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Saint Seiya - Atlântida: Contos dos Renegados (Parte 1)


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ATLÂNTIDA

Contos dos Renegados

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Toda a vez que as forças do mal se manifestam, os caveleiros da esperança ressurgem. Eles são capazes de romper o céu com as mãos e abrir a terra apenas com os pés. Seus nomes não constam na mitologia, mas eles sempre serão


OS CAVALEIROS DO ZODÍACO

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Lista de Capítulos:

Acabou?? Não, ainda tem a PARTE 2

 

Fichas dos personagens:

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Versão em PDF: 4shared

Editado por Nikos
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PRÓLOGO Um vulto surgiu no horizonte e logo se revelou. Era um homem que caminhava pelas ruas lentamente, trajando um longo manto esbranquiçado, que balançava com o vento e com cada passo dado. O dia

Eu li e reli várias vezes o mesmo post e nem percebi o erro. uahsuhaushauhsua sorry, é Propos!

Como prometido, cá estou para comentar esta excelente fic! Sei que você gosta de comentar capítulo a capítulo nas outras fics, mas eu quando inicio alguma já relativamente avançada, opto por fazer u

Apresentação

Atena sucumbiu e todo o Santuário caiu nas mãos de Poseidon. A antiguidade foi reformulada com um grande dilúvio, que varreu grande parte da população terrena. Único cavaleiro sobrevivente da derrota, o Grande Mestre tentou, por diversas vezes, se reerguer, mas os sucessivos fracassos culminaram para aumentar ainda mais o poder de Poseidon.

 

Governando o mundo por cerca de mil anos, Poseidon aumenta mais a sua influência à medida que se expande territorialmente, controlando a população que voltou a crescer após o desastre com mão de ferro, eliminando todos aqueles que promovem sacrilégios.

 

Não obstante, no início do seu domínio, o Imperador dos Oceanos fundou uma utopia que representa o coração do seu Império. A cidade vive numa perfeita harmonia e é conhecida por várias alcunhas, mas o nome mais dito entre os homens é aquele que pendurou na história até hoje. A civilização perdida, a cidade gloriosa, ou simplesmente…

 

ATLÂNTIDA!

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PRÓLOGO

Um vulto surgiu no horizonte e logo se revelou. Era um homem que caminhava pelas ruas lentamente, trajando um longo manto esbranquiçado, que balançava com o vento e com cada passo dado. O dia estava quente, mas não dispensava uma brisa matutina que deixava a temperatura agradável. O sol brilhava, destacando ainda mais as feições do indivíduo, que já se mostravam por si só.

 

Suas vestimentas eram de luxo e grossas. No meio de seu peito se estampava um amuleto de ouro puro com símbolo de um tridente grafado. Sua capa contrastava com seus cabelos, negros e longos até os ombros, com uma textura grossa e uma aparência ondulada. Seu rosto, aparentemente calmo e imponente, era coberto levemente por uma barba e bigodes fortes.

 

 

Contudo, não aparentava ter muita idade, parecia apenas um jovem crescido. A pele de sua face era branca, mas bronzeada pelo sol. Os seus olhos castanhos vivos ajudavam-no a manter sua autoridade, ainda mais com as sobrancelhas negras e grossas. Seu nariz curvo era grosso, mas não tão grande a ponto de destruir o equilíbrio de sua aparência. Era muito alto e corpulento, com uma postura invejável e, acima de tudo, impecável.

Sua presença não passava batida pelas pessoas da rua, que o olhavam admiradas e até um pouco espantadas. As crianças sorriam e tentavam se aproximar, mas eram rapidamente seguradas pelas mães, que murmuravam alguma coisa ou outra para tentar acalmá-las, nem sempre dando certo. Por outro lado, a reação dos adultos era sempre a mesma, com uma reverência, mostrando que aquele indivíduo gozava de alguma autoridade.

 

 

Este, contudo, parecia saborear todo esse momento e devolvia o gesto de respeito a todos com um erguer de mãos e um sorriso cativante. Em seguida, liberava uma energia poderosa, com uma aura divina que fazia todos se encantarem. Assim, seguia seus caminhos por dentre as avenidas, subindo a acrópole.

 

As ruas eram curvas e estreitas e tomadas por uma imensidão de casas. Toda brancas de mármore e sustentadas por colunas, cuja quantidade dependia do tamanho. Havia pequenas e grandes residências, mas nenhuma poderia ser considerada pobre. Pelo contrário, ao se observar pelas grandes entradas de cada uma, podia se ver grandes obras de arte, como esculturas, pinturas, caracterizando o luxo e a boa qualidade de vida da cidade.

 

 

Olhando-se para baixo, também não havia decepção ou desigualdade. A uniformidade das centenas de habitações era evidente, tanto externa, quanto internamente. A cordilheira de casas e ruas só terminava próximo do horizonte, onde podia se observar o mar, embarcações e várias construções que gerenciavam o sistema hidroviário da cidade.

 

O indivíduo continuou sua caminhada por mais uns metros, onde encontrou um vão em meio às avenidas estreitas. Uma bela fonte engrandecia a paisagem. No seu centro, jorrando água, estava uma estátua de uma criatura divina, de longas barbas, empunhando um tridente. Não era difícil ver várias crianças e idosos curtindo o local. Às suas reações diante de tal figura, no entanto, foram as mesmas dos outros, com reverências e espanto, todos respondidos com acenos e sorrisos cativantes.

 

Seu objetivo estava próximo e não distava dali. Deixou o vão da fonte e continuou seguindo o seu curso. Não tardou e sentiu um peso nos seus bolsos. Sem tardar, tirou um amuleto. Uma aura divina foi emanada e ele ficou concentrado. Uma tontura o deixou abatido, mas logo cessou e então se ergueu como se nada tivesse acontecido. Estava no local que queria e já tinha descoberto os seus objetivos.

 

Parou de frente para uma residência. Tinha a aparência um pouco mais humilde do que a média, mas nada deplorável. Pelo contrário, podia ser considerada num padrão de vida inclusive alto nas várias cidades da Grécia. Diante de tal habitação, ele sorriu e retirou uma lança de madeira que se apoiava na lateral esquerda de suas vestimentas, abaixo do manto. Ergueu o objeto e produziu um barulho agudo, mas que podia ser facilmente ouvido em qualquer ponto da casa.

 

Instantes depois, uma criatura surgiu na porta. Era um homem jovem, alto e forte, de curtos cabelos loiros. Vestia uma túnica branca muito curta e uma capa também da mesma cor, enquanto seus pés eram cobertos por sandálias. Seus olhos azuis e barbas longas davam-lhe um ar de serenidade que logo foi cortado diante daquela presença. Sem pensar, deu-lhe uma reverência e se curvou tanto, que quase tropeçou. Parecia aflito e preocupado. Nada que intimidasse a figura, que simplesmente pediu licença e foi entrando na casa.

 

O hall de entrada era luxuoso, composto por várias estátuas, um belo jardim e um lago central no meio, rodeado de pequenas esculturas de peixes, e da mesma figura imponente e divina que se encontrava na fonte. Aliás, a maioria das estátuas retratava aquele mesmo ser barbudo empunhando um tridente. O indivíduo moreno de cabelos ondulados parecia feliz com toda aquela cena, enquanto o loiro se atrapalhava todo, não sabendo o que dizer ou pensar.

 

Ao entrar no primeiro salão fechado, a figura parecia mais a vontade e, ao comando do dono da casa, se sentou numa cadeira simples, como se tivesse aguardando alguma coisa. Com os olhos brilhando, o homem desajeitadamente puxou outra cadeira e se sentou próximo da visita. Contudo, logo se levantou rapidamente e perguntou se ela desejava alguma coisa para comer ou beber, mas a resposta foi negativa e, complementando, ele apenas respondeu, com uma voz grossa e imponente:

 

– Estou aqui apenas para fazer o teste. Pelo que eu soube, sua esposa teve um filho muito recentemente, ou estou errado? Bem, duvido que esteja.

 

O homem arregalou os olhos e se espantou com aquela pergunta. Por um lado, o suor e a tremedeira de suas mãos denotavam algum tipo de preocupação. Porém, um largo sorriso foi emanado logo em seguida de sua boca e ele foi correndo em direção a outro cômodo gritando o nome de uma mulher e emitindo vários outros sons irreconhecíveis.

 

 

A visita não se abateu com a falta de atitudes apropriadas naquela situação. Mantinha a mesma postura e parecia que nada tiraria a sua pose.

 

Não tardou e logo o anfitrião voltou acompanhado de uma mulher, que carregava um pano no colo. Ela vestia roupas longas, com correias na cintura. Seus cabelos loiros eram longos e ficavam presos a fitas. Seus olhos eram azuis, o que lhe davam uma beleza incontestável, que ainda reluzia com sua face macia e alva. Seus braços eram curtos, o que equilibrava com sua baixa estatura. Como o seu marido, sorria emocionada.

 

Novamente sofrendo uma tontura passageira, o que causou uma reação imediata dos donos da casa, a figura se abaixou, mas logo se reergueu. Sua respiração estava forte, mas, para evitar preocupações no casal, pediu para que eles se acalmassem, pois não era nada de ruim, apenas uma sensação de que suas suspeitas estavam cada vez mais certas. Essas palavras refletiram nos dois, que não conseguiam esconder o sorriso e o brilho no olhar.

 

– Bem, como vocês sabem, mais um ciclo se findou há alguns anos. – tomou a palavra o indivíduo de cabelos ondulados. – Desde então, eu tenho assumido o papel de regente dessa cidade, como ditam as nossas leis. Porém, as minhas profecias sempre indicam, ainda que de forma nebulosa, um ponto onde um novo ciclo começará. E é por isso que estou aqui, para fazer o teste e ver se estou certo. Vocês sabem o que deve ser feito?

 

O senhor concordou e olhou para a mulher de cabelos loiros que, emocionada, deu dois passos para frente e ficou cara a cara com o homem de cabelos ondulados, que permanecia sentado. Sem demorar, lhe entregou o pano enrolado. Ele o desembrulhou e viu um pequeno bebê. Era magrinho e recém-nascido Transmitia uma pequena aura, perceptível somente após uma concentração.

 

– Bem, não restam dúvidas, eu o reconheço há muitas eras e distâncias, não tem como errar. – afirmou sorridentemente o indivíduo ao olhar para o bebê. – Mas, as regras devem ser seguidas e eu não posso evitar a realização de todos os procedimentos. Aliás, isso é uma maneira de evitar qualquer sujeira dos nossos inimigos. Com licença!

 

O indivíduo devolveu a criança à mulher, que tremia, parecendo ansiosa. Sem demorar, ele retirou uma pequena caixa de madeira que ficava em baixo do seu manto. Era simples e tinha um tridente estampado na sua tampa. O casal se aproximou para olhar aquela relíquia. Era uma honra para qualquer um estar diante daquela figura, ainda mais naquela situação.

 

Logo, ele abriu a caixa. Um peixe estava lá dentro. Cinza e sem vida. O indivíduo fez um sinal e pediu para a mãe colocar a criança próxima do peixe. Sem delongas, ela obedeceu. A visita se concentrou e puxou o bracinho magrinho do bebê e o encostou no animal. Um brilho muito forte foi emanado e continuou no peixe mesmo após o menino parar de tocá-lo.

 

A aura poderosa se cessou e o animal que estava ali se metamorfoseou. Uma mulher surgiu no lugar, era extremamente branca, também loira e de olhos fechados. Estava nua, nada que envergonhasse os donos da casa ou o regente que lá se encontrava. Pelo contrário, todos sorriram e comemoraram.

 

Logo, a dama jovem que surgiu abriu os olhos e foi em direção ao bebê que lhe deu vida e beijou sua testa. Estava feliz, ainda mais quando olhou para a figura de cabelos ondulados. Acenou com a cabeça e confirmou o fato que já era certo a todos. Alegre como tudo isso, a visita se levantou, pegou o bebê no colo e, com um largo sorriso ao casal, exclamou:

 

– Parabéns! Seu filho acaba de virar o novo Imperador de Atlântida.

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Taí, gostei.

 

É uma fic falando sobre Poseidon e provavelmente se passará no período em que Atlântida estava de pé, talvez contando como aqueles sete Cavaleiros puseram a cidade sagrada abaixo segundo o Hipermito, certo? Se sim, adorei a ideia!

 

Não tenho muito o que comentar, mas para um prólogo, me chamou a atenção. Agora é aguardar como o enredo vai se desenvolvendo e espero que a fic continue a me agradar.

 

Abraço e seja bem vindo a aba, Nikos!

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A Fic só é baseada no clássico, mas tem algumas influências do The Lost Canvas (como um ou outro ataque, ou algum outro conceito). Mas a cronologia mesmo só se encaixaria com a primeira obra mesmo, ignorando Enciclopédia, Lost Canvas, Next Dimension, etcétera.

E, ainda assim, os personagens são todos meus. Não veremos Seiya, nem nenhum outro cavaleiro de qualquer outra obra "aparecendo" na fanfic assim.

Ah! Obrigado pela atenção e espero que gostes da minha Fic. Tem duas partes e está sendo publicada após um ano e meio de elaboração. (Comecei em julho de 2012 e acabei em janeiro deste ano)

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Prologo lido.

 

Gostei dele, Pouco da para falar, mas a historia tem tudo para ser interessante.

 

Minha duvida foi, quando a historia ira se passar... Gostava que fosse num futuro. Mas vou ficar no aguardo.

 

Como o Gustavo queria de dar as boas vindas a aba das fic´s.

 

E também te convidar a ler meu crossover Saint Seiya anjos da noite - a batalha contra os imortais.

 

Forte abraço

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Degel,

Infelizmente, a história se passa na antiguidade. Mais ou menos no meio da Grécia Antiga. No capítulo um, quando começa a história de vez, focando nos personagens principais, pode-se observar mais esse período.

Usei como base o dilúvio mesmo citado inclusive por Poseidon no clássico. Seria esse período mil anos após a inundação, como diz a apresentação.

E obrigado pela leitura! Apesar de não ser ambientada no futuro, espero que gostes da história.

Abração e vou dar uma olhada no seu crossover.

Falou!

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Nikos, seja bem vindo a aba!

 

Gostei bastante, principalmente por ter começado a história com Poseidon, algo que destoa da maioria sobre SS. De inicio eu pensei que se passava no futuro também, algo que eu estava torcendo bastante para ser, mas como vi no comentário é no passado.

 

Não que isso seja negativo para a história, que por sinal começou muito bem! Gostei do seu estilo de escrita, achei o texto dinâmico, com boas descrições e principalmente cativante ao ponto de querer ler o próximo.

 

De fato, me pego curiosa em como a história se dará, em vista da impressão inicial de que Atlântida é um local maravilhoso, igualitário, sendo até melhor que o sistema proposto por Atena, a qual perdeu a guerra... Eu realmente estou curiosa sobre rss

 

Vi no Guia de Fanfics que vc pretende postar diariamente e te aconselho a não fazer isso. Normalmente aqui no fórum isso é um tiro no pé... Por isso te recomendo que poste semanalmente, quinzenalmente ou até mensalmente!

 

Parabéns!

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Nikos, seja bem vindo a aba!

 

Gostei bastante, principalmente por ter começado a história com Poseidon, algo que destoa da maioria sobre SS. De inicio eu pensei que se passava no futuro também, algo que eu estava torcendo bastante para ser, mas como vi no comentário é no passado.

 

Não que isso seja negativo para a história, que por sinal começou muito bem! Gostei do seu estilo de escrita, achei o texto dinâmico, com boas descrições e principalmente cativante ao ponto de querer ler o próximo.

 

De fato, me pego curiosa em como a história se dará, em vista da impressão inicial de que Atlântida é um local maravilhoso, igualitário, sendo até melhor que o sistema proposto por Atena, a qual perdeu a guerra... Eu realmente estou curiosa sobre rss

 

Vi no Guia de Fanfics que vc pretende postar diariamente e te aconselho a não fazer isso. Normalmente aqui no fórum isso é um tiro no pé... Por isso te recomendo que poste semanalmente, quinzenalmente ou até mensalmente!

 

Parabéns!

Primeiramente, obrigado pelas dicas. Vou repensar a periodicidade, talvez semanalmente . (O ponto ruim disso é que ela tem 60 capítulos [somando-se as duas partes, daí quase um ano e meio], mas acho que é melhor mesmo postar toda a segunda, devido à baixa movimentação mesma).

 

E quanto ao futuro e passado, como eu vi que foi o ponto aqui. O problema disso é que SS está indo sempre para frente. A minha primeira fanfic (que não acabei e era bem amadorinha), se passava depois de o Prólogo do Céu, mas surgiu Next Dimension e talvez avance ainda mais. Por isso, com o as minhas duas fanfics (Atlântida partes 1 e 2 e Chaturanga [pretendo postá-la depois]) eu decidi ambientar em tempos passados (antes inclusive de Lost Canvas). Talvez meu interesse por história tenha contribuído para isso, além de eu sentir falta de uma batalha decente contra Poseidon.

 

E quanto às ideologias, Atlântida, segundo a mitologia, foi realmente uma utopia e é isso que Poseidon sempre defendeu, pois a 'terra de Atena' é corrupta e banhada por várias maldades. Não darei detalhes para não estragar o decorrer da fic sobre o como isso vai se desenrolar, é bom vocês irem mesmo descobrindo a minha visão que eu tive sobre esse novo sistema.

 

Outra coisa, a história começou com Poseidon, mas o foco mesmo será os cavaleiros (os 'renegados', antes que as pessoas criem falsas espectativas.

 

Bem, chega de falar spoillers... segunda que vem a história começa e espero que tenha boa aprovação

 

Abração a todos.

 

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Olha, só posso dizer que o prologo foi muito interessante e me deu uma boa impressão da trama. Uma guerra envolvendo Poseidon é sempre empolgante, principalmente pelos marinas e outros elementos mitológicos que envolvem a entidade, abre muitas possibilidades para a Fic. Sempre quis trabalhar com Poseidon, mas ainda não tive essa possibilidade.

 

Reparei que algumas pessoas não gostaram do fato da Fic se passar no passado, particularmente trabalhar Saint Seiya em um ambiente futurista é algo que não me agrada nem um pouco e por isso não costumo gostar desse tipo de Fic, agora quando se passa no passado é algo bem mais legal e empolgante.

 

Não tenho muito o que comentar sobre o capítulo, mas fiquei bastante curioso pra ver como a historia vai se desenrolar. Também não posso deixar de comentar a escrita que é muito boa, parabéns pelo trabalho cara!

 

Tchau!

Editado por Perseu
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Então Nikos, eu sei que serão personagens exclusivos seus. XD E estou ansioso quanto a isso. Quanto a não ser baseado no Hipermito, novamente não vejo problema quanto a isso, pelo contrário, já abre um leque maior de possibilidades para trabalhar sem que já haja um certo tipo de 'restrição' imposta por conceitos já estabelecidos.

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Olha, só posso dizer que o prologo foi muito interessante e me deu uma boa impressão da trama. Uma guerra envolvendo Poseidon é sempre empolgante, principalmente pelos marinas e outros elementos mitológicos que envolvem a entidade, abre muitas possibilidades para a Fic. Sempre quis trabalhar com Poseidon, mas ainda não tive essa possibilidade.

 

Reparei que algumas pessoas não gostaram do fato da Fic se passar no passado, particularmente trabalhar Saint Seiya em um ambiente futurista é algo que não me agrada nem um pouco e por isso não costumo gostar desse tipo de Fic, agora quando se passa no passado é algo bem mais legal e empolgante.

 

Não tenho muito o que comentar sobre o capítulo, mas fiquei bastante curioso pra ver como a historia vai se desenrolar. Também não posso deixar de comentar a escrita que é muito boa, parabéns pelo trabalho cara!

 

Tchau!

Sim! Eu particulamente gostei da Saga de Poseidon, mas acho que ela ficou muito rasa, ficou faltando várias coisas, como um clima de guerra mesmo. Além do que, Poseidon é o rival histórico de Atena na Era Mitológica, segundo eles mesmos. Eu sempre quis trabalhar com Poseidon e isso me rendeu duas fics. Espero que gostem delas.

 

E obrigado pelo elogio à escrita. Eu particularmente acho que não redijo tão bem, mas que estou evoluindo. Prefiro mais criar as histórias, mas, como não sei desenhar, resta a escrita que pelo menos um pouco eu sei. Obrigado também por tudo!

 

Valeu!

 

Então Nikos, eu sei que serão personagens exclusivos seus. XD E estou ansioso quanto a isso. Quanto a não ser baseado no Hipermito, novamente não vejo problema quanto a isso, pelo contrário, já abre um leque maior de possibilidades para trabalhar sem que já haja um certo tipo de 'restrição' imposta por conceitos já estabelecidos.

Auhauh! Só para reforçar para o povo não esperar o Seiya aparecendo. Aliás, vocês jamais verão um cavaleiro de pégaso nas minhas histórias. Trauma antigo do "Seiya e os outros", kkkk. Além do que, o Pégaso está relacionado com a guerra contra Hades e não faria tanto sentido pô-lo em uma batalha contra Poseidon.

 

E concordo, quanto mais liberdade se tiver para construção de personagens, melhor. Por isso geralmente quando crio histórias, ela seguem o conceito, as imposições, e o resto eu vou desenvolvendo.

 

Valeu!

 

 

Editado por Nikos
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Não se preocupe demais com isso do passado e futuro, Nikos! Apesar de eu e o Degel, e quem mais tiver pensado que se passava no futuro, não afeta em nada que seu prologo e sua ideia sejam bons e bem escritos.

 

Além disso, estamos acostumados aqui na aba em ter fics de SS sem Seiya, ou nada rasas como SS. Pelo contrário, ficamos felizes quando alguém pega SS e transforma em algo realmente interessante, mais completo, rico.

 

Temos muitas fics boas de SS e originais no fórum, cada uma mais diferente e interessante que a outra, então não deixe de conferir!

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Prólogo lido.

 

A ideia de contar uma história que se passou na Era Mitológica como tudo ocorreu e de como Atena enfrentou Poseidon é digno da minha atenção, elogios e uma iniciativa.

 

Quero conhecer a tua versão da história até ao fim.

 

Tenho gostado da tua escrita e maneira de contares as coisas.

 

Abraços e muita boa sorte.

 

P.S.: Convido-te a leres a minha fic, Saint Seiya Era Mitológica - Bloody War

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Ótimo começo amigo!

 

Poseidon é meu deus favorito e, por isso, já ganhastes muitos pontos comigo!

 

Tua escrita é leve e fluída e isso torna a leitura mais prazerosa e divertida.

 

Vou esperar mais alguns capítulos para poder comentar de uma forma mais profunda, mas de inicio já gostei da ideia da fic!

 

Qual o dia da tua postagem?

 

No mais, excelente trabalho!

 

Abraços.

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Não se preocupe demais com isso do passado e futuro, Nikos! Apesar de eu e o Degel, e quem mais tiver pensado que se passava no futuro, não afeta em nada que seu prologo e sua ideia sejam bons e bem escritos.

 

Além disso, estamos acostumados aqui na aba em ter fics de SS sem Seiya, ou nada rasas como SS. Pelo contrário, ficamos felizes quando alguém pega SS e transforma em algo realmente interessante, mais completo, rico.

 

Temos muitas fics boas de SS e originais no fórum, cada uma mais diferente e interessante que a outra, então não deixe de conferir!

 

Sim, mas só para explicar mesmo essa coisa de passado e futuro, sem Seiya, para o povo não criar muitas espectativas. E quanto às fanfics, estou lendo aos poucos, é bom conhecer o trabalho dos outros para aprimorar inclusive o nosso. :)

 

Obrigado pela atenção e mais uma vez espero que goste. Segunda-feira que vem começa a história de vez!

 

 

Prólogo lido.

 

A ideia de contar uma história que se passou na Era Mitológica como tudo ocorreu e de como Atena enfrentou Poseidon é digno da minha atenção, elogios e uma iniciativa.

 

Quero conhecer a tua versão da história até ao fim.

 

Tenho gostado da tua escrita e maneira de contares as coisas.

 

Abraços e muita boa sorte.

 

P.S.: Convido-te a leres a minha fic, Saint Seiya Era Mitológica - Bloody War

Todas as guerras mostrou Atena vindo de uma vitória. Na minha história, como já diz na apresentação. Ela virá de uma (ou mais) derrota e terá que tentar se reerguer para tentar retomar o controle da Terra.

 

Que bom que gostasse da minha forma de escrever, às vezes eu acho que exagero um pouco nas descrições, mas daí é o leitor que tem que julgar.

 

Obrigado pelos comentários e, assim que puder, dou uma lida na sua fanfic (Cheguei agora da facu, vou fazer as minhas coisas, depois dou uma olhada. Valeu :) )

 

[ATUALIZADO: 00:01] = só para informar, não pude ler hoje porque tive que terminar umas coisas e tava lendo as contiinuações das que eu li ontem! Amanhã sem falta a tua vai para a primeira da fila, junto com a do Perseu e do Jell que são inéditas ainda para mim.

 

 

Ótimo começo amigo!

 

Poseidon é meu deus favorito e, por isso, já ganhastes muitos pontos comigo!

 

Tua escrita é leve e fluída e isso torna a leitura mais prazerosa e divertida.

 

Vou esperar mais alguns capítulos para poder comentar de uma forma mais profunda, mas de inicio já gostei da ideia da fic!

 

Qual o dia da tua postagem?

 

No mais, excelente trabalho!

 

Abraços.

 

Valeu de início já. Engraçado que Poseidon tem tanta popularidade e ele é bem pouco aproveitado em Saint-Seiya. Diga-se de passagem, Next Dimension E Lost Canvas, além do clássico, saturaram muito a saga de Hades. Talvez depois da minha segunda fanfic, vocês fiquem saturados com Poseidon (kkk), mas era necessário essas duas para fechar um arco.

 

E mais uma vez fico feliz que a aceitação pela escrita está sendo aceitável. Eu acho que ela dá uma decaída nos capítulos intermediários, mas o ritmo muda pouco (mais pela influência dos diferentes livros que eu lia durante a criação da fanfic [fiz de julho de 2012 a fevereiro deste ano, li vários livros diferentes nesse período e a gente sempre acaba pegando um pouco.) Falando em escrita, eu sinto que às vezes é difícil fluir, mas, conforme eu vou lendo mais livros, mais fácil ela sai. A leitura é o principal estudo para escrever.

 

E, por fim, o dia da postagem será toda SEGUNDA-FEIRA, no mais tardar terça, mas pretendo manter o ritmo. Em dezembro e janeiro talvez me embanane nisso, mas tentarei não furar.

 

Então, é isso! Obrigado pelos comentários e abração a todos!

Editado por Nikos
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Interessante isso... Poseidon está em voga no forum.

 

Olá Nikos. Sou o Hiyuuga, satisfação em conhecer.

 

Gostei de sua narrativa. Utiliza palavras que não são tão comuns ao vocabulário cotidiano junto a outras que, são tão simples que até esquecemos de utiliza-las ou, nos supreendemos quando ouvimos.

 

Continuando, sua narrativa é densa e isso merece créditos. Todavia, se me permite a sinceridade, tente evitar alguns vícios de narrativa que são comuns aos que estão começando (Todos passamos por isso), mas que o tempo e a experiência - além dos toques dos colegas - ajudam a melhorar. Em seu caso, o repetido uso de "sua" e "seu".

 

"Sua" foi repetido dezenove vezes no texto, assim como "seu". Seu isso, sua aquilo... Sei que à primeira observação parece complicado de se substituir, mas uma descrição fluida que evidencia outros pontos faz isso - e bem.

 

Você tem talento e empolgação... Como os colegas já disseram, adeque seus dias de postagem para que possamos saborear sua fanfiction como a iguaria que é... E aproveite para conhecer as outras do Forum. Leia, interaja... Boa vizinhança é sempre bem vinda e salutar.

 

 

Também trabalho com Poseidon, mas de um modo meio particular. Te convido a conhecer minha fic (A mais longa do Forum até agora XD), mas, principalmente, o que fiz com o mundo submarino de poseidon, seus marinas e demais personagens.

 

Eis o link: http://www.cdz.com.br/forum/topic/8460-saint-seiya-middle-age-gaiden/?p=338296

 

Bem vindo ao forum ^^

 

Hiyuuga é Historiador, Escritor de Fics e Capitão do time de basquete do colégio Seirin

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Interessante isso... Poseidon está em voga no forum.

 

Olá Nikos. Sou o Hiyuuga, satisfação em conhecer.

 

Gostei de sua narrativa. Utiliza palavras que não são tão comuns ao vocabulário cotidiano junto a outras que, são tão simples que até esquecemos de utiliza-las ou, nos supreendemos quando ouvimos.

 

Continuando, sua narrativa é densa e isso merece créditos. Todavia, se me permite a sinceridade, tente evitar alguns vícios de narrativa que são comuns aos que estão começando (Todos passamos por isso), mas que o tempo e a experiência - além dos toques dos colegas - ajudam a melhorar. Em seu caso, o repetido uso de "sua" e "seu".

 

"Sua" foi repetido dezenove vezes no texto, assim como "seu". Seu isso, sua aquilo... Sei que à primeira observação parece complicado de se substituir, mas uma descrição fluida que evidencia outros pontos faz isso - e bem.

 

Você tem talento e empolgação... Como os colegas já disseram, adeque seus dias de postagem para que possamos saborear sua fanfiction como a iguaria que é... E aproveite para conhecer as outras do Forum. Leia, interaja... Boa vizinhança é sempre bem vinda e salutar.

 

 

Também trabalho com Poseidon, mas de um modo meio particular. Te convido a conhecer minha fic (A mais longa do Forum até agora XD), mas, principalmente, o que fiz com o mundo submarino de poseidon, seus marinas e demais personagens.

 

Eis o link: http://www.cdz.com.br/forum/topic/8460-saint-seiya-middle-age-gaiden/?p=338296

 

Bem vindo ao forum ^^

 

Hiyuuga é Historiador, Escritor de Fics e Capitão do time de basquete do colégio Seirin

Caracaaaa, eu nunca tinha reparado quantos "seu" e "sua" eu utilizo. Agora que eu reli eu me toquei que abusei absurdametne disso. A Fanfic está pronta já, mas é algo para se rever quando eu for postando os capítulos. Obrigado pelo toque. É difícil quem escreve perceber esses vícios, só depois de reler muitas vezes. Valeu mesmo!

 

E, como eu falei, postarei toda a segunda, espero que acompanhes quando a história engrenar.

 

Para finalizar, dei uma lida no seu texto lá sobre Poseidon, ficou muuuuito bom, apesar de bem diferente da minha imaginação e do conceito que eu criei que só quem ler a fic vai poder entender até o fim como funciona tudo. Bem, sobre teu texto eu comento lá mesmo! Valeu!

 

 

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Muito bom esse começo.

 

 

Toda a descrição das cenas e diálogos foram muito bem feitos.

 

Gosto muito do universo de Poseidon e espero ver como será sua abordagem.

 

Foi bem legal o teste para saber se o garoto é Poseidon, mas fiquei curioso para saber como se sará isso, pois ficou semelhante com o nascimento de Atena que nasce bebê-deusa, e diferente do caso Julian Solo por exemplo.

 

 

O início me cativou e vou acompanhar a sequência!

 

Abraços!!!

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Muito bom esse começo.

 

 

Toda a descrição das cenas e diálogos foram muito bem feitos.

 

Gosto muito do universo de Poseidon e espero ver como será sua abordagem.

 

Foi bem legal o teste para saber se o garoto é Poseidon, mas fiquei curioso para saber como se sará isso, pois ficou semelhante com o nascimento de Atena que nasce bebê-deusa, e diferente do caso Julian Solo por exemplo.

 

 

O início me cativou e vou acompanhar a sequência!

 

Abraços!!!

 

Obrigado pelos comentários! Segunda-feira começa de fato a história e espero que gostes.

 

Quee bom que gostaste e espero responder as tuas perguntas com a história!

 

Abraços.

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CAPÍTULO 1


A ágora estava abarrotada de pessoas. Indivíduos das mais diferentes idades, tamanhos e aparências corriam de um lado para o outro naquela que era a maior praça pública da pequena cidade de Apheleia, no sul da Grécia. Não era difícil encontrar homens se esbarrando, crianças brincando ou entes importantes da região discutindo política ou impondo discursos no centro da ágora. Era um local espaçoso, rodeado de edificações. Ou seja, um ponto de encontro onde todos podiam estar.

 

 

Nos arredores da praça, as feiras livres dominavam a paisagem. Vendas de todos os tipos, comerciantes de todas as espécies e consumidores de todos os interesses trocavam produtos e desenvolviam o comércio interno de Apheleia. As mercadorias incluíam armas simples, como lanças, arcos, escudos; frutas como figos, limões, uvas; grãos como cevada, trigo e aveia; especiarias como menta, orégano; e pequenos objetos artesanais, como balaios e redes.

 

 

Mesmo sendo em uma cidade pequena, a ágora de Apheleia tinha um tamanho respeitável e uma vasta quantidade de vendas, se estendendo por várias dezenas de edificações que as rodeavam. O número de pessoas também era considerável. Mesmo com o grande calor que infestava a região naquela época, parecia que a cidade toda resolvia enfrentar o sol e fazer as compras, para a alegria dos comerciantes, que terminavam o dia com os bolsos cheios de moedas.

 

 

Porém, em uma das vendas, parecia que o sucesso não havia atingindo o ápice. Com uma movimentação humilde em sua barraca de frutas, uma mulher olhava para cima, com um ar perdido e desinteressado. Várias pessoas passavam por ali e, ao perceber a desatenção e a aparência maltrapilha da vendedora, se esquivavam e procuravam outro estabelecimento. Ela só voltava a si, quando o colega da venda ao lado lhe chamava a atenção.

 

 

Era uma mulher jovem, relativamente bonita, mas desarrumada. Seus cabelos negros e encaracolados estavam arrepiados e desajeitados. Os seus olhos castanhos não brilhavam como deviam, pois os cílios estavam malfeitos e olheiras enormes de destacavam sob as pálpebras. Seu rosto estava cheio de rugas e sem cor. Vestia uma túnica velha e toda amassada, parecendo um trapo. Bufava a cada trinta segundos e depois entrava novamente num estado distante.

 

 

Logo, o tédio e a distração foram mais uma vez quebrados, dessa vez por um estalar bem alto de dedos. Não vinha de seu vizinho de barraca, mas de um ponto à frente. Era um cliente. Após um susto repentino, arrumou o cabelo sem demorar e se posicionou para atendê-lo, tentando esboçar um sorriso.

 

 

O cliente não era o tipo de pessoa que esperava. Era um garoto, mirradinho, mas aparentemente alto e forte para o seu corpo. Tinha cabelos castanhos lisos até o pescoço, um nariz pequeno e suavemente arrebitado para cima. Sua pele era branca, mas levemente bronzeada, o que combinava com sua estrutura e com o castanho dos seus olhos. Continha um olhar, sobretudo, penetrante e fixo.

Movia-os de um lado para o outro como se estivesse atento a tudo o que acontecia, o que deixou a vendedora um pouco assustada.

Contudo, abandonando o medo inicial, foi perguntar o que o garoto desejava, mas foi rapidamente interrompida:

 

 

– Eu gostaria de um figo, ou melhor, dois, por favor. – pediu ele com uma voz fina e paradoxalmente autoritária.

 

 

Sem demorar, ela pegou dois dos figos e o entregou. Ele respondeu com um agradecimento seco, mas educado, entregando-lhe uma moeda e pondo-se depois a comer um deles. A mulher ficou observando os traços do pequeno, principalmente as vestimentas. Não trajava uma túnica, como a maioria dos garotos, mas algumas poucas vestes, com uma camisa fina e uma calça que ia até os pés, que estavam cobertos por um sapato fino.

 

 

Ela franziu as sobrancelhas e voltou a ter um ar pensativo, mas foi novamente interrompida:

 

 

– Sou membro da Palaestra dos Orfãos, aquela localizada no canto da cidade. – afirmou ele com a mesma voz fina e autoritária, respondendo às dúvidas que a mulher tinha na cabeça. – Ah! E esse segundo figo aqui é para outra pessoa, não devo comer muito ou não poderei continuar a treinar na minha academia.

 

 

A mulher estremeceu e começou a respirar mais forte. Seu coração batia mais rápido, como se estivesse com medo ou espantada por aquele garotinho ter adivinhado exatamente aquilo que estava pensando. Ele, parecendo não se preocupar, deu outra mordida no figo e começou a saborear a fruta. Porém, antes que ela voltasse a se distrair, ele voltou a falar:

 

 

– A senhora está sofrendo, não está? – comentou o garoto após terminar de mastigar outro pedaço da fruta e olhar diretamente nos olhos dela.

 

 

– An?

 

 

– Deve ser difícil não é mesmo? Ter tantas coisas na cabeça, se preocupar em trazer algum dinheiro para casa e, mesmo assim, não ter todo o trabalho correspondido.

 

 

– O que queres diz…

 

– Seu marido aprontou de novo, não é mesmo?

 

 

Num segundo ela arregalou os olhos e deixou o queixo cair. Seu coração, que já batia rápido, passou a acelerar mais ainda. As mãos começaram a tremer e, para evitar olhar aquele garoto assustador, ela simplesmente baixou a cabeça. Entretanto, ele continuava a falar:

 

 

– Se entupiu de vinho mais uma noite. Deve ser mesmo difícil aguentar essa situação. Seu marido chegar em casa todo o dia tarde, com aquele cheiro de álcool, sem dizer onde está. E a senhora, como toda boa esposa, abaixar a cabeça e ir dormir, sem reclamar uma palavra. E, ainda por cima, aceitar todos os maus tratos que ele lhe impõe na madrugada…

 

 

– Para com…

 

 

– Parece que ontem foi demais, não é? – continuava o garoto, parecendo ignorar que a mulher tremia, se derramando em lágrimas.

 

 

– A senhora nem sequer chegou a dormir, ficou esperando a noite inteira e, quando ele chegou, a obrigou a fazer aquilo que não estava disposta a fazer. Por isso estás assim, aqui, trabalhando para compensar o prejuízo e, sobretudo, tentando fugir do que não consegue mais controlar e…

 

 

– Sai fora daqui, seu monstrinho enxerido e demoníaco. SOME DA MINHA VISTA.

 

 

Os gritos desesperados foram seguidos de algumas frutas arremessadas na direção do garoto, que rapidamente desviou delas e deu a última mastigada no figo. Em seguida, recolheu todas as frutas arremessadas e devolveu à bancada da mulher, que, após a revelia, respirou alto, estando praticamente paralisada.

 

 

Praticamente indiferente, ele voltou a olhar para ela de forma penetrante e comentou:

 

 

– Se a senhora arremessar essas frutas, não poderá mais vendê-las. Agora, adeus! – disse o garoto, se retirando do local com o outro figo na mão.

 

 

Ele não andou muito. Deu alguns passos em direção ao centro da ágora e foi ao encontro de outra pessoa, entregando-lhe o figo gentilmente, sem abandonar o sorriso e o olhar atento, que parecia identificar tudo.

 

 

– Obrigada! – agradeceu uma garota, pegando o figo e mastigando-o com prazer.

 

 

Era uma menina muito jovem, com o mesmo tamanho do garoto. No entanto, era aparentemente um pouco mais velha, devido aos traços levemente mais desenvolvidos. Seus cabelos castanhos eram encaracolados, grossos, bem cuidados, indo até os ombros. Seus olhos verdes brilhavam como duas esmeraldas, combinando com o narizinho pequeno e com os lábios finos e singelos que lhe completavam a face.

 

 

Trajava uma túnica amassada que cobria o corpo magro até as pernas, com correias na cintura. Tinha uma sandália marrom um pouco gasta que lhe cobria os pés. Era aparentemente pobre, mas o modo como comia e se mexia era doce, deixando qualquer um encantado. O garoto que a acompanhava, contudo, apenas se sentou ao lado dela, como se estivesse acostumado com todo aquele jeito.

 

 

– Tu aprontaste de novo, não é, Propus? – indagou a garota, com uma voz fina e também doce.

 

 

– Eu só fiz umas perguntas àquela mulher, Mona. – respondeu ele sem aparentar culpa nenhuma naquelas palavras. – Estás com medo que eu acabe sofrendo algum castigo por causa disso! Mas não vai acontecer. As pessoas apenas se intimidam.

 

 

– É isso que eu estou falando. – resmungou ela, tirando o figo da boca. – Tu ages como se lesses os pensamentos dos outros. Sim, eu estou com medo e é exatamente por causa disso que eu quero que tu pares.

 

 

– Na realidade, não quer não! – retrucou o garoto, com um leve sorriso na cara. – A tua conveniência e preocupação estão falando mais alto, mas tu gostas desse meu jeito.

 

 

Mona bufou e olhou para o lado, tentando evitar o amigo. Mas, em seguida, começou a dar uma leve risada. Tentou abafá-la, mas não conseguiu, dando uma sonora gargalhada logo depois. Propus não se moveu, apenas ergueu as sobrancelhas, inspirando um ar de vitorioso.

 

 

– Eu não consigo esconder nada de ti, não é, Propus? – confessou ela sorrindo. – Eu, com oito anos de vida, ainda não tenho nem metade do teu conhecimento e capacidade. Mesmo com apenas seis, tu tens um ar de sabedoria que eu não sei explicar. É misterioso, mas… encantador.

 

 

Propus pigarreou um som de concordância e aguardou pacientemente ela acabar de comer. Em seguida, eles se retiraram da ágora e começaram a caminhar.

 

 

O sol estava forte, devido à época do ano, mas isso não os cansava. Pareciam que já estavam acostumados àquele clima abafado que apenas lhes causava um suador um pouco incômodo.

 

 

A caminhada se seguiu por quase uma hora até eles chegarem num local isolado, do outro lado da cidade. Era rodeado de árvores e montanhas, com apenas uma grande edificação com algumas inscrições na entrada.

 

 

Por fora, a construção era maior que uma casa e que vários edifícios públicos, mas menor do que a maioria das Palaestras da cidade e da própria Grécia. Tinha um hall grande, com algumas colunas arredondadas, em quantidade suficiente para garantir o seu sustento. Era de mármore, inicialmente branca, mas a sujeira e o desgaste temporal acabaram deixando-a acinzentada e coberta por um limo verde.

 

 

Por dentro, a situação humilde também estava presente. A academia era composta por um pátio retangular, coberto por barro e cheio de crianças brincando e conversando, todas trajando as mesmas vestimentas que Propus. O pátio era rodeado por centenas de colunas e por aposentos, que, de longe, pareciam pequenas saletas com a função de dormitórios, de higiene ou de alimentação.

 

 

Propus e Mona não demoraram e adentraram ao pátio, onde as crianças pareciam estar terminando os afazeres e se reunindo em um grupo. Entretanto, um garoto alto, de cabelos negros curtos e olhos castanhos, acabou indo ao encontro dos dois com um olhar frio e de reprovação.

 

 

– Estás atrasado de novo, Propus. – reclamou o garoto com uma voz braba e irritada. – Assim, o mestre Onésio vai te castigar.

 

 

– Cala a boca, Menandro! – rebateu Mona com uma expressão de raiva e irritação. – Ele foi me acompanhar até a ágora para eu poder comprar algo para comer.

 

 

– É claro! – zombou Menandro. – Sempre o protegidinho! Esqueci que o senhor Onésio jamais vai castigá-lo, pois Propus é o perfeitinho amiginho da filhinha dele.

 

 

– Ora…

 

 

Irritada, Mona ergueu a mão, estando prestes a dar-lhe um tapa na cara. Sabia que Menandro ou qualquer outro aluno da Palaestra respeitava as garotas e que não ia sofrer com isso. Contudo, Propus segurou rapidamente as mãos dela, impedindo o ato. Ela ficou irritada e já iria resmungar com o amigo, porém foi interrompida mais uma vez.

 

 

– Mona, por que tu te irritas por tão pouco? – indagou Propus sorrindo, erguendo as mãos e passando a olhar Menandro de cima a baixo. – É óbvio que ele está irritado, porque é todo forte assim e não tem o mesmo desempenho do que eu nas atividades da academia. A inveja causa isso nas pessoas.

 

 

– CALA A BOCA! – gritou Menandro, aparentemente irritado.

 

 

Mona ficou preocupada. Menandro era um garoto corpulento e bem mais alto e forte do que Propus. Apesar do que o amigo acabara de falar, ele sempre perdia em quase todos os duelos e atividades, só levando vantagem na agilidade. Os dois eram os melhores alunos da academia. Todavia, Menandro tinha mais força, resistência e só não tinha mais atenção do seu pai porque Onésio era conhecido por ser um mestre rigoroso, que não dava privilégios a ninguém.

 

 

– Tu só tens um desempenho tão bom, porque andas com a filha do mestre, assim ele te dá provas mais fáceis e não te cobra tanto. – acusou Menandro, apontando o dedo na cara de Propus, que nem se mexeu e nem perdeu o sorriso no rosto. Mona rebaixou a cabeça, um pouco distante.

 

 

– Audácias e palavras de alguém que está morrendo de medo. – continuou Propus. – Era tu que querias estes privilégios que tu pensas que eu tenho. Tens, além de inveja, um grande ciúme e uma imaginação fértil. Criaste uma imagem de mim e querias ser igual, mas…

 

 

– CALA A BOCA!

 

 

Menandro partiu para cima de Propus, que simplesmente desviou, sem alterar nem um pouco a expressão facial. Mantinha um ar de superioridade e, sobretudo, de autoridade. O garoto corpulento respirava forte e já estava pronto para dar outro soco. Mona continuava com um olhar pensativo, mas acompanhava cada movimento dos dois.

 

 

– Se eu fosse tu, não me atacaria agora. – alertou Propus com um tom diferente do irônico de antes.

 

 

– O quê?

 

 

– Olha para tua perna! – ordenou ele apontando para baixo. – Acho que não vais gostar nada do que vais ver.

 

 

Menandro olhou para baixo e todo o seu corpo se arrepiou. Era uma aranha, gigantesca e coberta de pelos. Todos na Palaestra sabiam que seu maior e, talvez, único temor eram aquelas criaturas pequenas. Sem demorar, ele agitou a perna, tentando afastá-la, mas ela não desgrudava. Em seguida, saiu gritando para um dos aposentos, deixando o local.

 

 

Propus observou o rival correr e deu um leve sorriso de vitória. Mona o observou e também deu uma risada singela, mas ainda estava com um olhar para baixo e triste.

 

 

– Estás pensando no que ele falou… sobre eu andar contigo. – disse Propus, dando um susto na garota.

 

 

– Tu andas comigo só para ter privilégios com meu pai? – indagou a menina, aparentemente desconfiada.

 

 

– Eu poderia dizer que sim, mas não seria a verdade. O fato é que tu preenches um vazio que eu sinto no meu interior. Andar contigo me deixa completo.

 

 

– Isso foi lindo, Propus! – comentou Mona, sorrindo largamente.

 

 

Propus retribuiu um sorriso, um pouco satisfeito. Mona pegou na mão dele e, logo depois, começou a rir abertamente.

 

 

– É de ti que não consigo esconder as coisas. – disse Propus, interrompendo o momento. – Sim, graças a mim aquela aranha foi parar na perna de Menandro. Sendo assim, podes contar para ele. Como eu disse, o medo e a surpresa acabam trazendo respeito e autoridade.

 

 

– Ora, vai te catar! Mais uma vez sabes exatamente o que eu estou pensando. – comentou a garota, dando um tapa nas costas do amigo. – Bem, eu vou indo ou o meu pai vai acabar reclamando do teu atraso realmente.

 

 

Após falar, Mona seguiu em direção a um dos aposentos. Mesmo doce, a garota sabia manter uma boa postura. Porém, antes de sair da vista de Propus, se virou com uma expressão alegre e doce:

 

 

– Alias, aquela aranha era tão falsa que só alguém que tem muito medo para cair nesse truque. Eu não sei que espécie de magia tu usas, mas, apesar de um pouco malfeita, é impressionante. Até!

 

 

Após dizer isso, ela se afastou de vez e entrou nos aposentos. Sem esboçar nenhuma reação emotiva, Propus se dirigiu ao centro do pátio, onde todas as crianças estavam se reunindo em grupo, esperando as atividades diárias da academia começarem. Irritado e com cara de envergonhado, Menandro chegou logo depois, se juntando ao bando.

 

 

Não tardou e um homem com estatura mediana, de meia-idade, se dirigiu à frente dos meninos. Tinha um ar imponente, de autoridade, mas, sobretudo, de serenidade, algo que era facilmente percebido nos seus olhos verdes. Seus cabelos eram encaracolados, castanhos e bem curtos, não passando da orelha. A idade estava começando a atingi-lo e a calvície também parecia que o estava atacando. Vestia uma túnica branca e longa, que lhe cobria o corpo forte, que ainda não perdera a imponência.

 

 

Logo atrás dele, foi entrando um jovem baixo, com um rosto aparentemente de adolescente, mas com um corpo extremamente musculoso. Estava vestido com uma roupa clara cheia de proteções, que ia do pescoço aos pés. Calçava um sapato simples e fino e, cobrindo as costas, encontrava-se uma longa capa branca. Tinha longos cabelos negros, levemente grossos, indo até metade das suas costas. Seus olhos negros exprimiam uma expressão autoritária e serena que combinavam com seus traços levemente orientais. Suas sobrancelhas eram finas, quase sumindo.

 

 

A chegada do segundo homem causou estranhamento geral. Os treinamentos da academia geralmente eram internos, não sendo permitidos visitantes ou observadores, ainda mais alguém com uma aparência adolescente como a dele, que, pela vestimenta, parecia pertencer a outra Palaestra.

 

 

Percebendo as expressões de dúvida nos rostos dos seus alunos, o primeiro homem pigarreou, ergueu as mãos e mandou todos se acalmarem, que ele teria uma boa novidade para contar.

 

 

– Meus alunos, quero que conheçam Ário. – começou o homem de meia-idade com uma voz simples e serena. – Ele é o principal aluno de uma das Palaestras mais importantes de toda a Grécia. Seu mestre, que não pode deixar a academia por motivos óbvios, o mandou pelas diversas regiões em busca de talentos. Como a nossa Palaestra aqui só atende alunos até certa idade, acho de grande valia ele conhecer vocês e, quem sabe, levá-lo para a academia do seu mestre. Dizem que ela sempre revela os vencedores dos jogos olímpicos.

 

 

A explicação causou tumulto. O espanto foi geral. Todos começaram com murmurinhos, comentando sobre o assunto. Alguns se vangloriavam das próprias qualidades e tinham certeza de que iam ser escolhidos. Porém, outros mais serenos, apontavam rapidamente para Menandro ou para Propus como o provável vencedor.

 

 

Com uma reação amplamente previsível, Menandro brilhos os olhos. Sabia que se houvesse algum talento que fosse escolhido ali, seria ele. Propus permaneceu sério, não parando de observar Ário.

 

 

– Vamos nos acalmar, meus alunos! – avisou o senhor. – Nós teremos um dia normal na nossa academia. Finjam que Ário nem está aqui. Se ele se interessar, escolherá um de vocês para treinar na grande Palaestra dele. Agora vamos!

 

 

Todos se levantaram e começaram a se preparar para o treinamento. Mona, que observava tudo de longe, se aproximou do senhor de meia-idade e ficou ao seu lado. Percebendo a aproximação da garota, Ário a fitou e franziu as sobrancelhas, no mesmo momento em que ela deu dois aplausos para o centro de treinamento. Acompanhando o som, o jovem visitante se distraiu e voltou a fitar os garotos.

 

 

Ouvindo o chamado, Propus tirou os olhos de Ário, observou a amiga, que lhe deu um aceno e se dirigiu junto aos colegas. Menandro, com um olhar superior, se aproximou do rival e cochichou-lhe no ouvido:

 

 

– Agora teremos um juiz imparcial. Não vais poder ser vangloriado com amizades. A menos que tentes cantar a irmãzinha daquele homem que o mestre Onésio trouxe.

 

 

– Tu estás com tanto medo de perder, que tentas me intimidar com palavras. – retrucou Propus, também num tom baixinho. – Mas tu sabes muito bem que és inferior. Além do mais, eu soube que tem muitas aranhas na Palaestra do senhor Ário.

 

 

Menandro recuou para trás como num susto, mas logo se recompôs. O mestre Onésio, com um braço comprido e um pouco desgastado pela idade, estalou os dedos, mandando-os se aproximar para começarem as atividades. Antes, contudo, Ário se dirigiu à frente do anfitrião e pediu a atenção de todos os alunos, que o olhavam com curiosidade e ambição.

 

 

– Como o senhor Onésio falou, eu busco aqui alguém único. – discursou Ário, com uma voz grossa, mas leve. – A força de todos nós está no nosso interior. Há um universo dentro de cada um. Eu busco alguém que saiba expandir esse mundo a ponto de explodir e o liberar. Alguém que consiga superar as dificuldades, que seja determinado e, sobretudo, honesto.

 

 

Todos escutavam atentamente, mas não entendiam muito que Ário estava falando. Mona ouvia tudo interessada, como se tivesse atenta a uma explicação de Propus. Menandro balbuciou que a força dele era comparada à explosão do universo que o jovem discursava. Por outro lado, Propus, que parecia estar tão concentrado, voltava a observar atentamente cada movimento de Ário, sem se preocupar com o que os outros falavam.

 

 

– Bem, acho que é isso! – concluiu Ário. – Obrigado pela atenção de todos e podem começar.

 

 

O mestre Onésio sinalizou o início das atividades. No início dos treinos, foram realizados vários testes de resistência e de força. Menandro se destacou na maioria, Propus em alguns e os poucos trabalhos restantes foram dominados por um ou outro aluno da Palaestra. Mais tarde, foi treinada a habilidade com armas. Menandro sabia usar bem as lanças, enquanto Propus se atrapalhava. Na arte de precisão e mira, nenhum dos dois se saiu muito bem, como de costume.

 

 

Após o treino de habilidade e manuseio, foi sinalizada uma pausa para um refeição. Menandro se juntou com vários garotos que pareciam ser seus subalternos e ria alto do próprio desempenho, comemorando. Em alguns intervalos da autobajulação, resmungava algumas palavras sobre como havia se atrapalhado nos testes de precisão e que, mesmo assim, isso não prejudicaria o desempenho final. Por fim, falava algumas coisas ruins sobre Propus e retornava à alimentação.

 

 

Propus, isolado, se sentou em um canto e começou a curtir a comida. Sem demorar, Mona logo apareceu e se sentou ao seu lado, cumprimentando-o. O garoto retribuiu e comentou que sabia que ela apareceria em algum momento. Ela deu uma risadinha e ofereceu um pouco da sua refeição especial para ele, que recusou, dizendo que não queria privilégios.

 

 

– Ora, Propus, estás irritado com o que o Menandro falou? – indagou a garota. – Não é do teu feitio ficares assim.

 

 

– Não! – retrucou Propus, olhando novamente para Ário. – Estamos sendo testados aqui. Tudo o que fazemos acaba contando de alguma forma. Serei o melhor sem ajuda. Por isso, quero ter a mesma refeição que eles.

 

 

Mona sorriu, concordando com a cabeça com tudo o que o amigo dizia. Seus olhos admiravam e curtiam o pequeno garotinho, que continuava a comer e a fitar Ário. No entanto, não tardou e ela voltou a olhar para baixo. Sem parar de fitar o jovem visitante, Propus comentou:

 

 

– Não te preocupes se eu não fui o melhor em todas as provas. Acho que eu estou fazendo exatamente o que eu preciso.

 

 

A garota ficou séria por um momento e, mesmo após tanta convivência, ainda não estava totalmente acostumada com aquelas respostas ao léu que Propus dava aos pensamentos que ela tinha. Entretanto, a sensação logo passou e voltou a admirar o amigo, mesmo não entendendo muito o que ele tinha acabado de dizer.

 

 

A refeição correu normalmente e não tardou a acabar. Logo, o mestre Onésio já convocava todos os alunos para um período de descanso de uma hora, para depois voltarem aos treinamentos normais. Ário permanecia ao lado dele como uma estátua séria, sem dizer uma palavra sequer. Todos os poucos movimentos e atitudes que esboçava não escapavam dos olhos de Propus, que aproveitava a hora de descanso para avaliar ainda mais o viajante.

 

 

Terminado também o período de descanso, Onésio bateu palmas duas vezes e todos os alunos se levantaram. Um a um, cada um foi se posicionando no ponto central do pátio, virados para a figura mediana do seu mestre e para o jovem viajante. Vendo Propus se aproximar do grupo, Mona se retirou do local e ficou próxima das colunas para observar o treino.

 

 

– Agora vamos começar o treino de velocidade! – balbuciou Onésio em voz alta, apontando de um lado para o outro para posicionar cada aluno na devida posição.

 

 

A atividade consistia em dar uma volta completa pelo pátio, passando por diversos obstáculos que foram colocados pelo campo durante o período de descanso, como de costume. O primeiro a correr foi um aluno mais velho do que todos, com as pernas grandes. O desempenho apresentado foi razoável, mas pior do que o segundo e um pouco melhor do que o terceiro garoto.

 

 

Logo chegou a vez de Menandro. O corpulento menino grunhiu algumas palavras e respirou duas vezes antes da realização da prova. Todos ao lado viam que ele iria dar o melhor de si e começaram a apoiá-lo. Agilidade nunca foi o grande forte do rapaz, mas também não era algo deficitário. Ele sabia que, caso se esforçasse, conseguiria um excelente desempenho.

 

 

Sem demorar, partiu para a corrida. Acelerou como nunca e venceu cada obstáculo de maneira que lhe deixou surpreso e orgulhoso de si mesmo. Todos olhavam boquiabertos ao ver a determinação e a superação do rapaz. Mona roeu as unhas preocupada com aquele surpreendente desempenho de Menandro.

 

 

Não demorou, o garoto passou pelo último obstáculo e parou em frente ao mestre, que o aplaudiu. Os alunos todos seguiram aplausos. Até Ário cumprimentou e deu um leve sorriso. Percebendo toda essa reação, Menandro respirou alto e também sorriu. Estava com uma aparência extremamente cansada, transpirando muito, mas, mantendo uma expressão vitoriosa, deixou o lugar onde estava e voltou ao grupo.

 

 

Mais três alunos correram em seguida. Os três pareciam desanimados e tiveram um desempenho inferior aos primeiros e abaixo até da própria capacidade. Parecia que a performance de Menandro tirava a chance de qualquer um de competir com ele. O garoto seguinte até que fez uma boa corrida, mas também não encantou ninguém.

 

 

Em seguida foi a vez de Propus. Ao ver o amigo se aproximando do local onde percorreria a prova, Mona aplaudiu bem alto e sorriu encantada. Contudo, com as mãos trêmulas, ela ainda respirava preocupada. Sem perceber os sentimentos da filha, Onésio balbuciou algumas palavras para Ário e logo depois ergueu o braço e sinalizou para que Propus começasse.

 

 

O garoto realizou uma corrida de maneira estranha. Naturalmente ágil, ele não se movia como sempre, mas era rápido e passava pelos obstáculos como se estivesse dançando. Sentia-se em harmonia com a corrida e deixou todos boquiabertos. Cada salto diferente, cada aceleração. Até Menandro arregalou os olhos, impressionado.

 

 

Entretanto, com o término da corrida, o sorriso no rosto do jovem corpulento não enganava. Mesmo com aquele desempenho diferente, não havia sido o bastante para superar o tempo e a raça de Menandro. Alguns aplausos foram arrancados, mas não com a mesma intensidade, nem com a mesma vontade. Mona sabia disso e olhou para baixo, um pouco chorosa e triste ao ver que as preocupações que sentira pareciam estar se concretizando. Propus, por outro lado, seguiu com os olhos fechados até o meio dos alunos.

 

 

Mais algumas crianças encerraram a prova de velocidade, todas com um desempenho regular. Ao término do último teste, o mestre Onésio chamou mais uma vez a atenção de todos para iniciarem as atividades finais. Menandro riu alto, pois sabia que era chegada a hora de sua vitória, pois a última prova do dia era definida no combate corpo a corpo, exibindo as técnicas de luta.

 

 

Sem demorar, o mestre foi juntando os alunos em grupos de dois, conforme a idade e o tamanho, buscando deixar confrontos equilibrados. Sem querer ir contra a correnteza e sabendo da rivalidade que existia – considerada saudável na visão dele –, Onésio colocou Menandro e Propus frente a frente para lutarem um contra o outro. Após a formação de todas as duplas, ele fez um sinal e os combates começaram.

 

 

Algumas batalhas se resolveram rapidamente, enquanto outras se demoraram por quase uma hora. Mesmo com a divisão, havia confrontos bem desiguais. Porém, conforme cada combate ia se encerrando, as atenções dos alunos se voltavam para o centro, onde se encontravam Propus e Menandro. Mona via de longe e mordia os dedos com força, mostrando nervosismo.

 

 

Menandro, então, partiu para cima de Propus, que se desviou como antes. Contudo, com uma troca de pernas, o garoto corpulento conseguiu chutar o rival, que, dessa vez, não conseguiu se esquivar e caiu no chão. Menandro começou a rir e não conseguia mais esconder a expressão de vitória. Ao chão, Propus não perdia o sorriso e o olhar superior.

 

 

– Não vais me irritar dessa vez! – afirmou Menandro que, confiante, deferiu mais um chute em Propus, que balbuciou algumas palavras de dor.

 

 

Vendo o estado do rival, Menandro deu mais uma gargalhada e avançou para cima dele, erguendo-o pelo braço. Entretanto, tirou a mão logo em seguida. O corpo do jovem estava fervendo como se estivesse emanando uma aura poderosa. Sem se abalar, ele foi dar mais um golpe, mas, ao ver o próprio braço, um arrepio lhe congelou o cérebro.

 

 

Uma não, mas várias aranhas andavam pelo seu corpo. Sentia a perna de cada uma subindo pelos braços e tentando chegar à cabeça. Começou a tremer levemente, mas, num ato surpreendente de coragem, fechou os olhos e soqueou Propus, que caiu novamente no chão, praticamente abatido. Em seguida, abriu os olhos novamente e viu que todos os aracnídeos haviam sumido. Estava sorrindo, pois havia vencido.

 

 

Ao ver o estado do amigo, Mona correu em desespero e foi logo socorrer Propus que, para a surpresa dela, levantou e não perdeu o sorriso no rosto. Menandro se aproximou dos dois e, após longas risadas, se gabou mais uma vez:

 

 

– Parece que teus truques não deram certo dessa vez. Eu sou o melhor e vou ser escolhido.

 

 

– Vai embora! – mandou Mona, não tirando Propus dos braços.

 

 

Não tardou e o mestre Onésio fez um sinal para que todos se reunissem para que ele pudesse dar uma avaliação individual de cada um. Mesmo não indo bem no início, o resultado já era óbvio. Menandro obteve a maior pontuação do dia com uma grande diferença para o segundo colocado. Propus, que teve uma desempenho pior do que nos outros dias, quando reveza a liderança. Dessa vez, nem ficara entre os três melhores.

 

 

Menandro brilhou os olhos. Os colegas o parabenizaram por tudo e o encorajaram. Parecia que todos tinham certeza do que viria a seguir. Mona tinha um olhar baixo e triste, nem querendo ouvir a conclusão dos discursos do pai. Propus estava sério e imóvel num canto isolado da multidão de crianças. Logo, o mestre Onésio bateu palma mais duas vezes e começou a discursar:

 

 

– Fico feliz com mais um dia de treinamento encerrado. Quero parabenizar o desempenho de alguns que se superaram. – disse ele olhando para Menandro. – Porém, fico decepcionado com outros. Aqui é um treinamento, mas não uma competição oficial. Vejo que vários desanimaram na hora da corrida, só porque estamos na presença do senhor Ário. Eu quero ver a evolução de vocês. Se não são os melhores, pelo menos sejam melhores do que ontem. Obrigado pela atenção!

 

 

Os alunos concordaram com a cabeça, mas não saíram do lugar. Pareciam estar esperando alguma coisa e o mestre Onésio sabia o que era. Assim, finalizou o discurso:

 

 

– Bem, eu sei o que todos querem saber. Então passarei a palavra ao senhor Ário para ele dizer o que achou da turma.

Timidamente, Ário foi para a frente de Onésio, entrelaçou as mãos e tomou a palavra:

 

 

– Primeiramente eu queria parabenizar a todos. Gostei muito de vir aqui na Palaestra dos Órfãos de Apheleia. Muitos têm um futuro promissor, podem até vir a competir nos jogos olímpicos ou serem grandes guerreiros que defenderão essa cidade dos inimigos.

 

 

Menandro sorriu explicitamente. Respirava a cada palavra e não conseguia esconder a ansiedade. Propus permanecia quieto, do outro lado.

 

 

– Mas, a vida não é só lutas corpo a corpo. – continuou Ário. – A pessoa que procuro não é exatamente a mais forte, a mais ágil, a mais determinada. Essas são atitudes que eu quero, mas não é o essencial. Como eu falei, preciso de alguém que saiba explodir o universo dentro de si.

 

 

Todos olhavam um para a cara do outro e não entendiam aonde ele queria chegar. Menandro tirou o sorriso da cara e olhou para baixo preocupado. Um pigarreio alto o chamou atenção. Agora era Propus que sorria vitorioso.

 

 

– Bem, essa não é uma decisão definitiva e nem estou escolhendo. – explicou Ário, abrindo as mãos, chamando atenção de todo mundo. – Eu só quero conversar com uma pessoa dessa academia e ter certeza de que ela é realmente quem eu estou procurando. Bem, pelo que ela apresentou durante as provas, eu gostaria de ter uma conversa particular com… aquele garoto ali.

 

 

Ário apontou para o grupo. O queixo de Mona caiu, juntamente com os da maioria dos alunos. Menandro mastigou os lábios com a derrota e Propus se levantou, agradecendo por ter sido escolhido.

 

Editado por Nikos
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Ai cara, adorei esse capítulo! Muito, mas muito bom mesmo!

 

A sua narrativa dá um show a parte. Engraçado que eu me sinto lendo um livro, ou qualquer coisa parecida. O toque dado a narrativa da sua fic, na verdade, o seu estilo pessoal é muito bom, gostei.

 

Nikos e Mona (Aliás, parênteses pra esse nome. Ele me traz excelentes recordações, por ser a personagem favorita de um seriado que eu assisto). Mas me atendo a eles, de cara já curti ambos. Eles tem características bem diferentes uns dos outros e é uma dupla muito interessante justamente por isso. Só achei esquisito Propos ter seis anos e ser quase um gênio. O cara é mais esperto do que eu que tenho 16! /evil aushuahsuhaus

 

Aliás, esse capítulo me chamou muito a atenção porque ele trouxe bastante suspense para o escolhido. Quer dizer, eu realmente achei que Propos ia se dar mal e seu sorriso confiante ia se transformar em lágrimas (/evil), mas ele acabou sendo escolhido, em oposição ao Menandro que fez todas as provas com louvor. Acho que o que fez Ário prestar atenção no nosso protagonista foi o fato dele ter elevado (conscientemente ou não?) sua aura momentaneamente no confronto físico com o rival.

 

Agora eu fiquei bastante curioso quanto ao próximo capítulo e como a trama vai se desenrolar. Meus parabéns pelo excelente capítulo e abraços!

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Ai cara, adorei esse capítulo! Muito, mas muito bom mesmo!

 

A sua narrativa dá um show a parte. Engraçado que eu me sinto lendo um livro, ou qualquer coisa parecida. O toque dado a narrativa da sua fic, na verdade, o seu estilo pessoal é muito bom, gostei.

 

Nikos e Mona (Aliás, parênteses pra esse nome. Ele me traz excelentes recordações, por ser a personagem favorita de um seriado que eu assisto). Mas me atendo a eles, de cara já curti ambos. Eles tem características bem diferentes uns dos outros e é uma dupla muito interessante justamente por isso. Só achei esquisito Propos ter seis anos e ser quase um gênio. O cara é mais esperto do que eu que tenho 16! /evil aushuahsuhaus

 

Aliás, esse capítulo me chamou muito a atenção porque ele trouxe bastante suspense para o escolhido. Quer dizer, eu realmente achei que Propos ia se dar mal e seu sorriso confiante ia se transformar em lágrimas ( /evil), mas ele acabou sendo escolhido, em oposição ao Menandro que fez todas as provas com louvor. Acho que o que fez Ário prestar atenção no nosso protagonista foi o fato dele ter elevado (conscientemente ou não?) sua aura momentaneamente no confronto físico com o rival.

 

Agora eu fiquei bastante curioso quanto ao próximo capítulo e como a trama vai se desenrolar. Meus parabéns pelo excelente capítulo e abraços!

Que bom que gostaste. É bem difícil desenvolver um estilo de narrativa, o que eu faço é tentar ler bastante e, mesmo assim, cometo várias derrapadas, me sentindo numa encruzilhada de como vou seguir o capítulo. O mais difícil é sempre começar. Depois, já tendo a história em mente, acho muito mais fácil fazê-lo fluir (considero o primeiro quarto do capítulo o mais difícil, depois vai indo).

 

Ah! Nikos e Mona não!! Propus e Mona. kkkk! Nikos é o meu nick (personagem de outra fanfic que já fiz), mas é normal confundi-los, pelo menos para mim.kkk

 

Que bom que gostaste deles dois, é bem difícil criar personagens que ganhem a empatia geral. Mas, para mim, o Propus é um dos melhores personagens que já elaborei. Conforme a fic vai se desenvolvendo e a personalidade dele for desabrochando, acho que vais entender o que eu quero dizer.

 

Sobre ele ser um gênio (ou não), isso é uma característica psicológica que somente quando a personalidade dele estiver completamente descrita é que isso poderá ser esclarecido.

 

Sério que trouxe suspense? Quando terminei o capítulo, eu achei que seria um pouco óbvio (para quem cria e já sabe do que vai acontecer, a história inteira é óbvia, kkkkk). Que bom então que causou esse efeito em ti! Quanto à escolha de Ário, nos próximos capítulos tudo já vai estar se resolvendo!

 

Aliás, os próximos capítulos começam a esquentar. Esse foi muito introdutório, mais apenas para apresentar um início de desenvolvimento da personalidade dos personagens.

 

Valeu e abração!

 

 

 

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