Aranha Chique 5.349 Postado Novembro 25, 2010 Compartilhar Postado Novembro 25, 2010 Bom, já sabem todos que CdZ não despontou na Terra do tio Sam. Todo mundo sabe os 350 motivos pro fato, mas o curioso é que mesmo tomando vários anos (talvez mais que a publicação ORIGINAL), o mangá foi completamente traduzido no frigir dos ovos, mesmo que os DVDs da série tenham morrido na praia ("Knights of the Zodiac" nem chegou nas 12 Casas de fato, e "Saint Seiya", que era a tradução real da série japonesa, parou no meio das 12 Casas quando Shaka é enviado pra PQP por Ikki. Motivos? Há quem diga que a Toei - O MONOLITORRRRRRGHHHHHH - mandou pararem e que eles teriam histórico com Hokuto no Ken disso). Enfim, toda vez que algum site gringo fosse resenhar a série, geralmente o veridito era "anos 80 que não se sustenta mais". Agora longe de mim querer argumentar que a série clássica não consiga novos fãs nem nada que eu não sou fanático, mas muitas vezes as resenhas vinham com pérolas como "a trilha sonora se resume a guitarras oitentistas sem um estofo de inspiração", e aí nessas você tem que rir. Os EUA foram expostos aos Samurai Warriors primeiro, então não adianta que de certo modo o paradigma de 'guerreiros de armadura' lá é diferente. E Shurato é coisa de garimpador obscuro. Noves fora o ponto é que visitando o site uns dias atrás (geralmente o faço pra comparar créditos - sim, nerd é uma merda ) vi que tinha uma coluna detalhando vários mangás e o da semana era CdZ. Curioso, fui lá ver o que era, esperando algo do nível 'guitarras oitentistas são a OST inteira' mas que pro mangá. E na verdade a resenha é positiva. Não é uma de fã babão, já que há várias tiradas em cima das forçadas e convenções do mangá (como "a moral da história é que um pouco de androginia até vai, mas quanto mais você parecer com uma mulher, maiores as chances de você se tornar maligno!") - mas sem dizer que elas comprometam a coisa toda- e como o foco da coluna é mangá e não anime, o escritor se ateve ao mangá clássico. Ele menciona todos os spin-offs, mas diz que o 'espírito' da série está todo nesses 28 volumes. O que me chamou a atenção foi o parágrafo final:Eu poderia gastar anos escrevendo sobre Saint Seiya, mas isso seria inútil. Uma maneira melhor de gastar esse tempo é lendo-o. Existem outros mangás shounen de luta que são mais sofisticados, mais espertos, melhores desenhados, mas talvez não haja nenhum outro que seja mais sincero. Saint Seiya é um sucesso pasteurizado, mas é perfeito em ser o que é. Artistas como Akira Toiryama e Yoshihiro Togashi tiveram que ser arrastados aos chutes e berros para fazerem mangás de luta, quando tudo que queriam era fazer mangás de comédia (e no caso de Togashi, mangás de horror), mas Masami Kurumada ama as lutas e amizade, as lágrimas e espirros de sangue e retículas com todo o seu coração.http://www.animenewsnetwork.com/house-of-1000-manga/2010-11-18 Agora eu acho que o cidadão meio que se empolgou ali no final, mas no geral o que ele diz sobre a série eu concordo. E sobre o Togashi e o Toriyama eu não sabia, embora faça sentido se parar pra analisar. De todo modo, só achei curioso que uma vez na vida um meio predominante Norte Americano fosse falar de Cavaleiros positivamente. 1 Link para o post Compartilhar em outros sites
Cesare 1.405 Postado Novembro 25, 2010 Compartilhar Postado Novembro 25, 2010 (editado) Tem certeza que ele falou inteiramente positivo? It's a man's man's man's manga. The cast of Saint Seiya is almost all-male, but there are some men who make almost a separate subspecies, since they are so gorgeously handsome they look like women. Andromeda Shun, one of the five heroes, is the most obvious example, but the manga's other glammy bishonen include the villainous Misty the Lizard and Pisces Aphrodites. The moral: a little androgyny is a good thing, but too much and you might turn evil. There's quite a few Ancient Greek statues of naked men in the story as well, and although no one ever makes out with anyone else (You want sex scenes? In Kurumada's art style? Are you serious?), it's no surprise to find out that Seiya was a popular dojinshi subject at the birth of yaoi in the '80s. De certa forma não mentiu, Saint Seiya é bem gay as vezes. Teve um comentário que eu não resisti e comecei a rir: Kurumada is not a great artist Editado Novembro 25, 2010 por Cesare Link para o post Compartilhar em outros sites
Aranha Chique 5.349 Postado Novembro 25, 2010 Autor Compartilhar Postado Novembro 25, 2010 Tem certeza que ele falou inteiramente positivo?E na verdade a resenha é positiva. Não é uma de fã babão, já que há várias tiradas em cima das forçadas e convenções do mangáO cara faz muito mais críticas além dessa, mas sempre com bom humor, e o parágrafo final diz que apesar dos pesares é um shounen bom. E se o cara falasse "Kurumada is a great artist", aí sim que eu teria rido Link para o post Compartilhar em outros sites
animeman 958 Postado Novembro 25, 2010 Compartilhar Postado Novembro 25, 2010 Gostei bastante da resenha, acho que captou realmente quase tudo o que eu penso da série mesmo. O autor do texto sabe escrever bem, de uma maneira que não revele tantos spoilers da história ou que fique entediante pra ler no primeiro parágrafo. Link para o post Compartilhar em outros sites
Bruno Ogawara 2.994 Postado Novembro 25, 2010 Compartilhar Postado Novembro 25, 2010 (editado) Interessante a resenha (apesar de concordar muito com o cara em ''vários'' momentos)... Editado Novembro 25, 2010 por Seiya Ogawara Link para o post Compartilhar em outros sites
Kore 236 Postado Novembro 25, 2010 Compartilhar Postado Novembro 25, 2010 Resenhas como essa nos EUA? Surpresa... Agora eu acho que o cidadão meio que se empolgou ali no final, mas no geral o que ele diz sobre a série eu concordo. E sobre o Togashi e o Toriyama eu não sabia, embora faça sentido se parar pra analisar. De todo modo, só achei curioso que uma vez na vida um meio predominante Norte Americano fosse falar de Cavaleiros positivamente. Eu também. Link para o post Compartilhar em outros sites
MaryanaKawaii 16 Postado Novembro 25, 2010 Compartilhar Postado Novembro 25, 2010 (editado) Ao menos não é uma frase que uma americana fez quando ela recebeu uma comission no dA sobre Cavaleiros do Zodiaco. "Saint Seiya é a versão masculina da série Sailor Moon." Até hoje rio. De certa parte é um Sailor Moon. Tem homens bonitos. Ataques posados(muitas vezes você nem vê uma pose que lembre um golpe).Brilho.Armaduras "estilosas" ... Essa resenha foi bem feita. Realmente o que ela descreve é verdade. Kuramada não desenha bem e sim, existe o Kuramada Launch! dA=deviantArt Editado Novembro 28, 2010 por MaryanaKawaii Link para o post Compartilhar em outros sites
Leão 44 Postado Novembro 28, 2010 Compartilhar Postado Novembro 28, 2010 (editado) Ao menos não é uma frase que uma americana fez quando ela recebeu uma comission no dA sobre Cavaleiros do Zodiaco. "Saint Seiya é a versão masculina da série Sailor Moon." Até hoje rio. De certa parte é um Sailor Moon. Tem homens bonitos. Ataques posados(muitas vezes você nem vê uma pose que lembre um golpe).Brilho.Armaduras "estilosas" ... Essa resenha foi bem feita. Realmente o que ela descreve é verdade. Kuramada não desenha bem e sim, existe o Kuramada Launch! Mais sailor moon é até que é legal...Sorte que o kurumada não fica com frescurice que nem a autora do sailor moon e não cancela exibição de qualquer coisa de cavaleiros do zodiacos(Tá que o CDZ está mal exibido aqui,mas hoje em dia quantos mangás e videos de CDZ você já viu?E de Sailor Moon?Pois é...). Se a Shiori inventasse o CDZ,a comparação seria maior,agora vejamos: http://images.uncyc.org/commons/3/33/Sup-thun-dra.gif Cólera do dragão de Júpiter! :TrollFace: A propósito,Maryanakawaii...dA é Deviantart? Editado Novembro 28, 2010 por Leão Link para o post Compartilhar em outros sites
Visitante WAN Postado Novembro 29, 2010 Compartilhar Postado Novembro 29, 2010 Gostei! PS: Alguém com um inglês fluente poderia traduzir toda a resenha? Ajudaria aos "iniciantes" como eu T.T Link para o post Compartilhar em outros sites
D-Wheel 28 Postado Novembro 29, 2010 Compartilhar Postado Novembro 29, 2010 (editado) Gostei! PS: Alguém com um inglês fluente poderia traduzir toda a resenha? Ajudaria aos "iniciantes" como eu T.T Certo, tradução: Mangás shonen de competição nos anos 60 eram pelo menos vagamente calcados na realidade. Claro, as coisas que aconteciam podiam ser ridículas, mas o método de luta era geralmente algum tipo de competição do mundo real, como boxe, luta livre, kendô, judô, etc. Lá pelos anos 70 as coisas começavam a ficar mais estranhas, como no mangá de boxe Ring ni Kakero de Masami Kurumada, ou o mangá de baseball Astro Kyudan de Norihiro Nakajima e Shirou Touzaki, mas ainda eram baseados em esportes reais. Enfim, nos anos 80, ficção científica e fantasia tomaram os holofotes, e até hoje, os mangás shonen são dominados por vampiros, ciborgues, ninjas e paranormais. Enterrado no coração dos mangás de batalha polidos, modernos e distantes da realidade, está o espírio flamejante shonen da velha escola. Saint Seiya, de Masami Kurumada, possivelmente o supremo mangá de luta da Shonen Jump dos anos 80, está bem na fronteira entre esses dois mundos. A obra nunca foi um grande sucesso na América, mas influenciou incontáveis mangás, entre eles Bleach e Yu-Gi-Oh!. Saint Seiya começa com a história de seu herói, Seiya, um jovem determinado cuja vida consiste de escalar penhascos, erguer rochas e receber golpes até o limite da resistência. Seiya é um dos 100 garotos japoneses criados num ambiente similar a um reformatório pela misteriosa Corporação Graad. Uma vez que eles chegam à idade apropriada, são separados uns dos outros e mandados para partes remotas do globo a fim de serem treinados em artes marciais. Seiya vai para a Grécia, onde é treinado por Marin, uma misteriosa mulher mascarada. Seiya tem um ressentimento contra a Corporação Graad e só quer se ver livre de suas garras opressivas para poder procurar por sua irmã perdida, Seika. Mas antes de conseguir, Seiya e o leitor descobrem a verdade: seus treinadores são membros do exército de Santos de Atena ("Knights", na versão da Viz e no anime em inglês), um lendário grupo de guerreiros dedicados a lutar mano-a-mano em nome da ancestral deusa grega guerreira da justiça! Além disso, Saori ("Princesa Sienna" na versão em inglês), a mimada herdeira da Corporação Graad, é na realidade a sábia e nobre encarnação da deusa Atena! Seiya é o Cavaleiro de Pégaso, e logo se aproxima de Shiryu de Dragão, Shun de Andrômeda, Hyoga de Cisne e o mais notável anti-herói do grupo inicial, Ikki de Fênix. Todos os tomentos que os Cavaleiros passaram na infância foram parte do treinamento, para prepará-los para a maior das responsabilidades. Mas naturalmente, o treinamento é só o prelúdio para... A LUTA! Em adição a suas incríveis habilidades físicas, os Cavaleiros/Santos têm dois poderes sob seu comando. Um deles é o poder interior, o "cosmo". (essa palavra foi traduzida por muitos fansubbers antigos como "cosmos", até que o próprio Kurumada selecionou "cosmo" para a edição em inglês, presumivelmente não ciente de que para todo americano que já olhou para uma revista vendida em supermercado, a palavra faz lembrar de artigos sobre perda de peso e dicas sobre sexo). "Cosmo" é basicamente como chakra ou ki, mas é baseada numa idéia elegantemente compreensível: assim como o universo é cheio de estrelas, o corpo humano é cheio de átomos, de modo que é possível liberar a energia subatômica dos mesmos para executar feitos incríveis. Mas isso não é tudo. Os cavaleiros também contam com Cloths, armaduras encantadas que só podem ser usadas pelos seletos escolhidos de Atena! Deslumbrantemente reluzentes e cobertas em textura, as armaduras protegem os cavaleiros de simplesmente quase tudo, e uma vez retiradas, podem ser reorganizadas para tomar a forma de estátuas legais de monstros e animais (cada Cloth recebe uma classificação de acordo com seu poder - Bronze, Prata, Ouro, etc. - e tem base nas constelações gregas, bem como os próprios cavaleiros.) Vestidos em armaduras cintilantes, os Cavaleiros se lançam corajosamente em batalhas... mas uma vez que (em maior parte) juraram não usar armas, suas lutas têm a forma de pancadaria com as mãos nuas pelo destino do universo! Artes marciais, mitologia, passado trágico e uma linha de brinquedos acompanhando... todos os elementos do sucesso reunidos! E ainda assim, mais do que qualquer outro mangá que eu me recorde, Saint Seiya é quase batalha pura. Quando ouvi sobre o conceito pela primeira vez, pensei "Nossa! Mitologia grega misturada com artes marciais no mundo moderno! Aposto que vai ter todo tipo de cena com monstros gregos mitológicos à solta, e cidades explodindo, e histórias loucas com os deuses, e essas coisas!" Mas ao invés disso, o mangá consiste quase completamente de cenas com garotos de olhos brilhantes e cabelos lisos ferindo e socando uns aos outros com tanta força que eles saem voando (algo que acontece tão requentemente aqui que recebeu o nome de Kurumada-futtobi, ou "arremesso Kurumada"). Há algumas páginas aqui e ali em que você verá algum tipo de história de fundo ou exposição sem combates, particularmente no volume 1, mas essa parte entediante é rapidamente deixada de lado em favor de uma estética simplificada de 100% de batalha. Comics ocidentais de super-heróis sempre têm algum tipo de história em quadrinhos ou cenas supérfluas entre as cenas de pessoas lutado (talvez porque super-heróis costumavam ser o único jogo na cidade, de modo que roteiristas entediados incluem histórias menores sobre política ou romance), mas isso não existe em Saint Seiya. É um mangá em que você pode pegar praticamente qualquer volume e ver um monte de lutas legais que fazem quase o mesmo sentido mesmo pra quem não leu a história do começo. Blasfêmia! O que eu estou dizendo? Claro, é verdade, ms também estou simplificando insanamente os arcos de história complexos dos 28 volumes de Saint Seiya. O primeiro arco, o do Santuário, conta a história do despertar de Seiya e de seus amigos se reunindo. Uma vez que eles se encontram e se enfrentam, descobrem que existe uma sombria conspiração em andamento no Santuário (a organização que comanda os Cavaleiros), e são marcados como traidores e precisam lutar contra todos os outros Cavaleiros a fim de alcançar o chefe tenebroso. Sua jornada, ou fio de lutas na verdade, os leva para a Grécia, onde eles abrem caminho lutando pelo quartel-general do Santuário no topo da Acrópole de Atenas, tentando salvar a vida de Atena e derrotar o traidor.O segundo arco prepara o terreno para que os Cavaleiros enfrentem seu primeiro inimigo de verdade, ou seja, não apenas outro Cavaleiro. Assim como Sienna/Saori é a encarnação de Atena, é revelado que existem outros humanos na Terra que são reencarnações de deuses gregos, e eles não estão felizes. Poseidon, o deus dos mares e um dos três deuses superiores do panteão grego (junto com Zeus e Hades), possui um magnata naval grego e inicia seu plano de afundar a Terra embaixo de ondas e eliminar a humanidade! (ele o faz para punir os humanos por poluírem os oceanos, é claro, como Namor no universo Marvel). Batalhas com tema aquático seguem. O terceiro arco, Hades, é o mais louco de todos. Hades, o deus dos mortos, retorna, e seu exército é composto dos oponentes mortos que os Cavaleiros enfrentaram antes na série. O objetivo de Hades é a absoluta eliminação de toda a vida, e para enfrentá-lo, os heróis precisam descer aos Nove Círculos do Inferno! Claro, os Nove Círculos do Inferno foram inventados na Divina Comédia de Dante (não em One Piece de Eiichiro Oda como popularmente acreditam) e não tem nada a ver com a grécia antiga, mas quem liga! Os capangas de Hades na realidade incluem fodões do submundo grego como Rhadamanthys, Hypnos e Thanatos. Neste arco, os Cavaleiros enfrentam Cérbero, entram numa batalha musical com Orfeu da mitologia grega, há possessões, e as armaduras são usadas para convocar a luz do sol na terra dos mortos. O caos reina enquanto o mangá se dirige a sua conclusão! Saint Seiya recebeu depois diversos prequels e continuações, mas estes 28 volumes são essencialmente o coração do mangá, e surpreendentemente foram todos traduzidos pela Viz. Eu não poderia ter escrito este artigo sem a ajuda de meu amigo Shaenon Garrity (www.shaenon.com), criados de webcomics e editor da edição da Viz de Saint Seiya. Nos 28 volumes, um milhão de coisas acontece, e todo mundo morre e volta pelo menos uma vez. Mas assim como os gregos antigos encontravam significado no aparentemente aleatório rearranjo das estrelas, Seiya também tem seus padrões. Por exemplo, heróis vertem sangue e choram e são sinceros mesmo quando estão furiosos; vilões agem como completos canalhas (outra maneira de descrever isso visualmente é: vilões podem sorrir quando estão furiosos, mas os heróis ficam sérios). "Amizade... nunca ouvi falar. Não vale a pena acreditar! Apegue-se à amizade e morra!", zomba um dos vilões. "Toda essa confusão por algo sem importância como uma vida. Seu tolo sentimental!", ri-se outro. Por outro lado, às vezes os vilões se redimem. "Eu achava que vocês arriscavam suas vidas apenas por glória pessoal. Eu acreditava que todos os humanos lutavam apenas por eles mesmos. Eu acreditava que quem tivesse poder, quem saísse vitorioso, estaria qualificado para se considerar justo. Agora eu percebo que estava enganado!". Quanto aos heróis, naturalmente, sua filosofia é "Não importa o quanto eu sofra, lutar junto a meus valentes irmãos cavaleiros é meu maior desejo!" É um mangá masculino masculino masculino. O elenco de Saint Seiya é quase totalmente composto por homens, mas existem alguns que criam uma subclassificação quase separada, já que são tão incrivelmente bonitos que parecem mulheres. Shun de Andrômeda, um dos cinco heróis, é o exemplo mais óbvio, mas outros dos bishonen do mangá incluem os vilões Misty de Lagarto e Afrodite de Peixes. A moral: ser um pouco andrógino pode ser bom, mas se for muito você pode se tornar maligno. Tem algumas estátuas gregas antigas de homens nus na história também, apesar de que ninguém jamais fica com ninguém (você quer cenas de sexo? No traço do Kurumada? Falando sério?), não é surpresa que Seiya era um assunto popular dos dojinshi com o surgimento do yaoi nos anos 80. O enredo é casual. É muito óbvio às vezes que Kurumada está inventando as coisas à medida que escreve. Isso não é um comentário negativo, mas só funciona se os leitores não notam que você está se repetindo. Enfrentando um oponente mortal, Shiryu de Dragão tem um flashback de seu treinamento e se lembra da Cólera do Dragão, que pode matar qualquer coisa a custo de sua vida. ("a cólera do dragão libera energia suficiente para fazer com que a grande cachoeira de Rozan, que contém 3000 shaku, flua ao contrário, em direção aos céus. Para isso, o poder total do seu cosmo precisa ser liberado... e uma explosão assim faria seu sangue ferver e fluir ao contrário. Seus capilares ruirão e o sangue jorrará para fora do corpo!"). Mais tarde, Shiryu tem outro flashback de seu treinamento e se recorda de outro super golpe fatal, o Último Dragão, que o leva junto de seu oponente voando para a órbita da Terra. ("O Último Dragão é uma espada de dois gumes. Vai destruir qualquer inimigo, não importa o quão forte seja, ao custo da vida do usuário... sua própria carne não suportará o poder! Sele o Último Dragão e jamais o use!"). Provavelmente, Kurumada achou que se funcionou uma vez, funciona duas. Ou talvez simplesmente esqueceu. Saint Seiya é também um dos mangás shonen mais masoquistas de todos. Se você não pode ferir seu oponente, deve ao menos provar sua masculinidade e sua austeridade ferindo a si mesmo (ou a seus amigos), de modo que de algum modo vai matar seu oponente no processo. Depois de ser derrotado por Hyoga, o Cisne Negro arranca seu próprio olho e o envia para seu aliado, para que ele possa ver a técnica "Kholodyni Smerch" de Hyoga gravada na retina. Quando Seiya é envenenado pelo Meteoro Negro e deixado para morrer, seu amigo Shiryu começa a perfurar seu corpo com o dedo, derramando jorros de sangue. "Tudo bem, estou abrindo os Pontos Vitais Estelares!", ele explica a um espectador horrorizado. "A única maneira de salvar Seiya é abrir os 13 pontos e deixar o sangue escorrer!" Depois, Shiryu rasga seus próprios olhos para resistir ao poder do Escudo da Medusa, que pode transformar as pessoas em pedra mesmo que elas fechem os olhos. Em e outra cena, como se não fosse o bastante, Shiryu talha seus próprios pulsos com as mãos para que seu sangue possa ser derramado sobre as armaduras de Dragão e Pégaso a fim de que sejam reparadas. Naturalmente, meramente rasgar seus pulsos não parece nada em termos de Saint Seiya, então outro personagem explica por que isso é realmente perigoso ("Precisaria de pelo menos metade do sangue do seu corpo. Um homem não pode perder nem mesmo um terço de seu sangue e sobreviver, e um cavaleiro não deixa de ser um homem, mortal!") A dor é como os heróis conquistam o heroísmo. ("Cicatrizes são insígnias de coragem - medalhas de virilidade!") É tentador pensar que há alguma mensagem sobre a cultura japonesa nessa glorificação do auto-sacrifício sangrento? "A obrigação é mais pesada que montanhas, mas a morte é mais leve que uma pluma", diz parte do Edito Imperial aos Soldados e Marinheiros do Japão de 1882, como citado por Ian Buruma em seu livro Ocidentalismo: O Oeste nos Olhos dos Inimigos. E tem toda aquela tradição de expiar sua vergonha ou seus crimes comentendo seppuku e retalhando suas vísceras, como fez Yukio Mishima nos anos 70. Mas Ian Buruma continua dizendo que os kamikazes japoneses na 2ª Guerra Mundial foram tão influenciados pelo nacionalismo romântico europeu do Século XIX como por idéias realmente japoneses. E Kurumada é, acima de tudo, um romântico. Em suas notas de autor, ele expressa seu apreço por Christian Johann Heinrich Heine (1797-1856), um poeta alemão. ("Eu me contorci e rolei de agonia pela minha própria ignorância de palavras, e minha falta de alma poética. Criar poemas do tipo Heine que falam de amor, isso é absolutamente impossível para este Kurumada aqui.") Heine não era um nacionalista conservador que glorificava a morte por seu país (era bem o contrário na realidade). Claro, também é possível que Kurumada estivesse brincando. Mas se levarmos em conta suas palavras, os valores, o sangue e o heroísmo do auto-sacrifício, isso é tudo parte do romance, como as doce-amargas lembranças das antigas glórias marcadas em mármore da Grécia clássica. Ficou faltando um pedaço que eu prometo que volto pra traduzir depois =X Editado Novembro 29, 2010 por D-Wheel Link para o post Compartilhar em outros sites
Ferques 63 Postado Novembro 29, 2010 Compartilhar Postado Novembro 29, 2010 Bom, no meio de tanta gente nos EUA, alguém deve achar a série legal. Estranho é a gente ficar feliz com isso. =/ Link para o post Compartilhar em outros sites
animeman 958 Postado Novembro 29, 2010 Compartilhar Postado Novembro 29, 2010 Bom, no meio de tanta gente nos EUA, alguém deve achar a série legal. Estranho é a gente ficar feliz com isso. =/ Ferques, estranho pra mim é, no meio de tanta gente que não gosta mesmo, uma resenha positiva ter sido publicada nesse site de tal porte dos EUA. Gente que gosta tem, mas nunca teve uma exposição tão positiva por alguém relevante que eu me lembre, por assim dizer. Link para o post Compartilhar em outros sites
Bruno Ogawara 2.994 Postado Novembro 30, 2010 Compartilhar Postado Novembro 30, 2010 Oh, até que agora gostei mais do que o cara falou. =D Link para o post Compartilhar em outros sites
Leão 44 Postado Novembro 30, 2010 Compartilhar Postado Novembro 30, 2010 "É um mangá em que você pode pegar praticamente qualquer volume e ver um monte de lutas legais que fazem quase o mesmo sentido mesmo pra quem não leu a história do começo."[\quote] Seiya luta no torneio para rever sua irmã. Super Man derrota o Lex Luthor para defender sua cidadezinha. Seiya luta para sobreviver contra os cavaleiros de pratas. Super Man derrota outro vilão para defender sua cidadezinha. Ikki luta para salvar seu irmão. Super Man... Seiya luta para salvar Atena. As razão de saint seiya varia mais do que os heróis ocidentais. No fundo,todo mundo ai luta por justiça. Link para o post Compartilhar em outros sites
Visitante WAN Postado Novembro 30, 2010 Compartilhar Postado Novembro 30, 2010 Como tudo ficou tão mais interessante agora. Um belo artigo, sem faboyismo, com uma competência e imparcialidade muito grande. O cara soube explorar e dizer o que de fato é SAINT SEIYA. Link para o post Compartilhar em outros sites
Aranha Chique 5.349 Postado Novembro 30, 2010 Autor Compartilhar Postado Novembro 30, 2010 Bom, no meio de tanta gente nos EUA, alguém deve achar a série legal. Estranho é a gente ficar feliz com isso. =/Eu não acho que seja uma questão de se alegrar porque alguém da TERRA DA OPORTUNIDADE gostou do mangá - é mais ver como um produto que já é de uma época passada, datado, ainda pode ser atraente para novos públicos. Certamente que não é desovando o clássico que você produz outra onda de quebrar o país em dois como passou em 1994 aqui no Brasil, e por isso que eu achei a resenha interessante - Cavaleiros abriu as portas do anime no Brasil, nos EUA não foi o caso. Ver a opinião geral de alguém que já está "dessinsitizado" contra as convenções do anime que eram novidade pra quem assistiu na época a meu ver é interessante. E o artigo é bem escrito também. Ficou faltando um pedaço que eu prometo que volto pra traduzir depois =XSe me permite... Na verdade, apesar das mortes e sangue e desmembramentos e pessoas sendo jogadas em rios de lava, Saint Seiya nem parece tão violento assim. Só me ouça. Pra começar, quase todas as lutas são mãos e punhos, sem uma espada ou arma ou até um objeto pontudo. Assim como tentar fazer o Kame Hame Ha, crianças podem imitar as cenas de lutas de Saint Seiya o quanto quiserem, mas seus "punhos de meteoro" não tem muitas chances de matarem ninguém. Pai nenhum poderia reclamar. Em segundo lugar, você raramente vê os punhos dos personagens colidindo um com o outro. Kurumada não é um ótimo arista: até a Wikipedia, que não é conhecido por criticar mangaka, aponta que "uma constante falha em sua arte é um traçado inconsistente e desbalanceamento nas proporções". As cenas de luta são desenhadas em um estilo tão estilizado e melodramático que mais parece que os leitores estão esmurrando o leitor do que um aos outros: alguém esmurra o ar, e então blam, é outro quadrinho, e alguém está voando pelo ar aparentando estar ferido! (Este é um efeito colateral de exagerar "narrativa cinematográfica".) Os olhos e corações arrancados são tão exagerados e irrealistas que o mangá parece ser praticamente inofensivo: é um S.A manga [n/T: mangá shoujo sobre um garoto que perde uma disputa de luta-livre contra garota que ama (?!)] escrito para garotos em seus 10 anos que querem provar o quanto eles são durões entrando no time de luta livre e pegando queimaduras de corda nos seus corpos. Assim como feirmentos reais não são empolgantes o bastante pra Saint Seiya, nem o é morte real. Serem meramente ameaçados com a morte é meio batido, pra não dizer nada ameaçador quando seus herois tem a capacidade de voltar dos mortos. Os vilões precisam ou explicar a morte em detalhes exorbitantes ou ameaçr os herois com o temeroso "destino pior que a morte". Qualquer que seja o caso, precisamos sentir isso. Máscara da Morte envia suas vítimas ao mundo dos mortos. O Golpe Fantasma de Fênix de Ikki aprisiona os oponentes em um mundo de ilusão, então eles podem achar que estão ganhando a luta só para descobrir que já morreram. O Cavaleiro de Gêmeos envia suas vítimas à "Outra Dimensão". Shaka, o Cavaleiro inacreditavelmente fodão com mote Budista (n/T: falem com o autor do artigo, eu só traduzo!) lança seus oponentes em um dos Seis Mundos Budistas da Transmigração ("Jigokukai: o mundo dos amaldiçoados! Gakikai: o mundo dos fantasmas famintos! Chikushokai: o mundo das feras! Jinkai: o mundo dos homens! Tenkai: o mundo do paraíso! Shurakai: o mundo dos semideuses! Sangue e carnificna! Você será forçado a lutar pelo resto da eternidade!") (Na verdade, todo o mangá de Saint Seiya provavelmente acontece no mundo dos semideuses.) De fato, muito de Saint Seiya acontece em uma espécie de mundo metafísico de poder transcedental, dor e porradaria. Esse tipo de coisa são o tempero principal de Saint Seiya, já que o contéudo artístico e a história da série são relativamente simples, consistindo mesmo apenas de caras que são parecidos uns aos outros, armaduras brilhantes, e lugares desolados e rochosos para eles lutarem. (Como Akira Toriyama em Dragon Ball Z, Masami Kurumada rapidamente percebeu que cenários interessantes são irrelevantes em mangás de luta, embora ele desenhe belos agrupamentos de estátuas e colunas gregas). Alguns dos personagens têm os poderes de vôo e teleporte, mas as distâncias talvez não sejam importantes do volume 7 em diante, onde descobrimos que os Cavaleiros de Ouro podem se mover na velocidade luz, 300.000km por segundo. Agora ISSO é que é aumentar poderes, e lembrem-se, nesse ponto da série ainda faltam 20 volumes até ela acabar. Por último, existem duas ferramentas tecnológicas sem as quais Saint Seiya não poderia ter existido. Uma delas é o videogame de 8-bits. Quando Seiya foi lançado em 1986, o Famicom (ou Nintendo Entertainment System) estava no mercado há alguns anos, mas você já pode ver uma roteirização inspirada em videogame para a "sequência de lutas" no roteiro de Seiya. Para derrotar o senhor do Santuário, Seiya e seus amigos precisam lutar por 12 Casas, uma após a outra. E, similarmente, a maneira como os personagens "sobem de nível", com suas Armaduras se transformando quando eles se tornam mais fortes, é obviamente inspirada em jogos. Outra das ferramentas mais eficazes de Kurumada é a humilde fotocopiadora. As batalhas em Saint Seiya não acontecem somente em salas; elas acontecem em cenários de espaço cósmico, imagens fotocopiadas e traçadas de planetas e estrelas de padrões de dar nó na cabeça. Quando os heróis enfrentam o vilão com mote budista Shaka, o cenário se enche de arte fotocopiada de mandalas Budistas. Foi provavelmente feito pra poupar tempo, mas o visual é incrível, fazendo parecer que você está lendo algum gibi independente ou zine ao invés de um mangá. E por último, a blasfêmia! Poucos mangás são tão completa e alegremente blâsfemos. Isso não era algo novo pra Kurumada: em seu mangá de boxe Ring ni Kakero de 1977-1981, que eu não li, haviam personagens gregos com nomes tirados dos deuses gregos e também alguns personagens com mote Europeu, como descreve a Wikipedia: "Kenzaki decide seguir uma carreira de Boxista Profissional agora que tem 17 anos. Kenzaki luta com o campeão mundial atual, Jesus J. Christ, que usa a técnica mais poderosa do mundo, a "Neo Bíblia". Mas antes que esta luta ocorra, Kenzaki é confrontado por Katori no caminho de ir para a luta pelo título, que está enfurecido pela maneira como Kenzaki está sendo distante de Kiku recentemente. Kenzaki consegue vencer, mas agradece Katori por lhe dar seu espírito lutador. Apesar de seus ferimentos, Kenzaki consegue vencer Jesus Christ." Kurumada não foi de maneira alguma o primeiro mangaka a fazer esse tipo de coisa; no ainda mais antigo mangá de luta livre de Ikki Kajiwara chamado "Tiger Mask", o lutador do título enfrenta um oponente Cristão maligno, chamado Cruz de Gólgota (Golgotha Cross). (Mas mais importante que isso, porque Ring ni Kakero não foi traduzido?! Não entendo essa! A 4Kids [que censurou One Piece] ia amar a série, não?) Mas Kurumada volta pra mais e mais. Por todo Seiya, ele mistura mitologia Grega e Cristianismo. (Para citar Shanenon de novo: "Religião de branco é tudo a mesma coisa, certo?") Pra ser justo, não são apenas essas duas culturas que são mangalizadas - como já mencionado, há vilões com temas budistas, e os lacaios de Hades são os 108 Espectros, um numero importante no clássico Chinês "Suikoden" - mas Cristianismo e Politeísmo Grego são os mais usados. O Regente (n/T: de certo a tradução americana para "Papa") de Atena, o senhor do "Santuário" e o vilão do primeiro arco de histórias, é explicitamente o Papa (especialmente na versão japonesa original); ele usa longos robes e uma imensa cruz em seu pescoço e caminha entre os civis dando a extrema unção para pessoas velhas que estão felizes em morrer com seus pecados removidos. Ser crucificado, ou pelo menos amarrado a uma cruz, é uma das torturas infligidas em Seiya e seus companheiros. O pai dos Cavaleiros, que fez a vontade dos deuses sendo um monstro cruel para suas crianças para que elas pudessem ser fortes (mesmo que no fundo, no fundo, ele fosse uma boa pessoa), lembra o Abraão biblíco sacrificando suas crianças. Finalmente, na saga de Hades, as ideias Cristãs e Gregas do inferno são inexoravelmente msituradas. E quando a poeira abaixo, na conclusão da saga, Seiya, o campeão de Atena, faz um discurso onde ele culpa os deuses por todas as mazelas da humanidade e essencialmente declara seu ateísmo ou antiteísmo. Em outras palavras, Saint Seiya está mais para o Fúria de Titãs de 2010 com sua mensagem "Humanidade - É isso aí, p*rra!" do que o original de 1981 onde (em maior fidelidade aos mitos gregos) os humanos são os desafortunados peões dos deuses. É uma mensagem bastante típica no mundo super-secular do mangá e do anime. (Incidentamente, existem pequenos grupos na Grécia hoje em dia que são devotados a reviver a religião Grega antiga, e alguns deles provavelmente odiariam Saint Seiya- um grupo protestou contra o uso de Atena como uma mascote nos jogos olímpicos de 2004 em Atenas.) Eu poderia gastar anos escrevendo sobre Saint Seiya, mas isso seria inútil. Uma maneira melhor de gastar esse tempo é lendo-o. Existem outros mangás shounen de luta que são mais sofisticados, mais espertos, melhores desenhados, mas talvez não haja nenhum outro que seja mais sincero. Saint Seiya é um sucesso pasteurizado, mas é perfeito em ser o que é. Artistas como Akira Toiryama e Yoshihiro Togashi tiveram que ser arrastados aos chutes e berros para fazerem mangás de luta, quando tudo que queriam era fazer mangás de comédia (e no caso de Togashi, mangás de horror), mas Masami Kurumada ama as lutas e amizade, as lágrimas e espirros de sangue e retículas com todo o seu coração. BONUS NA MATÉRIA: JESUS CRISTO em Ring ni Kakero! Link para o post Compartilhar em outros sites
Bruno Ogawara 2.994 Postado Dezembro 7, 2010 Compartilhar Postado Dezembro 7, 2010 Valeu pela tradução final, Shin. o/ Link para o post Compartilhar em outros sites
Visitante WAN Postado Dezembro 7, 2010 Compartilhar Postado Dezembro 7, 2010 Me emocionei /cry Sério, o cara diz que SS é o que é e ponto final! Sem rodeios! Link para o post Compartilhar em outros sites
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