Saint Seiya Nova Era

[Gai 110]

Saint Seiya Nova Era

 

 

Capítulo 1 - Prenúncio

 

 

O ano é 2186. A humanidade passou por um grande crescimento graças a uma revolução tecnológica. Em consequência disso, tudo acabou girando em torno de ciência e os humanos ficaram cada vez mais céticos quanto à crença em divindades. Porém, existiam aqueles que dedicavam suas vidas aos deuses e, embora atuantes em alguns dos acontecimentos mais importantes da humanidade, passavam despercebidos como se cobertos por um véu de invisibilidade. Mas essa realidade não tardaria a mudar.

 

-Ei, você! Espere aí! Aonde pensa que vai?

 

Numa atípica noite chuvosa, dois homens correm rapidamente enquanto gritam a plenos pulmões. Ambos de estatura alta, provavelmente superior a 2 metros, e bastante musculosos. Suas estranhas vestes pareciam uma armadura, mas feitas de couro, com exceção do elmo metálico de cor escura.

 

-Não está nos ouvindo? Você não pode andar por aí! Pare imediatamente!

 

Aproximavam-se de um homem de estatura mediana, roupas roxas e cabelos castanhos. Ele aparentava ter em torno de 1,70 metros e tinha porte físico atlético. Embora a comoção dos soldados fosse grande, o homem continuava sua caminhada sem sequer se importar com os atos dos dois.

 

-Soldados! Parem imediatamente!

 

Um homem de cabelos longos e acinzentados surgiu acima de uma construção antiga. Suas vestes eram parecidas com as dos soldados, mas não trajava nenhum elmo. Por alguns segundos, seus olhos azuis acompanharam o homem seguindo mais adiante e depois voltou-se para os soldados abaixo. Estes haviam pausado suas ações ao ouvi-lo e agora lhe olhavam apreensivos.

 

-Se-senhor Bel! O que faz aqui? – Falaram os dois soldados ao mesmo tempo.

 

- Vocês dois deveriam retornar a seus postos, eu lidarei com ele.

 

-Mas senhor...

 

-Apenas olhe a urna que ele carrega. – falou rispidamente.

 

-Aquele caminho é proibido, mesmo que para cavaleiros! Nós devemos... – o soldado nem ao menos conseguiu concluir sua frase. Ao olhar para o semblante sério de Bel, percebeu imediatamente que calar era a coisa mais prudente a fazer.

 

-Já lhes disse para ir. Mesmo que fossem centenas de vocês, ainda seriam incapazes de impedi-lo.

 

Bel não falou por mal e não se percebia desdém em sua voz. “Apenas olhe a urna que ele carrega”, havia dito anteriormente. Porém, apenas agora, ao ouvirem suas palavras que lhes feria o orgulho, os soldados realmente atentaram ao que foi pedido. E após, sem dizer uma só palavra, partiram.

 

-Tem certeza que quer continuar por esse caminho, Cero? –gritou Bel . Uma fração de segundo depois surgiu pouco à frente do homem. Este não demonstrou nenhum espanto ou preocupação, simplesmente deu mais alguns passos à frente de forma que os dois ficaram a centímetros um do outro.

 

-Apenas vou dizer uma vez, afaste-se. – a voz ecoou pelo local. Metros distantes dali, os dois soldados tremeram com um calafrio que lhes percorreu todo o corpo.

 

-E se eu não me afastar? – retrucou Bel. Esboçava um sorriso levemente desafiador, mas os olhos estavam fixos no homem à frente e com uma intensa seriedade.

 

-Esmagarei suas asas. – respondeu Cero sem qualquer hesitação.

 

Duas auras poderosíssimas passaram a emanar dos dois. Algo tão misterioso e poderoso que a chuva se dissipava antes de tocá-los. Ao mesmo tempo, pequenas rachaduras passavam a surgir no solo abaixo de seus pés. Cero emanava um brilho violeta, enquanto Bel emanava um brilho branco com tendência azulada. Nenhum dos dois se movia, mas em seus olhos via-se que uma batalha estava sendo travada. Era como se fossem capazes de calcular todos os futuros movimentos um do outro.

 

-Vocês realmente deveriam parar com essa mania irritante...

 

Uma terceira pessoa se fez presente. Trajava uma armadura de cor dourada e andava calmamente. Portava um elmo abraçado em seu braço e uma longa capa de cor branca.

 

-Nós não temos nenhuma necessidade de um Cavaleiro de Ouro aqui, você deveria retornar para sua casa, caranguejo.

 

-Quanta audácia, você realmente fala muito para um Cavaleiro de Bronze, Cero de Unicórnio.

 

-Sinto muito, Karki, mas não posso deixar que...

 

O Cavaleiro de Ouro agiu de imediato, interrompendo a fala de Bel. Rapidamente surgiu próximo dos dois e disparou de sua mão esquerda uma esfera de energia. Cero prontamente defendeu, mas foi deslocado a alguns metros de distância.

 

-Não há necessidade de vocês lutarem entre si. O Grande Mestre vai recebê-lo, Cero, mas espere alguns instantes. Star Hill não é um local permitido para todos. Se você for até lá, terei que enfrentá-lo eu mesmo.

 

-Estou apressado, – disse Cero – então vou passar.

 

A aura em torno de Cero ficou ainda maior e a dos outros dois respondeu imediatamente, mas antes de qualquer ato ocorrer eles ouviram passos se aproximando. Não qualquer passo, o som abafado era único em todo o Santuário.

 

-Hum hum hum, vocês jovens são tão energéticos. Acalmem-se, sim?

 

Um senhor de pele clara, cabelos e barba longos e brancos, vinha se aproximando dos três. Vestia uma imponente túnica branca e segurava um cajado em sua mão direita. Na cabeça, um elmo dourado com uma pequena estatueta de dragão atrelada.

 

-Já faz um longo tempo que não lhe vejo, jovem Unicórnio. Vejo que seu cosmo está ainda mais desenvolvido. No entanto, por mais que sejamos gratos aos seus atos na última batalha, isso não lhe dá o direito de se comportar dessa maneira. Este é um local sagrado, você entende?

 

Aquele senhor de aparência simpática e voz suave parecia inofensivo, mas sua presença carregava um peso tão grande como se a própria atmosfera se adaptasse à sua presença. A aura que Cero emanava, seu cosmo, dissipou-se paulatinamente. Seu rosto demonstrava um pouco de frustração e vergonha.

 

-Precisamos conversar – falou de forma ríspida.

 

-Hum hum hum, de fato.

 

-Mostre mais respeito ao Grande Mestre! – falaram Karki e Bel ao mesmo tempo.

 

-Humpf. - Cero deu de ombros. – Por favor, - disse de forma arrastada, enfatizando bem o pedido como se debochasse dos outros dois - mostre o caminho.

 

-Hum hum, vocês dois podem nos acompanhar. Esse é um assunto que também lhes diz respeito.

 

Cero deu uma breve olhada para os dois e não conseguiu esconder seu descontentamento com a extensão do convite.

 

-Como ele estava? – perguntou o Grande Mestre no momento que Cero se aproximou.

 

-Forte – respondeu Cero sem cerimônias, mas podia-se notar uma pequena angústia em sua voz.

 

-Grande Mestre, o que...?

 

-Hum, paciência, jovem cavaleiro de Câncer. Vocês saberão em breve. Vejam, já estamos próximos das doze casas zodiacais. Creio que os demais Cavaleiros de Ouro deveriam ser chamados, não acha Cero?

 

-Agora não.

 

-Hum... – o Grande Mestre hesitou por um instante, como se entendesse o que as palavras de Cero queriam dizer. Dali em diante os únicos sons foram os dos passos dos quatro até a chegada à mansão ao fim das doze casas. Os Cavaleiros de Ouro que habitavam suas casas não fizeram perguntas. Alguns sequer apareceram. Mesmo que não fosse usual Cavaleiros de patente mais baixa cruzarem as casas, o fato de estarem acompanhando o Mestre era mais que suficiente para que deixassem passar.

 

-Pois bem, - falou o Mestre enquanto se sentava em um trono posto ao fim da sala enquanto observava os três Cavaleiros ajoelharem-se diante de si. – pergunte-me o que quer saber, jovem.

 

-A sede da Fundação Graad estava destruída, assim como todo o laboratório tecnológico e as armaduras de aço. Não havia nenhum sobrevivente entre os usuários.

 

-O quê?! – o olhar perplexo nos rostos de Bel e Karki indicavam o quão assustador aquele fato era.

 

-Diga-me... – falou Cero, levantando-se – por quê o antigo Cavaleiro de Touro estava em cima da pilha de corpos? Como o homem que morreu no Santuário um ano atrás diante de todos nós está vivo?! E o que era aquela armadura negra?!

 

-Huuuum. Isso, meu jovem... - o senhor deu um longo suspiro, sua expressão era séria e ao mesmo tempo triste - é o prenúncio de uma nova era.

Editado Março 29, 2014 por Gai

[Thalis Fortunato 46]

Gostei desse primeiro capitulo.

 

Cero me deixou bastante intrigado, sei la, a atitude dele foi meio estranha. Será que ele esta morto, tipo TLC quando os prateados atacaram a Sasha?

 

Mas gostei dele.

 

Ades? Será que veremos isso? Vamos ver

 

Ja agora queria te convidar a ler a minha Fic, Crossover Saint Seiya anjos da Noite, A Batalha contra os imortais,

 

Forte abraço rapaz

[Saint Mystic 231]

Primeiro capítulo lido.

 

A premissa desta história intriga-me com o começo deste tão turbulento e cheio de expectativas e mistérios.

 

Eis que o Cavaleiro de Unicórnio teve mérito e destaque numa guerra anterior, curioso e uma boa escolha do seu autor.

 

Que venha os próximos capítulos.

 

Já agora, convido-te a leres a minha fic Saint Seiya Era Mitológica - Bloody War

[GFernandes 7.018]

Gai, seja bem vindo a aba!

 

Gostei bastante do primeiro capítulo. A leitura foi bem rápida e fluida. Vamos aos pitacos:

 

Cero e Bel me lembraram de imediato uma relação que poderia ser trabalhada por Kurumada com Jabu e Seiya, respectivamente. Aliás, você citou que Cero é o Cavaleiro de Unicórnio e isso ficou bem acentuado. E Unicórnio disse que "esmagaria as asas" de Bel. Então já posso palpitar que Bel é o Cavaleiro de Pégaso? rs

 

Pelo visto, Cero já teve grandes feitos em alguma batalha anterior, o que me deixa curioso para saber qual foi. Por sinal, achei o Grande Mestre com uma postura bem diferente daquela que conhecemos, embora sem perder a imponência típica.

 

E o final do capítulo deixou um bom gancho para o próximo. Como o amigo acima falou, eu também acho que a fic vai ser contra Hades, por causa do termo 'Armadura Negra'. Ou não, pode ser também contra os Cavaleiros Negros. Mas acredito mais na opção acima.

 

Enfim, muito bom. Abraços!

[Gai 110]

Obrigado pelos comentários!

 

Algumas respostas vocês já terão no próximo capítulo, outras apenas mais pra frente hehe.