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Saint Seiya - Canções do Exílio


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CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

 

É um projeto meio antigo, mas resolvi por em prática. Vamos lá a algumas considerações:

• O nome pode ser temporário. Sou péssimo com essas coisas, talvez um mais adequado fosse algo com crônica, mas vi que já tem demais :P

• O prólogo acabou tendo que ser dividido em duas partes. Estava ficando extenso demais e achei melhor dividir para não ficar muito cansativo.

• Itálico no meio da frase quer dizer que se trata do pensamento de um personagem.

• A narrativa é inspirada (bem pobremente, adianto) nas crônicas de Gelo e Fogo, ou seja, a trama será narrada a partir do ponto de vista de determinados personagens.

• Optei pelo uso do título "Sir". É bem presente em obras que envolvem cavaleiros e acho bem bacana pra inserir no universo de Saint Seiya. Vi que em SoG os guerreiros deuses se referem ao Andres com esse título (ao menos na legenda em português), o que foi uma brecha para usá-los na fic. Também é bom para ressaltar a importância da hierarquia.

• É uma fic que pretende se ater mais aos aspectos humanos, então há uma pequena reformulação nas idades dos cavaleiros.

• Infelizmente, não considerarei o episódio G. D:

 

PRÓLOGO

 

O vento batia na pele de Aminata com violência, fazendo com que seus longos e emaranhados dreads dançassem no ar. O animal musculoso de pelos negros como a noite galopava o mais rápido que ela podia exigir e, ainda assim, era mais lento que a égua branca que o seu mestre montava. A última vez que montara em um garanhão não devia ter mais que sete anos e, pelo que podia se recordar, não era muito fã do esporte; hoje, com seus 16 anos, a santa de Pombo percebeu que podia gostar daquela sensação. E teria gostado mais se a situação não lhe fosse tão adversa.

 

Estava na casa de Sagitário na companhia de alguns criados quando ouvira um choro de criança na parte central da construção. Ao correr na direção do barulho incomum, dera de cara com o seu mestre carregando um bebê nos braços. ”Aminata, o que faz aqui? Essa é a Athena!”, ele dissera com um olhar perdido, deixando-a chocada, ainda que o mesmo não pudesse ver a expressão dela através da máscara de prata que cobria o seu rosto, ”O grande mestre é um usurpador. Eu preciso salvá-la!”. Apesar de a história soar como absurda, não foram necessárias mais palavras para convencer a santa de que o que o homem de cabelos dourados dizia em sua frente era a verdade.

 

“Temo que irei desobedecê-lo, mestre, mas o acompanharei. Fizemos o mesmo juramento a deusa Atena, lembra-se?” Argumentara quando o homem negou a sua ajuda. Sir Aiolos era o sujeito mais gentil e bondoso que ela já conheceu, nunca soube de alguém que o detestasse, assim como nunca soube de alguém que ele odiasse. Desejava poupá-la, era claro, mas Aminata já não sabia viver em um lugar em que aquele homem não pudesse estar. ”Como quiser...”, ele dissera, rendendo-se e aceitando a companhia da discípula na fuga.

 

Adentraram por passagens que ela nunca imaginou que existissem dentro do santuário, e, em menos de quinze minutos, deram um salto de Sagitário até o vazio e gélido templo de Áries. Aminata sabia que a constelação de Áries já tinha o seu protetor, um jovem de uma raça quase extinta chamado de Mu, mas nunca o vira no santuário. Certa vez, ouvira dizer que ele ainda aperfeiçoava suas habilidades com armaduras no Tibet a mando do seu mestre; pelo visto, o boato era verdadeiro. Enquanto atravessavam a casa zodiacal, a santa se perguntava qual a participação do dourado que a protege na trama que o seu mestre contara, afinal todos sabiam que ele era discípulo do próprio patriarca.

 

Antes de chegarem na estrada de terra que estão no momento, Aminata ainda cobriu o mestre dourado em sua despedida do pequeno irmão na vila dos aspirantes do santuário. Ali, escondida entre as sombras, pôde ouvir cochichos de soldados rasos a respeito da traição do sagitariano, percebendo que a agitação já tomara todo o santuário. Em um vilarejo de civis, ainda próximo das doze casas, pegaram os animais e seguiram por terra firme. Segundo Sir Aiolos, o céu estava infestado pelos corvos espiões do Papa e os olhos dos animais eram mais atentos que os dos servos humanos, embora estes fossem mais perigosos. Ele também não podia se mover com toda a velocidade que um santo de ouro possui, pois carregava consigo um bebê que, mesmo sendo uma deusa, poderia não resistir. Os equinos eram a melhor opção, corriam mais depressa que humanos comuns e ainda poupavam a energia dos seus cavaleiros, evitando que eles manifestassem seus cosmos e, assim, fossem encontrados.

 

Pegaram uma rota alternativa que levaria a Rodorio, último dos vilarejos antes de romper a barreira que esconde a região do Santuário do resto do mundo. O plano era sair dali e voar até a América, mais especificamente os Estados Unidos. De todos os países do globo, aquele era um dos que mais resistia à influência do santuário, sendo perfeito como exílio para uma deusa Athena enfraquecida. Naquelas terras, a lei que impera é a do dinheiro, o que fazia a santa se perguntar sobre o futuro que vos aguarda.

 

Mas as projeções da amazona foram bruscamente interrompidas, trazendo a sua mente de volta para o presente.

 

Em poucos segundos, a bronzeada foi das costas de um cavalo ao chão arenoso, em poucos segundos, ela parou de sentir o vento forte levando seus cabelos para sentir as patas pesadas do animal atropelando o seu corpo, em poucos segundos o barulho do galope dos equinos foi substituído por um relincho apavorado. Ainda confusa, a mesma rolou para o lado. Estava com armadura e isso a protegeu de um impacto maior, ainda assim lhe faltava ar devido ao peso do garanhão no seu estômago. Ao levar a mão esquerda até a face percebeu que sua máscara estava trincada, mas seu rosto havia sido protegido. Talvez o uso da máscara que era imposto às mulheres que lutam ao lado de Athena tivesse alguma vantagem afinal...

 

A primeira coisa que Aminata viu após o tombo foi a sua pandora box virada no solo, foi então que se deu conta daquilo que lhe era mais importante naquela missão: seu mestre. Ao sentar-se, pôde, enfim, descobrir o que havia acontecido. A alguns metros de onde estava, vísceras e sangue estavam espalhados pelo solo, dando ao entediante cenário de cores de areia um novo tom. O pobre animal que transportava o seu mestre e a deusa bebê fora partido ao meio e suas duas partes jaziam ao chão, com sua bela penugem branca sendo tingidos de vermelhos.

 

– Então foi você... Poderia apostar que Afrodite ou Máscara da Morte fossem os escolhidos para serem os meus carrascos. – Ouviu o seu mestre dizer. Sir Aiolos estava logo à frente do corpo do animal, com as asas da armadura de ouro reluzindo junto do seu confortante cosmo. – Mas devo confessar que é melhor que seja assim. Prefiro morrer atravessado por uma lâmina afiada que iludido por uma fragrância agradável. – Havia certa ironia no tom de voz do seu mestre, o que era algo novo para a amazona.

 

Mais a frente do sagitariano, outro homem trajava uma armadura de ouro. Na verdade, não passava de um garoto, mais novo até mesmo que a própria Aminata. Apesar da pouca idade, Sir Shura, santo regido pela constelação de Capricórnio, tinha o corpo de um homem feito. Era esguio e musculoso, e também tinha o rosto tão severo quanto o de um velho. Aminata o achava bonito, Não mais que Ele..., mas sempre teve receio de uma aproximação.

 

– Eu tive mais sorte. Apenas isso. – Ele respondeu. O rosto do santo dourado transmitia a frieza das terras gélidas do norte, nem parecia que o mesmo estava diante de um amigo... Talvez o único que ele tivesse naquele lugar. – Quando fui informado não quis acreditar. Um homem como você... um traidor! Se não tivesse ouvido da própria boca do mestre, teria aniquilado os soldados por injúria. Ah, você sabe que eu teria. Também sabe o que me resta fazer agora.

 

Não! Explique-se. Vemos mestre, ele irá entender, Aminata desejou dizer. Mas o sagitariano não parecia disposto a dar explicações:

 

– Aminata... – Ele chamou, sem tirar os olhos do seu companheiro de ouro.

 

– Renda-se, Aiolos. Renda-se e será levado a julgamento. Desista agora dessa loucura ou eu mesmo terei que... – Pôde ouvir Sir Shura ameaçar enquanto ela atendia ao chamado do loiro.

 

– Pegue. – E o mestre lhe entregou o bebê que estava em seus braços. Era uma criança de pele branca e cabelos castanhos, não devia ter mais que um mês de vida. Assim que a recebeu nos braços, foi como se seu coração aflito encontrasse a paz. É a Deusa Athena, sem dúvidas. É ela. – Leve-a para Rodorio. Eu encontrarei vocês duas em alguns instantes.

 

– Mas mestre e o sen...

 

– Vá. Confio a Athena aos seus cuidados. – Ela a interrompeu, em um tom de voz baixo e áspero.

 

Aminata viu tanto nos olhos quanto na expressão tranquila do seu mestre que ele estava certo do que dizia. E isso bastou para que ela não tivesse nenhuma dúvida de que os dois se encontrariam de novo. Mas ainda havia um problema: ela teria que passar pelo santo de capricórnio.

 

– Pronto, Shura. Você terá a oportunidade para cumprir sua missão.

 

– Lamento que seja assim, mas me sinto contente por eu mesmo dar um fim a essa loucura. Farei isso pelo Aiolos que conhecia. – Foi então que Aminata se deu conta de que, enquanto o sagitariano respirasse, a sua existência era nula para o jovem capricorniano. Assim, encheu-se de coragem e correu o mais rápido que pôde, passando pelo companheiro do seu mestre sem nenhuma dificuldade. Desejou olhar para trás, mas negou-se a fazê-lo. Seu objetivo era proteger o bebê e seria isso que iria fazer. Nem mesmo o barulho de pedras se destroçando vindo do lugar que abandonara foi capaz de distraí-la.

 

Quando chegou ao vilarejo de Rodório, a respiração da amazona estava ofegante. Tentou desviar o máximo possível dos rodorianos, mas esbarrou com três ou quatro até que achasse um beco vazio para se esconder. Anulou totalmente sua presença e sentou-se no chão de pedra. Aninhou a bebê até que ela pegasse no sono.

 

– Ele vai ficar bem. Ele irá nos encontrar, vo...cê vai ver. – A santa de bronze murmurou, mais para ela mesma que para o bebê.

 

O tempo parecia se arrastar e quanto mais passava, mais Aminata se angustiava. Não tinha noção de quantas horas haviam se passado desde que ela deixou o mestre para trás e, por mais que lutasse para afastar tais pensamentos, cada segundo era preenchido pela imagem do guerreiro alado sendo atravessado pelos punhos afiados do amigo justiceiro. Seus olhos já enchiam de lágrimas quando a silhueta de um homem surgiu na ponta do beco em que estava refugiada. Agarrou a criança com firmeza contra o seu peito e se levantou com cuidado. Resou para que fosse um santo de bronze ou soldado qualquer.

 

– Quem é você? Afaste-se ou... – Ela falou em tom de ameaça, mas foi interrompida ao perceber quem estava em sua frente. – Mestre! Que bom, eu... – Aproximou-se do sujeito, percebendo que ele estava bastante machucado. Já não trajava a armadura de sagitário, a mesma se encontrava dentro da caixa dourada que ele carregava nas costas. Seus braços, pernas e até mesmo o rosto apresentavam uma variedade de escoriações, algumas com hemorragia. Mas ele estava vivo e, no fim, era isso que importava para o coração aflito da jovem amazona. – Eu iria esperá-lo até o amanhecer. Caso o senhor não tivesse aparecido, teria feito o que planejamos. – Justificou-se.

 

– Eu consegui despistar o Shura... Agora preciso ir antes que... mais alguém apareça. – Aminata não pôde deixar de notar que o homem respirava com dificuldades, que seu olhar não era mais aquele olhar cheio de vida de outrora.

 

Sir Aiolos se aproximou e, com ternura, tomou a bebê nos braços. Deu de costas para a pupila e marchou em direção à saída do beco. Aminata, automaticamente, o seguiu.

 

– Não. – Ele repreendeu, sem virar para olhar para ela. – Não posso permitir que isso volte a acontecer. Tivemos a sorte de ter sido o Shura quem apareceu, se fosse... outro, dificilmente teríamos escapado. – O tom de voz do seu mestre era melancólico e cada palavra que ele dizia era como se o santo de Capricórnio apunhalasse o seu peito – Você usa uma máscara, ninguém jamais viu seu rosto... Aproveite. Fique por aqui até a poeira abaixar, disfarçada com os demais moradores. Depois vá para o mais longe que puder. Prometa-me que irá viver.

 

Aminata sentiu um gosto salgado na boca, dando-se conta de que eram lágrimas. Suas mãos tremiam e uma dor que nunca sentiu antes parecia querer sufocá-la.

 

– Sir Aiolos... – Ela murmurou, com uma voz cheia de tristeza. Sua vontade era de berrar que aquilo era uma loucura e que ela não iria sair do lado dele, ao invés disso, falou: – Eu prometo. Agora, prometa-me que iremos nos encontrar. Prometa-me que quando sairei daqui, irei ao seu encontro e protegeremos a bebê Athena juntos, como tem que ser.

 

Sir Aiolos virou-se para a santa e então sorriu. Aminata soube no mesmo instante o significado daquele sorriso: ele não queria mentir para ela, nem mesmo naquele momento. Conformada, a santa cerrou o punho enquanto assistia o mestre e o bebê sumirem de sua vista. O plano do seu mestre era inteligente, exceto por um importante detalhe: Ela era a única mulher negra consagrada como santo da confraria do Santuário. Talvez por ser um homem tão correto, que nunca a olhou com diferença, ele não tenha notado que tal questão também se manifestava dentro de um lugar como aquele. Além disso, seus dreads se destacavam em qualquer lugar que ela fosse.

 

Aminata retirou a máscara do seu rosto, sentindo, depois de muito tempo, a brisa noturna tocar a sua face. Naquela noite, a brisa noturna trazia um estranho aroma adocicado, fazendo com que ela deduzisse que havia uma floricultura ali perto. Encarou a máscara pela última vez e a jogou no chão, atingindo-a com uma pisada violenta que a destroçou em vários pedaços. Sempre desejou se livrar daquele adorno, mas, agora que o fez, não conseguia se sentir feliz. Ainda tinha que se livrar da armadura e dos seus cabelos.

 

Tendo a consciência de que precisaria da ajuda de alguém, ainda mais se quisesse ficar minimamente bonita, a santa marchou até a saída do beco. Para a sua sorte, a rua estava vazia. Após ter a certeza que não havia nenhuma presença por ali, ela saiu do refúgio e começou a caminhar a procura de alguém conhecido.

 

Não foi necessário mais que cinco minutos de caminhada pelas ruas mais escuras de Rodorio para que a bronzeada notasse que algo de errado estava acontecendo com ela. Sua visão estava se tornando turva, os movimentos difíceis e a sua cabeça parecia girar como se a mesma tivesse consumido alguma bebida alcoólica. Grogue, ela escorou-se na parede e tentou voltar a caminhar, mas foi traída por suas pernas e acabou indo ao encontro do chão.

 

O que está acontecendo? E esse... perfume?, A pomba se perguntou, com a cara afundada no solo. Ao erguer o rosto e olhar para frente, sua visão embaçada permitiu com que ela visse a silhueta de um homem esguio, de cabelos dourados e capa longa, trajando uma armadura de ouro. Sir Aiolos... Eu sabia... o senhor voltou... veio me buscar, deduziu, e aquele pensamento fez seus olhos se encheram de lágrimas e um sorriso se desenhar em sua face.

 

Depois, tudo se transformou na mais profunda escuridão.

 


 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

• A ideia inicial seria que o prólogo fosse narrado no ponto de vista do Aiolos, mas no meio mudei tudo e inseri essa nova personagem. Com ela, a dinâmica envolvendo o santuário poderá ser explorada de forma melhor.

• O fato desse evento ter sido escolhido para iniciar a trama é que, tal como no episódio G e no clássico, ele é o start do que estar por vir. Mas tentei narrá-lo de uma maneira diferente da vista em outras obras.

• Idades dos cavaleiros de ouro nesse momento:

Máscara da Morte – 14 anos

Aiolos – 18 anos

Shura – 14 anos

Afrodite ­– 13 anos

Cavaleiros que tem 20 anos – 10 anos

Não quis me afastar muito do clássico, mas também tentei fazer com que ficasse um pouco mais verossímil. Aos cavaleiros mais velhos, adicionei 4 anos. Aos que tem 20 anos na obra do kurumada, adicionei só 3.

• Eu não quis fazer um Shura que já soubesse da traição do Saga nesse momento.

• Sim, haverá uma passagem de tempo. Aliás, alguém poderia me refrescar a memória sobre o ano em que Seiya e os demais foram mandados para treinamento?


 

 

PRÓXIMO CAPÍTULO:

Aiolos desapareceu, ninguém sabe o seu paradeiro. Diante dos últimos acontecimentos, o Santuário é inundado por boatos a respeito dos pecados de um homem cujo a fama de honroso era conhecida por todos. Para afastar qualquer suspeita que possa cair sobre ele, Saga, o usurpador, terá que encontrar um jeito de legitimar a traição do sagitariano e lançar, de vez, o nome do rival na lama.

 

Editado por Meikai
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Oi Mekai tudo bem?

Sua fic me chamou a atenção pela nova abordagem, no mínimo ousada, eu escrevo tb e penso que deve ser difícil escrever todo um cap em só ponto de vista. Eu mesmo costumo alternar os pontos de vista no mesmo cap. Então tenho que lhe parabéns por isso

Apesar ter alguns erros nos detalhe a trama em via da amazona de Pomba é bem envolvente e fluida é realmente estou curioso para que tipo de tratamento vc vai dar aos personagens mais principais como o saga que parece ser o principal do próximo cap

Acho que outra motivo pelo qual sua fic me chamou a atenção por se tratar de algo inspirado em ASOIF ou GoT uma série de livros e de TV que eu gosto muito e ach que por isso fiquei com vontade de acompanhar sua história( aliás se quiser um dia discutir sobre teorias de GoT eu adoro fazer isso )

Gostei tb que vc fez referência a série no final do prólogo como ocorre nos livros o personagem principal dele morre algo que eu torci para não acontecer mas fiquei até feliz que aconteceu já que foi mais uma referência aos livros

Bom então é isso parabéns pelo prólogo espero que continue a escrever

Ah se quiser dar uma olhada na minha fic A Era do Ragnarok eu gostaria muito de saber sua opinião sobre ela

Até a próxima

Editado por Fimbul
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Oi Mekai tudo bem?

Sua fic me chamou a atenção pela nova abordagem, no mínimo ousada, eu escrevo tb e penso que deve ser difícil escrever todo um cap em só ponto de vista. Eu mesmo costumo alternar os pontos de vista no mesmo cap. Então tenho que lhe parabéns por isso

Apesar ter alguns erros nos detalhe a trama em via da amazona de Pomba é bem envolvente e fluida é realmente estou curioso para que tipo de tratamento vc vai dar aos personagens mais principais como o saga que parece ser o principal do próximo cap

Acho que outra motivo pelo qual sua fic me chamou a atenção por se tratar de algo inspirado em ASOIF ou GoT uma série de livros e de TV que eu gosto muito e ach que por isso fiquei com vontade de acompanhar sua história( aliás se quiser um dia discutir sobre teorias de GoT eu adoro fazer isso )

Gostei tb que vc fez referência a série no final do prólogo como ocorre nos livros o personagem principal dele morre algo que eu torci para não acontecer mas fiquei até feliz que aconteceu já que foi mais uma referência aos livros

Bom então é isso parabéns pelo prólogo espero que continue a escrever

Ah se quiser dar uma olhada na minha fic A Era do Ragnarok eu gostaria muito de saber sua opinião sobre ela

Até a próxima

Olá Fimbul, prazer. o/

Fico feliz que tenha curtido. Realmente é meio complicado escrever sob a perspectiva de um só personagem. É divertido porque podemos explorar mais esses personagens e surpreender em alguns pontos (exemplo: a personagem não conhecia a fragrância das rosas demoniacas, então foi algo que passou batido para ela; se fosse outro ou uma narrativa mais abrangente isso teria que ficar mais claro), mas em cenas de lutas, por exemplo, dá muita dificuldade. Por isso preferirei personagens mais "expectadores" para trabalhar kkkk Também prefiro escrever da forma com que falou, esse é mais uma aposta ousada.

Sempre quando leio ASOIF (principalmente certos títulos como "cavaleiros das flores") ficava imaginando como seria legal uma obra de saint seiya naquele estilo, ainda mais nesse período do Santuário (a gestão do Saga) que, acho que podemos dizer, é o momento com mais agitação política da franquia. Não sou o mais adequado para escrevê-lo, mas já que não encontrei nenhuma ainda, resolvi arriscar kkkk

To lendo A Dança dos Dragões no momento, mas quando terminar podemos especular sim. Quem sabe não haja outros leitores da saga no fórum, podemos criar um tópico em alguma dessas áreas off (isso se já não houver) \o/

Você pescou bem a referência a obra no fim do prólogo, mas, como tive que dividir o capítulo em dois (pra não ficar muuuuito grande), nem tudo é o que parece (embora o que disse esteja totalmente certo no fim das contas. Agora to vendo que o desfecho dessa primeira parte não foi feito de forma mais adequada). O Saga vai ser minha espécie de Cersei (antes do quarto livro), quero que ele seja imprevisível, então não farei capítulos centrados nele kkkk Mas vai haver alguns dourados conhecidos e outros personagens desconhecidos atrelados aos já conhecidos (como cavaleiros de prata).

Ainda não li nenhuma fic pq fiquei com medo de acabar plagiando algo inconscientemente, mas assim que terminar o prólogo, darei uma lida na sua sim. ^^

Abraços.

Editado por Meikai
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

 

- É a continuação do prólogo, depois vou unir esse post com o primeiro;

- Essa parte ficou maior do que eu previa. Tentarei capítulos menores a partir do próximo;

- Adicionei algumas coisas novas que podem parecer estranhas;

- O começo dessa parte não saiu como eu queria, mas acho que dá uma melhorada lá pro meio;


 

PRÓLOGO (II)

 

 

A próxima coisa que a santa de bronze se recorda é de ouvir um barulho de porta pesada se arrastando pelo chão até causar um estrondo maior. Deu-se por si deitada em um solo duro, onde podia sentir o frio da pedra tocar a sua pele. Sobre a sua cabeça, só conseguiu enxergar um teto escuro, provavelmente feito do mesmo material daquele em que ela estava deitada. Levou as mãos até a face em busca de uma confirmação de que estava realmente acordada, ao tocá-la, sentiu a textura de sua pele, o que significava que a máscara já não escondia mais o seu rosto.

 

Perguntou-se o que estava acontecendo, e, antes que tirasse as mãos do rosto, suas lembranças foram ficando mais claras. Lembrou-se de estar caminhando pelas vielas de Rodorio até que tudo fosse tomado pela escuridão. Lembrou-se, também, de ter sentido um doce aroma de rosas que em nada remetia o odor úmido que atormentava suas narinas no momento. Por fim, lembrou-se dele.

 

– Sir Aiolos! – Exclamou enquanto se sentava. Não foi um sonho, ela percebeu, dando-se conta de que tentara fugir do Santuário com o seu mestre.

 

Ao olhar para frente, enxergou uma grade de barras de metal separando-a do resto do ambiente. Não conseguia ver muita coisa, apenas o suficiente para se dar conta do lugar em que estava. Após as grades, havia um corredor rochoso com uma tocha na parede esquerda – que era o que iluminava sua cela –, este ligava o seu cômodo com o resto do lugar.

 

Não era a prisão do Santuário, isso ela tinha certeza. Logo, por eliminação, só poderia significar uma coisa: a masmorra da casa de Escorpião! Ainda tentando se conformar, Aminata deu uma última verificada no lugar, encontrando um balde vazio e uma bandeja com uma tigela de papa de aveia e uma jarra de água.

 

Certa vez o seu mestre lhe explicou como, mesmo dentro do próprio exército de Atena, poucos tinham conhecimento a respeito dos segredos que rondam o Santuário. O interior dos doze templos do zodíaco são maiores do que aparentam se vistos por fora e, alguns deles, possuem localidades que são desconhecidas por muitos que vivem ali. A própria Aminata só ouvira falar – além do lugar em que estava – da existência de um jardim na casa de Virgem e um labirinto na casa de Gêmeos.

 

A casa de Escorpião esconde em seu subterrâneo uma masmorra que existe antes mesmo da prisão que fica fora das doze casas ser construída. Sir Aiolos era um homem sábio que, além de bastante poderoso, se interessava em conhecer sobre a história do lugar que protegia. Até diziam que ele poderia ser escolhido como substituto do Grande Mestre, embora o mesmo nunca tenha comentado nada a respeito com sua discípula. Segundo ele, o santo de Escorpião é conhecido por, desde eras mitológicas, oferecer penitencias em nome de Atena. A masmorra localizada no subterrâneo do oitavo templo zodiacal era usado, por tanto, como instrumento de tortura, onde eram arrancados segredos de inimigos, ou mesmo como cárcere de adversários perigosos. Com o passar dos séculos, a deusa que protege a Terra passou a condenar a prática de tortura e isso fez com que o cômodo entrasse em desuso.

 

Ao menos em teoria. Uma das primeiras coisas que Aminata descobriu ao se tornar uma santa de bronze, três anos atrás, foi que o Santuário pode ser um lugar cheio de dogmas e regras, mas, por ser povoado por seres humanos, seu cotidiano era repleto de contradições.

 

O tempo parecia se arrastar naquele lugar e logo a santa percebeu que saber onde estava não lhe ajudava em nada. As celas da masmorra eram construídas pelo mesmo material sagrado da prisão do santuário, possuindo uma barreira que inibia o cosmo dos prisioneiros. Ouvira dizer que nem mesmo um santo de ouro poderia escapar ou destruir aquelas grades, o que garantia sua eficiência sobre qualquer inimigo, exceto divindades.

 

Apesar de conhecer tal história, a santa de bronze cansou de ficar parada à espera da morte. Ao se levantar, notou que estava fraca. Suas pernas cambalearam e a mesma teve que se apoiar na parede para que pudesse continuar de pé. Fitou a bandeja com alimentos no chão, descobrindo que estava faminta. Mas não queria comer. Não enquanto se sentisse sufocada por aquela angústia de não saber o que estava acontecendo.

 

Respirou fundo e caminhou até que ficasse de cara com a grade metálica. Concentrou toda sua energia nos punhos nus e socou duas das barras dela. O barulho causado pelo choque do golpe ecoou por toda a masmorra, mas a grade permaneceu intacta. De repente, uma risada irritante interrompeu o silêncio, fazendo com que a jovem desse um salto para trás e olhasse para frente com os punhos erguidos em sinal de ataque.

 

Uma silhueta foi ganhando forma à medida que se aproximava da cela da amazona até se transformar em uma figura conhecida por ela. Timothy era um homem europeu velho, magro, branquelo, com cabelos longos e grisalhos e um rosto cheio de rugas. Estava trajando a armadura de prata de corvo e, sobre a ombreira desta, uma das aves que dá nome a sua constelação se empoleirava. Ao contrário da maioria, aquele não tinha asas negras, mas sim brancas, e seus olhos lembravam duas pedras de rubi.

 

– Pombinha... Oh, minha pombinha... No que você foi se meter? – Ele lamentava enquanto se dirigia com passos lentos até a bronzeada. Aminata percebeu que ele carregava um embrulho sob um dos seus braços.

 

– Ti...mothy... – A jovem murmurou, mordendo o lábio inferior e abaixando a cabeça. Orgulhava-se por ter seguido o seu mestre, morreria por ele se preciso, mas ouvir o tom de lamentação de um dos poucos amigos que tinha no Santuário fez com que uma tristeza envolvesse o seu coração, mesmo sabendo que estava certa.

 

Os dreads esconderam o rosto da santa, mas ela sabia que não precisava. O velho santo de prata já não enxergava mesmo antes dela por os pés no Santuário. Os olhos dele, de um tom azul opaco e sem vida, ficaram mais perceptíveis quando o mesmo chegou em frente das grades que separam os dois. Diziam que o mesmo enxergava através dos corvos, o que fazia da sua cegueira uma fraqueza falsa, mas ele nunca lhe confirmou tal história.

 

– Pegue, menina. – Estirou sua mão com o embrulho que trazia sob o braço. Timothy a conhece desde que ainda era uma aspirante a cavaleiro e, assim, não perdeu o hábito de tratá-la como uma mulher. Aminata nunca o repreendeu, gostava de ter por perto alguém que se lembrasse disso.

 

A bronzeada hesitou por alguns segundos, mas acabou cedendo, tirando das mãos trêmulas e frágeis do velho amigo a encomenda que ele trouxera. Tratava-se de uma manta e uma nova máscara.

 

– Você perdeu a sua, pediram para que eu entregasse... para que use amanhã. – Ele explicou. O corvo fez uma ameaça de voar, mas logo voltou a postura de antes. – Hamlet não gosta desse lugar... Eu também não.

 

– Timothy, você precisa me ouvir... O grande mestre, ele é um traidor, tentou matar a Ate... – Ela começou a falar, sendo interrompida pelo velho:

 

– Oh... Não sou eu quem posso te perdoar, menina. O que está feito, está feito. Você é uma traidora.

 

– Traidora! – O corvo repetiu, batendo as asas. – Traidora! Traidora! – E, com o eco, seu pecado se espalhava por toda a masmorra.

 

– Não sou! – Ela protestou. Tinha se esquecido do quanto aquela ave a irritava.

 

– Sim, é. – Timothy rebateu, em um tom enfático.

 

Ele tem razão..., Aminata se deu conta do que o seu velho amigo quis dizer. Não há nada que possa ser feito. Estou morta. Desde o momento que fui pega, estou morta., ela constatou, sentando-se no chão e abraçando as pernas. Mas ainda queria saber o que fazia ali.

 

– Por que ainda estou viva? Como vim parar aqui?

 

– Hmm... Que mal há em lhe contar algumas histórias? – Hamlet começou a afiar o bico na ombreira da armadura do seu criador. – Você foi pega pelo Sir Afrodite... – O velho fez uma pausa, permanecendo com a boca aberta enquanto pensava. – Sir... – Ele sorriu, mostrando os espaços entre alguns poucos dentes. O velho Timothy não gostava muito de títulos, tanto que sempre quis ser tratado por você. – Um menino, minha pombinha. Tão silencioso quanto perigoso. Você dormiu por um dia inteiro devido ao veneno que tragou. Ainda está viva porque o Grande Mestre ordenou que a trouxesse até aqui. Mas será julgada amanhã, no julgamento dourado. Não se fala em outra coisa por aqui.

 

– Julgamento dourado...? – A amazona repetiu, surpresa. Aquilo não fazia sentido para ela, mas também não lhe era de todo estranho.

 

– Ah, você é nova demais para ter visto um, é verdade. Bem, ele acontece quando há crimes internos como este. Embora não seja a única forma e poucos santos o respeitem, preferindo fazer justiça com as próprias mãos. – O velho começou a sua explicação, falando pausadamente. – Suas regras são simples: três Santos de ouro, que não tenham ligação com o ocorrido, devem julgar o crime do réu. Para isso, ouvirão testemunhas e darão chances para que a menina possa falar. Absolvição ou Culpa, a decisão do júri tem que ser unânime. Caso um deles se oponha ao veredito dos outros dois, a palavra final ficará com o Grande Mestre.

 

Com o sumiço do sagitariano e do santo de Gêmeos, só havia três opções que poderiam compor o seu júri. Câncer, Capricórnio e Peixes, e nenhum deles iria se opuser a sua culpa. E caso fizessem, o usurpador terminaria o serviço.

 

– Agora, deixe-me ir. – Timothy disse, sorrindo. – Estão procurando um discípulo para mim, sabia? Um su-ces-sor. – Ele deu de costas e começou a andar lentamente na direção em que entrara – Acho que já não sirvo mais para essa vida. – Queixou-se, mas em um tom divertido. – O meu velho amigo anda muito amargo de um tempo para cá. – Ele sabe, Aminata notou. Seu velho amigo, o antigo Grande Mestre, o verdadeiro Grande Mestre!

 

– Senhor Timothy! – Aminata gritou, lançando-se contra as grades. – E o Sir Aiolos? O que houve com ele? – Ela perguntou desesperada. Seu coração batia mais forte e agora eram suas mãos que tremiam sobre as grades. – Por favor, me diga...

 

– Ah, o traidor? – Não, o homem que salvou a todos nós., quis berrar, mas ele sabia disso. O corvo voltou a gritar: “Traidor! Traidor! Traidor”, repetia, pelo visto havia aprendido uma nova palavra – Bem, ninguém conseguiu encontrá-lo.

 

E, sob os gritos do corvo, o santo de prata sumiu nas sombras. Aminata caiu no chão com as costas escoradas nas grades. Ele conseguiu. Está vivo, deduziu, aos prantos. Mesmo diante daquela situação, um sorriso se desenhou em sua face, sendo coberto logo em seguida pela máscara que o prateado trouxera.

 

Naquela noite, sonhou que estava em seu país, Serra Leoa, acompanhada da menina Atena e do seu mestre dourado. Viviam em uma casinha afastada na cidade de Kabala, onde a menina Atena, agindo como um humano qualquer no auge dos seus cinco anos, corria pela areia com os pés descalços e um largo sorriso no rosto. Fazia tanto tempo que a jovem saíra de lá que as lembranças da terra de onde nasceu se confundiam com a sua nova realidade, algo que ela percebeu ao se deparar com uma casa feita ao estilo grego em terras da África atlântica. Aquilo lhe denunciou que se tratava de um sonho, sonho que ela desejou nunca mais acordar.

 

Mas isso não aconteceu.

 

Foi escoltada pelas escadarias do Santuário por um grupo de seis soldados rasos e dois jovens santos de prata que ela não conhecia. Durante o longo percurso, nenhum deles falou alguma coisa, o que tornou a caminhada um verdadeiro tédio. Para o seu grande dia, a bronzeada trajava trajes típicos do santuário: um velho quíton marrom feito de lã preso por um cinto de couro e broches no ombro.

 

O coliseu estava lotado. Santos de prata e bronze dividiam espaços com soldados rasos e civis da proximidade, amontoando-se como se estivessem preparados para assistir a uma apresentação de teatro. O que não estava longe de ser verdade. Assim que notaram a chegada de Aminata, todas as vozes se calaram para testemunhar a sua caminhada até o centro do palco principal.

 

O usurpador aguardava por ela sentado em um majestoso trono de ouro sobre o palco do coliseu. Trajava suas vestes comuns, ostentando a sua pesada corrente em volta do pescoço e o elmo e uma máscara dourada. Assim que ela se posicionou em um púlpito de madeira que ficava a alguns metros em frente do trono do papa, o mesmo se levantou.

 

Ao lado esquerdo do trono de ouro, encontrava-se a urna de bronze com o desenho de uma pomba. Ao lado direito, posicionado alguns centímetros mais a frente, uma bancada de madeira abrigava os três santos dourados. Assim como os bronzeados e prateados que estavam no lugar, os dourados vestiam seus trajes sagrados. Com exceção dos elmos, que descansavam sobre a bancada, a frente de cada um dos seus donos.

 

Aminata encarou o seu trio de juízes por alguns segundos. O primeiro deles, em uma das pontas, era Câncer. Um sujeito mal-encarado de cabelos grisalhos, apesar da pouca idade. Ela nunca chegou a uma conclusão se eram tingidos ou não, embora achasse que ninguém tingiria os cabelos de branco por vaidade. O mesmo foi o único deles que a encarou de volta e lançou um risinho intimador.

 

O do meio era Sir Shura, que não estava muito diferente desde a última vez que ela o viu. A santa procurou por algum machucado na face do garoto de cabelos pretos, mas nada encontrou. Dentre os três, era quem ela mais odiava, mesmo não querendo odiar. Deveria sentir pena da maioria dos que estavam presentes, pena por, ao contrário do seu mestre, não encontrarem a verdade.

 

O último deles, na última ponta, ofuscava totalmente os outros dois. A maioria dos olhares estava direcionada para ele, que parecia não se importar. Aminata ainda se lembrava do dia em que aquele garoto chegou ao santuário, dos elogios empolgados dos seus ex-companheiros a respeito da beleza do Santo de Peixes. “O seu rosto é mais bonito que o de qualquer garota que já vi”, um soldado comentou com outro, deixando-a curiosa. Apenas quando ela o viu pela primeira vez compreendeu a animação dos rapazes. As guerreiras que lutam ao lado de Atena precisam abandonar sua feminilidade, esconder-se diante de máscaras e uma postura agressiva, as criadas que circulam por entre os templos do zodíaco estão sempre com a cabeça baixa e sequer podem falar com santos que não estejam servindo. Deitar-se com uma criada era um dos maiores crimes que alguém poderia cometer e, por conta disso, todos preferiam se manter longe, evitando qualquer interpretação equivocada. Assim, Sir Afrodite era o mais próximo de uma garota que eles podiam conviver em um universo predominantemente masculino como aquele.

 

Fora o rapaz loiro quem a capturou e isso a fez rir por dentro. Se saísse livre dali, teria que amá-lo ou matá-lo. Duas opções totalmente improváveis. Às vezes, quando ia dormir, Aminata se perguntava o que aconteceria se o seu mestre a visse sem a máscara.

 

O homem disfarçado de Grande Mestre anunciou o início de cerimônia e a voz alcançava todos os presentes devido a excelente acústica do lugar. Apresentou-se como Papa e explicou o porquê de estarem ali, elencando os seus crimes logo em seguida:

 

– Injúria, deserção e traição. – Ele disse, num tom de voz tão sínico que soava como verdade. – Então, o que tens a dizer sobre isso, amazona de bronze? Deseja confessar os seus crimes? Se o fizer e o júri for piedoso, como sabemos que é, poderá ser contemplada com o exílio.

 

Percebeu os olhares de todos os presentes voltados para ela e um silêncio atormentador tomou o coliseu por alguns segundos. Até antes disso, ela tinha dúvidas sobre a razão de estar ali, agora, porém, o motivo para que ela, uma simples bronzeada, permanecesse viva depois de tudo que, supostamente, teria feito estava evidente.

 

– Escutem-me bem, amados irmãos. – Ela disse, virando-se para a arquibancada – Esse homem que está a nossa frente, falando em nome de Atena é, na verdade, um traidor. – Percebeu muitos olhares de repulsa, mas algumas bocas se abriram em espanto. – Ele tentou matar a deusa que deveria proteger e agora tenta fazê-los acredita que o santo de Sagitário é o culpado por seus pecados. Se lutam em nome da nossa deusa como juraram lutar, é ele – Apontou – que deveriam matar.

 

Após a sua fala, o silêncio novamente predominou. Algumas pessoas trocavam olhares confusos, mas a maioria dos presentes mantinha seus olhos sobre ela. Naquele momento, Aminata pôde sentir a condenação dos seus companheiros pesando em suas costas.

 

– Que entre a primeira testemunha. – O usurpador falou, sentando-se em seu trono de ouro.

 

Dois soldados trouxeram uma velha que ela nunca tinha visto antes. A mesma posicionou-se entre o púlpito em que a santa estava e o trono do falso Grande Mestre, agachando-se para fazer referência a ele. Disse ser uma moradora da região que teve seus cavalos roubados por Aminata e o “maquiavélico” santo de Sagitário. Depois dela, mais dois desconhecidos foram chamados, um seguido do outro. O primeiro soldado falou como o comportamento do sagitariano estava estranho nos últimos dias, o outro alegou ter ouvido comentários ambiciosos do santo de ouro em relação ao cargo de Grande Mestre.

 

Aminata não falou nada durante os testemunhos. Até tentou, mas foi interrompida. Então lhe restou ouvir calada os mentirosos difamarem o seu mestre, perguntando-se o que estavam ganhando para isso. Quando a quarta testemunha foi chamada, a amazona sequer se virou para ver de quem se tratava. Imaginou que fosse mais um civil qualquer ou soldado raso, surpreendendo-se quando um dos servos da casa de Sagitário ajoelhou em frente do usurpador.

 

Amelia vestia um quíton branco e uma sandália com tiras couro, traje típico daquelas que auxiliavam os guerreiros do santuário com serviços domésticos. As duas deviam ter a mesma idade, mas ela era muito mais alta que a maioria das mulheres daquele lugar. A pele dela era branca e o corpo quase tão magro quanto uma vara de bambu. Os cabelos cacheados da criada caíam como uma cascata sobre as suas costas e, quando ela se virou para Aminata, a pomba pôde perceber as sardas que manchavam a maçã do seu rosto, além dos dentes tortos que pareciam ocupar mais espaço que a pequena boca dela podia abrigar.

 

– Diga o seu nome. – O usurpador ordenou.

 

– A-Amelia.

 

– Jura pela Deusa Atena que o que dirá a partir de agora será apenas a verdade? – Aminata já estava decorando todo o procedimento que aquele ritual exigia.

 

– Sim, meu senhor.

 

A santa de bronze assistia a encenação boquiaberta. Amelia era uma antiga criada da casa de Gêmeos e, quando este desapareceu sem deixar vestígios, ela acabou sendo transferida para o templo de Sagitário. De todos que testemunharam até o momento, ela é a única que, de fato, conhecia o acusado de traição.

 

– Então, qual a sua ligação com o cavaleiro Aiolos e a nossa acusada? – O santo de Câncer perguntou. Os dedos dele dançavam sobre as pontas das patas do caranguejo que ornamentam o elmo que está sobre a bancada. – Sabe do que eles estão sendo acusados, correto?

 

– Eu era criada dele, Sir. – Ela respondeu, com a cabeça baixa, talvez por costume ou simplesmente por não gostar de exibir o rosto. – E posso afirmar que tudo que estão dizendo a respeito do meu senhor é... A verdade.

 

Mentirosa, o mestre a recebeu com tanto carinho... Como pôde?, Aminata se enfurecia. Todos que pisaram naquele púlpito até o momento não passavam de cínicos falando daquilo que não sabiam, sequer conheciam o Santo de Sagitário. Aquela não, Amelia era verdadeiramente maldosa.

 

– Como pode ter tanta certeza? – Agora era o capricorniano quem perguntava.

 

– Eles estavam... juntos. – A criada respondeu, virando-se para encarar a acusada. – Os dois desejavam governar o santuário juntos. Eram... amantes.

 

O burburinho se espalhou pela plateia, sendo a primeira vez que algo deixava os presentes inquietos.

 

– É MENTIRA! – Aminata havia engolido a seco muita coisa até a fala anterior, mas aquilo, aquilo lhe era inaceitável.

 

– Silêncio! – O usurpador interviu, ainda sentado no seu trono.

 

– Ela apareceu com um bebê naquele dia... – A pérfida continuou.

 

– MENTIROSA! – Aminata tentou interromper, sentindo o seu cosmo emanar do seu corpo de forma agressiva, reagindo ao sangue que fervia em suas veias. – Eu vou acabar com essa vagabunda.

 

– Eles planejavam matar Atena e por uma nova garota no lugar. – Continuou, voltando-se para a plateia que os assistia em choque.

 

– Eu já disse, apenas a testemunha tem permis... – O mascarado continuou, mas Aminata não ouviu o resto da frase. Saltou do púlpito em que estava e caiu bem em frente da criada. Esta deu um berro, assistindo ao punho da amazona erguer-se para acertar o seu rosto.

 

Quando o punho da amazona estava a poucos centímetros de acertar o rosto feio da criada, a mesma foi surpreendida com um estranho poder sobre ela. Seu corpo ficou imóvel, com o punho erguido tremendo no ar bem em frente do nariz pontudo da ruiva. Droga!, quis dizer, mas nem sua boca se mexia. Ouviu o seu coração bater depressa e, de repente, foi lançada contra o púlpito em que estava minutos atrás.

 

As costas da bronzeada bateram com força no objeto, fazendo um “crack!”. As mãos que antes ameaçavam a testemunha, agora eram levadas até a sua coluna. Somente quando abrira os olhos e pôde ver dois dedos do santo de Câncer erguidos a mesma compreendeu o que aconteceu.

 

– Creio que não precisamos de mais nada. – Anunciou o Grande Mestre, levantando-se do trono.

 

Ainda no chão, Aminata viu dois soldados conduzirem a testemunha mentirosa para a saída do coliseu.

 

– Então, o que me dizem?

 

– Deserção, traição, conciliábulo e... Fornicação. – O santo de Câncer falou, levando o elmo da sua armadura até a cabeça. – Não há outra opção senão a morte.

 

– Alguém da mesa se opõe?

 

Jogada no chão, a bronzeada viu os outros dois dourados decidirem o seu destino com um simples balançar de cabeça.

 

– Eu, o Grande Mestre do Santuário, representante da deusa Atena na terra, declaro acatar, em nome desta, a decisão da trindade de ouro. Aminata de Pomba, você está condenada à morte.

 

Dois soldados foram até ela para levantá-la do chão. A santa se virou até a arquibancada, fitando os olhares de repressão que eram depositados sobre ela.

 

– Traidora! – Alguém gritou e logo todos acompanharam, gritando em coro como o corvo de Timothy fizera no dia anterior.

 

– Como último pedido, você poderá escolher algum dos três santos de ouro para executar a sentença. – Ela ouviu a voz do usurpador vinda de longe, como se estivesse no templo de Atena e chegasse a seus ouvidos através de um eco.

 

Ele conseguiu, concluiu, enquanto dava voltas para encarar todos os rostos da arquibancada. O nome do Sir Aiolos estará manchado para sempre. Os olhos dela encontraram o velho Timothy fitando o vazio com os seus olhos cegos ao lado de outros santos de prata. Pelo que ela se recorda, essa foi a primeira vez que o viu sem o seu corvo de estimação.

 

– Como não disse nada. – A voz do usurpador voltou a atormentá-la. – Máscara da Morte de Câncer, encarrego-o de aplicar a sentença.

 

De repente, os olhos da bronzeada encontraram um outro rosto conhecido. Sir... Aiolos?, perguntou-se, antes de se dar conta de que não era ele e sim o seu irmão mais novo. Apesar de menor e mais magro, a feição gentil, os olhos e os cabelos eram os mesmos. Pobre leãozinho... O que farão com você nesse lugar?, pensou, enchendo-se de tristeza. Não se preocupe, o seu irmão um dia irá voltar e vocês eliminarão o mal que consome esse lugar.

 

Aminata foi tirada do transe devido ao som de passos pesados vindos de suas costas. De repente, sentiu uma mão quente tocar o seu ombro e uma presença ameaçadora penetrar todo o seu corpo. Entregue, manteve os olhos fixos no irmão do seu mestre, desejando guardar consigo a imagem do homem mais nobre que ela conheceu em vida.

 


 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

 

- Hamlet é homenagem ( /evil) a um dos melhores personagens de asoiaf que nunca aceitei o fato de não estar na série;

- No próximo, começo a marchar em direção do plot principal;

- Eu pretendia usar apenas a palavra "santo" e variantes, mas vi que ficava muito chato, então acabei misturando com cavaleiros e amazonas. Logo devo padronizar.

Editado por Meikai
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Prólogo - Parte 1

 

Cara, seja bem vindo a pasta! Amei esse seu prólogo. Recontou com bastante maestria o evento clássico de maior importância, a fuga de Aiolos com o bebê Atena e o confronto contra Shura de Capricórnio. Genial ter introduzido uma nova personagem e também do prólogo ter sido narrado por ela. Gostei de Aminata e achei bem interessante a inclusão de uma discípula de Aiolos no meio de toda essa rebelião.

 

Eu não tenho muito o que comentar a respeito porque basicamente toda a trama, com exceção de alguns detalhes/diálogos/personagens pontuais, são bastante conhecidos do público. Mas achei genial o Aiolos ter citado o seu próprio lema escrito no Templo de Sagitário pra sua aluna enquanto ela segurava Atena. Mostra que ele realmente seguia esse lema e não que apenas o escreveu na parede para as próximas gerações.

 

Prólogo - Parte 2

 

A ideia de dividir o prólogo inicial foi ótima e eu adorei, de verdade, esse capítulo. Inclusive as referências a Game of Thrones ficaram absurdamente mais notáveis nesse capítulo, com a ideia do julgamento dourado, os termos usados e toda a atmosfera do capítulo. Posso dizer que combinou perfeitamente com a proposta da fic a partir de agora.

 

A ideia do Julgamento Dourado foi genial e bem curioso que justamente os Dourados presentes tenham sido os três leais a Saga (Embora você tenha explicado que Capricórnio não é leal a Saga nessa sua fic, mas a curiosidade é bem nítida). A ideia da narrativa ser desenvolvida a partir do ponto de vista de um personagem em especial é incrível, gostei demais de ver o que Aminata pensava sobre o Máscara da Morte e seus cabelos, Afrodite e sua beleza... Amelia é uma desgraçada, odiei ela e queria saber desde já o que a motivou a mentir para condenar sua antiga companheira.

 

Ah, o fato de Timothy ser o Cavaleiro de Corvo, cego e que enxerga através dos seus pássaros foi ótima também. O discípulo que ele disse que estava esperando era o Jamian? Se sim, gostei bastante de saber quem foi seu mestre hehehe.

 

Só não gostei porque provavelmente não veremos a morte da Aminata, eu queria ver o Máscara da Morte matando-a e sua reação com o que foi solicitado a fazer. Mas respeito sua escolha em ter feito tudo isso em off e até entendi o porque você fez isso, já que a narrativa é focada no ponto de vista dela e ela não teria como descrever sua própria morte, principalmente porque seu algoz está as suas costas.

 

Mas enfim, adorei sua fic e aguardo ansiosamente pelo próximo capítulo e pelo andamento da trama, já que tudo até aqui foi apenas um prólogo. Não faço a menor ideia do que está por vir, mas fico feliz de ver alguém com tamanho talento enriquecendo a aba por aqui. Parabéns e abraço!

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Oi Mekai vim aqui deixar meu coment sobre o Prologo dois

Bom eu pensei que Pomba tinha morrido mas na verdade só foi capturada por Afrodite acordando na masmorra de Escorpiao(nem sabia que um local tão sinistro existia XD)

Gostei bastante a conversa dela com o cav de Corvo e seu amiguinho(alias eu percebi a referencia que vc comentou enquanto lia, gostei de ver a homenagem e além disso, acredito que o cav em si no minimo inspirado no mestre Aemon, os dois são corvos cegos XD)

 

Passando para o julgamneto tudo foi muito bem descrito, e senti muito bem a tensão da Reu, mas eu não entendi uma coisa não era para ser um juri de 3 cavs de ouro não envolvidos no ocorrido, então o Shura lutou com Aiolos então isso não torna ele um envolvido?

 

Enfim todo o julgamento me lembrou muito o julgamento do Tyrion no livro 3 com todos acusando ela/ele de algo que não fez(por vezes com "provas" inclusive) e no final alguém ainda acusa ela/ele de algo envolvendo fornicação. Não sei se foi sua intenção mas ficou bem parecido e eu pessoalmente gostei muito disso. Só faltava no final ela pedir um julgamento por combate, mas ach que dai iria ficar muito parecido e além disso ela é uma personagem de prologo então tem que morrer né

 

E por falar nisso estranho ela escolher o MDM para aplicar a sentença, o cara não tem o melhor caráter do mundo, podia ter feito ela sofrer antes da morte

 

Tb houveram alguns detalhes relevantes como a ausência do corvo branco no julgamento, eu ach que mais coisa ai mas vou que esperar para ver

 

O final foi bem tenso com todo mundo gritando que ela e o Aiolos eram traidores e com Aiolia olhando o ultimo suspiro da amazona, parece que Saga conseguiu o poder que queria, mas como será que vai administrar isso ?

 

Parabens cara e até a prox!

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Prólogo - Parte 1

 

Cara, seja bem vindo a pasta! Amei esse seu prólogo. Recontou com bastante maestria o evento clássico de maior importância, a fuga de Aiolos com o bebê Atena e o confronto contra Shura de Capricórnio. Genial ter introduzido uma nova personagem e também do prólogo ter sido narrado por ela. Gostei de Aminata e achei bem interessante a inclusão de uma discípula de Aiolos no meio de toda essa rebelião.

 

Eu não tenho muito o que comentar a respeito porque basicamente toda a trama, com exceção de alguns detalhes/diálogos/personagens pontuais, são bastante conhecidos do público. Mas achei genial o Aiolos ter citado o seu próprio lema escrito no Templo de Sagitário pra sua aluna enquanto ela segurava Atena. Mostra que ele realmente seguia esse lema e não que apenas o escreveu na parede para as próximas gerações.

 

Prólogo - Parte 2

 

A ideia de dividir o prólogo inicial foi ótima e eu adorei, de verdade, esse capítulo. Inclusive as referências a Game of Thrones ficaram absurdamente mais notáveis nesse capítulo, com a ideia do julgamento dourado, os termos usados e toda a atmosfera do capítulo. Posso dizer que combinou perfeitamente com a proposta da fic a partir de agora.

 

A ideia do Julgamento Dourado foi genial e bem curioso que justamente os Dourados presentes tenham sido os três leais a Saga (Embora você tenha explicado que Capricórnio não é leal a Saga nessa sua fic, mas a curiosidade é bem nítida). A ideia da narrativa ser desenvolvida a partir do ponto de vista de um personagem em especial é incrível, gostei demais de ver o que Aminata pensava sobre o Máscara da Morte e seus cabelos, Afrodite e sua beleza... Amelia é uma desgraçada, odiei ela e queria saber desde já o que a motivou a mentir para condenar sua antiga companheira.

 

Ah, o fato de Timothy ser o Cavaleiro de Corvo, cego e que enxerga através dos seus pássaros foi ótima também. O discípulo que ele disse que estava esperando era o Jamian? Se sim, gostei bastante de saber quem foi seu mestre hehehe.

 

Só não gostei porque provavelmente não veremos a morte da Aminata, eu queria ver o Máscara da Morte matando-a e sua reação com o que foi solicitado a fazer. Mas respeito sua escolha em ter feito tudo isso em off e até entendi o porque você fez isso, já que a narrativa é focada no ponto de vista dela e ela não teria como descrever sua própria morte, principalmente porque seu algoz está as suas costas.

 

Mas enfim, adorei sua fic e aguardo ansiosamente pelo próximo capítulo e pelo andamento da trama, já que tudo até aqui foi apenas um prólogo. Não faço a menor ideia do que está por vir, mas fico feliz de ver alguém com tamanho talento enriquecendo a aba por aqui. Parabéns e abraço!

Olá gustavo, obrigado! Fico feliz que tenha gostado XD

 

Sim, achei que seria bacana recriar esse momento do clássico. Como foi algo que nunca foi mostrado pelo Kurumada, deu margens para que as pessoas fizessem suas interpretações. Então quando me dei conta de que o Aiolos teria que lutar com o Shura com uma bebê nos braços, pensei "por que não poderia haver um outro alguém com ele?", Aminata poderia facilmente ter existido naquele contexto, e ser um desses personagens "sem importância" apagados pela história. Acabei ficando com dó de matar a bichinha, ainda mais por gostar muito do seu visual, mas foi um mal necessário.

O lema foi mesmo um guidão haha

 

Realmente a segunda parte é onde os elementos do universo das crônicas mais aparecem. O mais legal de se escrever em povs é justamente isso de brincar com a forma com que os personagens enxergam os outros e toda a subjetividade envolvida, por isso curti muito escrever como ela via os dourados. A bronzeada achava o Aiolos e o Shura rapazes bonitos e Afrodite é alguém com características opostas a esses dois, por isso, fiz com que ela não se sentisse atraída por ele e compreendesse sua fama de mais belo como um reflexo do ambiente masculino em que vive.

Sim, saberemos o que há por trás da Amelia =x

 

O discípulo do Timothy é o Jamian sim. Esse personagem acabou surgindo por acaso também. Quando escrevi a primeira parte do prólogo, pensei que havia um cavaleiro de Corvo no Santuário, por isso em algum momento cito que o céu possue os corvos do Papa. Mas ai resolvi deixar mais claro aquela citação na parte dois e dá vida a esse cavaleiro, ainda mais pela chance de ter um prateado na primeira parte da história. Acabei curtindo muito ele e até penso em trazê-lo de volta.

 

A morte da Aminata você tem razão em não ter curtido muito. Pra falar a verdade, eu tive muita dificuldade em dar esse desfecho, não achei a forma certa de fazer. Minha ideia inicial era que fosse o Afrodite quem a matasse, mas daí pensei "já explorei o Shura e o Dite na primeira parte, por que não o MDM dessa vez?", então deixei com que o Saga escolhesse o algoz dela. Com isso, tinha em mente narrar o Máscara da Morte aplicando o seu golpe, mas então me dei conta de que eles estavam no coliseu, rodeado de olhares e o canceriano não iria querer que toda aquela gente visse sua técnica principal (pela premissa de que "já vi como esse golpe funciona antes/um golpe não funciona duas vezes contra o mesmo cavaleiro"). Pensei em fazer algo brutal, mas, por ser uma cerimônia cheia de rituais, talvez eles pensassem que fosse de bom grado algo mais sutil, que desse a impressão de uma morte misericordiosa. Restou-me fazer algo mais brusco. Ele a enviou pro yomotsu com o toque no ombro, como se fosse uma variação do Sekishiki Meikai Ha. Nada de muito dramático como no anime, em um momento ela tava viva olhando pro Aiolia e, no segundo seguinte, morta.

 

Obrigado e até a próxima. ^^

 

@Nikos

 

Olá, primeiramente, obrigado pelas boas vindas e atenção. Quanto ao formato dos seus comentários, fica a seu critério. Faça o que achar melhor e o que der menos trabalho. Creio que capitulos muito curtos ou que não tenham muitos acontecimentos, não compencem muito gravar, então vou entender se vier em vídeo uma vez e texto outras.

 

Que bom que gostou do uso de "Sir". Eu curto muito essa hierarquização que rege o Santuário e então o Sir é uma boa maneira de salientá-la. Além do mais, a Inglaterra exerceu grande influência no ocidente por muito tempo, então imagino que os cavaleiros de Atena em algum momento estiveram envolvidos com a coroa britânica.

 

Também reparei nesse "Ele falou" excessivo hahaha é um dos principais problemas que tenho e percebo na hora que estou escrevendo. Na hora de revisar, acaba passando em branco como alguns errinhos de português. Tenho um professor (na verdade, orientador) que fala que é difícil revisar o que nós mesmos escrevemos e que, por isso, paga a alguém para revisar suas teses. Segundo ele, quando lemos aquilo que escrevemos, nosso cerébro faz uma leitura automatica, lendo como nós imaginamos e não como de fato é, o que faz com que os erros passem batido. O que é bem verdade XD

 

Sim! A questão etnica foi tocada sutilmente pra mostrar que a realidade exterior e do seu tempo interferem na lógica do Santuário, que é povoado por seres humanos e suas contradiões. Fico feliz que tenha gostado do ritmo dessa primeira parte, porque fiquei com receio, ao reler, que ela tenha sido corrida demais hahaha.

 

É isso, a ideia é o Shura descobrir depois. Mas confesso ter certo trabalho em tratar do capricorniano. Ele é um personagem muito inconsistente e, em cada fase da série, tem um jeito diferente. Como minha versão tentará se aproximar da do mangá, talvez acabem não curtindo muito os rumos que ele irá tomar /lua

 

Quanto ao Afrodite eu ainda tenho dúvidas, mas o mais provável é que ele tivesse atrás do Aiolos, tal como o Shura e por isso o capricorniano diz ter mais sorte. Por azar de Aminata, o pisciano acabou encontrando ela. Ou será que esteve ali o tempo todo e permitiu que o Aiolos fugisse?

 

Percebi que a maior parte das ficas ativas daqui já tem muitos capítulos, praticamente livros hahaha No momento eu to lendo a do Fimbul e curtindo, mas não comentei ainda pois como ta muito avançada, farei comentários por blocos. E não sou muito eloquente tbm hahaha Depois lerei mais outras ^^

 

Abraços e mais uma vez obrigado ^^

 

 

Oi Mekai vim aqui deixar meu coment sobre o Prologo dois

Bom eu pensei que Pomba tinha morrido mas na verdade só foi capturada por Afrodite acordando na masmorra de Escorpiao(nem sabia que um local tão sinistro existia XD)

Gostei bastante a conversa dela com o cav de Corvo e seu amiguinho(alias eu percebi a referencia que vc comentou enquanto lia, gostei de ver a homenagem e além disso, acredito que o cav em si no minimo inspirado no mestre Aemon, os dois são corvos cegos XD)

 

Passando para o julgamneto tudo foi muito bem descrito, e senti muito bem a tensão da Reu, mas eu não entendi uma coisa não era para ser um juri de 3 cavs de ouro não envolvidos no ocorrido, então o Shura lutou com Aiolos então isso não torna ele um envolvido?

 

Enfim todo o julgamento me lembrou muito o julgamento do Tyrion no livro 3 com todos acusando ela/ele de algo que não fez(por vezes com "provas" inclusive) e no final alguém ainda acusa ela/ele de algo envolvendo fornicação. Não sei se foi sua intenção mas ficou bem parecido e eu pessoalmente gostei muito disso. Só faltava no final ela pedir um julgamento por combate, mas ach que dai iria ficar muito parecido e além disso ela é uma personagem de prologo então tem que morrer né

 

E por falar nisso estranho ela escolher o MDM para aplicar a sentença, o cara não tem o melhor caráter do mundo, podia ter feito ela sofrer antes da morte

 

Tb houveram alguns detalhes relevantes como a ausência do corvo branco no julgamento, eu ach que mais coisa ai mas vou que esperar para ver

 

O final foi bem tenso com todo mundo gritando que ela e o Aiolos eram traidores e com Aiolia olhando o ultimo suspiro da amazona, parece que Saga conseguiu o poder que queria, mas como será que vai administrar isso ?

 

Parabens cara e até a prox!

 

Olá novamente Fimblu

 

Sim, além da referência em asoiaf, também busquei um pouco da mitologia atrás da constelação. Segundo o mito, os corvos eram brancos e podiam se comunicar com os humanos, mas, por conta de umas tretas, Apolo se irritou com o animal, enagreceu suas penas e retirou sua capacidade de fala. Hamlet é quase como um corvo mitológico, mas limitado. Timothy só não ta tão acabado quanto o Aemon... ainda XD

 

Realmente tem muito em comum e, como gostei muito daquela sequência do Tyrion, achei que seria uma boa algo do tipo em SS pra mostrar um pouco das artimanhas políticas que o Saga precisou usar. Sim, ela também seria executada no dia seguinte, mas acabei adiantando o processo pra não me alongar mais hahaha

 

Exato! Todo o julgamento foi como um grande teatro e Aminata, no fundo, sabia que estava morta, só queria entender o porquê de todo aquele circo. Após as falas do Saga, em que ele dá a oportunidade para que ela se confesse e - por tabela - condene o Aiolos, ela percebe o porquê de estar ali. Aiolos era um cavaleiro de ouro e a história se espalhou pelo santuário. Saga precisaria de algo que legitimasse a traição, para que aqueles que sempre viram o Aiolos como um homem honroso não tivessem motivos para comprar a sua história. Com isso, consegue abafar qualquer suspeita que poderia vir cair sobre ele e permanecer no poder. O julgamento serviu também para introduzir uma ideia: o exílio. [/)]

 

Algo que talvez acabei não transparecendo no texto foi o motivo do descontrole de Aminata. Ela ficou passiva por todo o tempo e a única coisa que a tirou do sério foi o depoimento de Amelia. Além de se irritar com a mentira deslavada, a raiva da amazona estava no fato, também, dos dizeres da criada terem um fundo de verdade, afinal ela tinha aqueles sentimentos pelo cavaleiro de sagitário e alguém estava expondo eles na frente de todo mundo, fazendo-a se sentir nua. E os julgamentos das pessoas sobre aquele amor, que ela nunca contou para ninguém e relutava para não sentí-lo, fizeram com que ela ficasse perdida.

 

O motivo de serem aqueles três dourados é o seguinte: com exceção de Milo ( /luanegra) e Aiolia, todos os outros já eram dourados nesse tempo, mas, por serem bem novinhos e o santuário ainda estar em paz, eles ficaram em seus locais de treinamento, se aprimorando. Assim, no episódio da traição do Aiolos, além dele e do Saga, só havia Shura, Afrodite e Máscara da Morte de dourados no santuário.

 

Flw e obrigado, até a próxima o/

 

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Ah, Meikai, esqueci de comentar, mas a ideia de uma masmorra de tortura no Templo de Escorpião foi simplesmente genial. E como os Escorpianos são os personagens que detém a técnica mais dolorosa entre todos os 88 Cavaleiros, fico imaginando o quão assustador/aterrorizante seria para a Animata ou qualquer outro infrator que ficasse preso lá.

 

Ainda mais se o carcereiro fosse o Kardia /evil

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  • 2 semanas depois...

CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

 

• Demorei para postar porque essas últimas semanas foram bem agitadas, com viagens e etc. Depois respondo os últimos comentários.

• Esse capítulo foi um tanto "chatinho" de se fazaer, demorei muito para organizá-lo, editando e reeditando muitas vezes e ainda não saiu muito como queria, pois meio que desisti e resolvi apressá-lo. No mais, é um capítulo bem curtinho, onde quase nada acontece. XD


 

 

 

Aiolia

 

 

Os dedos de Aiolia tocavam o desenho de um arco e flecha lascado no centro de uma cruz de madeira. Enquanto se dirigia até aquele morro, o guardião da quinta casa pensava em um monte de xingamentos que estiveram entalados em sua garganta durante todos aqueles anos. Contudo, ao invés de praguejar diante do túmulo improvisado, como previa, ele fora traído por um pensamento indesejado:

 

Está vendo, Aiolos? Eu consegui..., pensou, referindo-se a armadura que estava dentro da urna dourada que ele carregava em suas costas.

 

Nove anos atrás, o irmão de Aiolia havia desaparecido do Santuário, largando sobre as costas dele uma cruz como a que estava diante dos seus olhos naquele momento – mas maior e bem mais pesada, como manda a tradição cristã. Aiolia nunca entendeu o porquê daquela traição e, consequentemente, nunca perdoou o irmão por ter transformado a vida dele num verdadeiro inferno.

 

Irritado com o pensamento que acabara de ter, o cavaleiro de ouro se levantou do monte de terra que, teoricamente, cobria o corpo do sagitariano. Apesar de já ser um homem feito, a sua mente parecia ter lapsos de quando ele ainda era aquele menino patético que crescera acreditando que sua única família era um homem virtuoso. O Aiolia de hoje deixou a ingenuidade de sua adolescência totalmente para trás, já não tentava mais evitar o espelho para não ver, refletidos através da sua imagem, os traços do homem que arruinou a sua vida, também já não esperava mais que os seus companheiros de guerra o tratassem com o respeito que alguém como ele merecia. O Aiolia de hoje apenas vive, dia após dia, provando a todos ao seu redor o quanto ele é capaz.

 

No entanto, o Aiolia de hoje também estava nesse estranho lugar, diante do suposto túmulo do homem que outrora fora o seu venerado irmão e que agora poderia estar jazendo em um lugar qualquer, enterrado como um indigente...

 

Foi há cerca de seis anos que uma moradora de Rodorio o procurou, alegando que somente naquele dia havia conseguido contatá-lo. No encontro dos dois, a desconhecida rasgara elogios ao irmão traidor do leonino, confessando-lhe, logo em seguida, que um grupo de cinco moradores do vilarejo em que ela vivia encontrou o corpo do sagitariano em algumas ruínas fora do limite do Santuário, e o enterrou secretamente em um morro ao leste do lugar em que moravam. “Aos moldes cristãos, para que ninguém possa desconfiar” ela havia justificado.

 

Na época, Aiolia ficara enfurecido com a ousadia da mulher e, rapidamente, colocou-a para correr, ignorando todos os seus protestos e apelos. Ele ainda se lembrava da expressão atônita que se desenhou no rosto dela ao perceber que o mesmo não compactuava com a traição do irmão. Num primeiro momento, o leão se perguntou se seria um truque do Grande Mestre para testar a sua lealdade ou se deveria acusar a civil de traição diante do mesmo; no fim, decidiu não fazer nada. Não seria justo que mais alguém morresse por causa daquela história. E também poderia ser apenas uma andarilha deprimente que visava, de alguma maneira, extorqui-lo.

 

Nos anos seguintes, o Leão tentou ignorar aquela informação, assim como tentava se desvincular do estigma que o perseguia desde aquela tarde em que o irmão resolvera trair o Santuário. Mas não conseguiu. Tal como sempre havia alguém disposto a lembrá-lo de que o sangue de um traidor corria em suas veias, havia datas que traziam à tona os seus sentimentos mais escondidos em relação ao irmão.

 

O corpo do pobre coitado que jazia naquele lugar era mesmo o do seu irmão? Havia um corpo realmente ali? Como não pretendia violar nenhum túmulo, Aiolia concluiu que nunca teria as respostas para tais perguntas. Talvez o irmão ainda estivesse vivo por aí, fugindo e apagando qualquer rastro para não ser encontrado pelo Santuário...

 

Diante daquele túmulo decadente, o leonino teve que admitir o porquê de ter se irritado tanto quando a mulher o procurou anos atrás: não foi por ter duvidado de sua lealdade, mas sim por ter destruído a fantasia de que ele reencontraria o irmão algum dia.

 

“Escute, meu irmão! Um dia você irá entender tudo o que está acontecendo. Eu irei retornar e nós dois lutaremos lado a lado, como sempre sonhamos”, a verdade era que, no fundo, Aiolia tinha esperanças de que as últimas palavras que ouvira do irmão fossem reais.

 

Uma rajada quente soprou o rosto do Leão, que levou o seu olhar para o céu alaranjado e deixou escapar um bocejo. A noite se aproximava e ele não dormia há um bom tempo. Decidiu, então, deixar o fantasma do irmão para trás e ir ao encontro do Papa para reportar a sua missão e, depois, quem sabe, retornar em paz para o quinto templo do zodiaco.

 

Isso se ele não inventar qualquer outra coisa para me tirar daqui, disse a si mesmo. Ainda muito jovem, Aiolia percebera que recebia tratamento diferenciado dos outros cavaleiros de ouro. Ele sempre estava sendo enviado para missões, mesmo que a maioria delas pudesse ser dada a um santo de prata ou bronze. Essa foi a forma que O Grande Mestre encontrara para rebaixá-lo ou mesmo se livrar dele, o que nunca conseguiu

 

Frustrado por perceber que o Aiolia de hoje não era tão diferente da criança sonhadora de ontem, o leonino deu as costas ao suposto túmulo que fora visitar, trajou sua armadura de ouro e marchou em direção ao salão do Papa. O Santuário é praticamente uma cidade grega escondida pela proteção de Atena; uma pessoa comum demora bastante para ir de um lugar a outro, o que não ocorre com os santos, sobretudo os de ouro. Por possuírem uma velocidade sobre-humana, os guerreiros que residem no lugar podem ir de uma extremidade a outra num piscar de olhos, mesmo que, na maioria das vezes, gostem de andar em uma velocidade normal.

 

Passara pelo primeiro templo rapidamente, tendo a intenção de chegar à casa de Leão e, de lá, pegar os atalhos que já conhece até o salão do Papa. Quando chegou à casa de Touro, o céu ainda estava alaranjado

 

Aldebaran o recebeu com trajes bem informais: uma camiseta com listras em branco e verde, um short demasiadamente curto no tom vermelho e chinelos nos pés. Pela expressão do taurino, era possível deduzir que ele não esperava receber nenhuma visita.

 

– Espero que não se incomode com os trajes. – O Touro falou, cruzando os braços e encostando as costas em uma das colunas que sustentam o templo. – Acabei de tomar um banho. – O semblante do homem era bem sério, talvez estivesse envergonhado por estar sem sua armadura.

 

– Não se preocupe, não sou do tipo burocrático. – Aiolia respondeu, referindo-se as normas de conduta do Santuário. – Só peço que me deixe passar pela casa de Touro. Tenho que reportar minha missão e, se tiver sorte, descansar um pouco.

 

– Pelo visto, não o encontrou mais uma vez. – Aldebaran constatou, lançando um olhar de canto de olho para Aiolia. – Você sempre viveu por aqui, certo? E então, chegou a conhecê-lo? Já ouvi tantas histórias sobre o santo de Gêmeos que confesso ter certa curiosidade.

 

O Santo de Touro era um homem incrivelmente grande e musculoso, com uma voz grave, imponente. Apesar disso, Aiolia não se sentia intimidado por ele. Pelo contrário, até gostava de sua companhia.

 

– Nada. – Aiolia respondeu, dando de ombros. – Não sei até quando o Mestre irá insistir nessa busca. Já devo ter rodado os quatro cantos do mundo e nada. Eu lembro que o vi algumas vezes, ele parecia ser um homem gentil e era bem amado pelas pessoas do Santuário. Ninguém nunca entendeu o motivo dele ter desertado.

 

– Ouvi dizer que foi por causa de um amor. Mulheres são deliciosamente perigosas, não acha? – Um sorriso se desenhou na face do santo de Touro, fazendo o rosto do leonino corar. – Talvez quem mais causa baixas no exército de Atena!

 

– Bem... É o que dizem... – Aiolia murmurou, envergonhado. Desde criança, viveu para ser um cavaleiro, logo, nunca chegou a conhecer os prazeres da vida mundana.

 

Aldebaran gargalhou e Aiolia o acompanhou com um sorriso sem graça.

 

– Já ocupei demais o seu tempo. Vá, camarada. – Aldebaran falou, autorizando a passagem do Leão. – Não encontrará mais nenhum empecilho até o seu templo. Máscara da Morte voltou da Itália ontem, mas, ao que parece, já foi incumbido de uma nova missão. Esses cavaleiros que receberam pupilos dificilmente ficam por aqui. – Fofocou.

 

Aiolia agradeceu aos Deuses por aquela notícia. Encontrar com o Câncer era sempre desgastante, daqueles eventos que acabam com o dia da mais espirituosa das criaturas.

 

– Até breve. – O Leão se despediu, fazendo um aceno com a cabeça e voltando a caminhar.

 

Já era noite quando chegou a entrada do templo do Papa. Caminhava pelo longo tapete vermelho em direção das portas duplas, que ligam aquele cômodo ao salão onde o patriarca costuma receber os visitantes, quando dois soldados rasos, ambos armados com lanças, interviram:

 

– O Papa não está presente! – Um deles alertou, cruzando a sua lança com a lança do seu parceiro. Aiolia achou engraçado. O que dois seres medíocres como aqueles poderiam fazer contra um cavaleiro de ouro?

 

– Não tem problema. Eu espero. – O Leão respondeu, empurrando os dois para longe. Não colocou muita força, mas foi suficiente para que ambos fossem jogados ao chão, um em cada lado.

 

Aiolia abriu a pesada porta de ouro e adentrou no espaçoso salão do patriarca. Caminhou lentamente, certificando-se de que os soldados não se atreveram a segui-lo, e logo chegou em frente ao trono de ouro.

 

Enquanto esperava pela boa vontade do Papa, o Leão pensou na conversa que acabara de ter com o Touro. Além do crime de traição, o irmão também fora condenado por trair os votos de castidade dos cavaleiros e se envolver com uma amazona. Teria nas palavras de Aldebaran algum deboche em relação a esse caso?

 

De repente, um barulho pôde ser ouvido por trás das cortinas que escondem os aposentos do patriarca. Antes que Aiolia pensasse alguma coisa, uma criança se projetou de trás do trono de ouro em uma carreira. Ao perceber a presença do mesmo, a garota parou e o encarou com os olhos verdes arregalados.

 

– Quem é você? – O santo de ouro perguntou, chocado. Não fazia sentido uma criança dentro daqueles aposentos.

 

A garota devia ter entre oito e dez anos, tinha a pele branca como a neve, cabelos compridos em um tom castanho, trajava um vestido branco e nada sob os pequenos pés. Antes que ela respondesse alguma coisa, uma nova pessoa saiu do mesmo lugar. Agora, não mais uma criança, mas sim uma mulher esguia de cabelos emaranhados e alaranjados.

 

Ao perceber a presença da mulher, que aparentemente estava a perseguindo, a garota correu ao encontro desta, escondendo-se atrás da mesma e agarrando a borda do seu vestido.

 

– Quem é essa menina? – Aiolia insitiu. A mulher era claramente uma criada.

 

Timidamente, a garota soltou o vestido da criada e abandonou o seu esconderijo, dando alguns passos para frente até que ficasse entre a ruiva e o loiro.

 

– A-Atena... – Ela respondeu.

 

 

 


 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

 

• Ao contrário do Aiolia do G, o Aiolia da fic ta mais pro do Kurumada, que acreditava na traição do Aiolos. Aqui ele sabe que tem que odiar o irmão, mas, por mais que tente, ainda o ama.

• O túmulo do Aiolos é mais um recurso simbólico. Pode ser que seja ele mesmo, pode ser que não.

• Usei um conceito de LoS que sempre achei que fazia todo o sentido. Mas é uma personagem que não aparece nos eventos do clássico, logo... :rolleyes:

• A ideia inicial era que o papo do Aiolia em relação a missão fosse com a Marin, mas pra isso teria que dar umas desviadas sinistras de percurso e achei melhor encaixar o Debas.

• A trama se passa 5 anos antes dos eventos do clássico. Considerando o retcon do ND, é no ano 1985.

• Como aumentei a idade dos cavaleiros de ouro, fiz o mesmo com os de prata. Nessa parte da trama, eles tão com a mesma idade que teriam na obra do Kurumada

 


 

Próximo capítulo:

 

Sagitta, Horologium e Cérbero são surpreendidos com a intervenção de um cavaleiro de ouro em uma missão.

 

 

Editado por Meikai
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Capítulo focado no Aiolia, onde vemos como o personagem está reagindo mediante a traição do irmão. Legal que você procurou deixar bem claro e confirmou depois, de que ele está bem mais voltado ao estilo do Kurumada, embora certas características do Okada também estejam presentes (Como por exemplo ficar sendo enviado em todo o tipo de missão. Nesse caso você explicou que foi porque o Grande Mestre meio que queria se livrar dele) e curti a justificativa disso.

 

A interação entre Aiolia e Aldebaran foi bem inesperada, gostei do modo como foi conduzida, especialmente por serem personagens que nunca vimos juntos sozinhos. Enfim, acho legal também o clima de informalidade que procura passar, introduzindo um assunto de mulheres ali no meio, com as casas agindo como Mansões mesmo, como em Ep.G, onde além de moradas de guerra, são aposentos de verdade e com o Aldebaran se mostrando não ser um personagem assexuado, como 99% dos de Saint Seiya. Aiolia sem graça foi bem engraçado, especialmente pelo jeito dele todo "coxinha" da sociedade.

 

No mais, achei também legal ver que Saga engana o pessoal do Santuário de forma muito mais crível, igual em LoS, inserindo uma criança/jovem como Atena, mesmo não sendo, de verdade, acaba tornando o mandado irregular dele ainda mais convincente. E diminui cada vez mais as crenças nele ser um traidor. Bem, veremos. E o mini spoiler do próximo capítulo já me deixou empolgado, com Cavaleiros de Prata (Um inédito, já que não tivemos Relógio no clássico. Imagino que Sagita e Cérbero sejam Ptolemy/Maya /evil e Dante) e um Dourado interferindo. As sutis referências ao Mei de Cabeleira e a criada de "Atena" não me passaram despercebidas. Aliás, você pretende utilizar as Concumbinas do anime clássico como criadas de Atena ou as Saintias mesmo?

 

Parabéns e abraço, Meikai!

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Oi Mekai como andas?

 

O cap focado no aiolia foi interessante, vimos como ele tem sentimentos mistos em relação ao irmão é realmente o tumulo deixou um ar misterioso, assim como no clássico é possível que aiolos não esteja neste tumulo, gostei desta dúvida pq dá a esperança de vermos sagitário novamente eu gostaria disso já que divergiria do clássico

 

A conversa entre o debas e o leão foi interessante, da impressão que poderemos ver Mei na sua fic o que me deixa bem ancioso( aliás o pijama do touro não passou desapercebido será que o cara é palmeirense 😄)

 

O final foi interessante mas gostaria que vc não tivesse revelado que a criança é uma impostora afinal assim podíamos ficar com uma dúvida por mínima que seja, um mistério na minha opinião seria mais interessante

 

Mas enfim vamos ver como o prof cap vai transcorrer

Parabéns é até a próxima

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  • 2 semanas depois...

@nikos

Hi o/ Resposta um pouco atrasada pq andei bem sem tempo e tal kkk

Você ta certo quanto a casa de gêmeos, mas é que Aminata embora saiba muita coisa, não tava por dentro de tudo especificamente, então ela deve ter concluído que se tratava de um lugar. Mas gosto de pensar no labirinto tbm como uma espécie de outra dimensão, como se vc pisasse lá e fosse parar em outro lugar através do poder do cavaleiro de Gêmeos.

A masmorra de escorpião foi bem pensado no Milo e no Kardia mesmo e nisso que você falou. A técnica deles se encaixa bem nesse fim, além das personalidades.

O fato dos outros não serem convocados foi truque do Saga mesmo hahaha como se quem fosse pra lá fossem cartas marcadas. Provavelmente mais sobre os bastidores desse julgamento serão revelados futuramente. Está certo sobre o povo gostar de um bom circo, o Grande Mestre tinha consciência disso, por isso apelou pro julgamento. XD

Valeu por acompanhar e até a próxima ^^

Capítulo focado no Aiolia, onde vemos como o personagem está reagindo mediante a traição do irmão. Legal que você procurou deixar bem claro e confirmou depois, de que ele está bem mais voltado ao estilo do Kurumada, embora certas características do Okada também estejam presentes (Como por exemplo ficar sendo enviado em todo o tipo de missão. Nesse caso você explicou que foi porque o Grande Mestre meio que queria se livrar dele) e curti a justificativa disso.

 

A interação entre Aiolia e Aldebaran foi bem inesperada, gostei do modo como foi conduzida, especialmente por serem personagens que nunca vimos juntos sozinhos. Enfim, acho legal também o clima de informalidade que procura passar, introduzindo um assunto de mulheres ali no meio, com as casas agindo como Mansões mesmo, como em Ep.G, onde além de moradas de guerra, são aposentos de verdade e com o Aldebaran se mostrando não ser um personagem assexuado, como 99% dos de Saint Seiya. Aiolia sem graça foi bem engraçado, especialmente pelo jeito dele todo "coxinha" da sociedade.

 

No mais, achei também legal ver que Saga engana o pessoal do Santuário de forma muito mais crível, igual em LoS, inserindo uma criança/jovem como Atena, mesmo não sendo, de verdade, acaba tornando o mandado irregular dele ainda mais convincente. E diminui cada vez mais as crenças nele ser um traidor. Bem, veremos. E o mini spoiler do próximo capítulo já me deixou empolgado, com Cavaleiros de Prata (Um inédito, já que não tivemos Relógio no clássico. Imagino que Sagita e Cérbero sejam Ptolemy/Maya /evil e Dante) e um Dourado interferindo. As sutis referências ao Mei de Cabeleira e a criada de "Atena" não me passaram despercebidas. Aliás, você pretende utilizar as Concumbinas do anime clássico como criadas de Atena ou as Saintias mesmo?

 

Parabéns e abraço, Meikai!

Hey Gustavo o/

Apesar de não ser dos mais burocráticos, Aiolia é bem certinho mesmo hahahaha Ele cresceu de baixo da asa do Santuário e sempre esteve ciente do que queria ser. Já Aldebaran pode ter tido um passado mais mundano, conhecendo certos prazeres que os cavaleiros são privados (ou deveriam ser /evil ). Sim, curto a pegada do Episódio G pro santuário e me baseio muito por lá, acho que faz mais sentido.

Aham, sempre achei meio sem sentido os cavaleiros passaram 13 anos sem ver a deusa que seguem, ainda mais com boatos sobre traição rondando o Santuário. Quando vi a Atena fake em LoS, percebi que eu não era o único kkkkk

É uma concubina mesmo, mas pensei em usar referências de saintia tbm. Queria muito usar a Mayura, por exemplo, mas como ela ainda ta viva e pode ser explorada pela Kuori, to deixando na geladeira. A ideia de umas saintias falsas me parecem interessante hmm

O próximo capítulo será bem legal, to gostando de escrevê-lo, mas ta ficando longuinho. Inicialmente, aquele spoiler do final seria tipo um trailer de temporada de TWD, cheio de promessas, pra no final /lua /arma O capítulo, na verdade, teria como foco um cavaleiro de ouro e os prateados seriam usados só para introduzir um elemento da mitologia da fic e como enrolação até um plot no final, mas, quando comecei a escrever, percebi que seria mil vezes mais divertido explorar os cavaleiros de prata e excluir o tal plot, explorando-o depois. No fim, foi a melhor coisa que fiz, pois tinha umas ideias que pareciam bem chatinhas de narrar se o pov fosse do tal cavaleiro de ouro. Além do mais, poderei adicionar um pouquinho de ação na fic. ^^

Abraços e até mais.

Oi Mekai como andas?

O cap focado no aiolia foi interessante, vimos como ele tem sentimentos mistos em relação ao irmão é realmente o tumulo deixou um ar misterioso, assim como no clássico é possível que aiolos não esteja neste tumulo, gostei desta dúvida pq dá a esperança de vermos sagitário novamente eu gostaria disso já que divergiria do clássico

A conversa entre o debas e o leão foi interessante, da impressão que poderemos ver Mei na sua fic o que me deixa bem ancioso( aliás o pijama do touro não passou desapercebido será que o cara é palmeirense )

O final foi interessante mas gostaria que vc não tivesse revelado que a criança é uma impostora afinal assim podíamos ficar com uma dúvida por mínima que seja, um mistério na minha opinião seria mais interessante

Mas enfim vamos ver como o prof cap vai transcorrer
Parabéns é até a próxima

Bem Fimbul, principalmente agora que to um pouco menos atarefado ^^

Sim, quis deixar isso do túmulo do Aiolos no ar. no fim, foi só um lugar que o Aiolia achou que poderia confrontar seus sentimentos. Será que o Debas além de touro, é porco? Eu procurei inspirações em uns trajes dos anos 80 pra "compor" esse visual, por isso o shortinho bem curto hahaha

Será que teremos o Mei? \o/

Tem razão, agora que disse não deveria ter entregado tanto. Achei que era meio óbvio que era fake, mas poderia ter deixado no ar algo como a fic se tratar de um universo totalmente diferente e tals.

Valeu e até mais. o/

Editado por Meikai
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  • 2 semanas depois...

@Nikos

Hey o/ Respondendo pra depois postar o próximo cap. Sim, como o Saga, teoricamente, desapareceu, passou a ser considerado desertor, o que é considerado crime. Daí o Saga tem que manter as aparências né. XD

A questão da castidade eu lembro ter lido uma vez naquele bloco(?) em que o Shion respondia perguntas de fãs. Alguém havia perguntado sobre Aiolia e Marin e a resposta dele meio que foi nesse sentido, que os cavaleiros não se relacionam com ninguém (pelo que lembro. Faz tanto tempo que posso estar enganado hahaha), devem viver apenas por Atena e etc. Também tem a cena que a Shina se declara pro Seiya em que, ao sentir o cosmo dele, ela fala que se declarar pra ele teria sido uma bobagem, pois ele era um homem que foi fewito para servir a justiça (algo assim). Fora isso, embora nunca tenha sido citado nada concreto mesmo, achei que seria algo bacana de se introduzir na fic, pra mostrar que o Santuário é um lugar bem dogmático. E, se a gente for ver, faz sentido. A própria história do Orpheu mostra isso, já que ele deixou de priorizar Atena por causa de um amor.

 

Essa fala do clássico (de Atena não poder ser vista) eu tbm tava ligado. Por isso que quando a menina aparece é meio que no susto, ela estava fugindo de algo? Veremos como o Saga vai lidar com ela ^^

 

Até o próximo cap e obrigado o/

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS:

 

• Demorou um pouco pra sair, mas acabou ficando um tanto longo.

• Esse capítulo seria contado através de outro ponto de vista, mas resolvi mudar para que os cavaleiros de prata aparecessem. No fim, a história segue como previsto, só que vai de um acontecimento ao outro e não o contrário.

• Como o personagem que o protagoniza é novo e não irá se autodescrever, vou por imagens pra facilitar mais ou menos uma visão sobre ele.

 

http://data.whicdn.com/images/131644785/original.gif

Galileo - 16 anos

 

Galileo

 

– É inútil! Estou de saco cheio desse lugar! – Ptolemy bravejou. Tinha os braços cruzados e o queixo tremendo de frio. Sobre o emaranhado negro a qual ele chamava de cabelo, havia pequenos flocos de neve, que devem ter caído dos enormes pinheiros que os cercam por toda a parte.

 

Por mais que Galileo não quisesse admitir, Ptolemy estava certo. Já fazia um mês que eles conviviam com os moradores do vilarejo Pandorica, um pequeno aglomerado de casas cercado por uma densa floresta de coníferas ao norte do Canadá, e, nesse tempo, nada de anormal aconteceu.

 

Como fazia todas as noites, o trio de santos de prata patrulhava os arredores da vila. E, como todas as noites, aquela parecia ser mais um desperdício de tempo.

 

– Talvez o Dante tenha mais sorte... – O santo de Horologium respondeu, assistindo a nuvem branca que saíra de sua boca dissipar contra o ar gelado. Tanto ele quanto Sagitta trajavam suas armaduras de prata abaixo dos mantos de couro, mas escondiam os seus cosmos.

 

– Logo irá amanhecer. Vamos embora, isso é perda de tempo. – Sagitta sugeriu, parando de caminhar.

 

Antes que Galileo falasse qualquer coisa, os dois foram atravessados por uma rajada congelante que deixara sobre os seus corpos uma fina camada de neve, forçando os mesmos a limparem os olhos.

 

– Eu odeio esse país, novato. Eu odeio a América! – Ptolemy se sacodia enquanto praguejava. – Vou voltar para o vilarejo. Vamos logo.

 

Galileo nascera em Londres e, por tanto, não encarava o frio intenso daquela região da mesma forma que o seu companheiro, que viveu toda a sua vida em lugares bem quentes. Quando foram encarregados daquela missão, Sagitta ficou bem contente com a oportunidade de conhecer a América, mas parece que o Canadá fez com que o rapaz criasse uma má impressão do continente.

 

– Eu... vou ficar mais um pouco. – Galileo respondeu. É o nosso dever, Lemy. É minha primeira missão para o Santuário, não posso simplesmente ir embora!, complementou mentalmente.

 

– Tem certeza!? – Sagitta exclamou, franzindo o cenho. – Que seja, não irá encontrar nada mesmo.

 

Galileo acompanhou com os olhos os passos lentos e cuidadosos do companheiro, que deixara um rastro por entre os pinheiros gigantes até que, enfim, desaparecesse de sua vista na imensidão branca que predominava no lugar.

 

A noite estava silenciosa, como de praxe no inverno, mas não tão fria como nos dias anteriores. Galileo caminhou por entre as árvores sem nenhuma pressa, olhando para os lados de tempo em tempo. Passada a euforia por ter dispensado o cavaleiro de Sagitta, o novato percebeu que estava, pela primeira vez desde que chegaram à América, sozinho e vulnerável. O poder ofensivo dele era inferior até mesmo ao de um santo de bronze, por isso, o mesmo sempre estava na companhia de outro prateado.

 

Bobagem... Lemy tem razão. Não há nada nesse vilarejo., pensou, parando de caminhar e olhando para o leste, Hora de voltar para casa.

 

Após os primeiros passos em direção de Pandorica, o santo de Horologium sentiu um cosmo conhecido e parara de caminhar. ...Dante?, perguntou-se, entrando em estado de alerta. Galileo sabia que o fato do santo de Cérbero romper com o estado de hibernação do seu cosmo só poderia significar uma coisa: Ele encontrou a caça.

 

Galileo correu em direção do companheiro. A capa que escondia a armadura de Horologium e protegia o corpo humano do cavaleiro contra o frio voara pelo ar até encontrar o galho de uma árvore. Ela não era mais necessária, já que o fato do santo permitir que o seu cosmo ardesse, minimamente que fosse, fazia com que o frio da região não fosse suficiente para incomodá-lo.

 

Encontrou Dante no centro de uma clareira que devia ter o tamanho de uma pequena quadra de futebol. Em posição defensiva e de costas para ele, o santo de Cerberus trajava a armadura de prata e girava a sua corrente a poucos metros de uma enorme criatura.

 

Ele... existe mesmo, Galileo pensou, paralisado diante da criatura que passara dias procurando. O monstro humanoide, que devia ter uns 3 metros de altura, possuía um corpo quase esquelético e uma pele enegrecida. As pernas eram longas, mas os braços magros eram ainda maiores, tão grandes que, por pouco, não tocavam o chão. O que mais chamava atenção, porém, eram os olhos da fera, de um amarelo vibrante, lembrando olhos de gato brilhando no escuro.

 

http://i.imgur.com/syx35nk.jpg

 

 

 

 

– Mr. Smith! – Ouviu uma voz doce e agradável soar ao seu lado, percebendo que Dante e a caça não eram os únicos presentes naquela clareira. Olhou em direção da voz, desviando a atenção da batalha, e focando na figura da bela Valentina.

 

– Senhorita Walker. O que faz aqui? – Galileu respondeu, boquiaberto. Valentina trajava roupas volumosas para se proteger do frio e, mesmo assim, continuava bela. Os cabelos dourados e lisos estavam soltos, o que era raro de se ver. A ponta do nariz estava vermelha, provavelmente devido a alguma coriza, e os belos olhos verdes arregalados, evidenciando o medo que era perceptível através de suas mãos trêmulas.

 

– Eu e... o Dante marcamos de nos encontrar aqui, longe dos olhos da comunidade... – A jovem respondeu, e suas bochechas brancas como a neve logo adquiriram uma tonalidade rosa. – Mas essa coisa apareceu por entre as árvores! O senhor também está vestindo uma armadura... o que significa isso?

 

Dante, seu cretino..., já tinha reparado no interesse do colega pela canadense, mas não imaginava que os dois se encontrassem na calada da noite. E nem poderiam... a não ser que fosse um truque para reforçar o disfarce.

 

– Somos Santos de Atena. – Galileo respondeu, mas aquilo provavelmente não fazia sentido para Valentina. – E aquilo é o motivo de nós estarmos aqui.

 

– San...tos? Atena, a deusa grega? – Valentina repetiu em um tom confuso, depois direcionou seu olhar para frente. – Mas o que é esse monstro?

 

Dante e a criatura ainda se encaravam no mesmo lugar. Estavam relativamente distantes da dupla e pareciam conversar algo que Galileo não era capaz de ouvir.

 

– Eles receberam muitos nomes ao longo da história. – O santo de prata começou a responder, sem tirar os olhos da batalha a sua frente. – É uma raça praticamente extinta, predadora natural dos seres humanos. Já foram chamados de vrykolakas, strigois... Acredito que vocês os conheçam como... vampiros.

 

– Vampiros!? – Valentina exclamou, levando a mão à boca. – Mas eles não bebem sangue e se transformam em morcego?

 

Nesse instante, o vrykolaka deu um enorme salto em direção de Dante, apontando um dos seus punhos em direção do cavaleiro. Galileo entrou em estado de alerta, assistindo o companheiro apenas desviar do ataque sem dificuldades.

 

Ele está brincando!, constatou. Ele poderia vencer a qualquer momento, mas prefere brincar. Por quê?.

 

– São muitas lendas ao redor do mundo, mas não há nenhuma 100% certa. – Galileo continuou a responder, estava claro que o companheiro não estava machucado e que daria conta do adversário sem a sua ajuda. – Eles não são mortos-vivos, possuem alma. Vivem bem mais que humanos comuns, é verdade, e se alimentam destes, mas não apenas do sangue. – O monstro voltou a investir, agarrando o tronco de árvore que estava no chão para lança-lo contra Dante. Galileo rapidamente se colocou em frente de Valentina. Se passar por Dante, poderá nos atingir. – Essa é a verdadeira forma deles, mas podem se disfarçar perfeitamente de um humano comum. Quando se alimentam de um ser humano, também absorvem todas as suas lembranças e habilidades, o que torna o disfarce ainda mais convincente.

 

Cerberus limitou-se a girar a corrente que estava em sua mão esquerda, dilacerando todo o tronco que vinha em sua direção. O vampiro então se aproximou dele, parando a poucos centímetros da corrente giratória. Aquilo não foi suficiente para intimidar Dante.

 

– Alguns relatos dizem que os olhos deles são cinza... – Galileo continuou. Estava sorrindo, confiante e orgulhoso do companheiro. – mas isso não é verdade... – A criatura projetou a língua para fora da boca cheia de dentes pontudos. Esta tinha uma cor esverdeada e, tal como os outros membros do seu corpo, alongava-se mais do que parecia possível. Como uma lança, a língua caiu sobre a cabeça de Dante, que desviou para o lado, fazendo com que a mesma beijasse a neve. Sem perder tempo, Dante deu um soco na barriga do vampiro, fazendo-o se ajoelhar. Depois foi para o lado do monstro e ficou esperando que ele levantasse. Nesse instante, a criatura pôde encarar Galileo e Valentina de frente, sendo possível ver melhor os seus vibrantes olhos amarelos. – São amarelos e essa pode ser a única característica que possuem em comum.

 

O vampiro se ergueu e partiu para tentar acertar o cavaleiro de Cerberus com uma sequência de socos e chutes, este apenas desviou de todos sem a menor dificuldade, sequer usou suas correntes. Está se exibindo... Será que é pra Valentina?

 

– Sabe por que costumam dizer que itens feitos de prata são efetivos contra esses monstros? – Galileo perguntou, sorrindo. Valentina balançou a cabeça negativamente.

A corrente de Dante se enrolou no braço esquerdo do monstro, sendo possível ver os espinhos da maça fincarem sobre a sua carne. Parecia que o santo de Cerberus havia cansado de brincar.

 

– É porque desde eras mitológicas... – Dante puxou a sua corrente, arrancando todo o braço do vampiro que, em resposta, deu um grito de dor. Parecia humano, parecia uma fera. Enquanto ele agonizava, o seu sangue jorrava sobre o chão. – Somos nós, santos de prata, os responsáveis por exterminar essas raças podres do mundo!

 

Dante girou a sua corrente com a mão direita e, de repente, uma chuva de maças foi lançada contra o corpo do vrykolaka. Onde elas tocavam, deixavam uma cratera, no fim, nada restou do corpo do monstro.

 

– Foram... várias? – Valentina exclamou, chocada.

 

– Não. É apenas uma. – Galileo respondeu. – Apesar de todos esses músculos, o poder do Dante não está na força e sim na velocidade. Ele acabou de desferir uma grande quantidade de golpes por segundos, o que deu a impressão de haver mais de uma maça.

 

Ao abater a caça, Dante, enfim, direcionou o seu olhar para os dois que estavam assistindo. O cavaleiro acenou e Galileo, sorrindo, foi ao seu encontro. Valentina o acompanhou com passos curtos.

 

– Você já havia visto um desses antes? – A jovem perguntou, curiosa.

 

– Não... – Ele respondeu, ainda caminhando. – Nenhum de nós, se quer saber. O santuário acreditava que eles já haviam sido extintos.

 

De repente, por breves segundos, todos os músculos do corpo de Galileo pararam. Ele sentiu uma poderosa energia penetrar o seu corpo e arrepiar todos os pelos que o cobrem. Jamais havia sentido algo assim.

 

Isso é... um cosmo.

 

– O que houve, Mr.Smith? – Valentina quis saber o motivo de o prateado ter parado de caminhar. A dúvida fez com que o coração dele voltasse a bater em um ritmo normal e a consciência voltasse para aquele lugar.

 

– Dante! – Ele chamou, ignorando-a. Galileo correu e chegou até o companheiro de prata. – Você também sentiu isso? – Perguntou, olhando em direção do vilarejo.

 

– Sim... Mas eu não entendo... o que ele poderia estar fazendo aqui? – Cerberus fez uma pergunta que obviamente não era para o santo de Horologium. Este deu uma rápida encarada no rosto do companheiro, percebendo a tensão em seu cenho franzido. O olhar dele também estava voltado para Pandorica. – O que você fazia com a Valentina sozinho a essa hora da noite?

 

Como? Era você quem estava com ela. Ao direcionar o seu olhar novamente para Dante, percebeu algo apavorante. Os olhos dele estavam arregalados e um pouco de sangue escorria de sua boca. Assustado, Galileo deu alguns passos para trás, tropeçando e caindo com a bunda da neve. Do chão, pode ver cinco raízes pontudas saírem da barriga do seu companheiro, deixando rombos da grossura de bolas de gudes no corpo do cavaleiro.

 

– Dante!! – Exclamou enquanto o companheiro caia com a cara no chão.

 

– Meu amado filho... Ele matou meu amado filho. – A voz era da Valentina, apesar de soar mais esguichada que antes.

 

Foi uma armadilha!, Galileo concluiu, levando os dedos trêmulos até o disco alojado em seu braço esquerdo. Tenho que... Tenho que..., começou a se apavorar. Dante estava inconsciente e ele, sozinho.

 

O tom de voz não era a única coisa que estava diferente na infeliz. As raízes que saíram da barriga de Cerberus eram, na verdade, os dedos dela. Até o cotovelo, o braço direito da mulher tinha a cor branca de sua pele, humana, mas, a partir desse, era como se uma nova criatura brotasse do seu membro. Os cabelos, outrora dourados, se tornaram vermelhos como o sangue de Dante que tingia a neve. E os olhos tinham o mesmo amarelo que o da criatura de antes.

 

Eu sou... inútil. Pensou o cavaleiro, todo o orgulho e confiança de minutos atrás foram embora. Por que não mandaram os gêmeos?

 

– Vocês cavaleiros... Bando de genocidas! Como me encontraram aqui? – A mulher bradou, enquanto a pele do seu outro braço se rasgava por inteiro, dando lugar a outro, maior e mais ameaçador. – Agora é sua vez, verme cinzento.

 

Eu vou morrer aqui...

 

Antes que as unhas afiadas da vrykolaka chegassem ao pescoço de Galileo, a mesma foi atingida por um vulto que o cavaleiro não fez ideia de onde veio. Com o impacto, a mesma fora lançada longe, cambalhotando no ar até que o corpo caísse no chão, deixando um rastro na neve por onde foi arrastado.

 

– O que pensa que está fazendo, novato? – Era a voz de Ptolemy, que estava bem a sua frente. Em um misto de vergonha e alívio, os olhos de Galileo se encheram de lágrimas ao ver o companheiro. – Nós somos um time. Você é um santo de Atena, comporte-se como tal! Faça o que você treinou para fazer.

 

E com essas palavras, Sagitta avançou em direção da criatura. Nós somos um time, a voz de Ptolemy ecoara na cabeça de Galileo. Não podia mais se acovardar, tinha que despertar o seu poder.

 

O santo de Horologium se levantou, fechou os olhos e levou a mão direita até o braço esquerdo, sentindo o sangue ferver em seu interior como se ele fosse uma panela de pressão prestes a explodir. Ao abrir os olhos, seu corpo estava envolvido por uma discreta aura prateada e a explosão enfim começava a acontecer. O milagre do cosmo.

 

“Time Crash”, Galileo disse mentalmente, fazendo o disco acoplado em sua armadura brilhar. O relógio de prata com detalhes em ouro teve o seu ponteiro girando em sentido anti-horário ao mesmo instante em que o corpo de Dante fora envolvido por uma luz esbranquiçada. Pequenas réplicas do relógio apareceram nos locais em que Cerberus fora ferido e, em segundos, os ferimentos do mesmo foram fechados.

 

– Dante. – Horologium disse. O relógio em sua armadura continuou a girar e o cosmo do cavaleiro continuou ativado.

 

– Finalmente. – Ele respondeu, levantando-se do chão como se nunca tivesse sido atingido. – Agora, deixe-me ir acabar com aquela vadia.

 

Nesse instante, Galileo se lembrou de Sagitta e Valentina. Já não era mais possível reconhecer a jovem canadense naquele monstro que lutava com Ptolemy. A estrutura do corpo era bem parecida com a do monstro que Cerberus derrotara, mas aquela tinha um par de asas negras semelhante a dos morcegos. O cabelo vermelho esvoaçava com as suas tentativas de acertar o cavaleiro de prata com seus golpes. De repente, a mesma parou e começou a girar, debatendo seus braços no ar como se protegesse o rosto de insetos.

 

Ela foi pega, é a ilusão de Sagitta., pensou enquanto se aproximava da luta ao lado de Dante.

 

Os dois prateados chegaram a tempo de ver Lemy mirar o seu punho em direção da vampira e projetar uma flecha prateada da armadura, acertando no ombro da criatura que gritara de dor.

 

Livre da ilusão, Valentina encarou os três cavaleiros de prata com seus olhos amarelos e, então, alçou voo.

 

Rapidamente, Dante lançou a sua corrente em direção da criatura, acertando uma de suas pernas e a impedindo de fugir.

 

– Sagitta! – Cerberus gritou, segurando a sua corrente com firmeza.

 

– Malditos sejam!! – Valentina bradava enquanto se debatia no ar.

 

Ptolemy mirou seu braço esquerdo novamente e, naquela vez, não errou o alvo. A flecha de prata atravessou a cabeça de Valentina como se fosse um tiro, fazendo-a cair no chão igual uma fruta podre.

 

Conseguimos! Galileo pensou, voltando a sorrir ao lado dos companheiros.

 

– Será que tem mais algum? – Ele perguntou enquanto Dante dizimava o corpo da vrykolaka com suas maças.

 

– Acredito que não... – Lemy respondeu, assistindo o companheiro golpear o corpo da infeliz incansavelmente. – Se tiver, devem ter fugido ao sentirem nosso cosmo.

 

– Nossa missão era descobrir a identidade deles e eliminá-los antes que fizessem desse vilarejo um ninho. Se um deles tiver fugido, terá sido um fracasso. – Galileo rebateu, mordendo o lábio inferior e levando a mão direita ao queixo.

 

– Não enche, novato. Essa deveria ser a mãe. Vamos voltar para casa. – Galileo sabia que a casa que o companheiro estava se referindo não era o casebre que estavam hospedados em Pandorica, mas sim o Santuário.

 

– Pronto. Podemos ir. – Dante falou, voltando em direção dos dois.

 

No caminho até Pandorica, os três tentaram descobrir o que acontecera ali. Dante falara que quando percebeu que Galileo estava atrás dele, Valentina já estava com ele, fazendo-o concluir que os dois estavam juntos o tempo todo. Os três chegaram a conclusão que os dois vampiros tentaram emboscar Cerberus, que estava sozinho e que, quando perceberam a presença de Horologium, a fêmea planejou um ataque surpresa.

 

Quando chegaram no vilarejo, o dia já estava clareando e uma neblina começava a se formar sobre os seus pés. Cercado pela floresta e situado na beira de um rio, Pandorica era o local perfeito para servir de esconderijo e ninho de vrykolaka: quase não recebia visitantes e tinha pouco mais de 200 habitantes morando em simples casas de madeira com os seus telhados cobertos de neve. O trio adentrou por uma entrada na extrema esquerda da vila, encontrando um local bastante silencioso. Mais que o normal, sendo que o único som audível era o ponteiro da armadura de Horologium que continuava a girar sem parar.

 

– Vejam aquilo! – Dante apontou para um corpo caído a alguns metros dele.

 

Os três correram até lá. Estava deitado de costas e, embora as roupas pesadas escondessem o formato do corpo, foi possível deduzir se tratar de um idoso devido aos cabelos brancos.

 

– Senhor... você está bem? – Galileo perguntou em um tom de preocupação. O rapaz ajoelhou na neve e puxou o corpo caído contra o seu, tendo uma incrível surpresa.

 

– Não tem... rosto! – Ele exclamou, boquiaberto. Sentiu um frio percorrer a sua espinha enquanto. Quem poderia ter feito algo assim?, perguntou-se, verificando as entranhas da vítima e percebendo que estavam no lugar.

 

– Será que foram... eles? – Ptolemy questionou, com os olhos arregalados. Provavelmente se referia aos vampiros.

 

Galileo se deu conta de que estava começando a ter dificuldades para respirar, primeiros sinais de exaustão. O cosmo ainda estava ativado, derretendo os flocos de neve que vez ou outra eram trazidos pelo vento de cima das casas e caiam sobre ele.

 

– Dante... – Sagitta falou, encarando Galileo. – Seu ferimento foi muito grave?

 

O cavaleiro de Cerberus parecia estar com a mente distante, encarando a imagem da velha sem face.

 

– Desative, Leo. – Dante falou, seco.

 

– Mas... – Horologium protestou.

 

– Não se preocupe, vá, se não seremos eu e você para o Sagitta dar conta. – Ele insistiu.

– Dante, eu...

 

– Chega, novato. – Sagitta interveio. – É a sua primeira missão, certo. Mas já está na hora de parar de agir como um amador.

 

Galileo abaixou a cabeça, encarando o corpo sem vida da senhora em seus braços. Ele está certo, tentou se convencer, cerrando o punho trêmulo. Respirou fundo e ergueu a cabeça, desativando a técnica logo em seguida. Quando os ponteiros do relógio pararam, Dante cuspiu um punhado de sangue e os ferimentos abertos por Valentina, estrategicamente em uma área desprotegida pela armadura, voltaram a aparecer na barriga do cavaleiro, forçando-o a se ajoelhar no chão.

 

Ptolemy pegou um dos braços do santo machucado e o envolveu atrás do seu pescoço. Com o braço livre, Dante tentava estancar o sangue que saia dos ferimentos. Embora o santo de Cerberus fosse mais alto e musculoso que os dois companheiros, Sagitta parecia dar conta do seu peso.

 

– Nós falhamos... – Galileo murmurou, segurando na mão enrugada da idosa. Aquela poderia ser a amigável senhora Wilson, dona de uma deliciosa sopa de carne, ou então a senhora Green, que sempre se oferecia para lavar as roupas deles. – Dante, Lemy, nós falhamos.

 

– Esqueça, novato. Temos que chegar logo ao Santuário ou... – Sagitta começou a responder, sendo interrompido por uma voz que vinha de trás de Galileo.

 

– Sim, falharam. – Falou. Era um tom grave, seco e imponente. – E me fizeram ter que vir até esse lugar deprimente pra fazer o trabalho de vocês.

 

Galileo virou para trás, vendo um homem de cabelos grisalhos e uma reluzente armadura dourada caminhando na direção do trio.

 

Aquele cosmo monstruoso..., lembrou-se do momento que precedeu o ataque de Dante. Então era dele, Máscara da Morte, cavaleiro de ouro de Câncer!

 

– Sentimos muito, Sir – Sagitta murmurou, abaixando a cabeça.

 

– Mes... Mestre – Dante murmurou, também abaixando a cabeça. Ao contrário de Lemy, o seu gesto não aparentava ser uma reverência. – Nós matamos dois deles.

 

– Então você foi ferido por uma criatura que sequer domina o cosmo? – A capa do cavaleiro de Câncer esvoaçava com o vento. – Que decadente, Dante.

 

Galileo, então, começou a entender o que havia acontecido enquanto eles estavam fora. Ele matou todos da vila!, lembrou-se do mês que estiveram ali, convivendo com todos os moradores dia após dia, e seus olhos voltaram a se encher de lágrimas, dessa vez, de raiva.

 

– Sir... – Galileo murmurou, erguendo a cabeça e encarando o cavaleiro para falar o resto da pergunta: – Você matou a todos?

 

O santo de ouro o olhou de cima a baixo, franziu o cenho e, então, respondeu:

 

– E esse aqui, quem é? – Perguntou, voltando a caminhar. Passou por Galileo e seguiu até ficar de frente de Dante e Ptolemy. – Vejam que prático. Em poucos segundos, resolvi o problema que vocês não resolveram em um mês. Se houvesse um monstrengo aqui, teria morrido.

 

Galileo não acreditou no que acabara de ouvir. Como pode ser tão filho da puta?.

 

– E se não houvesse nenhum, sir? – Perguntou, atrevido. Deixara o corpo da velha desconhecida na neve para se por de pé.

 

O cavaleiro de Câncer deu de ombros.

 

– Bem... – Não havia nenhum remorso em sua voz. – Você me culpa, moleque? Mas, até onde eu sei, foram vocês que mataram essas pessoas. Se tivessem sido mais eficientes, essa bomba não precisaria ser... – Antes que ele terminasse de falar, Sagitta o interrompeu.

 

– Sir, por favor, leve o Cérbero até o Santuário. – Pediu. – Nós ainda demoraremos muito para chegar lá.

 

Ele está certo..., Galileo pensava, fechando os dois punhos com força Foi nossa culpa. Aquele homem era, sem dúvidas, a coisa mais fria de todo o país.

 

– Levante-se, Dante. – O canceriano pediu, aparentemente entediado.

 

O cavaleiro de prata elevou um pouco seu cosmo e então se pôs de pé. Aquele ferimento seria suficiente para matar um homem comum, mas não um santo como ele. Ao menos em curto prazo.

 

– Não deveria, mas farei esse favor. – Posicionou-se ao lado de Dante, tocando o ombro do mesmo. – Mas vê se não sai por ai dizendo que eu cheguei a treiná-lo algum dia.

 

De repente, os dois desapareceram, restando no vilarejo apenas o santo de horologium e sagitta.

 

Uma rajada de vento atingiu os dois, que permaneceram em silêncio por um minuto.

 

– Bem, vamos né. – Ptolemy interrompeu o silêncio.

 

– Não! – Galileo protestou. – Vamos enterrar os mortos. Pelo menos isso.

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

 

• amardura de Relógio é, mais ou menos, assim:

 

http://img03.deviantart.net/f9b8/i/2012/168/6/b/new_silver_saint_by_camilleaddams-d53ssrm.jpg

 

Tirando esse disco atrás. O que importa é o disco(Relógio) no braço

 

• Os vrykolaka são lendas reais, mas, no universo dessa fic, tem características próprias. São bem próximos dos yomas de Claymore (que possivelmente foram baseados nessa lenda tbm), incluindo os olhos amarelos. Aqui, eles são uma raça, como os lemurianos, e podem ou não voltar a aparecer mais pra frente, a ideia foi apenas pra vermos a ação do santuário no mundo e o protagonismo dos prateados.

• A técnica do Galileo é baseada em D.Gray-man. A intenção é termos um cavaleiro suporter, que é ideal como espectrador de lutar hahaha

• Galileo inicialmente se chamaria John, mas achei que ficaria muito Jon, então mudei.

Editado por Meikai
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  • 2 semanas depois...

@Nikos o/

Os capítulos ficarão sem nome mesmo hahaha, mas, teoricamente, esse seria o capítulo 2, contando o prólogo, é o 3.

 

O Ptolemy é o Tremy mesmo. Também fiquei confuso quando fui escrever, percebendo que o nome do personagem havia sido adaptado aqui no Brasil. Não gosto muito como Ptolemy deve soar, mas acabei optando pela grafia original mesmo XD Mas você tem razão, deveria ter especificado quem era cavaleiro de que no começo.

 

Sobre essa técnica do Galileo, é o seguinte: Ele pode "retornar/rebobinar" o tempo (desde que seja de um evento muuito recente), assim, os cavaleiros que estão afetados pelo efeito do seu golpe não sofrerão ferimentos. Entretanto, essa "cura" não é permanente. Todos os ferimentos que os cavaleiros vierem a sofrer durante a batalha, serão reclamados pelos seus corpos assim que a técnica for desativada. Sim, o Galileo precisa ficar queimando o seu cosmo o tempo todo para garantir que o tempo do seu aliado afetado seja "congelado", o que gera um desgaste tremendo (tipo aquelas cenas da Saori/Sasha queimando os seus cosmos para criar alguma barreira). Enfim, não sei se deu pra entender, mas deve ir ficando mais claro lá para frente.

 

Sim, leio Shô e ficou bem parecido mesmo XD Foi meu jeito de introduzir o Máscara da Morte que leva influência da Kuori também. Entendo o porque de ter achado esse capítulo meio solto hahaha. Inicialmente ele seria focado no canceriano e serviria de introdução tanto do mesmo quanto do Galileo. Não acabaria aqui, iriamos para outro lugar onde seria dado inicío a um outro plot que seria resolvido mais para frente. Um spoiler inofensivo: Máscara da Morte será um personagem chave para desenrolar o "plot principal" da trama, por isso sua aparição. Como o capítulo foi sob a perspectiva do Relógio, saberemos o destino do dourado depois.

 

O tempo desse cap é o mesmo do anterior, provavelmente algumas horas depois. No cap passado, Aldebaran cita que Máscara da Morte foi ao Santuário e depois saiu, foi a deixa para que ele foi lá e recebeu essa missão do GM, interferir no atraso dos cavaleiros de prata. A partir de agora, ficaremos nesse tempo mesmo, 9 anos depois da morte de Aiolos.

 

Fico feliz que tenha gostado, até a próxima ^^

 

 

 

 


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Gostei bastante do capítulo!

 

Curto bastante esse destaque dado aos Cavaleiros de Prata e achei bem interessante o modo como foi conduzido. A conversa casual entre Ptolemy e Galileo (Aliás, gostei do nome dele, bem antigo e achei condizente com a constelação do personagem e sua personalidade, pois suas habilidades não envolvem a força bruta e são de suporte) foi bastante interessante também, onde vemos mais da personalidade de um personagem clássico e original da trama.

 

Uma das coisas que o Masami infelizmente não fez foi dar o devido enfoque a todos os personagens que aparecem em seu mangá, então eu fico bastante feliz de ver fanfics que exploram mais esses guerreiros, principalmente os de Prata, que sempre aparecem como 'cumpridores de missão que perdem em batalha' e muito mal conhecemos suas personalidades e trejeitos. Curti o Ptolemy criticando a América e seu clima e também dele ser impaciente com novatos.

 

Dante também foi bastante explorado nesse momento, gostei também de vê-lo confrontando os Vrykolaka. Aliás, curti o mito deles, a explicação dentro da trama não ficou algo massante, pois você foi bem feliz em ter mesclado com as cenas de ação do capítulo. E o fato deles terem a Prata como 'fraqueza' ser uma espécie de gancho pro fato dos Argênteos terem sido chamados para a missão foi genial também.

 

Curti as habilidades (me lembrou um pouquinho o Tokisada a de retroceder o tempo e recuperar os ferimentos) do Galileo, pena que ele é inexperiente. A inserção do Máscara da Morte foi bastante oportuna e o fato dele ser mestre do Dante foi uma inserção genial. Gostei muito. E eu também senti um feeling Kuorístico na aparição do Canceriano e nos sentimentos do Galileo para com ele (Igual a Erda). O detalhe dos moradores sem rosto não me passou despercebido.

 

No geral, gostei bastante. Ansioso por mais informações sobre o roteiro e por mais capítulos. Abraço!

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  • 3 semanas depois...

Dos trabalhos postados recentemente no Fórum, dos quais dei início à leitura essa semana, decidi começar os comentários por esse.

 

Queria, antes de partirmos para o comentário em si, aproveitar para dar as boas vindas ao autor e parabenizá-lo pela coragem de estar aqui expondo, não só seu trabalho, como parte de si mesmo, já que acredito naquela premissa que toda estória, leva consigo, algo ou muito do seu autor.

 

Desejo ao autor perseverança para que não desanime com os percalços (inconstância na sua periodicidade, falta de comentários do público, falta (sua) de inspiração...) que cedo ou tarde desabarão sobre ele, após aquele surto de empolgação inicial, na decorrência do seu trabalho.

 

Da mesma forma que saiba tirar o melhor dos comentários que vier a receber. Nem sempre acontecerá do autor ouvir/ler o que gostaria e saber lidar com isso será determinante, não só para evolução gradativa da sua história, mas como também do seu amadurecimento como escritor.

 

A máxima aqui é não desistir e saber atender a todos os gostos sem fazer com que seu trabalho perca sua identidade.

 

E para encerrarmos essa conversa de bastidores...

 

Peço que não deixe de acompanhar os trabalhos dos outros escritores aqui no Fórum, principalmente os que se mostram em plena atividade como o autor, comentando sempre que puder e quiser. Não precisa ter pressa com isso e nem precisa fazer uma análise rebuscada do que leu. Seja sincero e escreva suas impressões sem se preocupar com constrangimentos como o tamanho daquilo que escreveu ou sua essência, se ela é ou não, inteligente. O importante aqui é comentar o que verdadeiramente sentiu ao ler, falar do que gostou e não gostou, de como isso mexeu com você, suas próprias teorias e por ai vai. Não se intimide com o tamanho de algumas histórias. Como eu disse, faça isso com calma e sempre comentando, em seguida, o que já tiver lido para não se esquecer ou desanimar de escrever depois. Proceder dessa forma que estou falando, além de prestigiar seus colegas e servir para que venham aqui também ler a sua história como agradecimento (é o que um de nós aqui gostava de chamar de ‘política da boa vizinhança’), poderá também despertar em você ideias para sua própria.

 

Passamos agora finalmente para a história em si (e me desculpe se acabei me alongando com aquilo que escrevi logo acima)...

 

Sua forma de passar para o papel/tela as ideias que permeia sua trama é bastante elogiável, principalmente, pela competência com relação aos preceitos da nossa língua portuguesa e na organização textual mediante uma boa estética de formatação. Existe ai uma boa química que conseguiu, até aqui, manter a dosagem certa entre uma escrita simples/objetiva com aquele requinte que permeia alguns pontos como as descrições, tudo, na medida certa.

 

Muito me agradou a pretensão da obra, que pelo que pude entender, trata do que houvera no clássico de Saint Seiya, mais precisamente dando enfoque nas lacunas de determinadas passagens. Minha simpatia também se deu pela coincidência que há com minha própria história (Crônicas de Athena) que, entre tantas coisas, como reinventar o universo de Saint Seiya, também trata do clássico e suas lacunas. Nesse ponto, as coincidências já começaram quase pelo título (não me passou desapercebido o fato do autor ter tido em mente nomear sua história com “algo do tipo Crônicas” mas acabara desistindo pelo excesso dessa nomenclatura que já havia).

 

Aproveitando que estamos falando de coincidências entre nossas histórias ri de orelha a orelha quando percebi que o autor também atribuíra a Aioros uma discípula, e que além do mesmo sexo da minha personagem, possuía até a mesma constelação (Columba ou Pombo, como preferir).

 

Mais adiante haveria outra coincidência quando, dentre tantos Cavaleiros de Prata a sua disposição para começar com ‘aventuras’, o autor optasse por Dante, algo que eu também acabara fazendo na minha trama.

 

Onde quero chegar com esses apontamentos é que tal coisa fatidicamente acontecerá quando você também passar a ler as histórias de outros aqui do Fórum, e provavelmente perceberá, como aconteceu comigo, o quanto prazeroso acaba sendo essa similaridade de ideias entre pessoas que sequer se conhecem ou tiveram contato anterior com a obra do outro.

 

Deixando isso de lado e indo adiante com as virtudes da história...

 

A química entre os personagens é impressionantemente perfeita.

 

Aminata e Timothy.

 

Dante, Ptolomy e Galileo.

 

Todos esses em suas relações/interações são bons exemplos dessa química que me refiro.

 

Se levarmos em conta que essas coisas foram trabalhadas com poucas oportunidades o feito se torna ainda mais memorável.

 

Parabéns!

 

Além da química favorável entre os personagens, tanto os já consagrados da obra de Saint Seiya, como os originais aqui apresentados pelo autor, mostraram-se com bom desenvolvimento, demonstrando certa profundidade que os fizeram literalmente mostrar-se ‘vivos’.

 

Personagens como Timothy, Aioria e Aldebaran são bons exemplos desse meu apontamento.

 

Aliás, o Cavaleiro de Prata de Corvo é meu personagem favorito até aqui.

 

Bem legal as Considerações no cabeçalho e rodapé de cada capítulo. Saber dessas curiosidades, particularidades e informações técnicas da história, além de fazer alguns conceitos arraigar e aumentar o conhecimento do leitor quanto à obra, estabelece certa interatividade.

 

Com relação ainda as Considerações, vale a nota, que algo que acabei não gostando das mesmas, foi o autor apresentá-las em ‘quotes’. Creio que uma formatação adequada seria melhor, nesse sentido, para apartá-la do texto da história.

 

As cenas de ação do último capítulo com o trio de Cavaleiros de Prata (Cérbero, Flecha e Relógio) considerei bastante boas. Em parte disso por todo o embasamento que permeio a batalha, dando não somente sentido a ela, como permitindo reviravoltas e surpresas.

 

As técnicas também foram do meu apreço, onde, desde suas descrições e funcionamentos, apresentaram-se com aquele algo mais para a história que se esperam delas.

 

Aqui destaco a técnica do Cavaleiro de Prata de Relógio:

 

Time Crash!

 

Elogios merecidos também devem ser remetidos a interatividade dos personagens com o cenário. Isso ajuda muito na tridimensionalidade de ambos tornando as cenas verossímeis para quem lê.

 

Seja durante momentos de ação ou de simples desenrolar da trama o autor foi muito competente nessa procedência, algo que considero, em particular, muito difícil de realizar para quem escreve e importante para que qualquer história seja bem sucedida.

 

Creio ser isso...

 

Para finalizarmos deixo a cá o meu abraço para o autor e votos sinceros de sucesso para sua obra.

Editado por Leandro Maciel Bacelar
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  • 3 meses depois...

Hey galera, to voltando depois de alguns meses ausente.

To terminando a graduação, daí esses meses tem me ocupado com a monografia (que ainda não terminei) e etc, o que me fez deixar a fic de lado. Porém quero continuar, ao menos começar a fic de fato, o que deve acontecer na próxima leva de capítulos /ND Já to na metade do próximo, que infelizmente me deu uns bloqueios criativos e colaborou com o atraso (sei o que quero fazer, mas não consigo encontrar uma forma de escrever. Pra piorar, quero passar logo por ele pois o próximo me deixa mais animado pra escrever). Esse mês ainda devo postar.

 

Como não tem mais graça depois de tanto tempo, tentarei responder de forma breve os comentários de vcs.

 

@Gustavo

 

Assim como você, também sinto essa falta dos santos de prata serem explorados. Quando um deles tem destaque, é aquela coisa isolada, "o cavaleiro que é tão forte quanto um dourado", etc. Queria focar mais neles numa pegada de classe, grupo, no lugar que eles pertencem na lógica do Santuário e não como o que há com Orphée e Suikyo. Por isso, acabei mudando a lógica desse capítulo. O interessante também é que muitos dos cavaleiros de prata que apareceram no clássico são personagem bem rasos, meio que páginas em branco, daí para explorá-los você meio que vai dando características pra eles sem que se desvirtue de nada. Foi assim com o Ptolemy, fui gostando muito do personagem a medida que fui escrevendo sobre ele e as coisas foram fluindo naturalmente. Confesso que to muito ansioso para trabalhar com o Misty.

 

Fico feliz que tenha gostado e espero vê-lo no próximo. o/

 

@Leandro

 

Primeiramente bem-vindo ao tópico, fico feliz que tenha lido e curtido essa fic. E agradeço, desde já, ao incentivo. ^^

 

 

 

Desejo ao autor perseverança para que não desanime com os percalços (inconstância na sua periodicidade, falta de comentários do público, falta (sua) de inspiração...) que cedo ou tarde desabarão sobre ele, após aquele surto de empolgação inicial, na decorrência do seu trabalho.

 

 

Realmente é um problema para todos ,eu creio hehehe Mas não pretendo abandonar, no máximo terei a mesma periodicidade do Kurumada em ND.

 

Eu realmente quero ler mais fics do fórum. Inicialmente minha ideia é acompanhar as que são mais recentes, para não deixá-las acumular e logo ir para as mais extensas. Logo pretendo fazer isso.

 

 

 

Muito me agradou a pretensão da obra, que pelo que pude entender, trata do que houvera no clássico de Saint Seiya, mais precisamente dando enfoque nas lacunas de determinadas passagens. Minha simpatia também se deu pela coincidência que há com minha própria história (Crônicas de Athena) que, entre tantas coisas, como reinventar o universo de Saint Seiya, também trata do clássico e suas lacunas. Nesse ponto, as coincidências já começaram quase pelo título (não me passou desapercebido o fato do autor ter tido em mente nomear sua história com “algo do tipo Crônicas” mas acabara desistindo pelo excesso dessa nomenclatura que já havia)

 

Também gosto muito de obras que reinventam o clássico, que acrescentam a trama ou lança um olhar de outro ângulo para os seus eventos. Sim, eu tinha visto sua fic, acredito que é uma das mais famosas do fórum e sempre tive curiosidade para acompanhá-la, ainda mais porque, pelo que lembro, leva o Ep.G em conta, algo que eu acabei decidindo não fazer porque fiz essa adaptação nas idades e ficaria confuso com tudo para conciliar. Eu tava lendo um pouco e acabei parando quando decidi por essa fic no papel. Como era algo que se passava mais ou menos no mesmo período, preferi escrever logo o mote inicial pra acabar não "roubando" nenhuma ideia ou vendo algo que queria fazer lá e tendo que mudar pra não ficar a mesma coisa, acabou que teve essa coincidência de amazona de Columba/Pombo mesmo assim hehehe Acho que seguimos a mesma lógica: uma constelação alada e é sempre bom adicionar mulheres na franquia, onde há essa predominância de homens em papeis de destaque. Logo logo irei começar a ler, pois já tenho os principais eventos já formulados na cabeça e agora estou curioso para conhecer a sua amazona de Pomba e a sua interpretação do Dante, que é um personagem sem muitas nuances na obra original. Confesso que pensei bastante sobre quais prateados usar, acabei indo no Dante porque sempre achei ele estiloso e o sagita porque não teve destaque algum no clássico.

 

 

Fico feliz que tenha gostado do Timothy, é um dos meus favoritos também! E muita coisa dele foi surgindo a medida que eu escrevia. Tinha programado para que ele fosse apenas uma participação no prólogo, mas curti tanto que já pretendo trazê-lo de volta em breve.

 

Confesso que trabalhar com cenários não é muito fácil nem é o meu forte, mas me forço a isso pois acho essencial, que bom que o esforço ta valendo a pena. ^^

 

Mais uma vez agradeço pelos comentários e críticas, espero vê-lo em breve.

 

 

@Grimlock

 

Bem-vindo ao tópico também, que bom que curtiu. Sim, Aldebaran tem algo grande reservado para ele. ^^

 

Abraços e até breve.

 

 


 

Como fiquei esse tempo todo sem postar, vou acabar adiantando um spoiler, não referente ao próximo capítulo necessariamente:

 

 

A trama da fic envolverá a mitologia iorubá, que é bem rica e eu adoraria ver em SS

 

Editado por Meikai
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