeçar no chafariz e cair ao chão.

 

- Aguente firme! Vou te levar ao hospital.

 

- Dói tanto morrer odiando seu próprio sangue...

 

As palavras dela atingem Seiya mais forte do que qualquer golpe que ele já tenha recebido enquanto lágrimas tomavam seus olhos ao mesmo tempo em que Seika fecha os olhos lentamente, tombando o rosto para o lado num último suspiro.

 

- Seika... nããããooo...

 

Sem sua Ranger Suit Seiya abraça fortemente o corpo sem vida de sua irmã, sem se importar com o imenso Minotauro que, cambaleante, consegue se levantar e se põem de forma ameaçadora atrás dele.

 

- Inseto! Não sei como um golpe tão insignificante quanto o seu pode ser capaz de me derrubar, mas irei lhe poupar de todo o sofrimento e manda-lo para o inferno junto de... O que é isso?!

 

O corpo de Seiya era envolvido por um intenso brilho dourado que chegava a ofuscar a visão.

 

- Como pôde?! Como pôde tira-la de mim dessa forma?!

 

O brilho dourado transformou-se em chamas douradas e os olhos de Seiya, ao se voltar para o inimigo, estavam carregados do mais profundo ódio que alguém poderia sentir enquanto lágrimas de sangue escorriam deles.

 

- Seu desgraçado...

 

Brandindo seu machado com as duas mãos acima de sua cabeça o Minotauro não se deixou intimidar e preparou uma nova investida quando numa fração de segundos tem seu corpo transpassado por Seiya, como se ele fosse uma flecha dourada.

 

- Impossível!

 

Enquanto a criatura parecia desaparecer se transformando em água, Seiya estava de joelhos em meio a uma cratera que se abriu no jardim de lírios devido ao impacto. Ainda envolto em chamas, era possível perceber a mudança sofrida por sua Ranger Suit que exibia detalhes em dourado e prata com longas asas douradas nas costas.

 

- Ainda não acabou.

 

Ele se põe em pé em meio a uma chuva de lírios e observa seu oponente recompor seu corpo a partir da água que jorrava do chafariz até atingir grande estatura com cerca de sessenta metros de altura.

 

- Inseto miserável. Como se atreve a me ferir dessa maneira?!

 

Minotauro girar seu machado sobre sua cabeça com as duas mãos como se este fosse as pás da hélice de um helicóptero, gerando um forte vento que começo a desprender árvores do chão e arrastar o que quer que esteja soltou, inclusive pessoas.

 

- Não adianta resistir. Você será esmagado junto com os outros insetos, pois assim deseja minha mestra.

 

Seiya tentava resistir ao empuxo do vento travando seus pés ao chão e reclinando o corpo para trás, enquanto uma das mãos tentava em vão agarrar-se ao solo.

 

- Droga! Não vai ter jeito.

 

O corpo dele se desprende do solo e voa em direção a Minotauro.

 

- Shin Dai Hengen!

 

Numa explosão dourada o corpo de Seiya se agiganta e derruba Minotauro com um coice desferido por sua nova forma – Saint-Oh Kentaurus.

 

- Quero ver se irá me chamar novamente de inseto.

 

De suas costas o Centauro retira um arco dourado que se alonga e toma formas de uma lança de duas lâminas e com ela ele parte para cima do inimigo que se defende com seu machado.

 

A cada choque causado pelo impacto das armas ou pelo movimento deles o chão tremia causando a ruína dos prédios próximos.

 

- A cidade não vai aguentar.

 

Centauro se afasta preparando seu próximo movimento e, numa investida rápida, apanha Minotauro pela cintura, se lançando aos céus, se distanciando da cidade até alcançar uma área desabitada onde o deixa cair, estremecendo o chão.

 

- Maldito!

 

Minotauro rosna enfurecido e volta a ser golpeado por uma série de coices desferidos por Centauro, antes que este venha a tocar o solo, caindo novamente.

 

- Vou por um fim a você de uma vez por todas - Shin Gattai!

 

Centauro se separa dando origem a um guerreiro e um cavalo. Este muda sua forma quadrúpede para bípede, assumindo a forma de uma armadura onde o guerreiro se une, criando uma nova formação – Saint-Oh Archer!

 

Tendo empunhado em suas mãos um arco dourado e armado uma flecha igualmente dourada, ele começa a concentrar energia na ponta da mesma.

 

- Desapareça de uma vez por todas - Infinity Breakdown (Destruição Infinita)!

 

Uma infinidade de flechas é disparada contra Minotauro que tenta detê-las com seu machado, mas termina por ser fulminado por elas, desaparecendo numa explosão que espalha gotas de água pelo ar como uma chuva branda que lava o corpo e a alma dos humanos.

 

Longe dali, ainda no parque, oculto pelas árvores de uma área mais arborizada, um ser cujo corpo tinha tons de âmbar com longas asas às costas estava prostrado de joelhos e com a cabeça baixa, apenas esperando.

 

- Você agiu muito bem. Ele está quase pronto para realizar nosso objetivo.

 

Por entre as árvores uma mulher de longos cabelos negros trajando um vestido preto de aspecto gótico se mostrava satisfeita com o que havia acontecido.

 

Estreito de Messina. Sicília. Itália.

Sentada ao lado de uma fonte de águas cristalinas, Scylla não podia conter sua frustração pelo recente fracasso de uma de suas crianças.

 

- Como isso pode ter acontecido?! Como aquele Ranger foi capaz de derrubar minha criança?!

 

Ela se movimentava de um lado para o outro, buscando entender o que havia acontecido tendo ao seu redor cinco pilares de água com olhos vermelhos, suas crianças.

 

- Além disso, algo bloqueou a visão de meu oráculo. Os Rangers não sabem de minha presença ainda e, mesmo que tivessem como poderiam bloquear minha visão dessa forma?!

 

Os pilares se agitam e um deles se lança em direção ao mar.

 

- Vá minha criança e não falhe como seu irmão. A alguém com quem devo ter uma conversa de família.

 

Instituto Graad.

Acompanhada por Dominike, Saori se encontra sentada à sua mesa vendo o noticiário da TV que relata o surgimento de um monstro gigante em Tóquio que desapareceu sendo levando por outro monstro dourado.

 

- Pelo visto a viagem deles está trazendo resultados benéficos para nós.

 

Dominike desliga a TV dirigindo-se para Saori.

 

- Não importa o que se faça ou quanto se corra não se pode escapar ao destino.

 

Naquele momento a porta se abre e o Doutor Phoebus adentra o recinto sendo acompanhado por Diana e, para a surpresa de Saori e Dominike, da Doutora Shaina.

 

- Gostaria de lhes apresentar minha nova assistente. Tenho certeza que, apesar de sua recente ausência e de seu descaso para com suas funções, a Doutora Shaina me será de grande valia.

 

- Imagino que será mesmo Doutor.

 

- Bem, viemos apenas para lhe comunicar de forma extraoficial e vamos retornar à nossas tarefas. Se nos dão licença.

 

O trio deixa a sala.

 

- Como eu disse não se pode fugir ao destino.

 

Dois dias depois.

“... Porque vos preocupais com o vestuário? Olhai como crescem os lírios do campo! Não trabalham nem fiam. Pois Eu vos digo: Nem Salomão, em toda a sua magnificência, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, como não fará muito mais por vós, homens de pouca fé? ...”

 

Uma chuva fina caia formando poças entre as lápides enquanto um padre dizia as últimas palavras de sua tocante homilia enquanto o caixão com o corpo de Seika baixava para seu repouso eterno.

 

Mas nada disso importava para Seiya.

 

Nada poderia suplantar a dor que corroia seu coração e sua alma naquele momento.

 

Algum tempo depois, após receber as condolências das poucas pessoas que ali estavam Seiya ficou sozinho em frente à sepultura, onde vários lírios foram depositados.

 

- Isso é muito triste!

 

Caminhando por entre as lápides surge uma jovem de aspecto gótico, com um longo vestido negro, assim como seus cabelos e olhos verdes penetrantes, que transmitia uma sensação estranha, difícil de ser descrita.

 

- É triste ver pessoas que ainda tinham tanto para viver partirem dessa forma enquanto outras têm uma vida imortal.

 

- Quem é você?!

 

A jovem se aproxima e se abaixa, deixando um lírio vermelho sobre a sepultura.

 

- Você pode me chamar de Pan e tenho uma proposta a lhe fazer.

 

A seguir: Ilha da Rainha da Morte

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Afinal o desespero de Seiya se converteu numa tristeza por obra do destino que ele tem de sacrificar e proteger a Humanidade, ainda estou curioso por saber, quem Marin e June procuram.

 

Uau, que evolução do Seiya!! O que o desespero não faz... Mas ainda fiquei com pena dele.

Estou curiosa pra saber mais sobre essa mulher que a Marin e a June foram encontrar.

 

Podem esperar que Aichia irá surpreende-los.

Eu só esperava que o techo final, o sepultamento de Seika, fosse causar uma maior surpresa. <_>

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quero ver o motivo da marine june terem ido encontra essa mulher em las vegas, o seiya evoluiu muito mesmo acabando com o minotauro usando o golpe supremo do aioros no episódio G INFINITY BRAEK(por que você usou Infinity Breakdown? ) e quem observava o seiya lutando e já que você falou sobre o final achei interessante e com mais suspense essa mulher se aproximando do seiya falando desse jeito no túmulo de sua irmã.

Editado por idelvando
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Anteriormente...

 

Os Rangers se dispersaram pelo mundo e Ikki acompanhou Sirrah até o Himalaia onde ela busca por uma fonte milagrosa que pode curar todos os males.

 

Onde se Havaí depositado esperança apenas ofereceu frustração e a Água da Vida se mostrou uma farsa onde a única verdade era o monstro que ali havia, Arachne, abatida pela fúria liberada por Sirrah ao evoluir para sua forma dourada.

 

Juunikyuu Sentai SaintRanger

Bright #28 – Ilha da Rainha da Morte – Parte 1

 

Oceano Pacífico. Posição Desconhecida.

O ambiente está mergulhado na mais completa escuridão sendo que se ouve apenas o barulho das ondas se chocando contra o casco do navio, o ranger das vigas de ferro e aço e lamúrias dolorosas.

 

- Você tem certeza que esta é a única forma de fazermos isso?

 

Havia muitas dúvidas na voz feminina.

 

- Se houvesse outra nós a usaríamos, mas você irá descobrir isso quando chegarmos.

 

O homem com quem ela conversava tentava acalmá-la durante o transcorrer da viagem até que, após algumas horas, percebe-se que a velocidade da embarcação é reduzida até parar completamente e a porta do compartimento onde estavam se abre, revelando em seu interior, além de uma dezena de homens machucados e repletos de hematomas, Sirrah e Ikki.

 

- Muito bem, todos vocês. Coloquem-se de pé, em fila única e venham para fora.

 

As ordens partiram de um homem vestindo uniforme militar de cor negra que trazia consigo outros dez soldados fortemente armados, estando todos com o rosto protegido por máscaras que filtravam o ar.

 

Vestidos com uniformes negros e presos por correntes nos pulsos e tornozelos, os homens que estavam no barco descem e deixam surpresos e curiosos os soldados por seu estado.

 

- Ainda acho que você exagerou com eles Sirrah.

 

- Não mandei estes caras tentarem se aproveitar de mim. Você esperava que eu fizesse o que?!

 

- Sei que ainda está aborrecida pelo que aconteceu, mas isso definitivamente não vai lhe se servir de nada.

 

- Vai sim. Eles não vão querer mexer mais comigo.

 

Sirrah e Ikki foram os últimos a desembarcar e a paisagem local deixou-a chocada, pois jamais pensou haver nada assim na face da Terra.

 

O solo era extremamente seco, formado por areia e rochas sedimentares, a vegetação era composta exclusivamente de arbustos repletos de espinhos, vida animal era escassa e o ar era pesado, dificultando a respiração, em conseqüência do vulcão que ali havia e lançava constantemente fumaça no céu, o que impossibilitava que qualquer raio de Sol chegasse à ilha.

 

Não que isso fosse algum alento, pois o ar era, acima de tudo, muito quem e úmido ali e a pouca chuva que caia era ácida devido ao enxofre na atmosfera acima.

 

- Ouçam vocês. Estão aqui por ninguém lamentou ou irá lamentar suas mortes. Suas vidas pertencem ao Tio Sam e, quando necessários, serão requisitados, não importa para quais fins.

 

Em silêncio e colocados lado a lado todos ouviam as instruções sob a mira dos soldados.

 

- Como farão para sobreviver aqui será problema de vocês. A ração será entregue uma vez ao dia e esperamos que vocês aprendam logo onde ela é entregue.

 

O comandante acena com a cabeça e um dos soldados solta as correntes que os prendiam.

 

- Podem ir agora e divirtam-se. Este é seu novo lar agora.

 

O grupo se dispersa pelo local, enquanto os soldados sobem em um jipe e seguem para o quartel montado em antigas ruínas que ali estavam enquanto Sirrah e Ikki decidem o rumo a seguir.

 

- Bem, para onde agora? Onde está esse homem a que viemos procurar?

 

- Primeiro vamos ver se meu ‘amigo’ cumpriu com o restante do acordo e mandou nossos suprimentos. Depois vamos ficar fora de vista e o mais longe possível de qualquer guarda. Há pessoas aqui que não gostaram de me ver.

 

Quartel-General da Ilha da Rainha da Morte.

Quando foi descoberta pela Marinha Americana em meio aos conflitos da Segunda Guerra Mundial, o Governo Americano logo viu nesta ilha o lugar ideal para manter ‘seguros’ certos indivíduos que lhe causassem problemas.

 

Incrustada no coração da ilha havia uma fortaleza construída em estilo gótico, cuja idade exata era imprecisa, que foi transformada na base americana ali e prisão para pessoas que não poderiam ficar soltas na ilha.

 

No topo da hierarquia da ilha estava a Capitã Jisty, uma mulher cuja beleza exuberante contrastava com seu sadismo e sua maneira déspota de gerir tudo.

 

Vindo do atracadouro um jipe adentra o pátio e um dos soldados desce trazendo consigo uma dezena de pastas.

 

Atravessando o pátio e um imenso salão, ele chega à uma sala onde três outros homens, cujas divisas em suas fardas lhe conferem a patente de tenentes, jogam cartas e observam alguns monitores.

 

- Senhor, trago as pastas dos recém-chegados, senhor.

 

Em posição de sentido, o soldado aguarda instruções.

 

- Certo. Certo. Jogue-as sobre a mesa e depois nos as analisaremos e levaremos para a Capitã.

 

O soldado deixa as pastas e sai.

 

- Hei Medusa, é melhor você olhar logo essas pastas. Você sabe que a Capitã gosta de saber sobre os novatos e ver se há algo que a agrade.

 

- Certo. Certo.

 

Apesar do apelido, recebido devido à sua total falta de cuidado com seus cabelos de cor acinzentada, Medusa tinha um excelente porte físico, mesmo beirando os quarenta anos e, querendo ou não, é sua a responsabilidade ver as fichas dos novatos.

 

Os outros dois tenentes eram Golfinho, recém-saído do programa da Marinha America de treinamento de Mamíferos Marinhos para ações de guerra, daí seu apelido, tinha cabelos negros que lhe cobriam os olhos e porte físico esguio e Serpente-Marinha, um ruivo exímio mergulhador que atuou em equipes de resgate submarino.

 

- Vamos ver o que temos aqui.

 

Medusa folheia rapidamente as fichas, apenas se atendo às fotos e nomes dos novatos até que, ao chegar à pasta com as informações de Sirrah se detém por mais tempo.

 

- Ei, rapazes, vejam isso.

 

- O que foi?!

 

Golfinho e Serpente se aproximam para ver o que havia chamado tanto a atenção dele e ficam muito interessados.

 

- Huh! Acho que a Capitã vai gostar muito dessa aqui.

 

Em outro lugar.

Numa região remota da ilha Sirrah e Ikki resgatam os suprimentos deixados por um guardo pago por eles, o mesmo que providenciou que estivessem entre os enviados para aquele lugar e seguiam em direção ao local onde ficava a Vila dos Párias, como os residentes se chamavam.

 

- O que é esse homem tem de tão especial para virmos atrás dele? E por você não o procurou antes? Você não esteve preso aqui?!

 

- Infelizmente sim. Eu tenho buscado por ele a anos, até que descobri que ele havia sido enviado para este lugar e, para vir para cá também, tive que percorrer uma trilha de crimes crescente até o ponto de entrar para a lista de terroristas, ser capturado e mandado para cá.

 

- E por que você não se encontrou com esse homem?

 

- Digamos que eu tenha exagero um pouco nos meus ‘atos de terrorismo’ e fui mantido preso numa cela, por ser considerado perigoso demais para ficar solto aqui.

 

- Isso é incrível.

 

- É mesmo?

 

- Sim. Não consigo imaginar um cara como você sendo considerado tão perigoso assim. Você não tem cara de que mete medo nos outros.

 

Aquelas palavras deixaram Ikki consternado.

 

- Mas isso não explica o que você quer com esse homem.

 

Antes que ele pudesse responder-lhe, eles chegam à vila, um lugar composto essencialmente por casebres de arquitetura vernacular onde muitos homens passavam os dias sentados sem nada que fazer.

 

Nesse ambiente de ócio total eram comuns brigas por motivos banais, mas a chegada de uma jovem como Sirrah era capaz de lhes acender a chama de instintos primitivos.

 

- Tenha muito cuidado agora. Aqueles sujeitos no barco não eram nada pertos desses aqui que, além de mais fortes são mais numerosos.

 

- Se for preciso eu derrubarei um por um.

 

- Esperemos que isso não seja necessário. Uma confusão dessa magnitude poderia atrair os guardas e não vamos querer isso.

 

Enquanto eles se moviam pelo coração daquele lugar, havia movimentação alguns metros atrás deles, mas a certa distância.

 

- Quanto tempo você acha até que eles resolvam fazer alguma coisa?

 

- Não muito.

 

Os dois conversavam baixo, de forma a não serem ouvidos, quando à frente deles se forma uma verdadeira parede humana formada por cerca de dez homens que aparentavam serem fortes fisicamente, ao mesmo tempo em que os que vinham atrás os cercaram.

 

- Escuta aqui rapaz, deixe sua amiguinha aqui conosco e pode ir embora.

 

- O que o faz pensar que será como vocês querem?

 

- Huá! Há! Há! Há! Há! Há! Acha que pode protegê-la contra todos nós?!

 

O homem avança, mas com um chute direto no estômago e um pontapé no queixo Sirrah o derruba facilmente, surpreendendo a todos.

 

- Não. Eu não preciso fazer isso.

 

- Sua vadiazinha!

 

Os homens avançam contra os dois, que atingem dois dos que vinham pela frente com joelhadas e, se apoiando neles, saltam sobre os demais.

 

Sirrah se aproveita do impulso e dispara contra eles a corrente de sua kusarigama, que, se movendo livre como uma serpente prende a todos, enquanto os dois tocam o chão com segurança.

 

- Pela sua cara imagino que o homem que você procura não estava entre eles.

 

- Não, mas ele deve estar bem ali.

 

Ikki aponta para uma construção que estava em melhores condições que as demais.

 

Com o ranger das dobradiças a porta se abre, projetando pelo seu vão as sombras de duas pessoas sobre o piso feito de madeira velha. Havia uma mesa com cadeiras num canto, recoberta de poeira, com algumas vasilhas espalhadas aqui e ali. Uma velha cama noutro canto onde alguém estava deitado um homem sob lençóis sujos.

 

- Então, era isso que buscava quando abandonou-nos na miséria, pai?!

 

- Pai?! Esse homem é seu pai?!

 

O homem, que estava deitado, se senta a beira da cama, removendo as cobertas e revelando um corpo raquítico, em pele e osso, cabelos acinzentados desgrenhados e barba.

 

- Então, você é meu filho!

 

- Sim e a anos eu venho procurando por você.

 

- E veio até aqui atrás de mim. Espero que não esteja esperando um abraço fraternal.

 

O homem encara Ikki com cinismo, esperando por sua reação, quem vem na forma de um soco desferido com toda sua fúria com o punho direito, causando a queda do velho moribundo.

 

- Depois que você partiu, nossa mãe sucumbiu à doença que a estava corroendo lentamente e, em seu leito de morte, eu jurei que iria encontrá-lo e que iria fazê-lo pagar por ter nos abandonado, mas agora, vendo-o nesse estado, tudo o que consegui foi dar-lhe um soco.

 

- Huh! E você arrastou sua irmã consigo para esse inferno de vida apenas para me dar um soco?!

 

- Irmã?! Eu não sou irmão dele.

 

- Não?! Então como explica o fato de você ser idêntica a ela?

 

Enquanto ele se levanta e volta para cama, suas palavras fazem girar um turbilhão de dúvidas dentro da mente de Sirrah.

 

- O que ele diz é verdade?! Nós somos irmãos?! Diga!

 

- Sim. Nós somos irmãos.

 

- Você sabia disso e não disse nada?! Por quê?!

 

Ela segura Ikki pelo colarinho, empurrando-o contra a parede buscando uma resposta.

 

- Quando enfrentamos o julgamento de Nêmesis, as visões que tive puseram em xeque esse fato, mas não havia como eu saber se aquilo era verdade ou não e por isso nada falei.

 

- E para ter certeza você me trouxe até aqui com você?

 

- Tentar conseguir um fio de seu cabelo faria você pensar que sou algum tipo de pervertido e trazê-la aqui me pareceu a maneira mais lógica. Quem senão o próprio pai para reconhecer sua filha?

 

- E onde você pensou que isso faria com que eu te achasse melhor que ele?! Assim como ele, você me abandonou!

 

- E esperava que um moleque de doze anos fizesse o que?! Levasse um bebê de menos de um ano em uma busca ao redor do mundo?! Eu comi o pão que o diabo amassou sozinho enquanto você teve tudo que uma criança poderia querer.

 

- Tudo?! Eu nunca tive uma família!

 

À medida que Sirrah se exalta, tomada pela emoção, lágrimas escorrem de seus olhos.

 

- Teve sim. Eles podem não ser seus irmãos de sangue, mas você teve vários irmãos e irmãos enquanto esteve naquele orfanato. E mesmo hoje você tem em Seiya e nos outros uma família, algo que eu nunca tive de verdade depois que ele nos deixou.

 

- Por que vocês não deixam o drama de lado, se abraçam e choram de uma vez?

 

Parando em frente à porta do casebre, a Capitã Jisty surge trajando seu uniforme militar com o cap à cabeça e seus longos cabelos negros presos formando uma trança, acompanhada de seus três tenentes, Medusa, Serpente-Marinha e Golfinho, que ficaram do lado de fora.

 

- Capitã Jisty?!

 

- Surpreso em me ver Ikki?! Não mais do que ele ao revê-lo.

 

- O que faz aqui?! Não tem nada de importante em sua fortaleza para fazer, como torturar seus ‘convidados’?

 

- Eu vim até aqui em busca de uma bela jovem que descobri estar entre os recém-chegados, mas jamais imaginei encontrar você aqui. Sua captura deverá me render uma bela promoção e, quem sabe, um bilhete de saída deste inferno.

 

- Acredita mesmo que vocês podem me segurar aqui?! Esqueceu-se do que aconteceu da última vez? Foram necessários vários de seus macacos para me segurar e, no final, você me manteve preso às correntes.

 

- Eu me lembro, mas você não espera que eu tenha vindo até o meio desta corja desarmada, não é mesmo?

 

Ela estala os dedos e seus três tenentes entram, surpreendendo-os com os trajes que utilizavam.

 

- Acredito que você se lembre do “Programa Renascer”? Depois que você sumiu com o protótipo, o pentágono achou que seria mais interessante armar seus próprios soldados ao invés de criminosos e mandou-nos alguns de seus brinquedos para testá-los.

 

- As coisas agora vão ficar interessantes.

 

Costa do Mar Mediterrâneo.

Charybdis está sentado à horas em seu escritório, fitando o mar que se encontra ao fundo à sua direita e a pequena caixa que tem sobre a mesa à sua esquerda.

 

- Se eu lhe entregasse isso, talvez as coisas tomassem outro rumo, mas mesmo com meu pedido você levou essa guerra aos oceanos.

 

Seu monólogo é interrompido quando um fluxo de água se forma no meio da sala e dele Scylla emerge.

 

- Você poderia me avisar que viria me visitar antes para eu poder tirar os carpetes e evitar ensopá-los.

 

- Poupe-me de suas ironias. Por que você nublou a visão de meu oráculo?

 

- Nem imagino do que você está falando, mas se você não acredita, posso lhe provar de outras formas.

 

Os dois se encaram e uma atmosfera hostil se forma entre eles.

 

- Huh! Não vou perder meu tempo com você. Está mais do que óbvio que você não tem condições de realizar tal ato.

 

Da maneira como chegou Scylla desaparece.

 

- Ao que parece alguém está brincando com você irmãzinha. Acho que não devo lhe entregar ainda o conteúdo desta caixa.

 

Charybdis se levanta, coloca as mãos nos bolsos de suas calças e fica observando para o mar ao fundo, enquanto a caixa sobre sua mesa emitia um brilho estranho.

 

Continua...

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Gostei do cap. Revelações sobre Ikki e Sirrah. ^^ Vamos ver o que vai acontecer agora.

Quero saber o que tem na caixa do Charibdys. :unsure:

 

Pode esperar por muita ação e pancadaria no próximo capítulo.

SObre a caixa, seu conteúdo tem haver com o que todos têm buscado.

 

Que revelação chocante para Sirrah, ainda que não esperava uma recepção calorosa de Jisty e seus homens.

Certamente foi uma ideia excelente em os utilizar de forma a dar-lhes mais brilho.

 

A utilização de Jisty & Cia foi planejada desde o momento em que ela foi citada lá atrás no inicio da fic.

E pode esperar que eles terão uma abordagem digna.

Aguarde.

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bom desculpa a demora , gostei do capítulo e das revelações sobre ikki e sirrah, e ai vai uma pergunta por que eu estou ficando sem resposta em alguns posts é por que você não vê ou por eu ser digamos o último a postar e você respondendo os primeiros já não tem muito o que explicar , não é critica nem nada só estou achando isso estranho blz, se poder responder. B)

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quero ver o motivo da marine june terem ido encontra essa mulher em las vegas, o seiya evoluiu muito mesmo acabando com o minotauro usando o golpe supremo do aioros no episódio G INFINITY BRAEK(por que você usou Infinity Breakdown? ) e quem observava o seiya lutando e já que você falou sobre o final achei interessante e com mais suspense essa mulher se aproximando do seiya falando desse jeito no túmulo de sua irmã.

 

Deve estar havendo algum problema aqui, pois tenho certeza que tinha respondido a seu comentário.

 

Mas vamos lá.

 

A mulher (???) terá sua utilidade explicada alguns capítulos à frente e você ficará chocado com isso.

 

Sobre o golpe de Seiya, esse tinha todo o impacto visual que eu queria logo não tinha por que eu criar outro.

 

Já sobre a mulher no final dá para imaginar quem seja por seu nome, certo?

 

bom desculpa a demora , gostei do capítulo e das revelações sobre ikki e sirrah, e ai vai uma pergunta por que eu estou ficando sem resposta em alguns posts é por que você não vê ou por eu ser digamos o último a postar e você respondendo os primeiros já não tem muito o que explicar , não é critica nem nada só estou achando isso estranho blz, se poder responder. B)

 

idevando, juro que respondo a todos e, não sei como explicar, a minha resposta a seu último comentário sumiu e estou respondendo aqui novamente.

Sobre ser o último a comentar, isso não quer dizer nada, pois cada comentário é importante e vc pode ter uma opinião divergente dos demais ou ter visto algo que os outros não virão.

 

vou ficar mais atento pra ver se não sumiu mais nenhum comentário.

 

abraços.

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  • 2 semanas depois...

Spoiler 1 - Enquanto Sirrah & Ikki enfrentam dificuldades na luta contra Jisty e seus Tenentes, na Grécia Seiya recebe uma proposta tentadora de uma jovem chamada Pandora.

 

Spoiler 2 - Enquanto Sirrah & Ikki enfrentam dificuldades na luta contra Jisty e seus Tenentes, na América Marin & June vivem as mais excitantes noites de suas vidas enquanto buscam convencer Aichia a se juntar aos Rangers.

 

Spoiler 3 - Com Seiya & Cia fora e a ameaça de Zeus e seus asseclas atacando sobra tempo livre para que Ban, Nachi, Jabu e Geki tenham um pouco de diversão num parque de diversões.

Editado por Bysshe de Doppelgänger
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Tenho certeza que o próximo capítulo irá deixar a todos bastante satisfeitos, só eu que não estou ainda pq o texto não está como quero.

 

Apenas tenham em mente que certas informações colocadas nos Spoilers tomarão lugar no futuro.

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