Bysshe de Doppelgänger 83 Postado Agosto 25, 2014 Compartilhar Postado Agosto 25, 2014 A alguns anos iniciei aqui algumas fics que, por vários motivos não foram completadas, mas um dia desses serão. Uma delas foi "Saint Seiya Reloaded" com a ideia de reescrever o clássico acrescentando algun elementos, mas que com o passar do tempo e o feedback dos leitores, se mostrou com vários problemas. São esses problemas que pretendo corrigir, espero nesta nova verssão. Espero que que acompanhou a v1 goste das udanças e que não acompanhou que tenha uma agradável leitura. Saint Seiya ReloadedCapítulo 001 – Prelúdio Final do Século XX. Sismanogleio General Hospital. Vrilissia. Atenas. Através do vidro que mantém casais amorosos e parentes longe de seus filhos que descansam no berçário, um senhor japonês cuja idade começa a se revelar em seus cabelos grisalhos, acompanhado por um médico, observa com apreensão enquanto as enfermeiras cuidam do bebê que ele trouxe consigo. — Doutor, está tudo bem com essa criança? Ela corre algum tipo de risco? — Senhor Kido, pode ficar tranqüilo. O bebê é completamente saudável, o que é surpreendente tendo em vista que o senhor relatou tê-lo encontrou no meio das ruínas antigas. O homem sente-se aliviado ao ouvir tais palavras. — Prometi ao homem que estava com esta criança, antes de sua morte, que iria cuidar dela como se fosse minha neta e manteria segredo de sua origem. Por isso gostaria de sua ajuda para que não haja qualquer empecilho ou mesmo qualquer referência à estada dela aqui. Ele tira um envelope do bolso de seu terno e entrega ao médico. — Fique tranquilo. Não haverá qualquer menção à passagem de vocês neste hospital e, a meu ver, o senhor nunca esteve neste hospital. Meses mais tarde. Mansão Kido, Tóquio. Construída no final do Século XIX seguindo o estilo de construção ocidental que começava a ser introduzida no Japão, a mansão da Família Kido é rodeada por um extenso jardim, tendo em frente a sua entrada um chafariz. Seu interior reúne uma vasta coleção de tapeçarias do oriente, móveis feitos de madeiras nobres e, nos últimos anos, esculturas e artefatos que remetiam à antiguidade clássica. No escritório localizado no andar superior uma importante conversa estava em curso. — Está absolutamente certo com relação a estas informações, Senhor Saeba [1]? – questiona o homem trajando roupas típicas japonesas em tons de cinza, preto e branco, sentado numa poltrona à frente de sua mesa de mogno, analisando a série de fotos, mapas e documentos à sua frente. — Não tenho dúvidas de que se trata de um dos locais que o Senhor Kido tem procurado. – responde o primeiro. — Conforme suas instruções, eu e minha equipe temos vasculhado o globo em busca de atividades ou mesmo centros de treinamentos cujas doutrinas sejam consideradas pouco ortodoxas, e o resultado é o que o Senhor tem em mãos. O homem sentado à mesa deixa os documentos sobre a mesa, se curva para frente, apoiando os cotovelos e leva às mãos ao queixo, numa postura contemplativa, mas ao mesmo tempo intimidadora. — Tem consciência da fortuna que tenho disponibilizado ao senhor mensalmente para que me apresente apenas isto, Senhor Saeba, um único local, quando deveria haver pelo menos uma dúzia de locais? — Tenho plena consciência e espero que o Senhor entenda que me pediu para que localizasse algo que ninguém no mundo jamais ouviu falar e que desde o princípio sabia que não seria uma tarefa fácil. O homem à mesa se recosta momentaneamente, se levanta, cruzando os braços atrás das costas e se dirige para a janela localizada atrás dele, de onde tem uma ampla visão dos fundos da mansão. — Senhor Saeba! – pronuncia em tom mais áspero. — Espero para nosso próximo encontro dados mais promissores. Pode se retirar. — Sim senhor! O homem deixa Kido sozinho na sala, enquanto este olha para o jardim onde uma criança de cerca de seis anos com cabelos prateados brinca sob a vigilância de sua babá, que também tomava conta de um bebê de cabelos em diversos tons roxo. Após alguns segundos de contemplação, ele se volta para sua mesa, apanha o telefone de seu repouso e tecla alguns números. — Tatsume! Venha a minha sala imediatamente! Passa-se pouco mais de dois minutos até a porta de cedro entalhada à mão se abrir permitindo a entrada de um homem calvo e de expressão séria que servia há anos a Família Kido como segurança, mordomo e motorista. — Deseja algo Senhor Kido? – pergunta o homem após fazer uma saudação a seu patrão, inclinando o corpo para frente [2]. — Quero que cuide dos preparativos para que Mei seja enviado para o local indicado no mapa sobre minha mesa. — Sim senhor! Com licença! – Tatsume rapidamente se aproxima da mesa, onde apanha o mapa para uma rápida análise do destino a ser traçado e segue rumo à porta. — Cuidarei para que o Senhor Mei e seu acompanhante tenham o máx... — Mei irá sozinho! — O que?! – se espanta Tatsume ao ouvir as palavras de Mitsumasa. — O Senhor tem certeza?! Enviá-lo sozinho para um lugar assim? — TATSUME! – Kido eleva o tom de sua voz, mas sem deixar transparecer qualquer alteração em seu semblante, ainda voltado para o lado de fora. — Sei muito bem dos riscos de se enviar meu neto para um destino incerto sem saber exatamente o que o aguarda, mas tenho confiança que nenhum mal lhe será feito e que um dia ele retornará são e salvo trazendo aquilo que desejo. “A Armadura!” – sussurra Tatsume enquanto deixa a sala levando o mapa consigo e deixando para trás um pensativo Mitsumasa. Algumas horas se passam e Mitsumasa se encontra novamente em seu escritório, após ter se deliciado com um pequeno desjejum, analisando alguns documentos de uma de suas muitas empresas, a Fundação Graad. O telefone toca. — Sim? – ocorre um momento de silêncio. — Mande-o entrar imediatamente. O telefone é recolocado em seu repouso e a porta se abre, revelando um homem de cabelos negros curtos, com as têmporas brancas e trajando um elegante blazer preto desabotoado, camiseta branca sem gravata, pasta com alça no ombro esquerdo, calça social e sapatos. — Benj, meu velho amigo, o que o trás ao Japão? Deveria ter me avisado e enviaria um carro para busca-lo no aeroporto. Mitsumasa se levanta e rapidamente vai em direção ao homem, cumprimentando-o com um aberto de mão e um abraço fraternal. — Queria fazer uma surpresa a um amigo, nada mais. Os dois se sentam em poltronas dispostas ao redor de um tapete onde prosseguem sua conversa. — Existe algo mais nesta visita ou é apenas saudade? Você nunca deixa sua pesquisa de lado sem um bom motivo. – questiona Kido. — Você é muito perspicaz como sempre, velho amigo. De fato eu vim até aqui por que tenho algo que é de seu interesse. – tira alguns mapas e documentos de sua pasta e os entrega a Kido. — Isto é... – o olhar deste se altera para de profunda surpresa. — Estes são os locais prováveis de treinamento dos aspirantes a Cavaleiros. Não é isso que vem procurando a ponto de dispor de uma pequena fortuna? – questiona Benj. — Como sabe disso?! Até onde sei a existência dos Cavaleiros não é de... – Kido se cala por um momento. — Você é um deles, não é mesmo? Benj se recosta na poltrona fechando os olhos e, após alguns segundos se levanta e vai até próximo da janela, onde se pode ver o Sol se pondo no horizonte. — Como você bem sabe, desde muito jovem eu vaguei mundo afora buscando um sentido, uma orientação para minha vida e foi assim que conheci o homem que mudou minha vida da forma que jamais poderia imaginar. – ele faz uma breve pausa, voltando seu rosto em direção a Mitsumasa. — E hoje minha vida é dedicada a orientar as pessoas a que rumo seguir. — Mas isso não explica por que está me ajudando a obter uma informação a qual não deveria ter acesso?! – questiona. — Como eu disse, minha missão é orientar as pessoas a que rumo seguir e, de certa forma, o destino orientou o caminho até aqui. E jamais questiono o que o destino escolhe para mim ou qualquer outra pessoa, sendo este bom ou ruim. Uma estranha sensação toma conta do ambiente e Kido tem a nítida sensação de ver uma aura prateada ao redor do corpo de Benj. — Você nunca viu um, não é mesmo? – Mitsumasa nada responde, ficando em silêncio, mas sente que seu corpo está sendo inundado por uma série de sensações, que vão da euforia ao medo. — Contemple o símbolo o orgulho daqueles conhecidos como Cavaleiros. – Benj se vira para Kido, que agora nitidamente consegue visualizar a aura prateada que envolve o corpo de seu visitante por completo. — Não entendo?! – Kido se apoia com ambas as mãos nos braços da poltrona, forçando seu corpo para frente num impulso para se colocar em pé. — Onda está esta Armadura se você não traz nada consigo além de uma pasta? – pergunta de forma descrente e com suor escorrendo pela lateral de seu rosto. — Huh! Atualmente seria muito inconveniente carregar as Armaduras de um lado para o outro então encontramos uma nova forma de fazê-lo. O brilho argento se intensifica ao redor do corpo de Benj, tomando formas resplandecentes ao redor deste, lhe cobrindo pernas, braços, abdômen, tórax, cintura e por fim a cabeça com uma tiara, formando uma Armadura de cor azul-escuro. — Esta, meu amigo, é a Armadura de Prata de Bússola! — Ela é magnifica! – fala exprimindo toda sua admiração. — Esperava ver uma apenas daqui a alguns anos. A face de Benj é tomada por uma expressão que mistura alegria e tristeza, mas esta não fora notada por Mitsumasa que apenas admirava a Armadura. — Agora devo partir e retornar aos meus afazeres. – a Armadura desaparece numa fração de segundos e o Cavaleiro toma o rumo da porta. — Agora você tem tudo o que você precisa saber. – e parte e parte deixando Kido contemplando os documentos que deixo, os quais ele rapidamente dispõe sobre sua mesa e onde estavam assinalados alguns locais. “Iraque, Papua Nova-Guiné, Quênia, Alemanha, Brasil, China, Canadá, Sibéria, Índia, Portugal, África do Sul, Inglaterra, Egito, Irã, Israel, Holanda, Inglaterra, Estados Unidos, Finlândia, Grécia, Libéria, Itália e Tanzânia.” Meses mais tarde. Mansão Kido, Tóquio. — Senhor Kido, o senhor não pode estar falando sério?! O homem, vestindo um elegante terno preto e óculos escuros, estava temeroso com o rumo que estava tomando a tarefa a ele confiada e deixou seus afazeres num dos muitos projetos de caridade mantidos pela Fundação Graad, pertencente à Família Kido, para falar diretamente a seu presidente, Mitsumasa Kido. — Entendo perfeitamente sua preocupação Doutor Nakamura, mas minha decisão já está tomada. — Nós enviamos há anos seu neto Mei para o primeiro local que localizamos e jamais recebemos qualquer notícia dele. Agora o senhor quer enviar todas essas crianças para os mais remotos cantos da Terra sem se importar com os riscos que elas irão correr? Mitsumasa se levanta, cruzando os braços atrás das costas e se dirige para até a janela localizada atrás dele, de onde tem uma ampla visão dos fundos da mansão. — Senhor Kido, eu... — Doutor Nakamura... Não há um único dia em minha vida que eu não seja afligido pela dor e pelo arrependimento de ter enviado meu neto para um destino cujo grau de periculosidade eu sequer tenha imaginado. - Uma breve pausa se segue. — Mas, para se alcançar um bem maior, sacrifícios são necessários, mesmo que seja de seu próprio sangue ou inocentes, e neste caso estamos falando de crianças que foram abandonadas à própria sorte. — Mas senhor, eu peço que... Naquele momento, a porta do escritório se abre e, como um furacão, entra por ela uma menina de cinco anos, com cabelos em tons de roxo na altura dos ombros e usando um vestido vermelho. — Vovô! Ela corre em direção a Mitsumasa, que se abaixa para recebê-la em seus braços, deixando de lado sua expressão carrancuda e séria para dar lugar a um largo sorriso. — Você não deveria estar brincando com Tatsume, Saori?! Algum tempo depois surge à porta o devotado empregado de, Tatsume, que naquele instante se mostrava desconcertado e extenuado. — Senhor Kido, eu sinto muito. Distraí-me por apenas um instante e a senhorita Saori fugiu para cá. Peço mil desculpas. — Ora, não há motivos para tanto Tatsumi. Não importa o que ou com quem eu esteja sempre estarei de braços abertos e com um sorriso para receber minha netinha. Kido se abaixa novamente e a coloca no chão. — Saori, vá brincar um pouco mais com Tatsume que logo estarei com você. Ela acena com a cabeça e corre para a porta, passando rapidamente por Tatsume que tem que correr novamente atrás dela. — Senhorita, espere! Novamente Kido fica a sós com o Doutor Nakamura e, então, ele volta a se sentar em sua poltrona, de onde pressiona um botão na mesa, fazendo com que uma das paredes se abra revelando um Mapa-Múndi onde vários locais estavam assinalados. — Doutor Nakamura, nós recolhemos estas crianças, lhes demos um lar e boa alimentação. Agora é hora de elas retribuírem. – nova pausa. — Dentro de um ano quero que cada uma dessas crianças seja enviada para cada um desses locais. Kido revela o mapa onde estão assinalados os locais para onde as crianças devem ser enviadas. Locais estes até então desconhecidos pelo Doutor Nakamura. — Senhor Kido, eles estão realmente espalhados por tantos países assim? — Sim, apesar de não termos certeza de que haja Armaduras nestes locais. — O que?! Então o senhor pretende enviar essas crianças sem ao menos ter certeza de que encontrarão ali uma Armadura? — Doutor Nakamura, haver uma Armadura nestes locais não significa que a criança enviada retorne com a mesma, pois como o senhor bem foi informado, a uma série de teste aos qual o aspirante deve passar para se provar merecedor de receber a Armadura. — Senhor Kido, eu... — Não há mais nada que devamos discutir doutor e em um ano elas serão enviadas, cabendo ao senhor garantir que estejam prontas a suportar o que irão encontrar e sobreviver para trazer de volta as Armaduras. Um longo silêncio se faz e, não vendo outra opção, o Doutor Nakamura termina por acatar suas ordens. — Farei como o senhor desejar e, dentro de um ano, estarão prontos. — Excelente! Um ano depois. Yakutsk. Região da Iacútia. Sibéria Oriental. A margem do Rio Lena, congelado pelo inverno rigoroso, um homem de cabelos azuis-escuros, trajando um pesado casaco, observava um caminhão que se aproximava e de onde desce um grupo de crianças. — A tarefa de você aqui é bem simples. Basta que cheguem a uma casa que mantenho nesta região e onde se dará seu treinamento para, um dia se tornarem Cavaleiros. — E onde fica esta casa? – questiona uma das crianças. — Oymyakon. República de Sakha. Agora vão! Estarei os esperando lá. – e com um forte sopro de vento que obriga as crianças a se virarem, protegendo seus rostos, tanto homem como o caminhão que os havia trazido desaparecem. Entregues à própria sorte eles começam a caminhar, sem saber ao certo que rumo seguir e não percebem que a eles se juntou outra criança que, diferente delas, tinha os cabelos azuis escondidos por um pesado capuz. Montanha de Neve do Dragão de Jade. Yunnan. China. Um de cabelos negros na altura dos ombros e carregando uma pequena bolsa, onde estão um pouco de água e comida, caminha pela extensa trilha que leva da estrada asfaltada em direção ao bosque que rodeia a cadeia de montanhas. Tudo o que lhe disseram foi para procurar pela maior cachoeira do local e ali encontraria seu objetivo. Com o passar do tempo o som da queda d´agua aumentava cada vez mais até que, ao cruzar os limites impostos pela vegetação, ele se depara com a magnífica cachoeira cujo topo estava longe do alcance de suas vistas. — O que alguém tão novo faz num lugar como esse?! Faz muito tempo que não recebo ninguém. – uma voz serena se fez ouvir e o garoto procurou em todas as direções por seu dono até ver um ancião, sentado sobre uma pedra, numa posição acima de onde estava. O garoto nada respondeu, pois sentia que havia ali uma presença intimidadora. — Huh! Não precisa dizer nada. – o ancião respirou profundamente, sem alterar sua postura e sem se revelar para o jovem, como se estive sentido algo ou esperando uma resposta. —Você sabe dos riscos que correrá de agora em diante se decidir ficar aqui garoto? – questionou. Novamente ele nada respondeu, se limitando apenas a balançar a cabeça de forma positiva. — Pois muito bem! – sem se fazer notar o ancião, de pouco mais de um metro de altura, aparece atrás do jovem, amparado por um pequeno cajado à mão direita, caminhando em direção ao bosque. — De hoje em diante eu serei seu Mestre. Ilha de Andrômeda. Somália. Oceano Índico. Um grupo de crianças, meninos e meninas, é deixado por uma pequena embarcação na maior ilha que pequeno arquipélago formado por quatro ilhas no Oceano Índico, em frente à costa do Chifre da África, a 250 km a leste do cabo Guardafui. Ali o clima é árido e semiárido tropical, com poucas chuvas, concentradas no inverno e mais abundantes nas maiores alturas do que nas zonas costeiras sendo fortemente influenciado pela monção. O grande isolamento geológico do arquipélago, juntamente com o intenso calor e a falta de água, deu origem a uma interessante flora endêmica, como o dragoeiro, e os únicos animais que ali existem são morcegos. Sem saber bem para onde ir, o grupo toma o caminho do que parece ser uma trilha que leva ao interior da ilha, sendo que um deles, de cabelos esverdeados, chorava insistentemente. Ilha da Rainha da Morte. Oceano Pacífico Sul. Um navio carregando um grupo de crianças entre sete e 10 anos singrava as águas do Pacífico Sul quando, em determinado momento, chegando próximo ao seu destino, parou e todos os que estavam a bordo foram convocados para o convés pelo capitão. — Ouçam todos! Nós só iremos até este ponto e vocês terão de nadar o resto do trajeto até aquela ilha amaldiçoada. — O que?! Você ficou louco? Estamos muito longe! – esbravejou um dos mais velhos, enquanto so mais jovens esboçavam um choro. — Vocês aceitaram vir até aqui então não tem do que reclamar. Eu não sou pago para chegar até lá. Agora, vamos logo. Saiam do meu navio. Portando arpões e pedaços de madeira a tripulação força os garotos para a lateral do navio onde uma portinhola havia sido aberta e por onde foram jogados e, nem bem o último toca a água a embarcação tem seus motores ligados. Dentre eles nem todos sabiam nadar e foram deixados para trás, sendo tragados pelas águas quando o navio se movimenta, sucumbindo vítimas das hélices. Para os demais havia outro risco, os tubarões que infestavam aquelas águas e que chegariam logo atraídos pelo sangue. Estando a duas milhas náuticas da ilha, cerca de 3700 metros, teriam muito que se esforçar para sobreviver e, dos dez que ali foram deixados, apenas quatro chegaram vivos a seu destino. Os demais sucumbiram vítimas do cansaço que os venceu, tornando-se presas dos tubarões. Mas o mar e os tubarões não foram os únicos perigos a serem vencidos. Havia ainda o paredão rochoso açoitado pelas ondas que deveriam escalar. Era isso ou nadar margeando a ilha se arriscando a ser jogado pelas ondas contra as rochas. Eles ficaram com a primeira opção e, superando a escarpa íngreme, chegaram ao topo, onde um homem, que os deixou com um misto de medo e respeito devido a estranha máscara que usava, esperava. — Apenas três conseguiram chegar até aqui? Esperava muito. – falava enquanto examinava atentamente os garotos. – Quantos foram lançados ao mar garoto? – ele se dirigiu para um deles que tinha cabelos e olhos castanhos e de estatura mediana. — Dez! – balbuciou tentando não chorar, pois sentia como se fosse ser morto a qualquer instante. O homem examina atentamente o trio e, de maneira inesperada, golpe dois deles, lançando-os para a morte, penhasco abaixo, deixando apenas um vivo. — Por que fez isso? Eles lutaram muito para chegar vivos até aqui! – bradava o jovem questionando as ações do homem. — Essa foi minha forma de ser misericordioso com eles. Eles não sobreviveriam a um dia de treinamento comigo. Vila de Rodório. Grécia. Ao norte de Atenas uma densa floresta rodeia o Monte Parnita. Ali, uma pequena vila se coloca no limite entre o presente e o passado. Seus habitantes mantem costumes e vestuário que remete ao Período Clássico e, ao mesmo tempo, utilizam o que existe de mais moderno em termos de tecnologia. Somada ás ruinas que existem próximo faz com que a vila seja um ponto turístico bastante visitado. Seus habitantes conhecem, também, outra vocação desta vila, esta desconhecida dos visitantes. Ela serve de acesso a um mundo que a maioria das pessoas sequer imaginaria que existe e a este mundo um pequeno grupo que chegou pretende adentrar. Algumas crianças são conduzidas por homens, envoltos em mantos presos no pescoço por um broche dourado com uma insígnia, pelas ruas da cidade quando, em certo ponto, um grupo de ovelhas se desgarra de seu dono, causando confusão. Uma distração pequena, mas eficaz o suficiente para cumprir com seu objetivo. Enquanto os homens se distraem, uma das crianças é subtraída do grupo, por um homem de roupas casuais, calça e camisa polo, e seu lugar é tomado por outra, uma de feições orientais similares as da criança retirada. Com o tumulto contornado, o grupo é levado sem que nada seja percebido em direção aos limites da vila para a floresta conhecida como Bosque de Dédalos. Em outro lugar, o garoto subtraído é levado embora pelo homem que tapava sua boca. Os moradores, acostumados a verem cenas parecidas, não interveem. Notas:[1] Ryo Saeba, personagem do mangá City Hunter, escrito e ilustrado por Tsukasa Hojo. [2] No Japão, a forma mais comum de cumprimento é a reverência oriental, o ojigi. Esse ato de se inclinar para frente pode parecer fácil, porém é mais complicado que parece. O gesto não serve apenas para dizer “oi”, “tchau” ou “bom-dia”. Ele é usado como forma de agradecimento, como pedido de desculpas ou quando se é apresentado a alguém. Além disso, ele deve ser acompanhado de palavras adequadas, para expressar a intenção da pessoa. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
GFernandes 6.825 Postado Agosto 27, 2014 Compartilhar Postado Agosto 27, 2014 Olá Bysshe. Sou o Gustavo Fernandes (um menino mesmo, apesar da foto/assinatura). Prazer em conhecê-lo! Bem, de início, gostaria de lhe perguntar algo. Pretende deixar o tópico da sua fic antiga aqui ou quer que eu o exclua? Começamos com o capítulo. Confesso que já tinha lido pelo menos alguns capítulos iniciais de sua antiga versão e saber que vai recomeçá-la, é muito bom para que eu possa acompanhar sua história passo a passo e perceber a evolução de sua fic em tempo real. Enfim, vamos lá. O início mostra o senhor Kido em algum hospital com a bebê Atena. Gostei da humanização imposta neste trecho. A segunda parte mostra o Mitsumasa com um personagem novo, no qual discutem a respeito de enviar Mei até a Sicília para conseguir treinamento. Gostei de enriquecer a história deste personagem com esse diálogo. E pelo que notei, Kido chama Mei de "seu neto". Essa é uma de suas modificações? Gostei de ver o Benj como um Cavaleiro. Ainda mais de uma Constelação tão pouco utilizada como Bússola. Achei peculiar a escolha para ela ser uma Armadura de Prata. E senti falta de uma descrição mais apurada a respeito desta veste, apesar de ser uma particularidade minha. Então, a história segue com Mitsumasa exigindo que os órfãos sejam mandados em busca de suas vestimentas sagradas. E em seguida, devo presumir que ocorre o sorteio referente aos locais onde eles serão enviados e que apareceu no Anime, certo? Muito bom. E gostei de você ter mostrado como os protagonistas de SS chegaram a seus locais de treinamento. Cada chegada teve uma sensação diferente em mim. E isso contribuiu bastante para meu apreço por essa cena. Gostei bastante mesmo de ver os garotos sendo largados em alto mar próximo a Ilha da Rainha da Morte. Desde o começo o medo e desespero eram algo frequente para quem foi enviado a tal lugar tão aterrorizante. Parabéns pelo trabalho. No aguardo do próximo! Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
MDM 22 Postado Agosto 30, 2014 Compartilhar Postado Agosto 30, 2014 Oi, Bysshe. Como você está? A sua fic é uma das melhores que já li aqui no fórum. Será um prazer acompanhar esta nova versão. Em relação ao capítulo, adorei as inovações. Gostei da humanização na cena inicial, com Kurumada no hospital, subornando o médico para não falar nada sobre a pequena Atena. O ponto alto do capítulo, na minha opinião, foi a parte que mostrou o modo como os protagonistas chegaram nos lugares de treinamento. Dentre as cinco passagens, a da Ilha da Rainha da Morte foi a que mais me tocou, já que, desde o início, mostrou a o clima de desespero que reina na ilha. Você está de parabéns, amigo! No aguardo do próximo capítulo! Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Bysshe de Doppelgänger 83 Postado Setembro 3, 2014 Autor Compartilhar Postado Setembro 3, 2014 Durante um passeio entre as ruínas da Grécia, Mitsumasa Kido, um filantropo japonês, encontrou um homem gravemente ferido que trazia consigo um bebê. Em seus últimos momentos o homem entregou o bebê a Kido, implorando para que a protegesse. Naquele momento Kido tomou conhecimento de algo que nortearia sua vida até seus últimos dias, enviando jovens para lugares ao redor do mundo em busca das “Armaduras” para que, de posse destas, estes jovens protagonizassem o maior evento de lutas do mundo. Kido não viveu para ver seu sonho se tornar realidade. Saint Seiya ReloadedCapítulo 002 – As Lendas de uma Nova Era Coliseu. Santuário. Estavam reunidos no Coliseu do Santuário diversos aspirantes, soldados comuns, Cavaleiros e Amazonas à espera do Grande Mestre Shion para saberem quem recebia a missão de treinar estes aspirantes e para qual Armaduras. Após alguns instantes, na posição de honra surgiu o Grande Mestre, com seus trajes cerimoniais de tecido branco e detalhes em prata e dourado e elmo dourado. Junto a ele estava o Cavaleiro de Prata Benj de Bússola, em cujos ombros repousam a tarefa de indicar o destino de cada aspirante. — Ouçam todos! Este é o momento onde seu destino será decidido. Para cada um de vocês está destinada uma Armadura, mas nem todos se mostrarão merecedores da honra de se tornar um Cavaleiro. Um murmurinho entre os aspirantes percorre o Coliseu em Shion faz seu pronunciamento e, naquele instante, Benj começa o ritual onde cada um descobrirá seu destino. O Cosmo do Cavaleiro de Prata brilha intensamente ao redor de seu corpo enquanto uma expressão séria, mas serena, toma conta de sua face. — Deste a antiguidade, o destino de homens é Deuses é decido pelas Moiras. Elas nos concedem as coisas boas e más pelas quais iremos passar. – no céu acima do Coliseu surge uma roda com uma água ao centro. – Uma fração de este poder foi cedida pelas Moiras para Athena e ela, por sua vez, entregou a um Cavaleiro para que este decidisse a melhor forma que cada um iria servi-la. Este é o meu destino como Cavaleiro - Wheel of Tortune (Roda da Fortuna)! Todo o Coliseu é inundado pelo Cosmo de Benj e, num piscar de olhos e sem que tenham feito qualquer movimento, os aspirantes se veem colocados sobre uma roda gigantesca onde duas agulhas, uma grande e uma pequena, começam a girar. A agulha grande aponta para os próprios aspirantes, enquanto que a pequena aponta para um círculo interno onde estão representadas as Constelações as quais os aspirantes tentarão conquistar o direito de receber as Armaduras. Um a um os aspirantes tomavam conhecimento de qual seria a Armadura para qual iriam ser treinados, sendo que poucas delas havia a indicação de mais de um aspirante. A expectativa de todos era grande com relação a uma Armadura, a de Pégaso, que desde o passado mais distante, se mostrou de grande importância e, quando esta é indicada para Cassius, um gigante para sua idade, se comparado aos demais aspirantes, uma comoção toma conta de todos. Era fato conhecido de todos que há séculos a mesma vinha sendo utilizada sempre por Cavaleiros de origem estrangeira e não grega. Mas os ponteiros continuavam a girar e desta forma surpreendendo a todos. — O que isso significa?! – questionou Shaina, que havia sido previamente indicada para treinar Cassius. Também Seiya, um jovem de origem oriental é apontado como candidato à Armadura de Pégaso e, mais do que isso, a sombra dourada de Sagitário brilhava sobre ele. — Isso é inconcebível. Não só ele é indicado a disputar a Armadura de Pégaso, como também ele está destinado a ser um Cavaleiro de Ouro?! – questiona tão surpresa quanto os demais, pois algo assim jamais havia ocorrido antes. — Shaina, o que foi decidido aqui não pode ser questionado. Se assim foi escrito, assim será. – declara Benj, enquanto o cenário ao redor de todos volta a ser o Coliseu. — Então mudarei isso e acabarei com Seiya quando for o momento de disputarmos a Armadura. – ameaça Cassius. – Sua vida terá fim pelas minhas mãos. Seiya, com apenas sete anos, se comparado com Cassius que tinha doze, se mostra assustado e, como um animal acuado, instintivamente dá um passo para trás, tendo o corpo trêmulo. — Não se assuste Seiya. – ele ouve uma voz suave atrás de si e senti uma mão repousar sobre seu ombro direito. – Palavras não bastam para fazer de ninguém um Cavaleiro. – atrás dele estava Marin, a Amazona indicada para treiná-lo. Mansão Kido. O imenso salão estava repleto de pessoas que de uma forma ou de outra tinham algum tipo de relação com Mitsumasa Kido e não poderiam estar ausentes no momento de lhe render as últimas homenagens antes que o corpo deste descesse à sepultura. Coroas de flores se enfileiravam no entorno das paredes próximas ao esquife permeando o ar com seu perfume inebriante. As pessoas circulavam de um lado para o outro conversando sobre os mais variados assuntos, mas nenhuma delas parecia perceber a criança de cabelos de cor índigo sentada numa poltrona, que chorava de maneira que as lágrimas formavam um filete que escorria pelo seu rosto. — Não chore senhorita. - um homem de estatura mediana e calvo se ajoelha à frente dela e enxuga suas lágrimas com um lenço. — Eu continuarei sempre aqui ao seu lado. Quem a confortava era Tatsumi, o empregado mais fiel de Kido, que o acompanhou por anos e que agora iria acompanhar sua neta. Anos mais tarde. Complexo Graad, Tóquio. Quando de sua concepção, para dar vida e forma a ele, Mitsumasa contratou o conceituado e mundialmente conhecido arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer. Construído numa região nobre da cidade e cercado por áreas verdes, o local é formado por um completo centro poliesportivo, áreas multiuso, hotel seis estrelas e centro de convenções. Do lado de fora do Centro de Convenções havia uma grande movimentação por parte da imprensa que posicionava suas centrais móveis de transmissão enquanto que no interior a movimentação era de repórteres que buscavam os melhores lugares. Desde a morte de Mitsumasa Kido a Fundação Graad não gerava tamanho furor na imprensa, situação que mudou quando começaram a surgir pela internet propagandas virais de um evento descrito apenas como o evento do século. Tatsume surgiu por detrás de uma cortina vermelha, que cobria toda a parte detrás do púlpito, e se dirigiu até a bancada que se encontrava ao centro e, com os holofotes apontados para ele, prendeu um microfone ao seu terno. — Eu sou Tokumaru Tatsume e, em nome da Fundação Graad, dou boas-vindas a todos os presentes. O propósito desta coletiva é divulgar o maior evento de luta-livre já visto no mundo e que será promovido pela Fundação Graad. — Luta-livre?! E o que pode haver de especial nesta que não foi visto em outras? — Eu lhes asseguro que nada do que já foi visto até hoje em termos de luta-livre se compara ao que será apresentado na Guerra Galáctica. O vídeo a seguir poderá lhes explicar melhor do que se trata a Guerra Galáctica. Por isso peço que fiquem em silêncio até o final do mesmo. A cortina se abre revelando um telão onde surge a imagem de Mitsumasa Kido, com semblante cansado, sentado em uma poltrona, trajando um robe azul-escuro e tendo uma estante cheia de livros ao fundo. — Sei que todos devem estar curiosos com o motivo que os trouxe até este local, mas antes disso, gostaria de dizer que, se estão vendo esse vídeo então significa que estou morto. Um breve momento de silêncio se faz. — Não sei quanto tempo levou desde a data em que estamos gravando este vídeo até o dia em que vocês estão o vendo, mas tudo teve início quando, anos atrás, em uma viagem à Grécia me deparei com algo que mudou minha vida para sempre. A imagem de Mitsumasa é substituída por uma montagem com imagens da Grécia e de gravuras que representam passagens da mitologia. — Longe dos olhos do mundo havia um grupo formado por homens e mulheres que, dotados de incríveis habilidades e coragem, travaram combates inimagináveis que moldaram o mundo como o conhecemos. - as imagens que se sucediam avançavam pelos séculos e apresentavam eventos como o Dilúvio Bíblico, a Queda de Tróia e do Império Romano, a derrota de Napoleão e dos Nazistas. — Seus nomes não foram registrados na história, mas seus feitos sim. — Espere um momento. - um dos presentes se levanta e a exibição é interrompida. — Você está nos querendo fazer acreditar que os eventos narrados nos textos da mitologia são reais?! E que mesmo eventos de proporções globais tiveram interferência destas pessoas? Tatsume não responde ao questionamento do repórter e prossegue com a exibição do vídeo. — Sei que devem estar considerando absurdas minhas palavras, mas também sei que algo que seja real, palpável, os fará mudar de ideia. Naquele instante, como que surgidos do nada, sete homens das mais variadas estaturas e nacionalidades surgem no púlpito surpreendendo a todos os presentes. — As pessoas que veem a sua frente nada mais são do que a prova viva do que lhes disse. Eles são os Cavaleiros do Zodíaco. — De onde foi que eles vieram? Foi como se surgissem do nada. — Estes, senhores, são os homens que dentre poucos dias irão lhes proporcionar os mais incríveis combates que se pode ter notícia. Tomados pela surpresa da chegada repentina daquele pequeno grupo começaram a transmitir as informações para seus respectivos escritórios, que fosse via e-mail ou por telefone. Enquanto que, longe dos olhos deles, numa sala reservada andares acima, uma jovem trajando roupas finas e de longos cabelos de cor índigo observava tudo por monitores. — Vovô, em breve seu sonho se tornará realidade. Vila de Rodório. Grécia. Como se estivesse ocorrendo um bombardeio, uma área rochosa nos limites do Santuário era afligida por uma série de tremores e explosões que clareavam o princípio do entardecer. No local onde ocorreram as explosões a poeira formava uma nuvem densa que lentamente baixava, revelando um buraco na rocha onde se deu o impacto e, encrustado no centro do buraco, um jovem de quatorze anos, com cabelos castanhos bagunçados e roupas esfarrapadas com proteções de couro nos ombros, antebraços, cotovelos, joelhos e panturrilhas, cujo rosto expressava toda a dor que estava sentindo. — Pretende ficar ai descansando até quando Seiya? Acha que terá essa oportunidade amanhã? -caminhando através do terreno pedregoso surge Marin, trajando suas roupas de treino, enquanto Seiya se solta da rocha e cai ajoelhado ao chão. — Descansando?! Você só pode estar brincando Marin! Seu último golpe quase acabou comigo. — Mesmo?! Se um golpe tão fraco assim quase o matou então certamente Cassius o fará amanhã. — Se você está tão preocupado com minha luta amanhã, então por que não me deixa descansar um pouco? — Descansar?! O motivo desse treino extra é justamente pelo motivo que você não treina com o afinco desejado e não me deixar segura quanto às suas reais capacidades. — Pois você me treinou muito bem. Como pode ter dúvidas quanto a isso? - Seiya se levanta, inflamando seu Cosmo, que brilha em tons de azul-claro e branco ao seu redor, e desfere um soco com o punho direito numa rocha que estava à sua frente, transformando-a em poeira e deixando em seu lugar uma cratera para a surpresa de Marin. ‘Seiya, quando foi que você ficou tão forte?’ Esta resposta Marin não teria naquele momento. O dia seguinte. Reunidos no Coliseu do Santuário estavam diversos aspirantes, Cavaleiros e Amazonas a espera do combate que iria decidir quem seria consagrado com a Armadura de Bronze de Pégaso que, desde a Era Mitológica, era considerada como uma das mais importantes dentre todas as 88 Armaduras, mesmo sendo da hierarquia mais baixa. Na posição de honra se encontra o Grande Mestre Shion, tendo a seu lado a escultura que representa a Armadura e os Cavaleiros de Prata que compõem o Triunvirato Argento, Benj de Bússola, Noesis de Triângulo, Ménades de Cálice. — Para se sagrar como Cavaleiro os aspirantes devem mostrar seu valor através da Prova de Sagração que será determinada pela própria Armadura e aquele que for definido como o vitorioso será consagrado com a Armadura de Bronze de Pégaso. Gritos de euforia e júbilo ecoam por todo o Coliseu. — Que se apresentem os desafiantes. Pela entrada localizada do lado esquerdo surge Seiya e pela entrada localizada do lado direito surge Cassius, o discípulo de Shaina. — Cada um de vocês treinou com afinco para chegar a este momento. – naquele instante a Armadura brilha intensamente, ofuscando momentaneamente a todos e, quando o brilho, cessa o Coliseu silencia e todos aguardam o momento em que a Prova de Sagração irá começar, sem saberem ainda qual será, combate quando Cassius o faz. — Cassius, seu covarde traiçoeiro... O gigante de pele bronzeada e cabelos brancos em corte moicano desfere um soco contra Seiya que o lança a alguns metros de distância. — Seu tolo. A Armadura decidiu que a Prova seria disputada num combate físico e, num verdadeiro combate entre Cavaleiros não existem regras. Você, que jamais me venceu em combate não poderia ter pior sorte. Cassius se aproxima, apanhando Seiya com sua mão direita como se este fosse um mero boneco. — Solte-me Cassius! — Eu vou soltá-lo sim, mas será em pequenos pedaços. — O que?! — Seiya, em todos esses anos você sempre foi meu saco de pancadas favorito, mas hoje farei com que seu sofrimento dure muito mais. Cassius suspende sua mão esquerda, espalmando-a como se fosse uma lâmina e então desfere um golpe contra a orelha esquerda de Seiya. — Argh! O Coliseu silencia em choque com aquela cena. Sangue tinge as pedras de vermelho e uma orelha cai pulsando ao chão, mas não se trata da orelha de Seiya. — Seu maldito! Como pode ser capaz de fazer isso comigo?! Cassius se coloca de joelhos com a mão sobre o local onde antes estava sua orelha e onde agora escorria sangue enquanto Seiya se posicionava a alguns metros dele. — Você jamais foi capaz de me vencer em todos esses anos. Como pode me ferir dessa forma?! — Ouça bem Cassius. Hoje eu irei derrota-lo e ficarei com a Armadura. — Jamais irei permitir isso. Pégaso é a mais importante dentre todas as Armaduras e jamais permitirei que um estrangeiro como você volte a tocar na Armadura. Você não tem esse direito. - ele se levanta e avança contra Seiya desferindo novamente um soco que é facilmente contido. Tamanha era a diferença de tamanho entre as mãos deles que só poderia ser comparada à pata de um leão sendo contida pela de uma formiga. — É você que não merece a Armadura Cassius. — O que você disse?! — Você não possui e jamais possuirá a verdadeira força de um Cavaleiro. Se Pégaso é realmente a Armadura mais importante então ela não deve ficar com um fraco como você. - Seiya repele Cassius e desfere um poderoso chute que o lança contra arquibancadas do Coliseu. — Cassius, veja o verdadeiro poder de um Cavaleiro. Sob os olhares surpresos de todos os presentes Seiya assume uma postura diferente começa a movimentar seus braços como se estivesse fazendo um desenho no ar ao mesmo tempo em que seu corpo começa a ser envolvido por seu Cosmo. — O que ele está fazendo? Aquilo é... Shaina sabia exatamente o que ele estava fazendo, mas Cassius não e avança contra Seiya. — Não quero saber dessa besteira. Vou esmaga-lo como um inseto como sempre fiz. — Cassius, não. — Pegasus Ryu Sei Ken (Meteoro de Pégaso)! A advertência de Shaina de nada adiantou e Cassius é golpeado por cem socos a velocidade do som e que ele não pode se esquivar. — O combate está decidido e Athena recebe Seiya como um de seus Cavaleiros. Apesar do entusiasmo da maioria Shaina não compartilhava do mesmo. Em seu íntimo ela se sentia humilhada por seu discípulo ter sido derrotado por alguém treinado pela discípula de um traidor. — Sorria enquanto pode Seiya. Você não viverá muito tempo como Cavaleiro. Indiferente aos sentimentos de qualquer um dos presentes, Seiya sobe pela escada em direção ao local onde se encontra o Grande Mestre e se coloca de joelhos. — Seiya, em nome de Athena eu o consagro com a Armadura de Bronze. A Armadura emana um brilho da cor do estanho, se desfazendo completamente e tomando o corpo de Seiya, revela a Armadura. — Não esperava chegar ao Santuário em momento tão importante! – ecoou uma voz pelo Coliseu, fazendo todos voltarem sua atenção para a extremidade oposta a onde se encontravam o Grande Mestre Shion. Ali, um homem de feições jovens, com longos cabelos negros e penetrantes olhos azuis, vestido com roupas comuns aos ocidentais, sapato preto, calça jeans e camiseta de gola polo, se mostra e caminha, cruzando o Coliseu, em direção ao Grande Mestre e se colocando de joelhos perante ele e o Triunvirato. — Grande Mestre Shion, eu, Arles, venho formalmente me apresentar como o sucessor do Mestre Nicolas como o Cavaleiro de Prata de Altar e pronto para assumir minhas funções como seu Senescal perante Athena e todo o Santuário. Naquele instante um brilho prateado envolve todo seu corpo revelando sua Armadura para todos os presentes. — Discípulo de Nicolas! Isso significa que... — De forma Alguma! – fala interrompendo Shion. — Meu Mestre está vivo. Por considerar que era hora de passar suas tarefas para a próxima geração e me treinou para assumir seu lugar. Agora ele se dedicará apenas aos seus outros afazeres, como treinar outros Cavaleiros. — Fico feliz em ouvir tais palavras, Arles. Seja bem-vindo ao Santuário. Seiya, que havia se afastado, ficando alguns degraus abaixo, faz o gesto de se aproximar, quando é detido por Ménades, a Amazona de Prata de Cálice. — Você não tem mais nada a tratar agora com o Grande Mestre, Pégaso. Pode se retirar. – fala em tom rígido. — A algo que desejo tratar com o Grande Mestre e você não irá me impedir. — O que você deseja não precisa ser tratado aqui com o Grande Mestre. Venha comigo. A Amazona desce as escadas do Coliseu, tomando um corredor lateral, sendo logo seguida por Seiya, enquanto Shaina, repleta de raiva, observa a distância, e é observada por uma preocupada Marin. Ménades, trajando sua Armadura, que estava parcialmente encoberta por um manto, da mesma forma que seu rosto era encoberto por sua máscara, caminha pouco a frente de Seiya por uma trilha entre as árvores. — Onde estamos indo?! – questiona Seiya. — Seja paciente, Pégaso. Não estamos indo a lugar algum. Nós já chegamos. A frente dela está uma fonte de águas cristalinas com algumas ruinas ao seu redor. Ali ela se coloca sentada sobre uma coluna tombada e se recosta em outra. — Por que me trouxe aqui? Eu preciso falar com o Grande Mestre. — O que você deseja não está de posse do Grande Mestre. – ela move sua mão direita em direção às águas que formam uma imagem, um rosto conhecido por Seiya. — Minha irmã! Onde ela está? — Isso é algo que não cabe a mim lhe dizer, mas está pessoa detém a informação que busca. – uma nova imagem se forma revelando outro rosto conhecido. — A neta de Mitsumasa?! — Esta jovem possui a chave de seu futuro. Vá até ela e terá muito mais do que deseja. — O que você quer dizer com isso? Mais do que desejo? Ir até ela? Deixar o Santuário sem autorização do Grande Mestre é um crime punido com a morte. — Certamente que sim, mas sou uma de seus conselheiros e posso autorizar sua saída do Santuário. Para suas outras perguntas não tenho como responder. Horas mais tarde. Sala do Grande Mestre. O Grande Mestre Shion sentado em seu trono, tendo à sua frente seu novo Senescal, Arles de Altar, e o Triunvirato Argento. — Vocês estão certos do que estão me dizendo? — Grande Mestre. – quem toma a palavra é Noesis, Cavaleiro de Prata de Triângulo — como seus conselheiros é nosso dever determinar e prever o que está por vir e assim preparar o Santuário contra qualquer ameaça e desta vez pressentimos que um grande mal está para recair sobre todos nós. Algo que não temos como saber como e quando irá agir. — Um grande mal?! Quem ou o que seria tão poderoso a ponto de impedir vocês de, com seus dons, o encontrem? — Não sabemos, mas o fato é os eventos já estão em andamento. Disso temos certeza e que, assim como no passado, Pégaso será fundamental. — Essa força pode de alguma forma, atentar contra a vida de Pégaso? Ele deve ser protegido? — Isso não será necessário. – se pronuncia Ménades — O que quer que seja que está agindo, não vê Pégaso como uma ameaça, mas uma coisa é certa, devemos estar preparados. Star Hill. Localizado dentro do território do Santuário, este é o único lugar onde apenas o Grande Mestre pode ir e onde estão guardados segredos que cabem apenas a ele saber num pequeno templo. Com o cair da noite, Shion, já livre de seu elmo dourado que deixou sobre a mesa de madeira dentro do templo localizado ali. Seus cabelos, outrora de tons de verde escuro, estavam pálidos e desbotados após tantos séculos de vida, balançavam ao sabor do vento enquanto ele observava as estrelas pela última vez. Sem que pudesse se proteger é golpeado por um poderoso Cosmo que põem fim a sua vida e a última coisa que seus olhos veem, antes de se fecharem, é um vulto envolto por um manto. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Posts Recomendados
Participe da conversa
Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.