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Saint Seiya Era Mitológica - Bloody War


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Capítulo 00 – Prelúdio de um conflito Há 175 anos atrás de uma data indefinida da Era dos Mitos, Poseidon, um deus que tinha uma fortaleza de tamanho grandioso de nome Atlântida, foi derrotado e lac

Caros leitores, comentaristas, amigos e colegas do fórum venho por este meio de texto de agradecimento, compartimento, elogioso e mérito agradecendo seu sucesso não individual, mas a par, estou a fala

Muito bom, estava com saudades de ler sua fic, sou suspeito a falar, pois já sabes que reconheço seu excelente trabalho na escrita, narrativa, enfim, tive a sorte de receber algumas instruções suas qu

Hey John!

Mais um capítulo interessante. A superação e a estratégia de Skalos foi algo marcante. o personagem, como todos os seus demais, foram bem trabalhados e desenvolvidos, o que justificou sua participação na batalha contra o Éforos.

Essa batalha teve um quê de previsibilidade, depois que Anteros ficou furioso. Sabíamos que ocorreria apenas uma das duas alternativas: ou Skalos seria destroçado, ou então apareceria alguém para salvar. No fim, a segunda opção (a mais clássica) foi escolhida pelo autor.

Falo em previsibilidade, pois é uma pena que os cavaleiros de prata/bronze tenham tão pouco destaque em CDZ. É nítida a inferioridade perante os cavaleiros de ouro, quanto mais aos deuses. Isso os torna, normalmente meramente secundários nos combates em qualquer obra adjacente. Pontos para ti que consegue dar um foco diferente para essas duas classes, dando poderes curativos para umas, ou outras habilidades para os demais. Além do mais, Skalos foi muito bem trabalhado, o que é outro ponto positivo.

Eis que chega uma dupla para salvar Skalos: O cavaleiro de Peixes (uhuul) e a de Equulos. Os dois já mostram uma relação afetiva e, peço perdão, mas eles já tiveram algum destaque antes? É falha minh anão lembrar, ainda mais em uma fanfic longa a qual eu não estou conseguindo manter regularidade de leitura devido aos meus afazeres.

Peixes ficará para enfrentar, o que me leva a pensar que ele encontrará seu fim da mesma maneira que o cavaleiro de ouro de Gêmeos quando encarou Deimos.

No entanto, a técnica dele me deixou bem empolgado. Foi uma variação muito interessante para as habilidades de Peixes, fugindo um pouco do clássico, Lost Canvas e outras obras, mas mantendo a questão das plantas.

Estou louco para ver as Hespérides (particularmente adoro essa parte da mitologia). Vamos ver como tratarás.

É isso! Abraços

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Hey John!

 

Mais um capítulo interessante. A superação e a estratégia de Skalos foi algo marcante. o personagem, como todos os seus demais, foram bem trabalhados e desenvolvidos, o que justificou sua participação na batalha contra o Éforos.

 

Essa batalha teve um quê de previsibilidade, depois que Anteros ficou furioso. Sabíamos que ocorreria apenas uma das duas alternativas: ou Skalos seria destroçado, ou então apareceria alguém para salvar. No fim, a segunda opção (a mais clássica) foi escolhida pelo autor.

 

Falo em previsibilidade, pois é uma pena que os cavaleiros de prata/bronze tenham tão pouco destaque em CDZ. É nítida a inferioridade perante os cavaleiros de ouro, quanto mais aos deuses. Isso os torna, normalmente meramente secundários nos combates em qualquer obra adjacente. Pontos para ti que consegue dar um foco diferente para essas duas classes, dando poderes curativos para umas, ou outras habilidades para os demais. Além do mais, Skalos foi muito bem trabalhado, o que é outro ponto positivo.

 

Eis que chega uma dupla para salvar Skalos: O cavaleiro de Peixes (uhuul) e a de Equulos. Os dois já mostram uma relação afetiva e, peço perdão, mas eles já tiveram algum destaque antes? É falha minh anão lembrar, ainda mais em uma fanfic longa a qual eu não estou conseguindo manter regularidade de leitura devido aos meus afazeres.

 

Peixes ficará para enfrentar, o que me leva a pensar que ele encontrará seu fim da mesma maneira que o cavaleiro de ouro de Gêmeos quando encarou Deimos.

 

No entanto, a técnica dele me deixou bem empolgado. Foi uma variação muito interessante para as habilidades de Peixes, fugindo um pouco do clássico, Lost Canvas e outras obras, mas mantendo a questão das plantas.

 

Estou louco para ver as Hespérides (particularmente adoro essa parte da mitologia). Vamos ver como tratarás.

 

É isso! Abraços

 

 

Yo Nikos boy!

 

Skalos é estratego porque faz de uma forma mais fria, lógica e racional e nunca entra no campo das emoções como forma de seu estilo de combate.

 

Sim teve, não nego isso e como tal, Anteros não poderia ser derrotado ou até mesmo humilhado por um mortal, mesmo que este veste o manto de prata, se um prateado vencesse um deus do nível de poder de Anteros seria algo muito forçado ou até ilógico, mas nada como uma ajuda de um artefato ou mesmo a apoio da deusa Atena que ele não conseguisse, se a sua Armadura de Prata atingisse o nível divino, aí as hipóteses seriam outras e não quero entrar neste campo. A morte dele era mesmo garantida.

 

Skalos fez um excelente trabalho, enfureceu um deus, sobreviveu e está vivo,é um grande feito para um Cavaleiro de Prata, por vezes basta estar vivo e não morrer como herói ou mesmo um guerreiro suicida, algo que o Skalos não é destas duas coisas.

 

Prata deve ser algo mais do que isso, mesmo que a série oficial não mostra, eu farei o melhor sobre eles.

 

A primeira aparição de Egle de Pisces foi durante a reunião dourada, a da Epona ou Phyllipa de Equuleus foi no arco da Amazonomaquia e depois houve um capítulo que explorava a relação deles com base numa dívida do passado, pois a minha fanfic é muito longa e é normal que se perda um pouco.

 

Quanto a isso, vais descobrir pelos teus próprios olhos, mon ami.

 

Inicialmente, Egle tinha sido esboçado para ser distinto de qualquer Peixes alguma vez apresentado na série, seja no canónico ou spinoff.

 

Espero que gostes da habilidade dele e como pode ser muito útil até.

 

Igualmente, abraços!

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Capítulo 127 Não vou desistir

 

Do solo brotou raízes enormes e verdejantes que nasceram num ápice um jardim feito pela vontade do seu dono, Egle, o Cavaleiro de Pisces, era o arquiteto e jardineiro da sua própria habilidade, a Hesperides Garden (Jardim das Hespérides).

 

Anteros estava maravilhado com a produção inédita de um mortal, ele que desdenhava os mortais pelas suas falhas. Tinha uma opinião diferente sobre este, no entanto pairava uma dúvida teimosa na sua mente: era uma ninfa Hespéride?

 

- Anteros, o que faz um Erote como tu no comando do Miaiphonos Ares em vez da Symmakhia Afrodite, prefere servir a destruição em vez de propagar o amor da sua mãe? Perguntava Egle ao crer saber da razão dele.

 

Vários roseirais nasciam ao redor do Cavaleiro variando as cores como vermelho, branco, negro, amarela e até azuis. Não tinham espinhos pontiagudos, pois vinham do desejo do seu criador, Egle cheirava cada uma delas ao deliciar com este perfume, enquanto o deus ponderava a origem dele, seria uma ninfa com a aparência de um homem ou mesmo uma divindade por conta da energia cósmica que emanava da Armadura de Ouro.

 

- O manto vermelho como sangue e igual a esta rosa, prova que o amor e o ódio são semelhantes em contexto de conquista, porém não existe um sem o outro. És o significado do contrário do amor ou amor que voltou, mas eu questiono o que és realmente. Declarava Egle as suas palavras em crer entendê-lo.

 

O Eforos-mor sorria, ele jamais pensou que um simples mortal pudesse saber tanto sobre ele, aliás o Cavaleiro foi o primeiro e ele se sentia honrado, não o suficiente para poupar a vida dele que atravessou no caminho, uma pedra a ser eliminada.

 

- Não sei nada sobre ti, Cavaleiro. Declaras com esta prepotência que sou indeciso e duvidoso em quem sigo, agora eu te interrogo: que ser és tu? Um infante das ninfas Hespérides e qual das sete mães é a tua ou até das três deusas e o teu pai é um deus ou um mortal simplório, muito misterioso, não achas?

 

Pisces não se irritou com a língua venenosa dele, ele sabia por um lado que estava a falar sem ter o devido conhecido da sua origem, ignorava quem seria seu pai biológico e a sua mãe até, nada disso era relevante para ele, pois quem o criou e educou foi a própria Atena como podia a quem Egle tem o direito de a chamar de mãe e um grande respeito pelo Eklegetai que o vê como a sua figura paternal.

 

- Vou começar pelo meu nome, Egle. Apresentou-se ao tirar uma rosa negra contra o ombro dele que fez um corte limpo e ainda uma ferida superficial. Em seguida pelo meu posto, Cavaleiro de Ouro de Pisces. Lançou uma outra negra no centro da perna que atingiu a veia femoral. E ainda o meu título, o Filho das Rosas.

 

A terceira que disparou foi uma vermelha, temendo que fosse atingido de novo, ele destrói a rosa com o punho direito, as pétalas dissiparam e o pó se espalhou e com as feridas em aberto, ele se sentia tonto e sonolento.

 

- O que me fizeste, seu maldito? Traiçoeiro e

 

Desmaiou Anteros de imediato ao ceder pelo veneno das rosas.

 

- Sobrestimaste os mortais e este erro custou-te caro e agora, o selo da Mater Atena fará com que fiques quieto por um bom tempo. Afirmou Egle ao estar certo da sua vitória.

 

O impensável aconteceu, Eforos-mor agarrou no braço direito dele e num rápido movimento que nem um relâmpago, ele prendeu o Cavaleiro pelo pescoço com a esquerda e da direita retirou uma adaga escondida entre as articulações da sua Theo Oplo.

 

- Foste muito imprudente e arrogante, Cavaleirinho! Sabes, eu faço de tudo para vencer e qualquer que meio que eu busco é uma vitória ou conquista e a tua cor do teu sangue irá contar a verdade sobre ti, Egle. Confesso Eforos-mor das suas artimanhas.

 

A situação estava muito má para o guardião da última casa do zodíaco, ele se debatia e aumentava o cosmo que surgiu o símbolo celta nas costas do manto dourado que chamou a atenção do inimigo, as raízes atingiram o solo violentamente em defensa do seu criador, porém o filho de Afrodite rasgava a pele com um prazer sádico, as dores que ele sentia eram diferentes e mais fortes do que um homem sentia, em vez de sangue escarlate sair das veias, se via uma camada viscosa verde que era semelhante às flores que sofriam um golpe. As raízes desistiram e o famoso jardim perdia a sua força e murchava.

 

- Então este é o teu segredo nojento, um homem planta. A tua existência é um perigo até para mim, uma pena que não sejas tão ardiloso como eu, porém estou disposto a poupar a tua vida em troca da traição, sabes eu sou um deus da desunião e é o meu trabalho persuadir aos mortais a escolherem o lado mais vantajoso, então? Encorajava Anteros.

 

- Nunca! Rejeitou Egle por completo.

 

- Tem calma, pensa com cuidado e sem pressas. Enquanto, eu te apoio com mais cortes e feridas, homem planta. Incentiva o deus com um prazer sádico em maltratar o pobre Cavaleiro indefeso.

 

Os gritos de dores e a força mental que Egle aguentava era digno da sua resiliência como ser, porém tudo tinha um limite.

 

- Vou parar por um bocado, quero saber uma coisa: este símbolo que vi é celta, serves uma deusa do panteão das terras helénicas e usas uma de outro reino, isso não é o mesmo que trair a tua amada deusa, não és tão diferente do Canis Major e da Pavo, Egle! Apontou Anteros com a sua curiosidade.

 

- Não sabes o que é gratidão, ela salvou a minha vida. Diferente de ti, não vejo diferença e procuro união entre pessoas distintas e não pretendo desunir ninguém, a Mater Atena representa isso e sou seguir o seu exemplo. Respondeu Egle convicto. Adhara e Oculus mudaram de lado por causa de ti, seu maldito.

 

- Estás muito enganado, eles é que decidiram por si só. Eu apenas os incentivei a verem as coisas por um lado diferente, os Cavaleiros são unilaterais e pensavam que são os únicos certos na sua demanda, ou melhor dizendo cegos e egoístas. Estava esquecendo de algo, aquela guerreira que estava contigo, o que achas que vai acontecer se eu a convidar para o lado do Obrimos Ares? Perguntava Eforos-mor com malícia.

 

O Cavaleiro não gostou da ideia dele, aumentou o cosmo de modo incrível que superou o de Anteros por uns instantes e o soltou, concentrou a sua energia nos punhos e socou sem descanso contra o rosto do deus, perdido no seu acesso de raiva.

 

De longe, a Epona podia sentir o cosmo furioso de Egle. Estava preocupada com ele, mas sabia que entrar no contacto da Hesperides Garden (Jardim das Hespérides) podia significar a sua morte, ela não arriscaria algo assim tão desnecessário, porém uma razão ilógica falava mais alto: o amor.

 

- Onde vai, Equuleus? Perguntava Skalos inquietado.

 

- Ter com o meu amor. Respondeu ela sem preocupação na sua língua.

 

- É melhor não, Anteros não é um adversário fácil de subjugar, pois é um deus e o Lorde Egle não está…

 

- Não o conheces tão bem como eu para o falares assim! Gritou Epona ao contrariá-lo.

 

- O mesmo se aplica para Anteros, sentes é amor por ele? Pensei que isso era proibido haver entre os integrantes do exército da deusa

 

- Eu sei não me importo com isso tudo o que quero é ele e mais ninguém

 

Os passos foram impedidos por uma muralha de gelo grossa e bem espessa, mesmo que os braços de Skalos estivessem bem feridos e partidos, a sua vontade em aplicar o cosmo era bem admirável de se ver.

 

- Sê razoável ele como Cavaleiro tem mais hipóteses de

 

O cosmo da Amazona de Bronze se elevou a um nível surpreendente, tão surpreso ao mostrar a luz de ouro que despedaçou a muralha do gelo eterno com o punho direito, determinada e teimosa.

- Nunca amaste alguém, Corona Boreal? Perguntava a Amazona retoricamente.

 

Para Skalos a questão não o afectava ou mexia com tudo o que ele acreditava ou sabia, pois ele era sempre racional e muito calma, aprendendo a lidar com situações delicadas. Sendo muito pragmático, mas ele não entendia as atitudes e ações da sua colega de hierarquia inferior, persistiu na ideia de impedir ao prender os pés pela terra usando uma cada grossa de gelo que a prendiam até à cintura, ele congelou os membros superiores, evitando que a temperatura gélida destrui-se a Armadura de Bronze.

 

- Não sei do que falas no entanto, sei que estás a precipitar e a tua vida correrá um risco grande ao entrares lá, apenas o inevitável irá acontecer achas que o Senhor Egle ficará contente com os teus impulsos irracionais? Questionava Skalos de modo a persuadi-la.

 

Ela não queria saber dos juízos racionais dele, usou seus braços congelados para se livrar do gelo, ela era muito determinada e teimosa, o sucesso era imediato e estava prestes a libertar-se.

 

- Se me impedires mais uma vez que seja, eu vou matar-te! Ameaçou Philippa muito séria.

 

Ele não deu ouvidos e mesmo com o braço maltratado e ferido, ele aplicou a técnica Gran Kolitso (Grande Círculo de Gelo) nela e desta vez foi com sucesso, ela era incapaz de se mexer.

 

- Não encaro a tua ameaça com seriedade, Amazona percebo que estejas sobre emoção e incapaz de ver como eu

 

- Porque me fazes isso?! Tens medo, seu cobarde?! Interrogou ela com gritos.

 

- Apercebi que era muito arrogante e fraco contra um deus como Anteros e da forma como lutei foi muito arriscada e não estava ciente de um resultado óbvio

 

- A minha opinião não mudou sobre ti, és um cobarde! Liberta-me imediatamente, se não o fizeres eu mesmo farei

 

Ela se esforço para se livrar do círculo gélido, porém sem sucesso algum.

 

- Não adianta para conseguires tinhas de fazer uma contramedida ao baixares a temperatura da minha e sei que não és capaz de manipulares o gelo como eu

 

- Por favor deixa-me ir - Suplicava a Amazona com as suas lágrimas tristes e sinceras que escorriam por debaixo da máscara.

 

O Cavaleiro de Corona Boreal não entendia mesmo nada, porém ele fazia o que achava o mais certado possível, aplicando a razão e a lógica, porém desconhecia os aspectos da emoção humana e do que ela sentia, ele era forte o suficiente para não ceder sobre chantagem emocional.

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  • 3 meses depois...

Olá saint!

Li o Capítulo 127.

Achei que o capítulo prometeu bastante, mas deu uma queda de rendimento no final. Não que o drama de amor não seja algo interessante para se por em uma história. O problema é que mal conhecemos a personagem e a justificativa para esse amor. Isso não permite que criemos uma grande empatia pela mesma e os sentimentos dela são como de qualquer outro personagem genérico. Se os personagens tivessem sido mais bem trabalhados anteriormente, ou mesmo citados, bem como a referência ao amor, essa parte se tornaria mais emocionante e impactante.

Em relação ao capítulo, o destaque para mim é sempre Anteros com sua língua afiada, criando intrigas. Gostei da parte quando ele referenciou que Oculus foi para ele porque quis e não necessariamente por culpa dele próprio.

O confronto foi interessante, mas esperava mais do jardim de Hespérides. Além do mais, ele foi interrompido pelo drama que citei no primeiro parágrafo, o que prejudicou a imersão. A ideia foi boa, eu entendi justamente o que fizesse e imagino que terá um bom desfecho, mas acabou sendo um anti-clímax.

Aliás, não entendi o "amor por Anteros"

O Cavaleiro de Coroa Boreal foi bem trabalhado também. EU me lembro dele até, já foi citado algumas vezes, mas agora conhecemos maisde sua personalidade fria. Será que é que nem o Camus, que só fala pros outros serem, mas não consegue ser?

Gostei da maneira como ANteros enganou o peixes, mas foi um pouco clichê. Clichezinhos sempre são agradáveis, na medida certa.

E essa parte de ele ser meio planta... Me lembra muito as ninfas e suas origens com a natureza. A própria Psâmate, da minha fic tem essa característica. Interessante e... bem mitológico.

No mais é isso Saint! Abraços

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Olá saint!

 

Li o Capítulo 127.

 

Achei que o capítulo prometeu bastante, mas deu uma queda de rendimento no final. Não que o drama de amor não seja algo interessante para se por em uma história. O problema é que mal conhecemos a personagem e a justificativa para esse amor. Isso não permite que criemos uma grande empatia pela mesma e os sentimentos dela são como de qualquer outro personagem genérico. Se os personagens tivessem sido mais bem trabalhados anteriormente, ou mesmo citados, bem como a referência ao amor, essa parte se tornaria mais emocionante e impactante.

 

Em relação ao capítulo, o destaque para mim é sempre Anteros com sua língua afiada, criando intrigas. Gostei da parte quando ele referenciou que Oculus foi para ele porque quis e não necessariamente por culpa dele próprio.

 

O confronto foi interessante, mas esperava mais do jardim de Hespérides. Além do mais, ele foi interrompido pelo drama que citei no primeiro parágrafo, o que prejudicou a imersão. A ideia foi boa, eu entendi justamente o que fizesse e imagino que terá um bom desfecho, mas acabou sendo um anti-clímax.

 

Aliás, não entendi o "amor por Anteros"

 

O Cavaleiro de Coroa Boreal foi bem trabalhado também. EU me lembro dele até, já foi citado algumas vezes, mas agora conhecemos maisde sua personalidade fria. Será que é que nem o Camus, que só fala pros outros serem, mas não consegue ser?

 

Gostei da maneira como ANteros enganou o peixes, mas foi um pouco clichê. Clichezinhos sempre são agradáveis, na medida certa.

 

E essa parte de ele ser meio planta... Me lembra muito as ninfas e suas origens com a natureza. A própria Psâmate, da minha fic tem essa característica. Interessante e... bem mitológico.

 

No mais é isso Saint! Abraços

 

Yo Nikos.

 

Obrigado pelo leres e teres comentado este capítulo.

 

Compreendo o que queres dizer, agradeço por esta tua sinceridade e apontares o defeito que encontraste no capítulo, sabes nunca tinha pensado tanto em desenvolver o amor que a Philipa ou Epona de Equus ter desenvolvido pelo Egle de Pisces, ele demonstra é o sentimento de gratidão em vez do amor, Philipa confunde isso por amor, pois ela é uma erotomaníaca, no sentido mais leve do que obsessivo, embora a sua atitude perante o seu colega de hierarquia superior tenha demonstrado o contrário.

 

Anteros vês os mortais como natureza dúbia, porém consegue extrair o que "há de pior neles" ao tornar mais forte a "decisão" deles.

 

O Jardim das Hespérides está pedente do cosmo do seu portador, é como se fosse o próprio organismo dele e contra um deus como Anteros sendo traiçoeiro não podia fazer melhor.

 

Referia o amor por Anteros, como um deus que vinga os mortais que sofrem por perdas de amor, na minha versão ele é corrompido e maligno.

 

Skalos é mesmo frio, não tem semelhanças com Camus ou Degel, apenas ficou surpreendido com a determinação da Amazona de Equus.

 

Anteros não perde seu jeito de maneira alguma.

 

Egle é mesmo um homem planta, muito diferente em termos de "funcionamento interior de um organismo" quase como uma planta.

 

Muito obrigado, até à próxima e abraços, mon ami!

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Capítulo 128 O salvador

 

As coisas estavam bastante difíceis para os Cavaleiros, Egle estava à mercê do impiedoso e sádico Anteros que o torturava ao cortar a sua pele expondo as suas feridas que causavam muito sofrimento.

 

Skalos mantinha a impulsiva e emotiva Philippa presa pela sua própria segurança, enquanto ele estava sentado com seus braços desfeitos e ensanguentados, apesar da situação precária, ele sabia manter a calma e o raciocínio em prática da maioria.

 

Um rasgar dos céus aconteceu ao ouvir um raio violento que se encontrava na entrada do quartel general de Atena.

 

- Um raio do Keraunios Zeus? Aqui? Questionava o Cavaleiro de Prata.

 

Momentos atrás

 

Próximo da entrada do Santuário, as Amazonas, Hodierna de Vulpecula e Phach de Columba, lutavam bravamente e em peso contra os dois Agoges, Damásio de Fogo Grego e Dirceu de Catapulta, ambos eram membros do Pelotão de Lonchi, a sua sede pela destruição e sangue afectava no plano elaborado para as vencer, eles preferiram brincar com elas.

 

- Temos de acabar com eles! Advertia a Amazona de Vulpecula.

 

- Eu sei! Mas não podemos ser descuidadas, eles mantenha distância entre nós! Observava Phach pela estratégia deles.

 

Os Agoges agiam em equipa, pois seus ataques combinavam, Damásio incendiava rochas e madeiras com a sua técnica: Hygron Pyr (Fogo Líquido) e Dirceu com os seus acessórios acoplados na Oplo que auxiliava muito, a Petres Stamna (Lançador de Pedras), o solo e as paredes da entrada para o Santuário estavam destruídas, o mais estranho era que o fogo não se extinguia.

 

- Podemos ficar aqui todo o dia e nunca nos cansamos de fazer isso! Ria-se Dirceu ao troçar delas.

 

Columba especulava de uma tática para aproximar do duo, a única seria alguém bem rápido e forte em termos de combate a curta distância, um lutador nato para pancrácio.

 

- Estou cansada de fugir destes homens cobardes, vou na frente, Columba! Avisou Hodierna da sua iniciativa.

 

A sua companheira compreendeu a sua atitude, ela saltou para cima bem alto e com um aumento cósmico abriu os braços como estivesse a alcançar os ventos para voar ao executar a técnica: Gale of Feathers (Ventania de Penas), criando duas asas cósmicas foram desfeitas ao converter em penas de pura energia disparadas como projeteis contra os Agoges, a ideia era de distração, porém foram apontadas nos olhos dele, eles protegeram bem.

 

- Eu estou aqui! Carnage Claws (Garras Carniceiras)

 

As garras extensíveis da manobra da Armadura cresceram pelo desejo do seu portador, com rapidez mortal que superava a média da velocidade do som foram capazes de uma grande proeza, as armas não foram bem-sucedidas porque Damásio conseguiu imobilizar a Amazona de Vulpecula com uma manobra de pancrácio.

 

- Gosto de ti, guerreira! Pareces muito com uma de nós, o problema é que está no lado errado e - Interrompeu o Agoge do Fogo grego ao tocar no corpo dela que estava desprotegido.

 

Ela se mexia e bem que tentava escapar, não conseguiu pois estava sobre o peso dele que servia de forma a manter presa.

 

- Eu nunca estive com uma mulher, para além da minha mãe, não conheço bem como é o corpo de uma, a vida de um guerreiro é muito curto e intensivo, os prazeres ainda não tive e vou aproveitar e tu não queres fazer o mesmo? Revelava Damásio ao mostrar a intenção de a violar em pleno lugar de batalha.

 

- Vulpecula!

 

O Agoge da Catapulta interferiu ao jogar uma pedra grande contra a Columba, ela se desviou.

 

- Esqueceste de mim? Perguntava Dirceu um pouco incomodado.

 

Phach estava muito inquieta e preocupada com o bem-estar da sua amiga, ela não propriamente uma guerreira no sentido definido da palavra, a situação exigia muito que a Amazona fosse forte e poderosa para a salvar.

 

A pobre Hodierna gritava, gemia e pronunciava palavrões.

 

- Começo a gostar de ti, mas primeiro vou tirar esta máscara que quero ver o teu rosto. Falou Damásio.

 

A máscara foi removida, a expressão da Hodierna revelava de uma mulher furiosa com mistura do medo, ela cuspia na cara dele.

 

- Vou partir os teus braços e pernas para me assegurar que não causa problemas! Respondeu o Agoge.

 

Ele pressionou a sua força física contra ela que segurava o braço que a imobilizou, as dores que ela sentiu eram preocupantes, ela se entregava ao seu desespero. Dentro da sua mente parecia pronta para desistir, o Sopro de Mãe das Trevas que estava a despertar na forma cósmica dela como uma sombra que se livrou de ser violada.

 

- Afasta-te de mim, seu porco imundo! Monstrous Claw (Garra Monstruosa)

 

Hodierna executou a sua técnica na mão direita com um cosmo poderoso e ainda potenciado pelo Sopro de Mãe que a ajudou imenso, a garra ganhou proporção em tamanho e conseguiu destruir a zona abdominal e ainda ferir o Agoge que se distanciou tarde, porém sobreviveu pelo seu instinto.

 

- Sua rameira! Injuriou Dirceu ao tirar uma pedra pesada contra ela pelas costas.

 

Ela foi salva por uma pessoa que desconhecia, a pedra foi desfeita por um soco direito potente, o seu protector foi

 

- O que fazes aqui, Axel?! Seu traidor! Falou Dámasio.

 

Hodierna estava de costas para ele, um terceiro Agoge surgiu e por uma estranha razão ela se sentia segura com ele, dando motivos para confiar nele como um aliado e um traidor para os seus, o Sopro de Mãe foi quem a convenceu disso, senão fosse ela desconfia e o atacaria sem hesitar.

 

- Estás bem, guerreira da Eryma Atena? Perguntava Axel interessado.

 

A Vulpecula acenou com a cabeça para ele sem tirar os olhos do adversário, estava curiosa pelo motivo de ele estar a ajudar.

 

- Sei que é muito estranho e que devemos ser inimigos, eu não acredito e nunca fui fiel a Andreiphontes Ares, vou usar a minha força para que saíam vitoriosas! Expressou Axel.

 

- Depois falámos, Agoge! Respondeu Hodierna que se encontrava livre, mas mais furiosa e magoada. Quero saber uma coisa antes, encontraste com o arrogante Vougan e outros como o Senhor Egle e a Epona de Equuleus?

 

- Sim, os dois solicitaram que eu os ajudasse, os Cavaleiros confiam tanto assim nos seus adversários? Interrogou Axel.

 

Ela sabia que isso seria típico do Cavaleiro de Pisces, pois ele sempre preocupou com o bem-estar dos seus colegas tanto da sua hierarquia como a inferior.

- O mais perigoso é Dirceu, o seu fogo não é normal, ele nunca se apaga e nem mesmo com água, é uma sorte que não tenham sido atingidas. Avisava Axel da habilidade do seu ex companheiro.

 

- Eu estou ouvindo, seu traidor! Vou começar por ti, Hygron Pyr (Fogo Líquido)

 

Agoge do Fogo grego criava cosmicamente um líquido das suas mãos que incendiava um fogo vermelho negro, ele disparava vários dele com as mãos, Axel e Hodierna tomava a distância segura dele, Axel tinha experiência em termos de esquivar e contra atacar com fortes e curtos socos direitos, jabs e uppercuts no rosto dele, porém o cosmo escarlate de Dirceu aumentava ao crescer para o nível mais perigoso e imprevisível de todos, Berserker.

 

A Vulpecula aproveitava para golpear na zona desprotegida com as suas Carnage Claws (Garras Carniceiras), não surtia efeitos por conta do estado de loucura enraivecida que fazia com que a dor fosse inexistente e os níveis de adrenalina ao máximo.

 

- É necessário acabar com ele com toda à força, Gatling Gun Fists (Punhos da Metralhadora)

 

Aproveitou para golpear uma chuva de socos contra o Dirceu nas zonas onde a Oplo estava mais fraca e pedaços caíam, estando cada vez mais desprotegido, Hodierna se surpreendia com a força dele.

 

Do outro lado, Phach continuava a distraí-lo com a sua técnica e ele contra atacava com pedras à distância, para a sorte dela apareceu um homem de aparência robusta e resistente que vestia a Armadura de Prata.

 

- Senhor Cetus? O que faz aqui? Perguntava Phach surpreendida.

 

- Estou aqui para eliminar os homens do Miaiphonos Ares e prevenir que a Mater Atena tenha mais baixas. Respondeu Cetus com um ar confiante.

 

O Cavaleiro de Prata Kaitos desenrolou o pergaminho que continha as técnicas que Aposafi o tinha passado, invocou seu cosmo prateado ao ver uma delas:

 

- Invoco Phaenomena (Coisas que surgem)!

 

Vários fenómenos naturais saíram do pergaminho na voz do seu portador aguardavam a ordem.

 

- Apareça Aktina (Raio) do Astrapaios Zeus! Ordenou Kaitos.

 

Todo o céu ficou escuro com nuvens carregadas com raios fortes que provocavam as trovoadas e depois os raios, dois deles agiram Axel e Phach, embora tenha sido por três segundos que durou, os seus estragos foram muito severos ao destruir a Armadura de Columba e a Oplo de Gauntlet.

 

- O que eu fiz?! Perguntou Kaitos para si próprio.

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Li mais um capítulo

O capítulo focou no duelo que tinha sido esquecido até então heheheh. Aqui vai uma dica pra ti Saint, que eu aprendi também na marra e que erro muito na minha fic:

Dependendo do objetivo e da forma como publicarás a tua história, alguns pormenores devem ser seguidos.

Se é uma história periódica, com um capítulo por vez, torna-se complicado ignorar alguns núcleos ou mesmo fazer duas batalhas ao mesmo tempo e dedicar alguns capítulos para uma e só depois voltar apara as outras.

Se é uma história única, lida do iníico ao fim de uma só vez (eu acabei fazendo isso com a minha fic: escrevi como um livro e publiquei periódico = meu erro), é bom dedicar-se ao máximo em cada ponto do arco, para não prejudicar a imersão.

Agora fecho meus parênteses e vamos ao capítulo.

Gostei dele em si, de forma isolada. Mostrou mais os cavaleiros de prata combatendo, de diferentes foramas com os agoges. A parte do quase estupro foi realmente muito pesada! Deu agonia e eu fiquei com medo de ela ser violada (sério! Ponto pra ti por isso)

Os confrontos foram interessantes e o desfecho ligou bem com o início do capítulo.

Agora vou abrir outro parêntese:

Eu achei que o capítulo foi bom, mas senti falta da interação maior entre os personagens. Não consegui ver um cenário definido e um laço entre todos os que estavam na cena. Parecia que cada um estava fazendo uma coisa e não se importava com o destino do outro. A Phach mostrou rapidamente agonia na hora da violação mas não achei o suficiente.

Gostei do Axel, esse nome me lembra o jogo da SEGA: Street of Rage (marcou minha infância). Eu acho que ele tem mais alguma coisa além desse salvamento. Talvez uma ligação com um dos cavaleiros de ouro.

A intervenção final de Kaitos foi ótima! Reviravolta na trama!

No mais é isso Saint, abraços

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Li mais um capítulo

 

O capítulo focou no duelo que tinha sido esquecido até então heheheh. Aqui vai uma dica pra ti Saint, que eu aprendi também na marra e que erro muito na minha fic:

 

Dependendo do objetivo e da forma como publicarás a tua história, alguns pormenores devem ser seguidos.

 

Se é uma história periódica, com um capítulo por vez, torna-se complicado ignorar alguns núcleos ou mesmo fazer duas batalhas ao mesmo tempo e dedicar alguns capítulos para uma e só depois voltar apara as outras.

 

Se é uma história única, lida do iníico ao fim de uma só vez (eu acabei fazendo isso com a minha fic: escrevi como um livro e publiquei periódico = meu erro), é bom dedicar-se ao máximo em cada ponto do arco, para não prejudicar a imersão.

 

Agora fecho meus parênteses e vamos ao capítulo.

 

Gostei dele em si, de forma isolada. Mostrou mais os cavaleiros de prata combatendo, de diferentes foramas com os agoges. A parte do quase estupro foi realmente muito pesada! Deu agonia e eu fiquei com medo de ela ser violada (sério! Ponto pra ti por isso)

 

Os confrontos foram interessantes e o desfecho ligou bem com o início do capítulo.

 

Agora vou abrir outro parêntese:

 

Eu achei que o capítulo foi bom, mas senti falta da interação maior entre os personagens. Não consegui ver um cenário definido e um laço entre todos os que estavam na cena. Parecia que cada um estava fazendo uma coisa e não se importava com o destino do outro. A Phach mostrou rapidamente agonia na hora da violação mas não achei o suficiente.

 

Gostei do Axel, esse nome me lembra o jogo da SEGA: Street of Rage (marcou minha infância). Eu acho que ele tem mais alguma coisa além desse salvamento. Talvez uma ligação com um dos cavaleiros de ouro.

 

A intervenção final de Kaitos foi ótima! Reviravolta na trama!

 

No mais é isso Saint, abraços

 

 

Yo Nikos!

 

Muito obrigado por teres lido tão atempadamente este tão recente capítulo publicado.

 

Agradeço-te imenso pelas tuas dicas mais elaboradas que me deste no facebook, tentarei fazer o melhor nos próximos que escrever.

 

Tento dar o destaque merecido para os Cavaleiros de Prata, têm ficado esquecido e sumidos na trama, na parte da violação não quis que chegasse até ao ponto de começar, pois eu abomino isso imenso e nem mesmo numa fic ou história fictícia consigo ver isso.

 

Entre Columba e Cetus nunca foram apresentados um para o outro de forma tão aberta e simples, pois nesta era as Amazonas de Atena nem tinham uma grande aproximação com os homens, somente algumas delas é que sentiam admiração e amor que escondiam e reprimiam isso.

 

Sempre gostei do nome de Axel, já joguei Street of Rage e a sua trilogia, sendo para mim, o segundo favorito, Axel é como Avalon, porém ele não hesita em matar e odeia combates e matanças desnecessárias.

 

Kaitos o vai surpreender-te e muito.

 

Muito obrigado novamente Nikos, retribui os abraços para ti, mon ami!

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  • 3 semanas depois...

Capítulo 129 Lutar pelos erros

 

Os dois raios executados pela Phaenomena (Coisas que surgem) atingiram as duas erradas, Axel de Gauntlet e Phach de Columba, pelo responsável Cavaleiro de Prata de Cetus.

 

Ele colocou as mãos à cabeça de como tinha sido fraco ao ponto de depender de um pergaminho que ele tinha obtido sem saber como, perguntando em brandos, gritos e choros de como fez algo assim tão imperdoável.

 

O Agoge de Catapulta ria-se como um louco pela sua sorte inesperada como também pela burrice do Cavaleiro, agarrou pelo pescoço dela, Phach estava muito mal tratada, tinha dois terços do seu corpo queimado estando exposta sem a sua Armadura de Bronze, era um milagre que ela estava viva.

 

- Senhor Cetus - Falava Phach com muita dor ao tossir sangue.

 

- Ainda está viva? Para uma guerreira inferior, é muito resistente e uma pena que não possa experimentar o corpo que era muito lindo, deve haver mais por aí! Comentava Dirceu da condição dela.

 

Cetus olhou para o Agoge e viu o que ele estava a fazer, numa velocidade vertiginosa e com uma grande preocupação, ele socou seu adversário com uma das suas técnicas a Mystceti Ble (Baleia Azul), criando a força de uma baleia que destruiu parte do peitoral da Oplo da Catapulta, devido ao impato, Dirceu larga a Amazona caída e Cetus impediu de a cair ao pegá-la com gentileza.

 

- Columba!! Por favor, responde! Columba!! Implorava o Prateado a chorar pelo seu erro.

 

Os raios continuavam a cair, os estragos eram bem visíveis e um bem grande e poderoso pretendia atingir Cetus, quando se deu conta, era tarde demais para escapar.

 

Salvo por um mísero segundo por uma mão erguida que atraiu todos os raios e convertendo-os em sua energia cósmica.

 

- Aquila! Revelou Cetus o nome da sua salvadora.

 

Lagash, a Amazona de Prata, chegou a tempo que tinha sentido os raios a surgir pelas nuvens de uma maneira muito suspeito e anormal.

 

- Cetus, entrega-me a Amazona de Columba, rápido! Priorizou Lagash num tom de preocupação e sem perder tempo.

 

Ele assim o fez, um enorme pedregulho vinha na direção das duas, Cetus colocou à frente delas usando uma técnica defensiva Water Barrier (Barreira Aquática) que protegeu-as e ele estava muito furioso com a atitude cobarde do seu adversário.

 

- Como te atreves a atacar-nos pelas costas?! Vou acabar contigo, Agoge! Prometeu Cetus.

 

Antes ele estava triste e ressentido pelo que fez, agora todos seus sentimentos e emoções mudaram perante o contexto, ele era um homem muito influenciado pelo ambiente emocional tanto interno como externo, um guerreiro de emoções. A técnica dele a Water Barrier (Barreira Aquática) estava ativada pela sua vontade de usar como uma segunda defesa, além da sua Armadura.

 

- És um tolo ingénuo, Cavaleiro! Numa guerra como esta, qualquer oportunidade é um meio que justifica vencer, além disso não foste o responsável por atingires esta mulher e o traidor ou estou mesmo enganado? Perguntava Dirceu em retorica.

 

A sua própria companheira da mesma hierarquia, Lagash, não acreditou no que ouviu pela boca do inimigo, Cetus foi mesmo o responsável pelas feridas severas da Phach de Columba? Ela não era do tipo de pessoa que tirava um julgamento precipitado, também gostaria de saber a versão dele, a situação era muito precária para perder tempo, então ela se afastou muito.

 

- Eu vou tomar esta luta para redimir do meu erro, Aquila! Quando isto terminar irei prestar as minhas ações perante o Grande Mestre e também para ti, até lá… ajuda a Amazona de Vulpecula também - Pedia Kaitos de Cetus num tom de solicitação.

 

A Amazona de Prata se retirou da batalha num ápice, tendo o devido cuidado para não desconfortar o corpo dela levando-a para dentro do Santuário, estando próximo do campo das Amazonas.

 

Fora do Templo do Grande Mestre

 

Eklegetai e Brunilde observavam os combates que se seguiam ao sentir as energias cósmicas.

 

O mais antigo e sobrevivente Cavaleiro não mostrava inquietude ou nervosismo, a personalidade dele assustava a Valquíria, estando com ele tempo suficiente para ela formar uma opinião sobre ele.

 

- Não se deixa abater ou perder esta sua impressionante calma, caro ancião midgardiano. Comentava Brunilde sem mostrar uma intenção.

 

- Fui treinado assim pela Panagyos Despina, uma deidade que manipula o gelo. É a origem das minhas técnicas como seu guerreiro, Monisi. Sou grato por ela, mas a minha devoção é para com Promarkos Atena, como guerreira devota aos combates, batalhas e guerras, acho estranho não está no calor do conflito, Valquíria Brunilde. Respondeu Eklegetai como justificação à sua razão de ser.

 

- Acho-o muito diferente dos Jotnar, se eu não estou no centro da ação é porque ainda quero saber mais sobre os midgardianos, em especial sobre os homens que não os conheço. Como Grande Mestre, o ancião é o líder máximo dos Cavaleiros e Amazonas de Ouro, o que significa que estou sobre o seu comando. Falou o que pensou a filha de Odin.

 

O Grande Mestre não se importou com o comentário ou mesmo o que ela pensava, mas uma dúvida vinha à cabeça dele.

 

- Estiveste com Vougan antes de ele sair do Santuário sem autorização? Perguntou Eklegetai ao mudar de assunto.

 

- Sim, estive. O ancião se importa muito com ele, não adianta esconder isso. Pronunciou Brunilde ao ler o comportamento dele.

 

Um silêncio apenas em resposta em sua defesa, ela esperava por isso. Brunilde continuava a usar a Runa da Batalha Correspondente em vez da Armadura de Ouro de Capricórnio, asas cresciam do seu manto nórdico, preparava para levantar voo.

 

- Quero voltar a vê-lo em combate, ancião midgardiano. Revelou a Valquíria o seu desejo.

 

Voou até ao Campo das Amazonas, enquanto Eklegetai permanecia no lugar a pensar ao crer que os Cavaleiros desta geração vivessem para mais um dia, vencer esta guerra era o que qualquer um ansiava, mas no seu coração, pensava em saber de Vougan e como estava, uma vez que sentiu o cosmo dele de um lugar longe.

 

Campo das Amazonas

 

Lagash fazia de tudo para curar as feridas dela, não conseguia mais do que podia. Porém, as suas preces foram atendidas pela chegada da Brunilde que aterrou junto dela.

 

- O que aconteceu com ela, midgardiana Lagash? Perguntou a Valquíria.

 

- Ainda não sei, já que está qui? Peço que usa a sua técnica de cura, ela está viva e luta para isso. Pedia Lagash.

 

A nórdica atendeu à solicitação e com a Valkyrias Blessing (Bênção da Valquíria), com um processo de cicatrização e toda a recuperação celular, a vida de Phach deixou de correr perigo, porém as horríveis cicatrizes das queimaduras estavam marcadas na pele, a Bronze repousava apenas com um ar cansada.

 

- Como soubeste da sua condição, Lagash? Perguntou a Valquíria.

 

- O seu Sopro de Mãe chamou-me, a princípio julguei que fosses as Amazonas de Hipólita, mas estava errada e percebi que era a da Luz e tem a outra, a Phonessa que está a lutar contra um dos Agoges, enquanto Cetus defronta o outro. Explicou Aquila.

 

- A Phonessa? Aquela midgardiana que usa a Armadura de Vulpecula, ela também não possui um dos Sopro de Mãe? Interrogou a nórdica.

 

- Sim, a das Trevas, tenho a certeza. Eu vou entrar em combate, pode olhar por ela? Tenho toda esta energia excessiva em mim e quero usar para um motivo. Rogava Aquila.

 

Antes de haver uma resposta, o braço direita dela agarrou o da Lagash.

 

- Ajuda o Agoge que está caído e com terríveis queimaduras, por favor.

 

Falava uma voz dentro de Phach que atuou como ela, era o Sopro de Mãe da Luz que implorou a ela, Lagash se surpreendeu muito, desde que descobriu a sua origem lá na ilha de Themiscyra, notou que não sabia nada do seu e muito menos do que esta habilidade poderia fazer ou até ser mesmo útil.

 

- O que foi isto? Era a voz dela, mas outra pessoa falou. Dizia a confusa Lagash.

 

- Falou sobre um Agoge caído, não acho que isso seja uma armadilha. Vai, corajosa midgardiana, eu ficarei aqui! Incentivou a nórdica.

 

Sem perder tempo, ela correu para o campo de batalha. Cetus travava uma luta de resistência, a sua fama de lutador fisicamente resiliente não era mero exagero, a sua Armadura apresentava fissuras, bocados a cair e o corpo castigado pelo estado de fúria colossal de Berserker que Dirceu estava influenciado, ele não desistia era da sua intenção de lhe fazer pagar uma dívida do seu erro.

 

- Maldito Cavaleiro!! Injuriava Dirceu ao estar surpreendido pela força dele.

 

Cetus aproveitou a brecha e executou a sua técnica mais poderosa a Kaitos Spouding Bomber (Força Explosiva de Kaitos), a violência do golpe foi gerada com força como um último recurso, Dirceu aterrou de cabeça, porém o seu elmo o salvou do dano mortal.

 

- Pelos deuses! Tenho de fazer algo, não tenho escolha senão usar uma deste pergaminho! Dizia o aflito Kaitos ao escolher uma e certificou desta vez que não iria errar.

 

Antes de pronunciar o nome, uma grande quantidade de cosmo era reunida, usava a sua e a da Hodierna de Vulpecula que a fez desmaiar, formou uma esfera com um tamanho três maior do que as palmas das suas mãos, conseguir visualizar algumas estrelas.

 

- Desapareça! Almagesto (Grande Obra)

 

A esfera contida nas suas mãos foi lançada como uma bola que acertou o seu alvo e pelo contato, conseguiu destruir toda a Oplo e ainda tirar a vida, Kaitos foi bem-sucedido, porém estava muito cansado.

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  • 3 meses depois...

Capítulo 130 Até ao fim

 

A vitória de Kaitos, Cavaleiro de Cetus, foi conquistada através de uma das técnicas escritas no pergaminho que ele tinha consigo, desta vez, ele sentia que fizera algo acertado, porém sentia a sua energia cósmica quase no fim e restava um, o Agoge do Fogo Grego.

 

Damásio estava enfurecido por causa do estado de Berserker, a sua raiva se direcionou para o Cavaleiro, Kaitos não se mexia muito por causa do peso da Armadura, embora estivesse danificada e ele a sangrar, ele se recusava a deixar o trabalho por concluir.

 

- Que a Mater Atena abençoa com o meu sacrifício… - Despedia Kaitos ao levantar o punho direito como último esforço.

 

Quieto e paciente estava o Cavaleiro sem se mexer, porém a ajuda chegou a tempo e pela segunda vez, Lagash o salvou ao usar o recurso da eletricidade que tinha a “mais” em seu cosmo, o elemento passou pelas fissuras e “espaços” da Oplo que atingiram em dano considerável, Damásio não recuou, utilizou do líquido como uma medida de contra ataque, Kaitos intercetou e se “molhou”.

 

- Hygron Pyr (Fogo Líquido)

 

Falou o Agoge o nome da técnica como uma ignição, e de repente, tanto o corpo como a Armadura se queimavam, Cetus gritava de dores, ele despia o que restava da sua proteção prateada, era insuportável o sofrimento de ter a pele a assar começando e depois atingindo a carne, nervosos e até os ossos.

 

Em desespero, ele convocou Phaenomena (Coisas que surgem): Vrochi (Chuva), do nada, uma chuva pesada e com ventos furiosos atingiu a área fora da entrada do Santuário, fora inútil, pois as “chamas” não se apagavam e muito menos as outras.

 

- Que fogo é este que não se apaga?! – Interrogou Lagash ao testemunhar o sofrimento do seu companheiro.

 

O Agoge gargalhava com o infortúnio, desespero e ingenuidade do seu adversário.

 

Lagash odiou o gozo dele, percebendo que ele salvou a vida como forma de pagamento, ela não se poupou em executar a sua técnica mais poderosa, a Aetos Dios Altair (Altair, Águia de Zeus), enterrou o punho direito no corpo de Damásio e por dentro o “fritou” complementarmente e pela quantidade de cosmo que empregou no ataque, o corpo rebentou por dentro, vísceras, ossos, órgãos e grande quantidade de sangue espalhados. A chuva ajudou a lavar o sangue e o local, este foi o ato mais sangrento e até impiedoso que ela fez.

 

- Cetus!! O que eu posso fazer?! Cetus!! – Gritava a pobre Lagash em desesperança por ser incapaz de fazer algo.

 

A vida dele se consumiu aos poucos, a morte fora bastante cruel e mesmo morto, o fogo continuava a fazer a sua função, Aquila jamais testemunhou esta visão horrível, sentindo-se impotente, retirou a máscara, as suas lágrimas se misturavam com a chuva, os relâmpagos que rasgavam o céu ao meio eram a manifestação do Sopro de Mãe dela como seu descontente.

 

- Ajuda-me…

 

Ela ouviu uma voz fraca, um pouco longe ela estava. Colocou a máscara no rosto, verificou os sinais vitais dele, estavam no limiar entre a vida e a morte e depois fez para a da Hodierna, concluiu que ela estava desmaiada.

 

Olhava para Axel que estava ocultado o seu olhar desconfiado e nada amistoso por parte dela, uma vez que ela viu a morte do seu companheiro e que ele podia ser um daqueles que atacava pelas costas.

 

- Se fizeres algo cobarde, eu não te prometo, eu farei com que morras com esta mão que matou um dos teus… - Advertia Lagash alterada.

 

Axel ouvia, não conseguia falar de modo que pudesse responder ou dar um sinal.

 

As cinzas do corpo de Kaitos se espalhavam com o auxílio do vento. A Armadura de Prata de Cetus estava montada na sua forma de constelação, o fogo não queimava o metal resistente, a morte do Cavaleiro estava mesmo confirmada, um tombou e quatro Agoges morreram.

 

- Cetus… - Agradecia Lagash ao visualizar a Armadura que insistia em manter o seu brilho, mesmo após a morte do seu portador.

 

Um cosmo sinistro se revelou nas costas da Amazona de Aquila, ela sentia uma sede descontrolável para matar, o seu sangue gelava ao sentir o frio da morte que a abraçava com força como uma corrente que a impedia de mexer, Lagash pensou que seria um Agoge.

 

- Morra! – Pronunciou a voz sinistra.

 

Ela se esquivou por instinto que se salvou de um golpe mortal, ficando com arranhões de uma garra afiada, quando ouviu quem fez, a surpresa tomou conta de si e mal podia acreditar no que seus olhos viam.

 

- Vulpecula?! O que estás a fazer, perdeste a cabeça?! – Perguntava Lagash sem entender nada.

 

De facto era ela, porém as ações e a consciência pertenciam a um outro ser. O cosmo identificava como outra pessoa, a cor escarlate misturada com o negro do caos, retirou a máscara revelando os olhos escuros como a escuridão que engolia qualquer luz e uma expressão que mostrava a clara e honesta intenção de matar alguém.

 

- Vulpecula? – Repetiu o ser.

 

Olhava para o corpo que tinha, apalpou e concluiu que era de uma mulher.

 

- Uma mortal, uma mulher. Não importa, tu! Diz onde estou e a tua morte não será tão dolorosa! – Exigiu o ser que possuía o corpo da Hodierna.

 

- Não te direi nada, o que fazes no corpo dela? Seu estranho, estás com Brotoloigos Ares? – Respondeu Lagash em posição ofensiva.

 

Moveu mais rápido e com destreza física contra ela que rasgou a carne do abdómen dela sem aperceber, embora o corte não fosse profundo, o sangue escapava.

 

- O teu primeiro e último aviso, onde estou? – Insistiu ao ameaçar.

 

Lagash o temia, a ferida que tinha fazia com que ela mudasse de ideias, porém ela não iria dar a resposta ao estranho ser, percebeu isso e aproximou-se dela.

 

- A morte não te assusta, mortal? Hades, é um deus hospitaleiro, a sua casa nunca está cheia… - Dizia o ser ao crer entender a coragem dela. - …Phonos, é o meu nome, uma criança partenogénese de Éris, deusa da discórdia, o daemon dos assassinatos. – Revelou a identidade.

 

Preparava para fincar as garras no coração dela, salva pela segunda vez, a salvadora foi Brunilde que socou no rosto dela que a projetou a metros de distância, num instante se recompôs do golpe e sentiu a dor no rosto e o sangue que escorria da boca que caiu do lábio inferior.

 

- Afasta-te dela, assassino nojento e saía do corpo desta jovem inocente, demónio! – Impôs a Valquíria irritada.

 

O cosmo de Phonos crescia mais alto, com o objetivo de matar a pessoa, não poupou esforços para a atacar, Brunilde estava ciente se utilizasse toda a sua força de deusa, poderia matá-la, era raríssima ela se defendia, a sua atitude de uma guerreira defensiva não era seu estilo, era costume ela ser impulsiva, utilizar o cosmo ao máximo e ainda manusear a sua lança, Phonos atacava com muita rapidez, que parecia que igualava em habilidade para com a Valquíria.

 

- Lutas muito bem para um desonroso guerreiro, aliás, chamar-te guerreiro é um título vergonhoso mencionar! – Comentava Brunilde que emanava a sua aura nórdica.

 

O daemon sentia aquele aumento exponencial dela, aproveitou para tirar lama aos olhos dela aproveitando para desparecer do combate que não era a sua modus operandi.

 

- Cobarde! – Injuriou Brunilde.

 

Porém, ela sabia que não era o momento para ir atrás dele. Apercebeu do estado dela, curou as feridas com a sua técnica curativa.

 

- Muito obrigada, Senhora Brunilde! – Agradeceu Lagash.

 

Em seguida, ela viu o estado de Axel e um triz que ele não morreu. Ficou completamente curado, estava em total repouso e a dormir.

 

A Amazona de Prata não confiava no Agoge que a Valquíria tinha curado, permanecia com a sua atitude de desconfiada.

 

- Vamos levá-lo para o Santuário, um inimigo? – Interrogava Lagash contrariada.

 

- Ele não é como pensas, soube que o Santuário já teve um Agoge antes dele, não é verdade? – Dizia Brunilde ao tentar aliviar a desconfiança dela.

 

A filha de Odin ergueu aos ombros ao amparar, apoiado e ajudado por Lagash. A guerreira nórdica sentia-se cansada, mais do que o habitual e até um pouco mais velho, tocando em seu rosto ao descobrir que os sinais do tempo estavam marcados na sua pele.

 

“-Não achei que o tempo aqui em Midgard fizesse influência em meu corpo, até o meu cosmo está enfraquecido e minhas forças também, tenho de ir…”

 

O pensamento dela foi interrompido com uma explosão cósmica que vinha de onde encontrava Egle como vítima nas mãos do sádico Anteros.

 

O dono desta proeza era Vougan que tinha voltado, agora acordado com uma nova atitude e um incrível, inacreditável e milagroso cosmo flamejante que o envolvia como uma aura protetora que não queimava nada, aliás parecia estar em harmonia e paz.

 

- Anteros, creio que temos uns assuntos pendentes. Vamos terminar o que começamos! – Pronunciou Vougan com a sua voz confiante.

 

O filho de Ares mal acreditava na tamanha resistência de um mortal, a teimosia fazia do mortal a irritação para ele.

 

- Para livrar de uma serpente, tenho de cortar a cabeça! Estou farto de cometer erros contra esta raça defeituosa! – Prometeu Anteros.

 

- Eu não voltei para ser morto, tenho uma surpresa e das boas! – Sorria Vougan no meio da agitação do combate.

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Capítulo 131 O meu nome é Vougan, a Nebrasca Rubra

 

Dentro da mente do celta chamado Vougan, não tinha conhecimento do que se passava fora, pois ele estava demasiado ocupado a lutar contra um daemon, Icsnasia, ele perdia contra este ser heleno, não tinha quaisquer danos ou sinais de cansaço, enquanto Vougan estava ofegante e parecia que seu corpo flamejante estava a apagar como uma chama fraca na mercê de um vento ameaçador.

 

- Até os demónios helenos, eu os odeio! – Exclamou Vougan com os joelhos tocados no chão.

 

O oponente dele aproximou e pontapeou no queixo dele com um ar de desprezo que o derrubou.

 

- Seu ignorante! Sou um espírito que pode converter numa divindade, muito superior a um mortal fraco como tu, as tuas crenças são insignificantes para mim, desista de uma vez! – Esclareceu Icsnasia com um ar arrogante.

 

Vougan se levantou apesar de sentir todo o seu corpo dorido, concentrava seu cosmo ao máximo para queimar com mais força, porém o esforço foi inútil.

 

- És um teimoso mortal! A tua psique está sendo dominada por mim, não consegue usar mais o teu mísero microcosmo, é perfeitamente normal para um homem comum como tu, não importa a terra que venha ou mesmo o deus que serve, porque um mero mortal sempre será um mero mortal! Achas mesmo que ias fazer alguma coisa por seres diferente, nem é digno de pena! – Pronunciou o daemon com grande desdém.

 

O celta ergueu o seu corpo flamejante, aguentando o peso surreal que sentia ao impedi-lo de manter, avançou as pernas devagar que pretendia correr, fechou os dedos para dar um murro, quando se aproximou mais, o daemon soprou um bafo gélido que congelou o corpo de chamas.

 

- Patético! – Finalizou Isnasia ao socar o corpo que despedaçou a estátua de gelo.

 

Os pedaços se espalharam por todo o ambiente negro, somente a cabeça estava intacta, estranhamente Vougan estava vivo e via todo sem poder fazer, sentia-se impotente.

 

- Acabou para ti, mortal! Vou aproveitar o teu corpo como roupa e quando não precisar, vou usar outro, afinal não duram muito! – Dizia o desprezível daemon.

 

O celta estava pronto a aceitar a derrota pela primeira vez, algo que ele jamais pensou fazer, sempre achou que poderia morrer de uma maneira mais gloriosa ou até honrosa.

 

- A previsão daquele deus estava errada, eu falhei, não sou digno de ser um celta de olhos vermelhos, perdoa-me papá…

 

Quando ele estava prestes a morrer, a sua mente mostrava a sua memória mais querida, importante e feliz, via como se fosse um filme projectado.

 

Anos atrás, na aldeia de Ebdani

 

A noite estava muito linda e cheia de estrelas que iluminava toda a aldeia do clã dos Olhos Vermelhos, uma aldeia em Ebdani, grande parte dos seus habitantes tinham seus cabelos vermelhos, uma cor bastante incomum, porém destaca muito das outras tribos, além da característica singular dos olhos, o escarlate.

 

Um homem trajado com peles de animais, armado com uma espada na cintura procurava a sua criança no meio da noite, este era o líder da sua tribo, uma figura importante, seu nome, Drausus.

 

- Vougan! – Chamava pelo seu filho.

 

Nenhuma resposta, um pouco mais tarde, o encontrou fora dos limites da aldeia, uma criança com apenas cinco anos sentado numa fogueira que olhava fascinado como uma traça.

 

- A tua hora de deitar já passou. – Dizia o pai preocupado.

 

- Não me trata como uma criança, papá! – Exigiu o pequeno incomodado.

 

- É difícil de não o fazer, principalmente porque o meu filho trata-me por “papá” em vez de “pai”! – Ria-se Drausus ao argumentar com ele.

 

A criança podia embirar com ele, mas preferiu silenciar e continuar a observar o fogo, Drausus se sentou ao lado dele, a semelhança física entre pai e filho era absurda, a própria imagem de Drausus era o resultado de um Vougan com quase quarenta anos e barbudo, porém o líder dos Olhos Vermelhos era bem poderoso e respeitado.

 

- Quando vou puder lutar ao seu lado, papá? Contra as outras tribos? – Perguntava a criança ao revelar os seus sentimentos.

 

A mão de Drausus pousou em cima do ombro de Vougan como forma de o confortar, dando seu apoio e um pouco de compreensão.

 

- Ainda é muito cedo, meu filho. – Respondeu o pai com firmeza. – Tens que treinar muito, não tenhas pressa. Não gostas de usar a tua espada de madeira ou preferes usar uma de guerreiro, porque estás fora da aldeia? É muito perigoso e nunca se sabe, quando os nossos rivais podem nos atacar.

 

- Eu sei me defender! – Argumentou Vougan. – Consigo usar o fogo como respiro!

 

As birras de Vougan eram anormais de uma criança qualquer, vinha da adoração como ídolo que ele tinha pelo seu pai e como ele queria ser um igual o mais depressa possível.

 

- Isso é porque estou escolhendo a tua irmã, Alanis, ao meu lado em vez de ti, porque ela domina o Fogo Sólido e tu não? – Pergunto Drausus diretamente.

 

A questão surtiu um grande efeito nele com lágrimas a escorrer pelo rosto dele, sim ele sentia magoado e parecia que o seu pai o afastava dele.

 

- Os homens não choram, Vougan! – Gritou o pai para repreender a sua criança. – Limpa estas lágrimas e presta atenção no que vou dizer-te.

 

Obedeceu seu pai.

 

- O fogo para o nosso clã não representa a destruição como vês com os teus próprios olhos, é possível harmonizar a sua força graças à nossa habilidade, há apenas um pequeno número que consegue utilizar o Fogo Sólido, somente uma pessoa da nossa tribo é que poderá forjar, a Gae Buidhe, a lança amarela. – Explicou Drausus.

 

Vougan estava maravilhado com isso, porém várias questões vinham à cabeça dele.

 

- O papá consegue usar a Gae Buidhe? – Perguntar Vougan.

 

- Não, a tua irmã pode ser talentosa e luta com um homem, não significa que possa conseguir, vou fazer com que concretizas e forjas a Gae Buidhe, uma herdeira deixada pelos deuses. – Respondeu Drausus de forma a dar esperança para seu filho.

 

- Então, eu serei o primeiro a forjar esta lança e vou reclamar o teu lugar como líder! – Prometeu Vougan.

 

Drausus se riu de uma maneira engraçada, mas acreditou na seriedade do seu filho e não apenas como uma criança reagiria.

 

- Anda, vou apagar esta fogueira e vais dormir, senão serás sempre pequeno e não quero um homem guerreiro pequeno nas minhas forças, anda!

 

A criança acenou e na companhia do pai estava motivada, Drausus extingui o fogo com a palma da mão direita.

 

Voltando à mente de Vougan

 

O celta se lembrou, era a sua mente afinal, o que lhe pertencia e nenhum espirito ou alguém devia tirar dele à força, as suas forças renovavam inexplicavelmente, a sua cabeça antes decepada, recuperou o corpo e as suas chamas queimavam mais fortes e brilhantes, sendo a primeira vez que ele exibia tal poder, como se tivesse despertado um poder muito maior do que o sétimo sentido.

 

- O que é isto?! Aquele mortal não morre, como isso é possível sequer? – Questionou Icsnasia irritado.

 

- Eu voltei, demónio ou espírito, já me cansei de ti e quero que desapareças, seu ladrão!

 

- Eu não sou um demónio como dizes, seu mortal ignorante…

 

O “corpo” do daemon tinha a sua boca destruída, ele questionava para si próprio como ele conseguiu tal feito, era verdade que os Cavaleiros de Atena eram portáveis da fama de serem milagreiros?

 

- O meu nome é Vougan, a Nebrasca Rubra! Faço questão que não esqueças do mortal ignorante como me chamas que vai derrotar-te! – Prometeu o celta. – E devolva o gelo que tiraste de mim!

 

Vougan estalou os dedos da mão direita e todo o gelo saiu do “corpo” de daemon revelando um ser sem forma com uma voz impossível de decifrar.

 

- Seu… mortal…

 

O cosmo de Vougan estava completo e a Armadura de Aquarius vestiu o seu verdadeiro dono e ele preparava para executar o seu melhor ataque.

 

- O fogo queima e o gelo congela, sozinhos fazem o seu estrago, mas juntos fazem um estrago maior e quero ver o que faz contra um demónio heleno! Cross Element (Elemento Cruzado)

 

O ser sentiu todo o poder contido na técnica ofensiva, oscilando entre o fogo e o congelo, juntos numa harmoniza que venceu-lho e expulsou do corpo.

 

Fora da mente de Vougan, o corpo levanta-se como estivesse leve. Anteros estava surpreendido.

 

- Anteros, creio que temos uns assuntos pendentes. Vamos terminar o que começamos! – Pronunciou Vougan com a sua voz confiante.

 

O filho de Ares mal acreditava na tamanha resistência de um mortal, a teimosia fazia do mortal a irritação para ele.

 

- Para livrar de uma serpente, tenho de cortar a cabeça! Estou farto de cometer erros contra esta raça defeituosa! – Prometeu Anteros.

 

- Eu não voltei para ser morto, tenho uma surpresa e das boas! – Sorria Vougan no meio da agitação do combate.

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Capítulo 132 O pequeno guerreiro

 

Vougan de Aquarius, o Cavaleiro de Ouro, estava ansioso por experimentar a lança que recordou da sua infância com o pai dele, a Gae Buidhe, uma vez que ele conseguia materializar uma lança imperfeita feita de fogo, pois seu treino jamais foi concluído por culpa da chegada dos Agoges.

 

O Eforos-mor não mostrava o quanto estava farto e incomodado com a presença dos mortais que ele tanto desprezava, esqueceu do pobre Egle que torturou com sadismo, ele estava muito mal tratado, era um milagre que respirava, as feridas abertas o causavam dores insuportáveis além de estar desprotegido, a sua Armadura de Pisces, era mais do que uma mera proteção, ele dependia imenso dela para evitar males como estava.

 

- A minha proposta não está em negociação, mortal de olhos vermelhos! O que fizeste com o daemon? Nenhum homem foi capaz de se livrar da possessão e achas que vais viver muito, posso esperar com paciência, o tempo é insignificante para um deus como eu! – Pronunciou Anteros com a sua arrogância.

 

Ele iria começar a falar, porém olhava para Egle caído, ele jamais pensou que o iria ver uma das várias que tinha uma “inimizade” dentro do Santuário derrotado desta forma tão humilhante, a opinião que tinha, era agora a sua verdade, os helenos não eram guerreiros valorosos como os celtas.

 

- O peixinho está aqui? – Perguntou Aquarius retoricamente.

 

- Ele veio para te salvar. – Respondeu Anteros. – Foi muito patético da parte dele, aliás quanto a ele, tu ou qualquer um que me enfrenta, o resultado não vai mudar em nada, é normal que nascem fracos e morram fracos, não…

 

Bastou ter sido interrompido com um murro potencializado de cosmo na face direita em cheio, magoado o rosto dele, conseguiu virar a cara dele, mas o corpo ficou no lugar.

 

- A pergunta não era para ti, mas para o peixinho! – Corrigiu Vougan.

 

O que Anteros odiava além da inferioridade dos mortais, era muito mais a prepotência descarada, o macrocosmo do portador da Theo Oplo elevou imenso, transbordava a sua essência que pretendia provocar uma explosão cósmica capaz de dizimar os dois ao mesmo tempo, concentrado no seu ódio, não notou que a sua proteção estava a gelar a uma velocidade vertiginosa, o gelo não derretia.

 

- Perdes o teu tempo, mortal! – Expressou Anteros o seu ódio.

 

Vougan executou o Flaming Fist (Punho Flamejante) contra a cara do deus, porém em vez de o fazer como o costume, criou uma massa de chamas que aos poucos saíam disparos, as pernas dele impossibilitavam para fugir para os lados, apenas podiam proteger a sua cara com os braços juntos como um escudo, o celta aproveitou ao cravar os dedos no gelo pela cintura para o arremessar para longe graças à diferença do centro de gravidade entre os dois, uma excelente distração da parte dele que Anteros não contava pela ideia dele.

 

- Os rumores sobre ti no Santuário eram verdadeiros, não é, peixinho? – Interrogou Vougan com ar irónico, porém disfarçado a sua preocupação para com ele.

 

- Não… preocupes comigo… - Negou Egle a ajuda dele.

 

O Cavaleiros de Pisces se surpreendeu com a atitude dele, sempre o via como um Cavaleiro problemático dentro do Santuário por não se encaixar dentro da cultura helénica, alguém bruto e bárbaro até no sentido da palavra, percebeu que algum nele estava mudado, mas as nuances da sua personalidade estavam bem enraizadas.

 

- É humilhante, peixinho? Eu percebo, afinal já tive muito disso! – Falou o celta num tom de compreensão.

 

O Nebrasca Rubra percebeu que as peças da Armadura dele estavam espalhadas, porém próximas, ele ergueu uma muralha de gelo da espessura do Frozen Shield (Escudo Congelante) para que ele ganhasse tempo para proteger o camarada.

 

Do outro lado, o gelo tinha derretido, Anteros estava muito furioso e magoado com seu orgulho, enganado tão facilmente por um mortal, ele que era o perito e o manipulador especializado na arte.

 

- Vou certificar que tu não terás a merecida morte! – Prometeu Anteros.

 

Iniciando outra vez o aumento do macrocosmo, Anteros direcionou a sua energia contra a muralha, resistiu bem ao primeiro impacto, porém na segunda vez foi maior e mais destrutivo, mas o suficiente para que Egle estivesse protegido.

 

- O resto é comigo, peixinho! Sabes que eu luto sozinho e nem penses em…

 

- Eu te conheço bem… aliás pensava que conheci bem… - Confessou Egle ao interromper.

 

A relação entre eles era a pior, não existia nenhuma pessoa que Egle não se desse bem ou fosse até popular, entre eles existiam uma diferença notória, Pisces via o Grande Mestre como seu pai adoptivo, embora o próprio passasse mais tempo com o celta por questões de treino e outros assuntos internos que envolvia as encrencas e sarilhos do celta, Egle jamais admitia esses ciúmes, ele recebia a educação e a arte bélica por parte de Atena, parte da personalidade de Pisces era graças aos ensinamentos dela.

Em consequência das feridas que o corpo de Egle tinha, caiu de costas no chão.

 

- O teu corpo não vai aguentar muito, deixa isso em minhas mãos! Vais ver como luta uma celta, um de olhos vermelhos, a Nebrasca Rubra!

 

O cosmo dourado com tons verdejantes de Egle manifestava na sua habilidade que estava seco e quase sem vida, ele elevava o que restava para criar um broto que crescia a uma velocidade atípica.

 

- O que estás a fazer, peixinho?! – Perguntou Vougan irritado.

 

- Não tem nada a… haver com a tua… luta… é algo que preciso mesmo de fazer… - Respondeu Egle fraco.

 

Um tempo atrás, isso irritaria profundamente Vougan, neste momento as circunstâncias e as experiências atrás o fazem pensar de outra forma.

 

A muralha de gelo estava destruída e descongelada, o inimigo deles estava furioso e impaciente para acabar com a vida deles, o celta concentrava em forjar a lança do Fogo Sólido perfeito, porém não conseguia harmonizar a dispersão dos átomos instáveis do elemento, tornando a tarefa difícil.

 

O Eforos-mor pegou no seu martelo de dupla face, balançou no alto e pousou no ombro direito com um ar de matar, direcionado todas as suas emoções para um certo homem baixo, correndo e num instante atacava, os instintos naturais de Aquarius produziram um escudo de gelo, porém fora facilmente desfragmentado. A força contida no martelo empurrou o mortal para longe, não caiu e avançou com uma lança de gelo tentando perfurar nos espaços da Theo Oplo, Anteros agarrou com a esquerda e partiu o gelo, cabeceou na testa dele sem piedade, o celta estava tonto, mais uma vez balançou o martelo e falhou por conta da agilidade dele.

 

- Esteja quieto, seu mortal baixinho! – Ameaçou o Eforos.

 

O celta pensava com muito cuidado porque não conseguia, será que ele era mesmo indigno de forjar a herança dos deuses? Não, ele acreditava nisso e nas palavras do seu pai, aos poucos reunia o seu fogo que colorava para amarelo dourado, iniciando na ponta.

 

- Não irei dar-te descanso! – Prometeu Anteros.

 

Era impossível forjar enquanto o deus das desuniões atacava ele como alvo prioritário, inacreditável uma raiz emergiu do solo e prendeu Anteros.

 

- Eu não tinha dito…

 

- Não queria ficar a dever a alguém como tu, a minha dívida esta paga, Vougan… - Respondeu Egle com um sorriso de gozo.

 

Ele entendeu, aproveitou a oportunidade de forjar. A conclusão da arma estava pela metade, a divindade não permitia o avanço desta arma em resposta ao mal pressentimento que tinha consigo, conseguiu se livrar da raiz, porém outras vinham mais agressivas e rápidas, desfaziam delas, a intenção de o atrasar estava a dar certo, faltava um terço para a conclusão da lança.

 

Anteros avançava mais e mais, estando mais perto dele. Largou o seu martelo e retirou a adaga escondida e cravou diretamente no coração de Vougan, o sangue subiu violentamente pela boca como um vómito e pela abertura da Armadura de Aquarius.

 

- Eu venci como era previsto, mortal baixinho…

 

Vougan sorria com a cabeça baixa, Anteros não percebia o que passava, até que sentia um forte gosto de ferro na boca, um fio fino de sangue que escorria do lábio inferior.

 

- Como te sentes? – Perguntou Vougan. – Foste vencido por um mortal baixinho…

 

O Eforos notou que tinha o externo do peito trespassado por uma lança amarela, pelas costas estava a lança sem sangue, ele não sentia nenhuma dor física, mas pairava a questão do sangue que estava na sua boca.

 

- O que é isto?! – Perguntava o Eforos.

 

Uns segundos depois sentia uma dor imensa, não era física ou mental, algo que ele tinha do fundo da sua alma divina.

 

- A lança se chama Gae Buidhe, a sua principal função é impingir dores na alma para sempre e sabes qual é o melhor: é incurável! – Explicou Vougan com um ar satisfeito e vitorioso.

 

Anteros caía no chão a contorcer daqueles dores inimagináveis, nem mesmo um deus como o Eforos do Pelotão Lonchi poderia aguentar.

 

O broto que crescia finalmente aconteceu e já era uma árvore adulta que deu um fruto: uma maçã dourada. Estando maduro caiu do ramo e rolou até Vougan caído e ensanguentado.

 

- Vougan… morda a maçã…

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Capítulos semanais! Queria voltar a esse ritmo.

Sem comentários, pois precisaria ler.

Passando para parabenizar por movimentar essa seção, estava precisando.

Vou tentar digitar os meus pra tentar manter um ritmo semelhante.

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Obrigado pelo teu apoio, é muito difícil de manter devido à falta de interesse da parte dos membros.

 

Se quiseres tenta ler os meus capítulos e assim irei ver os teus, abraços!

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Capítulo 133 Batalhas vencidas, as consequências das vitórias

 

A vitória para Vougan foi de longe a mais inesperada, difícil a absurda para o sucesso de uma criação falhada, segundo no conceito de Anteros, o Eforos que jazia deitado no chão a contorcer das dores sem saber como lidar com tamanho infortúnio.

 

O celta de olhos vermelhos estava sentado, as suas pernas não conseguiam aguentar o esforço de permanecer em pé, embora a sua visão enturvava pela hemorragia, ele aproveitava os seus últimos de vida para saborear a sua vitória contra um deus prepotente, esticava a sua mão direita fraca a tremer para tocar na lança feita do Fogo Sólido pela última vez, porém esfumou-se, o membro superior caiu em cima de uma pseudofruta, uma maçã dourada.

 

- Coma a maçã, depressa! – Incentivava Egle ao esforçar para falar com força ignorando a sua condição física.

 

- Isso é um costume vosso, peixinho? – Indagava Vougan sem força.

 

- É para salvar a tua vida!! – Gritou Egle preocupado.

 

O moribundo Vougan olhava para a maçã que apanhou do chão, agarrou com as forças que tinha e atirou próximo de Pisces rejeitando-a.

 

- Fazes isto para me irritares?! – Perguntava Egle incomodado com a teimosia dele.

 

- Não percebes mesmo nada… eu nasci como um celta, vivi como um celta e quero morrer como um celta que sou e não desta maneira, mas… - Pausou Vougan devido ao esforço que fez para falar. - …se estás disposto a aceitar como sou… então, faz um enterro celta, podes perguntar à tua namorada, a Equuleus, como se faz um…

 

Egle não entendia mesmo nada, pensou que esta seria a oportunidade para compreender e agradecer o seu vizinho do zodíaco, esquecendo as claras diferenças e opiniões que tinha sobre o outro, avançando para que um povo podia entender outro povo, porém as coisas jamais foram ainda tão simples, uma utopia não existe ou mesmo a igualdade.

 

- Porque desistes assim?! Tens medo da morte, Nebrasca Rubra?! – Interrogava Egle ao tentar chateá-lo.

 

A resposta foi feita através do sorriso dele, mostrando que não existia qualquer receio ou até arrependimento, a pele estava a ficar pálida e a temperatura corporal descia, a maldita hipotermia da morte. Egle batia com os punhos pela sua ajuda ter sido rejeitada, perguntava para si próprio porque tinha de ser assim e como as coisas chegaram a este ponto, lembrou-se que Anteros estava perto e sacou uns selos com o nome de Athena em grego para o selar, não conseguia levantar, então arrastou seu corpo pesado e dorido.

 

- Graças a Vougan… não vamos preocupar com um Eforos a menos no comando…

 

O Cavaleiro de Pisces estava perto do corpo do deus, antes de conseguir colar um dos selos, sentiu o chão a tremer e ao virar a sua cabeça, temeu pelo pior, era Diomedes, o gigante desmiolado, que estava curado graças à maçã que Egle esqueceu.

 

- Ainda tenho fome, mas esta maçã curou! – Alegrava o gigante satisfeito.

 

Raízes brotavam do chão para impedir o avanço do gigante, porém a força selvagem foi superior, após ter mordido, além de ter curado as suas feridas, ainda ganhou um poder extra que dura durante alguns minutos, minutos estes que seriam intermináveis.

 

- Anteros!! O que vocês o fizeram?! – Gritava Diomedes.

 

Em vez de estar furioso, o gigante estava feliz por ver, aquele que sempre o tratava mal, aliás qualquer um dos Eforos o fazia.

 

- Ares vai me felicitar com certeza por ter matado dois Cavaleiros de Ouro, vou ser o novo Eforos-mor e mandar naquele que me despreza! – Comentava Diomedes com a promessa que ia matar Egle.

 

O gigante estalou os dedos, fechou o punho preparando para enterrar Pisces, o Dourado se defendeu com raízes mais espessas e grossas, porém a força contido no murro fazia com que as pobres raízes cedessem.

 

- Estas ervas não podem contra mim, homenzinho! – Vangloriava Diomedes orgulhoso.

 

O punho monstruoso aproximava-se cada vez mais do corpo de Egle, o Cavaleiro se capacitava que era a hora de encontrar com Necrodegmon sem puder despedir dos seus.

 

- Vou levar a tua cabeça, Cavaleiro! – Prometia o gigante.

 

Antes que o Eforos do Pelotão Mythikos pudesse fazer o que pretendia, ele sentia o seu corpo uma mistura entre frio e calor.

 

- Estou a suar… - Pronunciou ao passar a mão na testa e depois sentir a sua pele a arrefecer. -… que frio!

 

O lugar fora invadido por uma tempestade de gelo, não uma normal, porém uma anormal de um fenómeno feito por uma pessoa em particular.

 

- Nebrasca Rubra! – Revelou Egle o nome do responsável.

 

Os flocos de gelo eram escarlates que transmitiam não só o frio como o calor, o simples contato era fatal e muito imprevisível o seu resultado, Vougan utilizava o seu cosmo que restava juntando à vitalidade e eis a proeza que produziu: o milagre que salvou Egle.

 

- Egle… diga ao maldito… velhote…o meu adeus…

 

O celta de olhos vermelhos faleceu, seus olhos estavam fechados com um sorriso de vitória, a Armadura de Ouro de Aquarius retirava do corpo do seu dono ao despedir dele formando a icónica constelação do copeiro dos deuses retornando ao Santuário como uma estrela cadente.

 

Entrada do Templo do Grande Mestre

 

Eklegetai sentiu mesmo de longe o cosmo do seu pupilo extinguido, a prova que a Armadura de Aquarius estava diante e pousou ao lado do ancião trazendo os flocos vermelhos da sua tempestade, ele esticou a palma da mão direita e sentiu o cosmo restante, mesmo que tenha falecido, continuava ativo e bem poderoso com uma mensagem de promover força e a esperança para o exército de Atena.

 

- Vougan… - Chamava o nome num tom disfarçado, porém foi incapaz de esconder a sua tristeza.

 

A lágrima esquerda sincera escapou do seu olho, visualizava a imagem do celta vestindo a Armadura pela primeira vez, estas memórias que ele guardava para si com grande significado, a mão esquerda tocava no elmo como um sinal de nostalgia.

 

- Vou mostrar do que vale um antigo guerreiro heleno, Vougan. Espero que possas ver, seu teimoso. – Prometia o Grande Mestre.

 

O Hesperides Garden Jardim das Hespérides congelado

 

O próprio Egle não acreditava na sorte de ele ainda estar vivo e seu adversário completamente congelado e a queimar por dentro, ele não desistia e fez o esforço herculano de colocar os selos em Diomedes e Anteros, a sua missão estava cumprido com um grande custo e sacrifício, num combate com altos e baixos. Desmaiou do seu empenho, Philipa tinha chegado tarde ao local.

 

- Egle!!! Meu amor!

 

As lágrimas dela molhavam o rosto cortado e destruído, o seu cosmo tomava a raiva e tristeza que sentia, culpava a insistência de Skalos por ter atrasando-a, o Cavaleiro de Corona Borealis estava abandonado e sozinho com aqueles feridas.

 

- Cheguei tarde para esta confusão!

 

A voz era de Brunilde que contemplava o cenário à volta, a sua atenção estava centrada para o choro melancólico da Amazona de Bronze, agarrada ao corpo de Egle.

 

- O midgardiano de Pisces está ferido?

 

A Valquíria estava surpreendida por ver que o mortal tinha sangue, se tal líquido podia ser a fonte de vida de qualquer homem, porém era verde. Tentou ajudar a levantar, Philipa rejeitou a ajuda dela e até a ameaçou.

 

- Que raio de atitude é esta, midgardiana?! – Perguntou a Valquíria incomodada.

 

- Vai é ajudar o outro idiota que está ao fundo da floresta! – Expressou Philipa irritada.

 

- Quem é o outro? – Perguntou a filha de Odin.

 

A resposta veio a caminho, Skalos caminhava bem, porém juntava seus braços quebrados como galhos junto do corpo.

 

- Senhora Capricorn? – Perguntava Skalos.

 

- Brunilde, midgardiano! O que te aconteceu, sabes o que passou aí e onde está o outro com olhos vermelhos?

 

- O Cavaleiro de Aquarius? Eu não sei, a situação toda foi descontrolada e nem como posso explicar sobre a minha falha para com esta missão. – Respondia Skalos.

 

- Começa do princípio. – Exigia a Valquíria.

 

O Cavaleiro de Corona Borealis contou tudo o que sabia com detalhes, a Valquíria se lamentou por não ter sido a ajuda essencial, porém ela sabia que o outro lado a pedia o seu auxílio.

 

- Nenhum de vocês está em condições de sair daqui para pedir apoio ao Santuário, vou mandar uma mensagem com o meu cosmo ao ancião.

 

Como tal ela o fez e transmitiu toda a ocorrência ao representante de Atena.

 

Do fundo, quatro indivíduos surgiram com intenções de ajudar.

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Blz.

Farei.

Parte do meu desâmino em publicar é esse, o desinteresse dos membros pela seção. Apenas as estórias famosas recebem comentários quando atualizadas. As minhas não se enquadram nessa categoria.

Editado por Phoenix no Ankaa
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Blz.

Farei.

Parte do meu desâmino em publicar é esse, o desinteresse dos membros pela seção. Apenas as estórias famosas recebem comentários quando atualizadas. As minhas não se enquadram nessa categoria.

Obrigado.

 

A minha igualmente não é famosa, porém é uma parte persistente e determinada da minha parte em que eu não abandonei-a de a continuar.

 

Abraços, espero que gostes.

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Capítulo 134 – Limpar o nome

 

O Continente de Mú passava a sua pior crise, maior e mais impactante na época em que Poseidon pretendia fazer da terra dos muvianos, uma das suas fortalezas para os seus Marinas, a atual se encontrava num estado de tristeza pela morte dos patriotas, os Pugnator, que morreram contra a Oplo Darmata, Tayari de Gurade, como também a alta traição e conspiração por parte de Diana e Abubakar acusados pela Mesja da Guerra, Dandarra.

 

Existia uma prisão esquecida que tinha sido usada contra os inimigos e também os muvianos que tinham jurado lealdade ao deus dos mares, muitos foram na altura, alguns pagaram pelo crime ao serem exilados da sua casa, enquanto outros foram perdoados pelo arrependimento.

 

Agora era usada para encarcerar os dois Cavaleiros como Abubakar e Diana, incluindo os novos como Amarantos e Wurdi, o Mesja Donatello e seus dois assistentes: Rijin e Filarete, num total de sete pessoas aprisionadas no subsolo onde a luz não alcançava, somente uma pequena abertura que mal a luz passava e do lado da cela, um cristal restringia as habilidades naturais como o teletransporte ou a telepatia, era uma fuga impossível.

 

(- Não acredito que estamos aqui, jamais pensei que os muvianos tivessem uma prisão como esta, nunca soube e nem sonhava com isso!) Dizia Abubakar surpreendido.

 

As Armaduras tinham sido removidas, eles estavam apenas trajados com roupas típicas, porém estas estavam marcadas como prisioneiros, uma cor negra.

 

(- Esta é uma parte negra da nossa história tão pacata, não esquecemos desta época, apenas não falarmos. Como tal, nunca foi escrita nos anais ou em qualquer tomo. Por ordem do Magna Sapiens anterior ao Xenócrates, ele apenas queria que nosso legado fosse imaculado, porém é a segunda vez que acontece e isso não poderá ser ignorado.) Explicava Donatello com uma voz calma.

 

Amarantos levantou-se, pois estava farto de estar sentado num chão arenoso.

 

(- Mesja Donatelo, antes de sermos condenados. Temos direito a um julgamento, certo?) Perguntava o novo Cavaleiro de Libra.

 

(- É verdade! Já me esquecia disso! Tenho a certeza que a Mesja Lavenda saberá que estamos inocentes!) Alegrava o despreocupado Wurdi.

 

A única pessoa que estava receosa com isso, era Diana.

 

(- Aposafi pensou em ti e tenho a certeza que ele manipulou a todos, incluindo a própria Mesja da Justiça, ele era muito inteligente e muito cuidadoso.) Ponderou Diana no triste cenário.

 

Os dois assistentes de Donatello tinham se entregando como desespero, a sua vela de esperança tinha sido apagado pelo vento impiedosa da possibilidade que Diana falou.

 

(- Vamos mesmo ser banidos e não poderemos voltar?) Perguntava Rijin deprimido.

 

(- Não falas como se já tivesses a sentença dita, vai haver uma certa confusão no julgamento.) Dizia Donatello com uma grande certeza.

 

Todos viraram a sua atenção para ele que sorria por dentro, a sua calma intrigava muito e os deixava ansiosos por isso.

 

Abubakar retira da roupa um livro que estava selado.

 

(- Mesja Donatello, creio que este livro seja seu.) Entregou Abubakar a ele.

 

O pai de Diana tateava o livro com cuidado e respeito, ele estava incrédulo por saber que isso tinha sido roubado.

 

(- Onde encontraste o legado do trabalho da minha família, Abubakar?) Perguntou-o.

 

(- Aposafi o tinha, encontrei quando ele se desintegrou e apanhei-o rapidamente. O livro é assim tão importante?) Interrogou o massai com a sua curiosidade e perspicácia.

 

Ele não disse nada, apenas ficou em silêncio.

 

(- Como meu pai disse, é o legado da nossa família. Contém o registo das Armaduras de como foram criadas, além da sua existência. É um almanaque que ainda está em progresso, uma missão contínua) Explicava Diana no lugar dele, porém ela parou de falar.

 

O Cavaleiro de Aries compreendeu a importância disso, interpretou o ambiente, evitando os erros que tinha cometido no Santuário. Certamente pensou no quanto podia ser muito perigoso algo assim ter caído nas mãos de um inteligente traiçoeiro como Aposafi.

 

(- Quero saber uma coisa, Abubakar?) Dirigiu a pergunta de Amarantos para Aries.

 

(- Sim?)

 

(- Como o Santuário de Pallas permitiu pessoas como Aposafi? Vou ser direto de uma vez: eu acho que o seu lugar está mal frequentado, aliás, infestado.) Pronunciou Amarantos na sua opinião agressiva.

 

(- Do que estás a falar, Amarantos? Direccionas estas palavras contra um verdadeiro Cavaleiro de Pallas, tem calma, meu amigo?) Pedia Wurdi com uma voz serena.

 

O recém-nomeado Cavaleiro de Libra estava muito ofensivo e até abalado emocionalmente pelos eventos que ocorreu na sua terra, de certa forma, ele interrogava Abubakar como se ele fosse responsável por tudo.

 

(- Amarantos! Vimos para aqui porque Abubakar previu o que podia acontecer e além disso, ele conseguiu destruir aquele Agoge que) Defendia Diana o seu companheiro, mas depois se calou não querendo lembrar das mortes dos seus.

 

(- Disseste que ele previu?! Ele consegue ver os eventos futuros, como isso é possível?! Há um número raro de entre nós que consegue ter acesso a estar habilidade única e falo dos primeiros Magna Sapiens, acho incrível um mestiço que tenha tal dádiva do nosso povo!) Instigava Amarantos com um pouco de inveja. (- Se tens isso, porque não previste da mesma forma as mortes dos meus companheiros Pugnators contra aquele monstruoso sanguinário de Ares que vós falaste? Responda-me, Abubakar?!)

 

Wurdi se colocou em frente do seu amigo de longa data impedindo que ele cometesse um ato impulso usando a violência.

 

(- Respira fundo e acalma-te, meu amigo! Não adianta em nada, atirares toda esta agressividade culpando esta injustiça contra Abubakar e de onde tiraste esta descriminação, herdaste dos teus ancestrais por causa de Poseidon?) Argumentava Wurdi tomando uma postura mais séria do que o seu costume de relaxado.

 

(- Já explicaste ao Mesja Donatello porque usaste a Armadura de Rosa sem a sua devida autorização, Wurdi?) Acusava Amarantos da transgressão dele.

 

O pai de Diana levantou-se e colocou entre os dois, os separou com os braços sem demonstrar uma atitude hostil, apenas de uma pessoa compreensiva.

 

(- Amarantos, tens uma forte senso de justiça. Porém, toda esta paixão que tens é tão forte quanto frágil, tenho a certeza que Abubakar fez o melhor que ele podia, quando o conheci ele era uma criança tímida e assustadiça, adivinhar que ele seria um guerreiro de Pallas, seria a mais pura das tolices, posso dizer o mesmo que estava errada e a minha filha) Pausou o Mesja da Metalurgia. (-estou orgulhosa e não me importo de dizer as vezes que for necessário, como pai tinha o maior medo de a perder como aconteceu quando a sua mãe faleceu, o destino é algo que não podemos impedir, quanto a Wurdi.)

 

O muviano das rosas engoliu em seco, receando algum sermão por parte do Mesja.

 

(- As próprias Armaduras escolhem o seu dono, pois têm a bênção da deusa. Apesar de serem construídas com as mãos da minha família, não são nossas propriedades. Foram feitas para proteger e defender, portanto Amarantos e Wurdi, os dois são abençoados e mesmo que haja momentos tão difíceis como vimos, há também a esperança. Ouvi da boca da Mesja da Justiça em pessoa, o porquê de não teres sido escolhido e agora és um Cavaleiro, há honra ou satisfação pessoal maior do que esta?)

 

A sabedoria de Donatello ajudou a tranquilizar o ambiente hostil causado por Amarantos, a razão que ele era um Mesja não era apenas um título honorário em que no caso dele era passado de geração em geração, mas pela dedicação do seu trabalho justo da história do seu povo como idade o ajudaria a obter semelhança força para seguir em frente.

 

O próprio Amarantos de sangue fervente estava calmo, porém ele não esquecera que ainda estava preso em nome de uma injustiça.

 

(- Mesja Donatello, há alguém que me possa ajudar a controlar o meu poder da visão?) Perguntava Abubakar preocupado.

 

(- Não conheço ninguém que possa ajudar, Abubakar. Há centenas de anos que não surjam uma pessoa como tu, talvez possas encontrar nos registos da nossa história alguma pista.) Respondeu Donatello o mais calmo possível.

 

Um dos seus assistentes estava inquieto pelo que seu mestre tinha mencionado antes e como ele podia estar tão calmo numa situação como esta.

 

(- Mesja Donatello? O que o senhor quis dizer com confusão no julgamento?) Perguntava Filarete inquieto.

 

(- O Cristal da Verdade. É impossível enganar o está dentro do coração ou da alma, Aposafi pode ser inteligente, ele não pensou nos nossos costumes porque não conhece na sua totalidade, os segredos dos ofícios de cada Mesja é repartido entre aqueles que partilham o mesmo título.) Respondeu Donatello.

 

Os dois assistentes estavam contentes e deixaram de sentir deprimidos com tal semelhante notícia.

 

Ouvia uns passos que se aproximavam de fora da cela, eram da própria Mesja da Guerra, Dandarra e dos seus Pugnators que traziam umas algemas feitas de cristais que restringiam as suas habilidades e ainda cortam a possibilidade de fugir.

 

(- O meu coração entristece de ver uma pessoa que sempre tive o maior respeito e admiração ficando em segundo perante o meu dever como Mesja da Guerra em o caminhar para receber o seu devido castigo, arrastou a sua filha e inocentes para esta conspiração, antigo Mesja de Metalurgia.) Desabafa Dandarra num tom de desilusão ao esconder os seus verdadeiros sentimentos.

 

O silêncio começou desde a saída da prisão subterrânea, apenas se podia escutar era o andar e os grilhões que balançavam para um lado para o outro, os sete mantinham a sua cabeça levantada em vez de baixa, deixando o povo na expectativa.

 

O julgamento era feito ao ar livre diante de uma espécie de anfiteatro.

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  • 4 meses depois...

Capítulo 135 Contrariu sensu

 

O momento do julgamento chegou, o local se encontrava na parte sul do continente próximo da muralha e também da entrada de um dos pontos cardeais protegidos pelos Pugnators da Mesja da Guerra.

 

Este anfiteatro estava preparado e capacitado para um julgamento de lotação para uma multidão enorme, os culpados entravam por uma alada da direita para o centro encaminhados pelos Pugnators para dentro de um prato redondo capaz de receber uma dezena de pessoas, levitou para cima, do outro lado estava a outra em baixo na espera da Mesja da Justiça, Lavanda.

 

O Magna Sapiens Xenocrates estava no meio da multidão com um ar triste e desiludido por testemunhar semelhante ato que manchou, mais perto da área do julgamento encontrava-se reservado para os nove Mesjas, somente quatro chegaram primeiro: Dandarra da Guerra; Dhar de Tecelagem, uma mulher simples, a responsável pelo vestuário do seu povo em fornecer pelas ocasiões simples ou especiais, de estatura alta, com uma aparência maternal, cabelos negros trançados e longos até à bacia, seus olhos eram castanhos e os pontos amarelos; Annales de História, o erudito que catalogava toda a história da civilização muviana, um pouco mais baixo em relação à Mesja da Tecelagem, cabelos desgrenhados com uma barba pouco cuidada, olhos verdes assim como seus pontos, trazia alguns pergaminhos por escrever e Ager da Agricultura, marido de Kapada, homem musculado e bronzeado pelas suas incontáveis horas ao sol direito, responsável pela produção distribuição da alimentação, cabelos castanhos com barba média, olhos azuis e a cor dos pontos era verde, trazia pouca roupa e um chapéu.

 

(- Meus caros colegas e amigos, hoje é um dia negro para escrever a história de hoje para as futuras gerações). Começou Annales a falar em primeiro quebrando o silêncio enquanto seus dedos guiados pela telecinesia escrevia usando o cristalglifo na sua linguagem nativa.

 

(- Há muito tempo que não havia um acontecimento como este, não é verdade, Annales? És o Mesja que tem mais tempo em vida e em cargo igualmente.) – Falou Ager ao conversar com ele.

 

(- Meu esposo, porque vieste assim com estas roupas das tuas tarefas diárias? Porque não vieste uma outra adequada para esta ocasião?) – Perguntava a sua preocupada mulher.

 

(- Estas roupas representam o que eu sou, meu amor. O Mesja da Agricultura, mas conheces muito bem até que não gosto de usar algo que não me sinto confortável.) – Justificou Agner.

 

(- Por favor, Mesja Dhar e Agner. É possível deixar de lado estes assuntos que não se relacionam ao momento.) – Solicitava Dandarra pedindo com respeito um pouco da postura deles.

 

Dhar aproximou-se dela, a guerreira estava inquieta e muito preocupada que foi percebida por ela.

 

(- Como está a suportar tudo isso? Mesja Dandarra, eu sei como é difícil e estás muito aflita com a situação dos teus dois Pugnators, desejaria que a Lavanda fosse brada com eles.)

 

Conversava a mulher de Agner com ela telepaticamente.

 

(- Não faz sentido algum, Amarantos sempre foi aquele que mais confiei, apesar de ser um sangue fervente, era muito empenhado e dedicado, pretendia fazê-lo de meu braço direito e agora isto.) Desabafou Dandarra na sua mente sem mostrar indícios de uma expressão facial.

 

(- A decisão é da Lavanda e ela certamente fará o seu veredito com justa sabedoria e imparcialidade.)

 

(- Traidores e cúmplices não têm penas leves, provavelmente seja…)

 

(- Não fales mais.)

 

Juntou-se uma terceira voz para a conversa mental, era de Ager que falou no momento certo.

 

De imediato, apareceu duas irmãs gémeas, a mais velha era a Nakalee Aag do Necrotério, a responsável pelos ritos fúnebres, o seu cabelo era longa e bem excêntrico juntamente com as suas roupas cerimoniais, uma obra-prima da Dhar, olhos dourados e os pontos roxos, a sua roupa longa branca era bem chamativa acompanhada ao lado da sua mana mais nova, Dharma do Misticismo, a sua aparência era idêntica, à diferença do cabelo igualmente excêntrico e das roupas que exerciam.

 

(- As irmãs chegaram, bem oportuno para relatar estes acontecimentos…)

 

(- Inoportuno é a palavra certa, Mesja de História.) – Corrigia Dharma com um ar severo ao interromper Annales.

 

(- Ayurveda não vem?) – Perguntou Dhar preocupada.

 

(- A sua prioridade é cuidar da Magna Sapiens Salutem neste momento, como médica. Ela não poderá comparecer, oxalá que o estado de saúde não seja grave.) Informava Nakalee Aag com um ar disfarçado.

 

Era possível notar que ela estava exausta tanto física como mental devido à preparação para os rituais fúnebres dos Pugnators que morreram cruelmente contra o Agoge, Tayari de Gurade, mas havia algo mais que fora percebido pela Dhar, uma profunda dor nela.

 

(- Minha querida, porque aguentas tantas emoções sem derramares estas lágrimas?) – Perguntava a Mesja da Tecelagem.

 

Ela se aproximava dela ao confortá-la por causa da sua tarefa, Nakalee Aag jamais tinha visto algum assim nas suas cerimónias fúnebres, era algo ela receber mortes por velhices ou jovens mães que parecem dos partos difíceis, jamais por uma impiedosa morte que tira a vida de alguém de forma tão indiscriminada. Apesar de ser uma Mesja, era ainda uma recém adulta feita, aguentar ao realizar tal preparação para um ritual era para uma pessoa preparada em experiência de vida, algo que Nakalee Aag por conta da sua idade, mas foi reconhecida pelos Magna Sapiens atuais.

 

Dharma aproximava do seu pai que era o Mesja da Agricultura de um modo discreto.

 

(- A minha irmã não está bem, porque ela não desista de ser a Mesja do Necrotério?) – Perguntava para Ager.

 

(- Nakalee Aag está indo bem, acredito que ela não irá deixar o cargo.) – Respondeu Ager com uma voz firme.

 

(- Eu já esqueci que estiveste presente por muito pouco tempo na nossa educação, pai. Quando a nossa mãe, a tua esposa faleceu. Partiste para outra.) Retalhava Dharma com palavras duras sobre as decisões dele.

 

O Mesja da Agricultura sabia que a sua relação com a mais nova era a mais difícil que tinha por causa do seu cargo importante que para ele era uma honra mais do que um cargo hierárquico, com ele eram uma família de Mesjas, porém a relação amorosa não possuía para ele o mesmo peso que a sua função.

 

(- Dharma, o que eu fiz no passado está feito. Quando vais seguir em frente? A tua irmã aceitou Dhar como uma mãe e tu não foste capaz e nem a cumprimentaste sequer…)

 

(- Eu segui, mas estás a pedir que eu esqueça. Há uma diferença muito grande no que falas, enquanto Mesja do Misticismo que sou, parece-me mais fácil para eu entender o mistério por detrás do espiritualismo do que conversar contigo.) – Justificou Dharma em suas atitudes.

 

O pai dela não desistia, porém o momento era inoportuno por causa do julgamento.

 

Nakalee Aag mantinha a sua expressão forte para não mostrar fraqueza, porém Dhar tinha desenvolvido o seu instinto maternal e o amor por elas, para ela família não era uma questão de sangue, mas o relacionamento e o amor que empregou nelas.

 

(- Depois deste julgamento, iremos beber um chá e vais descansares para que tenhas as forças para a tua cerimónia, minha querida.) – Confortava Dhar com as suas palavras.

 

De imediato, a Mesja da Justiça, Lavanda apareceu trajada com uma longa túnica de olhos vendados por um lenço branco, cabelos e pontos roxos claros, a sua túnica, trazia uma espada na mão direita selada e na esquerda o outro prato da balança, subiu no prato que levitou estando ao nível dos culpados.

 

(- Peço que haja silêncio de agora em diante, caros compatriotas muvianos, Mesjas e Magna Sapiens para os acusados sejam julgados na justiça do nosso pai do modo mais imparcial possível, vou dar início ao ouvir o Magna Sapiens tem para dizer.) Começou Lavanda ao introduzir a abertura do julgamento.

 

Xenocrates levantou-se, olhou para os sete e com muito pesar ele manteve a sua postura.

 

(- Antes de começar, nobre Magna Sapiens devo mencionar que as suas palavras ditas aqui serão gravadas pelos meus funcionários e só deve falar a verdade, somente a verdade. Pode começar, por favor.) – Interrompeu Lavanda ao revelar um detalhe importante.

 

(- O Cavaleiro de Pallas, Aposafi de Libra, veio até aqui entregando uma mensagem da deusa ao explicar sobre a situação do Santuário e também dos nossos compatriotas muvianos que estavam enclausurados pelo irmão dela, Ares, o deus da guerra. Aposafi tinha nos advertido que o Santuário estava sobre um conflito interno e cheio de conspiradores, aquele…)

 

Pausou Xenocrates que sentia uma forte dor no seu coração que tocou e aguentou, porém a lágrima foi sincera ao escorregar do rosto esquerdo.

 

(- …monstro que chacinou os Pugnators, o Aposafi livrou-se dele, mas depois foi morto por Abubakar e Diana e em seguida, o Pugnator Amarantos roubou a Armadura dele…)

 

(- Isso é mentira! Tudo isso é mentira!) – Contestou Amarantos gritou bem alto.

 

Ele foi paralisado e forçado a calar a sua boca.

 

(- Não ousas perturbar este momento, estás sobre julgamento. Aconselho que não cometas outro deslize que possa comprometer uma punição ainda mais dura. Espera pela tua vez, terás a tua oportunidade.) Argumentou Lavanda sem mostrar um pingo de emoção, estando completamente fria em suas palavras.

 

A Mesja da Justiça gesticulou para que o Magna Sapiens continua-se.

 

(- Tenho também uma carta escrita com alguns erros do Aposafi que explicava sobre a cumplicidade do Mesja Donatello que fornecia secretamente material para a construção das proteções dos esbirros de Ares.)

 

Xenocrates entregou a carta através da telecinesia a Lavanda.

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Capítulo 136 A justiça dos mortais

 

O dia do julgamento marcava um evento tristemente histórico para o povo muviano, registrado pelo Mesja da História, Annales, com a sua rápida escrita usando os seus dedos como um instrumento e o cristoglifo naacal como tinta.

 

A introdução do julgamento começou muito negro segundo o testemunho de Xenocrates que relatou o que sabia, possuía uma carta na sua posse que segundo ele era uma evidência relevante como prova, entregou a carta através da telecinesia para a Mesja da Justiça, Lavanda.

 

Como exigência do seu cargo, ela entregou a uma das suas assistentes, uma vez que não podia tirar a venda dos olhos até o final da sessão.

 

- A carta tem alguns erros na sua escrita e uma caligrafia muito estranho para os nossos padrões, atrevo a dizer que é legítima para o Cavaleiro de Pallas que entrou primeiro nos nossos domínios. – Confirmou a assistente de Lavanda.

 

- Aguarda esta carta até ao fim. – Ordenou Lavanda.

 

Dos sete acusados no prato da balança, a única pessoa que resignava toda aquela mentira e teatro era Amarantos, por mais que ele quisesse mexer ou até abrir a sua boca para vocalizar a oposição ele não podia.

 

- Oh Magna Sapiens, o senhor tem algo para acrescentar contra os sete? – Perguntava Lavanda.

 

- Não. – Respondeu Xenocrates.

 

- Continuando, a Mesja da Guerra, Dandarra, é a próxima a dar o seu testemunho, queira prosseguir?

 

Dandarra saiu do espaço destinado aos Mesjas colocando em frente de uma grande multidão que a via com um grande número de olhos para ela, antes de falar, ela olhava para Amarantos nos olhos não acreditando no que aconteceu, calada estava apenas e de cabeça baixa sem ter a coragem de seguir em frente.

 

- Mesja da Guerra? – Chamou Lavanda.

 

Ela não respondeu, Amarantos percebeu algo nela, podia ser que Dandarra fosse a única que visse o quanto estava errado a situação.

 

- Mesja da Guerra, sabe onde está? Ainda não ouvia a sua voz, sei que está numa posição sensível para o seu posto e das ações dos seus dois homens como Pugnators. – Chamou Lavanda pela segunda vez à razão.

 

A responsável pelo título de Guerra apertou seus punhos com força, olhou com desaprovação para toda a multidão que provocou uma reação em cadeia.

 

- Estamos a cometer uma grande injustiça, Mesja Lavanda! – Afirmou Dandarra.

 

A sua frase despertou toda a atenção da multidão, até mesmo dos acusados.

 

- Não preciso dizer que estás sobre um depoimento sobre os setes ou pretendes juntar à conspiração deles, Dandarra? – Interrogou Lavanda num tom sério e acusador.

 

- Magna Sapiens não consigo avançar com isso, há algo que está muito errado em relação aos sete acusados…

 

- Mesja Dandarra, não avances mais com… - Interrompeu a Lavanda.

 

- Se todos estão contra os sete, eu vou ajuntar a eles e serei a oitava e além disso, eu…

 

Ela tinha interrompido a portadora do título de Justiça ao expressar o seu descontentamento contido desde que prendeu os sete, retirou as suas roupas de Mesja, um gesto de renúncia ao seu título de Guerra, vestida apenas de peças vestiárias que tapavam seus seios e órgão genital. A atitude serviu para ver o quanto errado e estranho estava a passar.

 

- …renuncio o meu título de Mesja em nome da injustiça, lembro de ter jurado em defender o meu povo sobre uma ameaça externa, agora faço sobre uma interna…

 

A ordem e o silêncio estavam comprometidos pela ação de Dandarra, a própria representante da justiça começava a sentir incomodado pelo comportamento rebelde da sua colega, porém ela mantinha a calma e a postura de dar uma oportunidade para entender.

 

- Estou ouvindo e que todos os presentes sejam as testemunhas dos teus atos. – Falou Lavanda.

 

- Acho um absurdo em acusar um Mesja como Donatello que se dedicou toda a sua vida e a família em criar, fortalecer e aprimorar as Armaduras sagradas para a deusa Pallas para que agora usasse toda a sua influência para promover um golpe de traição usando a sua filha e até Abubakar que foi criado como um dos nossos como os seus dois assistentes e além disso, não acredito que Amarantos como Pugnator que era e o Wurdi sejam acusados em todo o momento que apareceu Aposafi, isso nunca aconteceu antes e agora é que estamos a julga-los?! – Perguntava Dandarra ao tentar expor a razão.

 

Após ter terminado o que tinha para dizer, teletransportou para o prato onde estavam os acusados, agora totalizando oito, Dandarra ajudou a levantar o impulsivo Amarantos, porém ele não conseguia falar para a agradecer.

 

- Eu falarei em nome de Amarantos, Mesja…

 

- Deixa-te de cortesias e falinhas massas, Wurdi! Não estou na melhor das situações e não ouviste que renunciei ao meu título, eu conheço tão bem este homem de sangue fervente, porém justo. Ele pode ter me dado muitas dores de cabeças para mim, tudo isso ao seu próprio conceito de justiça e preocupação. – Interrompeu Dandarra ao dar um sermão nele, algo que já era um hábito.

 

- Porque fez isso? – Perguntou Abubakar.

 

- Tenho a impressão que algo está errado e como tal, lembro de ter visto a combateres aquele monstro que matou os Pugnators e depois daí…

 

- Silêncio! – Exclamou a voz autoritária da corte que era Lavanda.

 

A antiga Mesja da Guerra foi subjugada por uma força telecinética mais poderosa do que ela, mesmo os acusados sentiram a mesma pressão estando “colados” ao chão sem dando hipóteses de defender, tal força extraordinária pertencia ao Magna Sapiens Xenócrates sobre uma atitude imparcial.

 

- Peço que não leva em conta que a minha ação tenha ofendido o seu trabalho, Mesja Lavanda. – Justificou Xenocrates.

 

- Louvo a rápida ajuda para a corte, apenas vou abrir uma excepção atípica para esta ocasião: solicito por respeito à sua posição que liberta um deles para falar o seu veredito, vou começar pelo Abubakar. – Pedia a juíza.

 

O ancião concordou e libertou por momento o Cavaleiro de Aries, ele sentia toda aquela dor e pressão ainda presente na sua pele, jamais pensou no quanto poderoso era um muviano de quinhentos anos, impressionando ele estava, não esquecera no momento em que se encontrava.

 

- A todos os presentes da terra de Mú que me acolheram como um de nós, peço que me ouçam bem e que sejam…

 

O Cavaleiro de Aries vislumbrou uma visão espontânea: ele olhava para a sua Armadura fragmentava, cheio de sangue, cansado tanto fisicamente, emocional até psicologicamente testemunhado o campo de batalha sangrento contra os Agoges de Ares, porém com corpos caídos, mutilados e poças de sangue. Ele gritou desesperadamente pelas suas lágrimas pedindo ajuda e por uns breves momentos que viu, voltou à corte completamente suado e as lágrimas a cair dos olhos.

 

Todo os presentes falavam entre si, a corte estava desordenada e confusa. A Mesja Lavanda não entendia o que se passava, o mesmo para os outros Mesjas presentes, à excepção de um que reconheceu logo.

 

- Abubakar é um dos ESPER!! – Concluiu Annales ciente.

 

A voz alta de Annales pronunciada provocou o silêncio de todos, todos pensaram no Abubakar vendo ele como um mestiço em vez de um puro, todos estavam com a mesma dúvida: era possível que ele fosse mesmo um dos ESPER, como eram conhecidos os muvianos com o poder da visão do futuro e não era possível que o Mesja da História poderia estar errado mesmo?

 

- Um momento, posso interromper Mesja Lavanda?! – Pedia o entusiasmado Annales.

 

- Estamos em fase de julgamento, pode esperar para mais tarde Annales ou isso é mesmo relevante para o caso presente? – Questionava a juíza com base na lógica.

 

- Isso é um momento histórico: um mestiço com a habilidade perdida da nossa herança se manifestou, isso não acontece há mais de seiscentos anos! Abubakar pode ser talvez o único que nos possa ajudar a manter a nossa paz e segurança como aconteceu contra…

 

- Nem mais uma palavra, Mesja Annales! Senão a tua situação poderá agravar e posso acusá-lo de obstrução, queres arriscar e que o teu sucessor escreva a tua biografia de modo que desonraste as tuas funções e as minhas? – Avisou ela como um punho de ferro.

 

O historiador retirou-se persuadido por ela, Abubakar voltou a si e notou lágrimas e suores frios pelo seu corpo.

 

- Aconteceu outra vez…

 

- Abubakar, quando este poder despertou? Foi quando foste para o Santuário de Pallas? – Interrogava Lavanda na ofensiva.

 

- Sim foi… a primeira vez que tive contato foi durante um breve desentendimento contra o Cavaleiro de Leo, Abbas e depois outras… até a minha anterior revelou que Aposafi iria ao Continente de Mú para instigar conspirações e enganar todo o povo…

 

- O que Aposafi fez foi avisar da conspiração e tiraste aproveito para arquitectar planos para o difamares, é bem provável que tenhas outras habilidades nossas como teletransporte e telecinesia, mas segundo o que soube, não eras capaz de fazer nenhuma e como é possível que tenhas uma das raridades nossas? – Apontou Lavanda.

 

- Está a crer dizer que sou uma farsa e que estou a fingir que tenho as visões? – Questionou Abubakar confuso.

 

- Não seria um pouco óbvio, tiveste ajuda e não podia ser feito por um só, houve colaboração com a Amazona de Ouro, Diana que sempre preferiu Pallas em vez da nossa cultura e agora está nesta situação em conjunto. – Fomentou Lavanda em prorrogar a situação.

 

- Como pode falar assim da filha desta terra?! Diana voltou para ajudar os seus irmãos, ela pensa constantemente e tem um dos seus aos cuidados do Santuário que estava carcerado nas masmorras de Ares…

 

- Esse muviano que falas pode ser um dos descendentes dos que foram banidos durante a época que Poseidon invadiu a nossa terra, foi uma das decisões dos meus antecessores que o fizeram. Se achas que estou sendo injusta e indiferente ao sofrimento, não conheces nada do que se passou para teres baseado no que viste…

 

- Não existe o perdão? Ou não conhece o que é o perdão, esta justiça que se prega não se adequa às virtudes do povo que me acolheu por ser um mestiço, até posso ser um filho desses transgressores! – Interferiu Abubakar depois de ter sido interrompido pela Mesja Lavanda ao falar de uma forma mais humana pensando nos outros do que em si.

 

Após as declarações do Cavaleiro de Aries, Lavanda respondeu em silêncio. Algo que incomodou muito o pobre Abubakar, ele não podia fazer nada contra a cultura fechada deste povo, porém recusava a render de defender o que ele achava certo.

 

- Agora és uma Mesja, Lavanda! Podes marcar a diferença dos teus antecessores e levar a tua para os vieram depois de ti… por favor, eu te peço…

 

- Acabou teu tempo, Abubakar! A seguir será Diana.

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Capítulo 137 A equidade

 

O julgamento das oito pessoas, juntamente com Dandarra, aquela que se auto declinou deliberadamente o seu título de Mesja, estavam a ser sentenciadas por diversas transgressões contra o povo muviano tais como: corrupção, conspiração e assassinato.

 

Abubakar tinha sido o primeiro dos julgados a defender contra a Mesja Lavanda e perante todas as testemunhas, por mais que ele tenha expressado a sua honestidade e justificado as suas ações de uma forma contextualizada, não foram o suficiente para contrapor. A sua vez tinha terminado e Diana foi a seguinte ao descer do prato da Balança.

 

- O que o meu amigo disse é a verdade, antes de eu depor os meus fatos. Quero manifestar a minha opinião contra Scribe, aquele que escapou das mãos dos Hoplitas do Miaiphonos Ares…

 

- Diana, não tomas o mesmo caminho que Amarantos ou o teu colega, Abubakar. Uma vez que a sentença seja tomada, se torna irrevogável e as coisas sempre foram assim. – Advertiu Lavanda com rapidez estando um pouco saturada do comportamento irascível.

 

- Os pecados do pai são os pecados do filho? – Perguntou Diana expondo o conceito da justiça muviana.

 

- Esta pergunta adequa à tua situação, o pai e a filha, juntos contra todo o povo. Desonras a memória do primeiro Cavaleiro muviano, Prima, o teu ancestral. Se ele estivesse vivo atualmente, certamente sentiria ultrajado contra esta ofensa…

 

- Não falas assim dele com tamanho levianamente, não o conheceste e somente os mais antigos, os da sua geração é que o podem falar! – Defendeu Donatello ao ter libertado da pressão psíquica que o prendia. – E outra coisa, a minha filha é uma guerreira de elite de Pallas, tal como foi o seu ancestral. É um orgulho para mim e devia ter sido uma honra para o nosso povo, perdes tempo com estas acusações… manda vir o Cristal da Verdade!

O Magna Sapiens estava impressionado com a força impregnado em Donatello, ouvindo o nome de Prima sendo mencionado, recordou da memória que preservou tão cuidadosa que tinha sobre ele.

 

175 anos atrás na entrada do lugar do Mesja da Metalurgia

 

Metalurgia, a arte designada para o conjunto de procedimentos e técnicas para a extração, fabricação, fundição e tratamento dos metais e das suas ligas.

 

O ferreiro responsável por esta função e responsabilidade pretendida a um chamado Prima, um muviano de porte físico forte que fora moldado pela exigência do seu cargo, a pele bronzeada pelo calor das chamas do forno, usava luvas feitas à medida para segurar as ferramentas, longos cabelos soltos negros com olhos verdes cheios de vontade e esperança, possuía dois pontos verdes, uma barba cerrada que cresceu sem controlo e tronco nu com calças e sandálias.

 

Martelava com um ritmo constante, as faíscas saltavam do batimento com o metal que ganhava suavidade na forma.

 

- Se continuares assim a martelar desta maneira, sentirás o cansaço em teu corpo.

 

A voz que o advertia ao admirar a determinação de Prima era um Xenocrates com menos de dois séculos de idade que usava os lábios para falar em vez da telepatia, nesta época ainda não era um Magna Sapiens.

 

- Ancião Xenocrates, o que faz uma figura ilustra como o senhor aqui na minha oficina? – Perguntava o educado Prima.

 

- Vim ver as famosas “Armaduras” que tens dedicado o teu tempo trancado como um prisioneiro que não vê a luz do dia, espero que possa ter um pouco da sua atenção para trocar umas palavras comigo, Mesja Prima. – Explicou Xenocrates ao trata-lo bem.

 

- É o meu trabalho de ferreiro, Ancião! Não estava a supervisionar os treinos dos guerreiros da deusa Pallas, como está a moral deles? Amanhã é o grande dia! – Respondeu Prima estando preocupado.

 

O arcaico muviano sentou em cima de uma pedaço de metal que servia de cadeira estando cansado das suas pernas pela idade, abaixou a sua cabeça revelando olhos de um guerreiro inquietado.

 

- Gostaria de ser novo para lutar contra os Marinas de Poseidon, certamente estamos gratos a Pallas por nos ter ajudado, apesar de nunca termos em toda a nossa história, uma divindade a quem apoiámos… - Respirou Xenocrates ao admitir a vontade de defender o seu povo. -…não há uma destas Armaduras para um guerreiro reformado como eu, Prima? – Perguntou com um sorriso misturado com aflição.

 

O ferreiro parou por uns momentos para dar a atenção a uma pessoa que respeitava imenso, enxugava o suor do seu rosto bebendo um pote de água que estava longe dos fornos.

 

- Eu bem que gostaria de fazer uma para o Ancião, porém tenho várias e só me falta para dar os seus retoques finais, afinal estou reforçando a sua resistência e dureza. As suas primeiras: as Armaduras de Cobre, foram um esboço dos meus esforços e muitos morreram por causa do meu erro!

 

Atirou o pote de água contra a parede mostrando uma culpa assumida pelos seus “trabalhos”, o Ancião notou que ele teimosamente trabalhava afincadamente para proteger, um humilde ferreiro que procurava ajudar e fazer a diferença.

 

Prima era o assistente do anterior Mesja, Rhoikos, o maior na arte da Metalurgia da história do povo muviano, porém ele mudou de lado, tornando o adorador e seguidor mais ávido de Poseidon como também o inventor das Escamas.

 

O novo Mesja era malvisto pelos seus próprios compatriotas, ele esforçava imenso e só contava com o apoio da sua esposa e filho, um homem esforçado que tinha a tarefa divina e do ultimato de provar a inocência e a confiança dos seus.

- Peço desculpa pela minha atitude, é que não acredito que o meu mestre tenha sido um… - Interrompeu Prima a si próprio ao colocar as mãos na cabeça abaixando. -…venha que quero mostra algo…

 

Encaminhou o seu amigo para uma sala tapada com uma cortina tecida com várias cores num padrão de linhas verticais e horizontais, Prima moveu-a para o lado.

 

- Isso é que são as “Armaduras”?!

 

A pergunta retórica de Xenocrates foi maravilhada com a visão de ter testemunhado em primeira mão, o número presente das proteções era pequena, a quantidade era irreverente perante a qualidade da obra. Armaduras de Ouro, Prata e Bronze colocadas num pedestal com uma caixa desmontada ao lado.

 

- Amanhã será a cerimónia da entrega destas Armaduras e vou estar presente na partida do ataque contra Poseidon como o reparador, eu honestamente quero integrar no seu exército como guerreiro e só falta a Armadura de Aries. – Explicava Prima ao expor o seu desejo profundo.

 

- Posso ficar a ver? – Perguntava o Ancião.

 

- Ter um antigo Mesja da Guerra aqui presente é uma honra. – Alegrou Prima.

 

Xenocrates notava os pulsos enfaixados e ainda sujos de sangue que estavam mal curados pelo seu esforço.

 

- O que fizeste aos teus pulsos, Prima? Não me digas que isso faz parte da construção da proteção? – Perguntou o perspicaz Ancião.

 

O Mesja tocava nos pulsos fracos e fragilizados, porém a sua vontade é que impedia de parar e ele só precisava de terminar a última, desenfaixou as ligaduras e preparava para molhar a proteção.

 

- Espera! Quero que usas o meu sangue para aquele que a vestir, que possa usar esta indumentária com todo o apoio de um Mesja guerreiro.

 

Dito isso, Xenocrates arregaçou as mangas longas e num movimento de corte limpo com as mãos nuas com o auxílio da telecinesia abriu a epiderme e a derme doando o seu sangue para a proteção do primeiro signo do zodíaco. Prima impressionou com o Ancião, apesar de estar mais velho e reformado da sua função, ele ainda exibia a aura de um combatente.

 

- Quando acabar, vou passar o meu título ao meu filho, Vaaris e gostaria de pedir um favor egoísta! Quando for o Magna Sapiens, decreta que os próximos Mesjas da Metalurgia sejam escolhidos por herança de família, Ancião Xenocrates. – Solicitava Prima emocionado.

 

Após o último esforço em aprimorar a indumentária dourada, a alvorada nasceu na terra de Mú e a cerimónia estava pronta.

 

Para a supressa de Prima, ele foi nomeado como Cavaleiro de Aries, juntamente com seis outros, chamados por esta era de Epta Chrysi.

 

Xenocrates viu Prima pela última como Cavaleiro de Aries.

 

Momento atual, tribunal da Mesja da Justiça

 

A confusão ainda estava instalada, Donatello livre da sua “prisão telecinética” estava e descido, gritando alto exigindo que ela trouxesse o Cristal da Verdade.

 

- Lavanda! Traga imediatamente o Cristal da Verdade e tudo serão resolvidos e revelados de uma maneira mais simples ou preferes mesmo continuar com esta charada das tuas afirmações ou melhor dizendo: vereditos e conclusões falsas! – Dizia Donatello num tom de persuasão.

 

- Estás a desrespeitar a corte e todos ao teu redor, não é necessário trazer o Cristal da Verdade, quando todos sabem da verdade, não irá levar a lado algum. – Cortava Lavanda na conversa dele.

 

- Retira a venda dos olhos, Mesja! – Pedia Diana. – Assim estarás a deixar passar esta injustiça e teu nome será sujo para sempre, peço-te. – Continuou insistindo.

 

Do céu uma estrela cadente caiu no meio da corte cegando a todos os presentes, era a Armadura de Aries na sua formada montada, as peças se moviam por uma vontade misteriosa, mas benevolente. Ninguém estava a usar, uma imagem espiritual serviu revelando apenas a silhueta que Xenocrates conhecia muito bem.

 

As gémeas, Nakalee Aag e Darma, impressionadas pela visão inusitadas, enquanto Annales parecia uma criança feliz com um brinquedo.

 

Aries olhava para a bancada, encontrou Xenocrates e acenou para ele como estivesse contente por vê-lo, após o feito, as peças voltaram para a forma da constelação estando parada.

 

O Magna Sapiens levantou-se e telepaticamente comunicou com a Lavanda.

 

“- Traz o Cristal, Mesja Lavanda. É necessário que eu interferia, fá-lo.” – Exigia Xenocrates.

 

Sem ter hipóteses de desobedecer e além de estar pressionado, Lavanda teletransporta o Cristal da Verdade, era um enorme pedra transparente cujo brilho maravilhava todos os presentes, a Mesja da Justiça retirou a venda.

 

- Para que possamos terminar isso de uma vez por toda e sentenciar o vosso crime, vamos começar pelo Donatello. – Iniciou Lavanda ao iniciar a ordem.

 

O Mesja da Metalurgia aproximou e tocou no Cristal, várias imagens foram projetadas como se uma lente de vídeo mostrando o que tinha passado na altura que sucedeu o incidente, as imagens não coincidiram pela acusação.

 

- Isso é impossível! – Expressou Lavanda incrédula ao perder a sua postura.

 

- Que tal a minha filha seja a seguir ou ainda não estás completamente convencida? – Perguntou Donatello ao ironizar a Mesja.

 

Até os próprios Mesjas das outras áreas estavam atónitos com isso, excepto Annales que estava feliz por escrever tudo.

 

- Que todos o fazem! – Exigiu Lavanda.

 

Na ordem foram: Diana, Abubakar, Amarantos, Wurdi, Rijin, Filarete e Dandarra e como o Mesja da Metalurgia previu, o caos se instalou e Lavanda estava perdida na confusão.

 

- Nunca isso aconteceu?! O que tudo isso significa?! – Gritava a juíza preocupada e perdida.

 

Um corvo cósmico pousou no ombro direito da Lavanda.

 

- Eu tomarei a palavra agora, o Mesja Fantasma!

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Capítulo 138 Veredito final

 

Diante de todos os presentes somando Mesjas presentes, o Magna Sapiens Xenocrates e até os oito acusados estavam surpreendidos pela súbita aparição do auto proclamado Mesja Fantasma.

 

- Isso é verdade, Annales? – Perguntava a calma Darma.

 

Pela primeira vez, O Mesja da História estava calado, algo muito incomum para alguém que tinha todo o conhecimento e resposta da crónica do seu povo.

 

- Ele não tem a resposta, estou chocada com tudo isso. Que mais surpresas vão ter? – Perguntava Chuba ao observar.

 

O Mesja Fantasma estava coberta por uma túnica longa e encapuzado por uma máscara branca sem forma dos seus traços faciais, as mãos vestidas por luvas unissexo. A própria Chuba desconhecia as vestes que ela utilizava, pois não eram da sua obra.

 

- Seja como for, o nosso colega está feliz em escrever e não tira o olho por nada que se passa aqui, penso que temos todos a mesma questão: quem é? – Observava Ager da Agricultura.

 

O ser encapuzado chamava o corvo cósmico para sair do ombro da Lavanda que pousou no braço direito do Fantasma como se dominasse a arte da falcoaria e desapareceu como uma poeira cósmica.

 

- Sei que todos estão a pensar quem eu sou, só posso dizer que estou aqui presente para corrigir uma injustiça dentro do nosso povo que poderá ter uma consequência irreversível que afeitará a todos nós…

 

- Porque não tiras esta máscara? Tens muito atrevimento em vires para o tribunal que está sobre a minha jurisdição e trabalho, neste momento está em fase inconclusiva. Não existe nenhum outro Mesja que seja um décimo que tenhamos conhecimento e nem os próprios Magna Sapiens decretaram. – Interrompeu Lavanda incomodada e ofendida.

 

- Disseste bem em uma coisa relevante, Mesja da Justiça. Eu cito das tuas palavras, o seguinte: “neste momento está em fase inconclusiva”, não é tarde para eu interferir, pois eu tenho algo que desejo partilhar para o povo.

 

O encapuzado mostrou com a palma da mão direita ao criar um corvo cósmico como se fosse verdadeiro.

 

Somente Diana reconheceu do que se tratava.

 

- É a técnica do Cavaleiro de Corvus, o Munin! – Revelou a Amazona de Sagittarius.

 

- Conheces guerreira de Pallas? – Perguntava o Fantasma. – Sabias que o Cavaleiro Aposafi também usava esta técnica suja para manipular as memórias dos habitantes.

 

A afirmação dela chocou imenso a todos, os presentes mentalizavam várias questões e estavam bem confusos.

 

Xenocrates levantou-se e olhou de uma forma pouco amigável para ela.

 

- Até agora estive calado e observando tudo desde que começou, pelo meu título é sabido que sou o mais antigo do povo, tal como a minha esposa e nunca do meu antecessor ouviu falar do Mesja Fantasma e não há registo algum…

 

- Nunca sabemos de tudo, meu amor.

 

A voz que ele ouviu telepaticamente na sua cabeça era da Magna Sapiens Salute, entrou pela porta principal do tribunal acompanhada pela Mesja da Medicina, a Ayurveda, uma jovem de cabelos e pontos brancos com olhos castanhos, vestia as roupas especiais que foram fundidas com cristais purificadores.

 

- Eu pensei que estavas…

 

Não terminou a sua frase, pois ele pensava no pior.

- Foi apenas um fingimento, desde que aquele dito Cavaleiro de Pallas apresentou para nós, tinha um certo pressentimento que ele não estava aqui sobre as palavras que disse, pois possuía segundas intenções e ele tentou invadir a nossa mente com este pássaro e a existência do Mesja Fantasma é ainda um mistério, acredito que esteja aqui por uma razão, vamos ouvir até ao fim sem mais demoras. – Explicou Salute.

 

Ayurveda dirigiu ao grupo dos Mesjas, enquanto Salute caminhou para o pé de Xenocrates.

 

- É bom ver-te, fiquei tão preocupado contigo! – Alegrou o antigo muviano.

 

- Não te quero estragar o momento de alegria tua, porém a prioridade é outra agora, meu amor. – Priorizou Salute.

 

Ele acenou com a cabeça em concordância com ela.

 

- A todos os habitantes gostaria de perguntar o seguinte: alguém viu uma Armadura de Ouro a andar sozinha e que nenhum deles a usava? Quem viu, por favor levanta a mão. – Pedia o Fantasma.

 

Metades dos presentes da bancada levantaram a mão.

 

- Os que não viram ou sabem disso, levantam a sua.

A outra metade o fez, o pedido do Fantasma não fazia lógica, porque apenas uns viram e os outros não.

 

- Qual é o propósito disso? – Perguntava Lavanda para o encapuzado.

 

- Com paciência vais perceber, aos acusados. Viram a Armadura aqui presente?

 

Os oito responderam uma afirmação negativa.

- E agora aos Mesjas? Qual é o vosso veredito?

 

Disseram que viram, à excepção da Medicina que tinha chegado depois.

 

- Eu posso descrever o que vi? – Pedia Annales excitado.

 

Com o gesto de aprovação, o excêntrico e cativante historiador descreveu o que viu na forma mais épica e exagerada possível, porém os detalhes estavam lá.

 

- Feitas as minhas perguntas, não há uma conclusão unanime, mas respostas muito divergentes que fazem com que ficámos uns contra os outros pelo que vimos, para provar o que falo, vou escolher dois da bancada, um dos acusados e um dos Mesjas para testemunhar ao tocar no Cristal da Verdade. – Planeou o Fantasma.

 

Ela selecionou um homem e mulher da bancada, Donatelo e Lavanda. O homem disse que viu a Armadura e o Cristal aprovou, a mulher disse que não viu e disse a verdade, Donatelo foi aprovado e Lavanda também.

 

- Todos nós estamos inocentes, no entanto temos verdades diferentes. – Apontou a Justiça.

 

- A própria Justiça pode ser manipulada e distorcida, Lavanda. É imperfeita, completamente subjetiva aos nossos olhos, o Cavaleiro Aposafi aproveitou disso, nenhuma verdade presente será maior ou menor do que a outra, seja um civil, Mesja ou acusado e até ouso solicitar um dos Magna Sapiens a depor, nem eles estão acima da lei.

 

A própria declaração do Fantasma podia ter desencadeado uma reação completamente negativa e desrespeitosa, porém tinha razão no que dizia.

 

- Como conseguiu recriar a técnica cósmica do Cavaleiro, Fantasma? Tem o seu cosmo despertado como os guerreiros de Pallas? – Perguntava Nakalee Aag como uma mente afiada.

 

- Uma questão tão pertinente como esta, Mesja do Necrotério. Exige uma resposta pertinente, sim eu despertei o cosmo, não através de treino físico, mas de um treino mental e psíquico, graças às capacidades inatas nossas, estudei a técnica com a ajuda da Magna Sapiens Salute e pude entender quais podia ser as intenções por detrás, invadi as memórias do Magna Sapiens Xenocrates para criar a memória falsa da Armadura andante. – Respondeu o Fantasma ao confessar da sua ação impulsiva.

 

O próprio Xenocrates odiou de ter a sua mente usurpada, não estava em posição de a criticar pelo que fez, pois a sua consciência o levava a melhor sobre a questão anterior de ter sido manipulado por Aposafi.

 

- Tens alguma pergunta para fazer, Mesja da Justiça? – Interrogava Salute.

 

O silêncio dela foi a resposta, Lavanda sentiu-a culpada e completamente destroçada por ter tido o devido cuidado, de cabeça baixa que soltou lágrimas que molharam seu rosto.

 

- Que reviravolta! Vou chamar este capítulo de “Crónicas de uma justiça com olhos”! – Alegrou o historiador.

 

Os oito acusados foram libertados, Amarantos foi ter com Lavanda.

 

- Vais rir de mim? – Perguntou a juíza.

 

- Não. Foste uma vítima tal como eu, sabes eu sou uma cabeça quente e muito emotivo, compreendo porque não fui escolhido como o próximo Mesja da Justiça e vi como fizeste o teu papel, é mesmo a tua cara. Sei que farás da próxima vez com mais empenho de uma forma mais arbitrária, boa sorte. – Confessou Amarantos.

 

Ela não esperava ser uma faceta dele tão compreensivo e altruísta.

 

Donatelo aproximou do Fantasma, estendendo o braço para o agradecer.

 

- Este é o meu trabalho, zelar pelo bem comum dos habitantes. Continua com o legado do teu descendente e também olha pela tua única família. – Aconselhou o Fantasma.

 

O encapuzado foi ter com a Dandarra que tinha renunciado ao título.

- Foi preciso coragem para ter feito o que fizeste, porém não te cabe a ti, renunciar um posto tão honroso como o teu, Dandarra. Tenho o poder de destituir títulos e também de indicar títulos e usa apartir de agora com a tua coragem de hoje. – Elogiou o Fantasma.

 

- Vou continuar a cumprir com meu dever, não sei como posso agradecer com uma cara escondida. – Instigou Dandarra.

 

Wurdi estava feliz e radiante ao partilhar a sua felicidade com os assistentes Rijin e Filarete.

 

Abubakar aproximou-se pelas costas do Fantasma.

 

- Com esta ajuda sua, porque não nos…

 

- Sei o que pensas, Abubakar. Usa melhor a tua habilidade como guerreiro, doseia também na tua diplomacia, porém contra os Agoges não recuas nunca. – Aconselhou o Fantasma ao interromper prevendo o que ele dizer.

 

O Fantasma desapareceu do local como se fosse uma miragem.

 

- Quem seria este décimo Mesja que nunca ouvimos falar e porquê este segredo tão bem guardado? – Interrogou Annales.

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  • 2 semanas depois...

Capítulo 139 Uma nova crónica muviana

 

Toda a agitação acabou e salvos por um ser desconhecido. Existia outras coisas para se fazer e continuar.

 

Os dois mais antigos, os Magna Sapiens, levantaram para um comunicado.

 

- Eu, Xenocrates, abaixo a minha cabeça para pedir desculpas pelas falsas acusações e meu erro.

 

O incentivo do mais velho provocou que todos abaixassem as cabeças pela culpa que sentiram.

 

- Não é necessário toda esta formalidade, Magna Sapiens e todos os compatriotas. Um erro foi resolvido, creio que temos que prestar as devidas homenagens aos Pugnators que faleceram contra aquele guerreiro monstruoso. Mesja do Necrotério, qual é o Ritual da Passagem? – Falou Donatelo num tom compreensivo, porém preocupado com o funerário.

 

- Daqui a dois dias, pretende sair da sua casa, Mesja Donatelo? – Perguntou a surpreendida Nakalee Aag.

 

- Vamos esperar para ver, irmã. – Respondeu Darma.

 

O Mesja da História foi ter com o masai, Abubakar, para falar com ele acerca dos seus poderes como Esper.

 

- Eu nem sei disso, venho de uma família xamã do meu povo, jamais imaginei que podia ter um peso enorme em mim e nem como posso o controlar de acordo com a minha vontade, tenho é breves vislumbres e acontece de forma espontânea. Como é conhecedor disso, porque não me ajuda com isso? – Perguntava Aries.

 

- Se eu soubesse não te perguntava. – Respondeu o desiludido Annales. – As informações que tenho são muito vagas, a minha biblioteca é imensa, porém carece da história dos primórdios da civilização Mú, se encontrar algo, que eu duvido muito.

 

- Diana, quando vais embora? – Perguntava o pai dela.

 

- Quero ficar até ao final do Ritual de Passagem, foi depois é que vou. – Respondeu a filha.

 

- Deixa a Armadura de Sagittarius comigo, preciso de dar uma olhada nela. – Solicitava Donatelo.

 

Ela não se importou com isso, aos poucos o pessoal ia embora.

 

- Diana, Abubakar, Amarantos e Wurdi. Apresentam-se daqui a duas horas para o templo dos Magna Sapiens. – Ordenou Salute que foi embora com o seu marido.

 

- O que achas que eles querem connosco, Amarantos? – Interrogava Wurdi curioso.

 

- Talvez seja por teres pegado “emprestado” a Armadura de Rosa, meu amigo. – Brincava Amarantos com seu amigo.

 

Os Mesjas estavam em grupo ao discutir os acontecimentos entre si.

 

- O que será que se passa fora destas paredes que chamamos de casa? – Perguntava Chuba.

 

- Estamos restritos e ocupados com os nossos deveres, Diana arrisca a sua vida tal como Abubakar e fizemos nós o quê? Acusámos falsamente. – Concluiu Ager com um peso na sua consciência.

Dandarra ouviu a conversa, ela estava vestida da sua respectiva função.

 

- O que está feito está. O que foi hoje um mal dia, amanhã será melhor senão permitimos que façamos o mesmo erro, eu falo por mim e da minha boca saíra. – Dizia Dandarra convicta.

 

Afastou-se do grupo, outros como Ayurveda o fez por causa da sua responsabilidade como médica, Ager que pensava na próxima colheita.

 

A Mesja da Justiça erguia a sua cabeça pensando na experiência que adquiriu hoje, estaria pronta para rever tudo o que sabia e o quanto podia melhorar na justiça, preocupando mais no bem-estar e das razões que levam as pessoas a cometer, antes ela pensava que a justiça devia ser completamente implacável, rígida e sem dar hipótese de defender, sendo o crime negro e a justiça branca, concluiu que era apenas cinzenta e completamente imprevisível.

 

- Se a justiça que eu acredito é esta, como será a justiça dos outros? Até da deusa Pallas ou de outro deus? – Perguntava Lavanda para si própria.

 

Ela pensava para si sobre as questões que fizera, porém um passo tinha de ser dado: rever seus próprios conceitos e estudá-los mais a fundo.

 

Templo dos Magna Sapiens

 

Os quatro convocados estavam presentes vestindo as roupas típicas muvianas, de cabeça baixa em respeito, com o joelho apoiado.

 

- Nós também abaixámos a nossa cabeça para os Cavaleiros de Pallas. – Retribuiu o gesto de favor e agradecimento por parte de Salute.

 

- Que assunto nos trouxe, aqui, Magna Sapiens? – Perguntava Abubakar.

 

- Hoje testemunhámos um novo começo na nossa história que estagnámos, antes somente um muviano é que teve a coragem de enfrentar o seu destino contra todos os olhares desconfiados, falo do teu familiar, Diana. Prima teve as suas dúvidas, porém pela história do Eklegetai tínhamos a certeza que ele o fez só não pela sua família, mas por todos e o que estava correto e estes dois. – Apontou Xenocrates para Amarantos e Wurdi. – Vimos que entre o nosso povo não estamos restritos para sermos passivos, Pugnators foram e agora são Cavaleiros.

 

- Estou muito feliz por nos ver assim. – Alegrava Wurdi que disfarçava seu nervosismo.

 

- Agora, podemos fazer a diferença da nossa posição como Magna Sapiens. – Continuou Salute.

 

- Falaste dos muvianos que estavam presos nas masmorras do deus Ares, não foi, Diana? – Perguntou Xenocrates em confirmar.

 

- Sim, não podemos abrigar aqui onde é a sua casa? – Perguntou a Sagittarius.

 

- Não é possível, pelos nossos antecessores o seu decreto é absoluto. – Respondeu Xenocrates receoso.

 

- Espera aí! Como os Magna Sapiens que são, não podem anular isso! Vamos abandonar os nossos que precisam! – Gritou o descontente Amarantos.

 

- Calma, Amarantos! Esqueceste com quem estamos a falar? – Relembrava o receoso Wurdi que colocava em frente dele para evitar uma represália.

 

- Percebemos a tua preocupação, há sempre outra maneira de darmos a volta, Amarantos. Iremos fazer da Diana e Abubakar, os representantes desses muvianos como Mesjas da Diplomacia e Representação e os dois vão auxiliar nesta missão, estás satisfeito, Cavaleiro Amarantos? – Perguntou Salute para ele.

 

Amarantos se precipitou, era sabido que ele teria este comportamento típico dele, porém é esta razão que o fez dele o primeiro a usar a Armadura de Libra.

 

- Não podemos trazer para a sua casa? – Perguntou Wurdi.

 

- Isso é o máximo que podemos fazer, por estarem longe não significa que não podemos preocupar com eles, assim como Diana e Abubakar demonstraram connosco, o passarinho não precisa de voltar ao seu ninho, procura outro ninho para fazer da sua casa, entendes isso, Wurdi? – Explicou Salute com a sua sabedoria.

 

- Sim, entendi.

 

- Temos um grande obstáculo pela frente, a guerra contra o Miaiphonos Ares. Amarantos e Wurdi, os dois estão prontos para arriscar vossa vida? – Interrogou Aries com um ar muito sério e preocupado.

 

Wurdi engolia em seco, vários suores frios caíram da sua cara, Amarantos levantou-se e encarou de frente com uma expressão fervente.

 

- Não perguntas o que é óbvio, Abubakar! Antes de ser um Cavaleiro, era um Pugnator orgulhoso da minha função e estou preparado, eu não vou tentar, EU VOU FAZER!! – Respondeu Amarantos com a sua convicção.

 

O Cavaleiro de Aries preocupava com a visão que teve, embora fosse a possibilidade de acontecer, não o deixava seguro, ignorava da situação do Santuário e do estado das tropas do exército ateniense.

 

- Eu também vou…

 

- Wurdi! Meu amigo, vamos juntos! – Incentivou Amarantos.

 

Os Magna Sapiens estavam gratos por esta geração ter recebido a bênção que eles não foram preparados para adquirir, mas a finalidade de uma guerra era a pior da experiência, somente os mais aptos e corajoso vivem para contar, enquanto os falecidos são esquecidos.

 

- Vão ficar para o Ritual de Passagem? – Perguntou Salute.

 

- Sim, ficarei para prestar a homenagem que merece os Pugnators que defenderam contra aquele Agoge. – Respondeu primeiro Abubakar.

 

O resto acenou com a cabeça.

 

- Aproveitam para descansar, Cavaleiros de Pallas.

 

A reunião terminou, o dia chegou da cerimónia fúnebre.

 

No começo do dia, pelo amanhecer que iluminava uma estrutura em forma de pirâmide, da entrada principal apareceu Nakalee Aag vestindo as roupas cerimónias do funeral, totalmente brancas com um báculo redondo.

 

- As famílias e amigos dos falecidos podem entrar para prestar o seu primeiro adeus, seguiam-me. – Ordenou a Mesja do Necrotério.

 

Outros estavam presentes como os Mesjas, os Cavaleiros, Magna Sapiens, até mesmo Donatelo que conseguiu.

 

- Lembra-se do dia da mãe, pai? – Perguntou Diana.

 

O Mesja da Metalurgia não quis falar, Diana entendeu pelo silêncio como era doloroso ele ter de relembrar aquele dia, Diana era um simples bebé de dias quando aconteceu.

Dentro da pirâmide havia um corredor longo e direto para um compartimento preparado para os defuntos, estavam todos enrolados em ligaduras negras de uma planta que servia para conservar o corpo para o dia. Os parentes e amigos liam a história deles como uma biografia, lágrimas escorriam dos olhos, os mortos estavam deitados sobre uma cama de pedra, quando terminaram de ler. Carregavam os corpos com muito cuidado e respeito, diretos para a camara crematória, as chamas brancas crespavam mostrando seu intenso calor e brilho.

 

Existia várias portas para cremar, o topo da pirâmide abria revelando a cor do corpo cremado, indicando a cor que cada um exercia na sua vida, por horas continuou.

 

Mais tarde saíram os primeiros com uma lanterna fechada que continha a alma do seu familiar preso, após o último ter saído, o Mesja do Necrotério saiu para pronunciar.

 

- Ao final do dia, iremos para o último adeus. Para o Lago das Almas, tragam as almas dos vossos. – Dizia Nakalee Aag.

 

Diana estava bem curiosa por ver, enquanto Donatelo recordava da dor que ele sentia pela despedia da sua amada.

 

Amarantos e Wurdi estavam tristes por testemunhar as mortes dos seus amigos, Wurdi era aquele que não conseguia resistir nas lágrimas, Amarantos ajudava-o a ultrapassar a dor, ele chorava por dentro.

 

Após a hora da chegada, os presentes estavam preparados para o último adeus.

 

- Que a sua jornada para o Após Vida os abençoa e que sejam recebidos justamente com as ações que fizeram enquanto vivos, eu, Mesja do Necrotério, Nakalee Aag, irei os guiar. Esperámos que um dia possam estar juntos entre nós, os vivos, que sejamos gratos pela vossa presença.

 

Dito isso, abriram as lanternas, o báculo brilhou e todas as almas foram encaminhadas que entraram em contato com o lago que era um portal para o outro mundo, uma luz espiritual iluminou o local.

 

Bem longe observava um vulto encapuzado olhando para Diana e Donatelo.

 

- Jamais pensei que podia sentir tanto orgulho em minha filha e até mesmo no meu marido.

 

Quem falou foi o Mesja Fantasma, na verdade, a pessoa era Asterales. Ela não podia tirar a máscara, tinha de permanecer oculta até ser substituída.

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Capítulo 140 Et Progressus

 

O dia da partida chegou, numa simples casa feita de pedra vivia uma família grande, contando com os pais e quatro filhos, o mais velho era Amarantos, tomava um pequeno-almoço silencioso, algo que não era um hábito comum.

 

- Porque não falam? – Perguntava Amarantos para seus pais.

 

O novo Cavaleiro de Libra não era o melhor neste aspecto para despedir ou mostrar um sentimento próximo para a sua família, embora se dessem todos bem, nunca existiu um amor tão forte ou sentido uns pelos outros.

 

A mãe dele era uma senhora que trabalhava para o Mesja Ager, responsável pela educação tal como seu esposo, enquanto o pai era um assistente direto da Ayurveda.

Os três irmãos entreolhavam discretamente para todos os sinais interpretando um clima difícil, somente a mais nova é que quebrou o silêncio incomodativo.

 

- Quando é que voltas? – Perguntou a mais nova dos irmãos.

Amarantos não sabia como responder, ficou calado com a sua cabeça baixa. A mais nova tinha apenas dez anos, os outros dois entre dezasseis e dezassete anos. Ele levantou-se da mesa, vestiu as suas roupas civis e preparou uma mala de viagem improvisada levando o seu uniforme como recordação, carregou a Caixa de Pandora às costas usando as alças.

 

- Espera!! – Pediu a irmãzinha dele.

 

Entregou um desenho feito por ela com toda a família junta, o desenho mostrava felicidade e orgulho por todos estarem de mãos dadas, Amarantos beijou a testa dela com um agradecimento, deu um passo fora da casa, os outros dois o despediram dele com um aperto de mão seguindo de um abraço forte que dava a entender que não o largavam por nada deste mundo.

 

Olhou para a casa como a última vez que pensou. Uma mão suave e delicada o fez parar, olhou para trás e viu a sua mãe a chorar mais o seu pai. Abraçaram com um calor de família, os três juntaram. Amarantos não derramou lágrimas muitas vezes da sua vida, este cenário e memória era a única excepção que ele irá guardar em seu coração.

 

- Eu te amo!!!

 

Responderam os cinco ao mesmo tempo.

 

- Eu também vos amo.

 

Casa de Wurdi

 

O Cavaleiro de Prata de Rosa estava quieto e tranquilizado no seu próprio roseiral, regava e cuidava muito bem das suas rosas variáveis, o seu jardim pessoal e grandioso.

 

- É aqui que estás, meu filho.

 

A voz que o chamou era da sua mãe viúva e frágil que era tão raro estar de boa saúde, devido à sua condição, Wurdi preocupava imenso com ela.

 

- Vais chegar atrasado, não estás aflito com nada? – Perguntou a sua mãe.

 

- Olá mãe, estou feliz por saber que estás melhor do que os outros dias que te vejo sempre na cama e raras vezes que a vejo levantada… - Cumprimentou Wurdi com misto de sentimentos de alegria por vê-la bem e triste por saber que poderá nunca mais vê-la.

 

Ela se aproximou e colocou as suas mãos frágeis, porém delicadas e brancas no rosto dele.

 

- És um bom filho, Wurdi. Mas sabes que todo o passarinho sempre saí do seu ninho.

 

Lembrou-se das palavras que a Magna Sapiens Salute disse no outro dia, ele sempre preferiu a companhia da sua mãe e rosas para se sentir feliz e jamais queria ser um Cavaleiro, ele sempre imaginou e sonhava em viver assim, mas o destino sempre mandou e forçou a grandes escolhas inevitáveis, um dilema.

 

- Mãe…o que vai ser de si…? Vou para uma guerra que tenho…

 

- Eu sei, meu filho. – Interrompeu ao colocar um dedo indicador no lábio dele com suavidade.

 

Ela olhava para as rosas que ele sempre cuidou com tanto carinho, dedicação, empenho e orgulho.

 

- A criança que eras antes e agora é muito diferente, conseguiste ser um Pugnator e agora um Cavaleiro de Pallas, gostava de ver-te vestido com esta Armadura, só tinhas um amigo, Amarantos e gostava de os ver juntos. – Contou com muito gosto.

 

Entregou uma bolsa para ele. Abriu a bolsa ao desatar o fio.

 

- São sementes de rosas!

 

- Sim, sei que ao plantares uma nunca vais esquecer, sabes que o teu amigo é muito impaciente. – Sorriu ela.

 

Wurdi abraçou-a com força e delicadeza.

 

- Eu vou voltar, prometo!! – Gritou Wurdi.

 

Casa de Donatelo

 

Diana estava acordada e já tinha tomado o seu pequeno-almoço com Abubakar, procurava seu pai pela casa e não o encontrou.

 

Então, foi para o local de trabalho dele. Ouvia fortes marteladas e chispas a voar por uma porta fechada que sentia o calor vindo de lá, porém ela foi barrada por Rijin e Filarete.

 

- Menina Diana, o seu pai está a trabalhar e não quer ser incomodado. – Explicou Rijin.

 

- Mesmo que seja a sua própria filha? – Perguntou Diana séria.

 

- Sim, não há excepção. Espera que termina, menina Diana. – Pediu Filarete muito sério.

 

Entretanto, Abubakar chegou com a sua Caixa de Pandora carregada nas costas.

 

- Diana, temos de ir embora. Onde está a sua Caixa? – Perguntou Abubakar.

 

A questão foi respondida pelo abrir da porta pesada, saindo Donatelo com duas Caixas, a outra estava enrolada em panos.

 

- Minha filha aqui está a Armadura com uma nova adição. – Sorriu Donatelo que a deixou surpreendida.

 

A caixa abriu e a novidade era duas asas metálicas majestosas que estavam acopladas nas “omoplatas” das costas da Armadura de Sagittarius e ainda uma outra, um arco e flecha, a nova arma.

 

Diana estava emocionada e mal podia dizer, com a excepção que odiou a ideia de possuir uma arma que era contra as regras do Santuário.

 

- Eu sei, mas tive um sonho premonitório há uns dias antes de chegares que tu e os próximos sucessores usariam esta flecha somente para situações únicas e determinadas, quanto às asas não preciso de dizer o porquê, cabe a ti descobri, minha filha. – Respondeu o Mesja. – Abubakar, entrega esta Caixa para o Grande Mestre, ele saberá o que fazer.

 

Aries acenou a cabeça com aprovação ao pedido do Mesja, Donatelo acompanhou os dias até ao local da despedida, um longo e bem acompanhada que Diana esteve, aproveitando estes momentos que um guerreiro não tinha semelhante luxo.

 

Na saída da terra de Mú, uma grande multidão estava presente para pedir deles e desejar toda a sorte do mundo, receberam alguns presentes e apoios tais como: roupa, fornecida pela Chiba, a comida tipicamente muviana pelo Ager, medicamentos e ligaduras por parte de Ayurveda e uma honra dada pelo novo esquadrão de Pugnators.

 

- Muito obrigado a todos!

 

Agradecia Abubakar, Diana colocou a sua máscara, a ação dela incomodou um pouco, Amarantos que ela podia dispensar o uso.

- Deem as vossas mãos e concentrassem todos no meu pensamento para iremos próximos ao Santuário de Pallas. – Pedia Diana.

 

Através do teletransporte saíram da terra muviana.

 

Templo da História Muviana

 

O Mesja da História administrava toda a área pertencente ao seu posto hierárquico honorário, um tamanho território equivale a um país inteiro, uma zona totalmente dedicada à história da raça muviana, registrando todos os acontecimentos desde a sua fundação até aos dias atuais.

 

Era conhecida como o País da Biblioteca onde residia inúmeros escribas, estudantes, bibliotecários e assistentes diretos do Mesja da História, sendo o atual, Annales. Grandes edificações, estátuas dos antigos Mesjas estavam centrados e em frente de um templo ocupado por Annales, estava sentado no seu escritório a registrar os acontecimentos mais recentes usando materiais para impedir a sua deterioração pelo passar dos anos.

 

- Finalmente terminei este volume, voltei a estar concentrado e perdi a noção do tempo.

 

Desabafava no seu monólogo ao mexer na sua recém barba feita, uma vez que era cuidadoso com o seu aspeto físico e atavio.

 

Ouviu o bater da sua porta e mandou entrar.

 

- Mesja Annales, o Magna Sapiens solicita a sua presença para uma reunião com o senhor. – Relatava o seu assistente diretor.

 

- Obrigado, pode ir para os afazeres diários. – Ordenou Annales de uma forma mais calma.

- Acho que perdi a despedida dos Cavaleiros, que pena que não pude pedir que me contassem a sua história na participação desta…

 

Levantou da sua cadeira, apoiou na mesa, porém escorregou ao perder o equilíbrio das pernas por estar dias sentado sem se mexer, tombou contra uma estande carregada dos pergaminhos por mexer dos seus antecessores.

 

- Aí! Ainda bem que não me aleijou muito…

 

Dito isso, caiu um compartimento secreto que ia acertando na cabeça, por um reflexo ele apanhou e respirou de alívio, dentro continha um pergaminho lacrado que dizia: para o meu sucessor.

 

Partiu o lacre e leu o conteúdo, ficou abismado pelas informações que continha, apesar de não estar identificado quem seria. Relatava os acontecimentos da invasão de Poseidon e dos últimos acontecimentos que assombrou Mú e ainda do destino que era a extinção do povo muviano e a sua terra afundada.

 

- Tenho de mostrar isso aos Magna Sapiens!

 

Quando olhou outra vez para o conteúdo, a informação tinha desaparecido. Ele pensou se não era um simples devaneio da sua mente cansada, porém ele recusou a acreditar nisso e decidiu procurar pelo seu escritório.

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