Masei 55 Postado Outubro 29, 2015 Compartilhar Postado Outubro 29, 2015 (editado) Eis o mundo repleto de luz. Atena ascendeu sua cosmo-energia e fê-la ser sentida por toda a extensão daquele Inferno em desolamento e destruição — seu cosmo terno e benevolente guardou seus santos guerreiros de serem tragados pela destruição. E foi com essa proteção que eles puderam, depois de tanto tempo isolados da luz do sol e ironicamente lutando bravamente para que ele pudesse prevalecer, finalmente os Santos de Atena pisaram Terra acima para serem recebidos pela luz do dia. A vista de um mundo repleto de luz. PARTE I Capítulo 1 — ReencontrosCapítulo 2 — Os Cavaleiros de Bronze vão à LutaCapítulo 3 — O Levantar de Inimigos do PassadoCapítulo 4 — Os Devaneios do Portão do Inferno Capítulo 5 — A Batalha do Bronze contra o OuroCapítulo 6 — O Retorno de AtenaCapítulo 7 — Epílogo Capítulo 1 — Reencontros É noite no céu japonês; um céu castigado de nuvens carregadas como se ainda sofresse de um mal que aos poucos apenas esvaia-se. Não faziam nem três dias e as chuvas pareciam querer lavar o odor de morte que levantou-se com força durante um bom tempo em que o sol esteve encoberto. E pareceu pra sempre. Mas então a chuva havia parado e apenas um vento ainda assobiava amedrontado num terreno de casas. Dentro de uma mansão, a porta de madeira tocou três vezes.— Pode entrar. — respondeu uma voz feminina. Entrou uma garota de roupas simples, um olhar perdido, cansado, os cabelos castanhos levemente desgrenhados; entrou logo dizendo em um tom duro, mas sincero, bondoso e até gentil no seu modo de ser abrupta.— Ele já está dormindo, então vou descansar também. Se precisarem de mim, por favor, me chamem. — e já ia saindo, como se apenas seguisse um roteiro qualquer.— Você não precisa nos pedir permissão para nada.— Sim, já dissemos a você que se sinta em casa, não há necessidade disso.— Está bem. — optou apenas por concordar, com a clara intenção de não levar aquela discussão mais adiante. Estava claramente exausta. O rapaz levantou-se da cadeira e foi ter com ela; pôs a mão em seus ombros e sorriu de maneira confortante para ela.— Tome um banho, durma bem. Tenho certeza que ele vai dormir até tarde. É até bem típico dele. — sorriu o rapaz tentando soar amigável. Ela não pôde corresponder o sorriso; ainda tinha uma expressão muito perdida, mas fez uma levíssima mesura (ao que o rapaz protestou levemente com um esgar) e então saiu do cômodo. Ele fechou a porta e a voz feminina veio de trás novamente.— Você acha que ela vai se lembrar?— Ela lembrou-se durante alguns momentos enquanto lutávamos no Elísios. — caminhou de volta ao encontro da garota, que estava apoiada no parapeito daquele escritório olhando para as árvores do jardim que balouçavam açoitadas pelo vento. — E foi o cosmo dele que fez com que ela se lembrasse. Eu tenho fé que uma hora ou outra ela vai se lembrar de tudo.— Você é sempre tão otimista. — ele riu dela. — Por isso convenceu ela de que era por bem cuidar dele. Você acredita que uma hora o cosmo dele vai se manifestar e vai ajudá-la a recuperar a memória. Ele não respondeu, mas seu semblante feliz e tranquilo denunciava que era exatamente como pensava.— O Tatsume ainda quer te matar, você sabe, né? Ele quer porque quer levá-lo pra um hospital. Aliás, todos querem. O garoto pensou que a doença do amigo não era uma que poderia ser tratada em uma clínica normal e, além do mais, a dona da mansão confiava nele. Ele finalmente olhou pra ela, em que perdeu-se naqueles olhos puros e então ensaiou sair.— Boa noite, June. A porta se fechou e junto dele saiu também uma lufada de vento de uma corrente que aproveitou-se do momento. June ficou sozinha naquela sala iluminada apenas pelos postes dos jardins e pela lua que tentava fugir das nuvens carregadas; olhava o corpo do jardim respondendo aos silvos do vento. Não estava sozinha, mas sorriu como podia e respondeu à noite.— Se está assim preocupado com seu irmão, deveria visitá-lo de vez em quando. Jogou a provocação para o jardim e saiu, deixando deliberadamente as janelas escancaradas como se fizesse um convite àquele observador invisível. ————————————————————————————————————————— O sol levanta-se na Grécia. E para aqueles que sabiam com precisão o perigo daquele eclipse de outrora, toda noite desde o evento era um tormento em que reinava a incerteza se haveria um dia para se acordar ou se para sempre dormiriam à noite para acordarem no escuro de uma madrugada eterna. Mas não, dia após dia, a noite cor de uva arroseava com as horas e então raiava um sol límpido no horizonte aliviando os corações de quem dormia intranquilo. E assim foi, e assim ainda haveria de ser por um tempo — principalmente em Rodorio, vilarejo às proximidades do sagrado Santuário de Atena, em que a existência da deusa e seus Santos não era nenhum segredo, senão sua principal razão de existir. Sabiam os vilões da severidade daqueles enigmas e certamente sofriam quando seus destinos pendiam nos caprichos dos deuses, como havia sido com o Grande Eclipse. Mas então há paz. E todos os dias que o sol nasce, em todos esses dias está Saori Kido na ponta da rocha mais distante do vilarejo, aquela que beira o oceano Pacífico, para ver o sol nascer e pôr fim à sua própria angústia. E naquele dia não foi diferente; Saori levantou-se quando o céu ainda tinha o aspecto de uma uva escura, com a Via Láctea rasgando-lhe de ponta a ponta e as estrelas cintilando com força; levantou-se e, sozinha, caminhou Rodorio por completa até estar livre em sua pedra para olhar o sol nascer como sempre fazia. E como sempre sabia, era natural que não estivesse sozinha — afinal, embora Saori, ainda era a Deusa Atena. Aliás, mais do que nunca ela era a Deusa soberana da Terra e protetora do Santuário. Estava acompanhada.— O sol já está pra nascer. — disse ela sem olhar para sua guarda, apreciando a miríade de tons que descia do firmamento ao horizonte.— Tem sido assim por todos esses dias, Atena. — respondeu uma voz de mulher.— Tire a máscara para poder ver melhor, Shina. — convidou ela, deixando a Amazona de Serpentário até um pouco desconcertada. Ela tirou e manteve a máscara em mãos. Shina e Saori viram o sol nascer como sempre faziam então. Saori não pôde disfarçar um respiro aliviado ao ver o rosto do sol, assim como Shina não pôde deixar de notar que Saori não estava exatamente completa e seu semblante guardava um certo pesar. Ela sabia muito bem o porquê. "Seiya..." — pensou ela em seu íntimo, não sabia se apenas por sua Deusa ou se por ela própria. — Vamos, Shina. Cruzaram as duas as ruas de Rodorio em direção ao Santuário; a marcha de Atena era sempre acompanhada de algumas crianças que corriam ao redor dela, felizes, adultos que levantavam-se para seus afazeres matutinos, paravam o que estivessem a fazer para dirigir um olhar de agradecimento e uma mesura à Deusa que andava entre eles. E Saori, sempre muito gentil, embora morasse uma certa tristeza em seu coração, devolvia sorrisos e afagava as crianças que andavam ao redor dela. Atena era adorada por aqueles que viviam ali e não era de se estranhar, posto que ela vivia entre eles — uma vez que seu Santuário continuava destruído. Se apenas uma necessidade ou um capricho humilde de Saori, pouco importava aos aldeões; a bênção e o privilégio eram gigantes. Ao chegarem, enfim, à quietude de alguns montes que antecediam o sopé da colina em que se levantavam, outrora, as Doze Casas do Zodíaco, Shina percebeu claramente onde se apagou a alegria pública para o semblante conflitante de sua Deusa — por vezes aliviada, mas de olhos tristes. Não tardou para estarem logo onde ela tão vivamente lembrava-se de ter sido alvejada pela flecha de Ptolemy, tão distante em sua lembrança; agora, era recebida por figuras que eram amigas e por quem ela tinha enorme carinho. Mesmo diante de tanta tristeza dentro de si, não pôde esconder a alegria de vê-los novamente.— Hyoga! Kiki!— Ah, Atena! — sorriu o menino Kiki.— Saori. — também sorriu o Cavaleiro de Cisne sem sua sagrada armadura.— Que bom vê-los aqui.— Shiryu também deve estar aqui a qualquer momento. — disse Kiki.— É verdade, Shiryu está nos Cinco Picos, mas logo estará aqui.— Não tem problema algum. Está tudo bem com você, Hyoga?— Sim, Saori. — sorriu ele de volta, de certa maneira esquivo e a conversa morreu ali. Sem que uma palavra fosse dita a mais, a naturalidade daquele encontro pareceu lhes conduzir de tal maneira que todos acabassem por estacar olhando a colina subir dando uma parcial visão das Doze Casas, muitas delas destruídas pela investida recente dos Espectros. Uma fila de homens entrava pelo portal carregando blocos cortados e pedras diversas. Pareciam carregar sem qualquer esforço.— Eles não passam da primeira casa, a Casa de Áries. — comentou Shina para eles. — Devem ter medo.— As Casas do Zodíaco agora não passam de simples moradas, uma vez que os Cosmos daqueles que as protegiam infelizmente já não estão mais entre nós. — explicou Hyoga, mas Kiki adicionou.— Tem razão Hyoga, mas não esqueça das Armaduras de Ouro.— O quê?— Sim. As Armaduras de Ouro protegem as Casas do Zodíaco quando seu dono não está presente. — alertou Shina e Hyoga logo lembrou-se de que aquilo era realmente verdade; experimentaram esse evento ao chegarem na Casa de Sagitário, no que parecia ser uma longínqua batalha sem sentido contra os Cavaleiros de Ouro. Shina deu um passo adiante e colocou-se com respeito diante de Saori.— Atena, eu realmente acredito que nós precisamos reerguer seu Santuário. Marin concorda também que...— Você tem razão. — concordou ela de maneira leve, mas interrompida. — Infelizmente nada pode nos garantir que essa paz se estenderá por 200 dias ou 200 anos. E precisamos nos precaver para que menos pessoas precisem lutar ou derramar seu sangue por essa terra no futuro. Kiki emudeceu lembrando-se de seu mestre, assim como Hyoga do seu. Quando na verdade, Saori pensava profundamente no seu Cavaleiro de Pégaso. ————————————————————————————————————————— A garota empurra Seiya pelo jardim da Mansão Kido; as rodas da cadeira tendo um pouco de dificuldade em avançar por um caminho de grama cuidadosamente traçado por entre as flores. Havia dias que ela deixava-o observando o mar de cores adiante, onde a colina descia levemente para um campo de orquídeas — ela sentava-se na relva e deixava o vento bater contra seus cabelos e o rosto de Seiya. Ela sofria amargamente sozinha, pois não lembrava-se de absolutamente nada de sua infância, de sua vida, de quem era e por que estava ali. Chamavam-na de Seika. O nome, infelizmente, não lhe significava nada. Não soava como nada que pudesse ter ouvido ou que, melhor, pudesse fazer-se lembrar de nada. E havia esse garoto de cadeira de rodas de quem cuidava; embora os motivos pelos quais o cuidava, ela mesmo já não se lembrava tamanha era a ferida em sua mente. Apenas sabia que precisava zelar por ele, e assim o fazia com perfeito esmero. Em seu estado são atual, Seika via-se espelhada nele; perguntava-se se ele, ao contrário dela, na verdade sabia exatamente do que lhe passava ao redor, do que as pessoas falavam, de seu passado, de sua vida, mas estava preso a um corpo catatônico, vegetal. Ela, por outro lado podia correr pelas campinas e escutar os cochicos dos quartos ao lados, mas estava presa à essa mente catatônica, que não lhe revelava absolutamente nada sobre quem era. Ela travou a cadeira de Seiya e sentou-se ao seu lado como sempre fazia. Não demorou um segundo para um tufão tomar conta das flores, o matiz do campo escurecer brutalmente e ela ser arremessada junto do corpo de Seiya para cima e tombar e rolar pelas flores. Seu grito foi escutado por todos na mansão. — Shun! — clamou June, já pulando o parapeito do segundo andar com uma urna nas mãos (sem tempo algum de colocá-la propriamente); atrás dela precipitou-se Shun, que caiu no gramado e foi direto até onde os dois haviam se afastado. Chegaram para ver Seika de um lado com dor e soluçando e Seiya de outro, imovível. — O que aconteceu? — perguntou June imediatamente. Seika apenas soluçava amedrontada sem saber nada sobre seu atacante, mas não demorou muito para que uma risada invadisse o jardim de um cosmo mal intencionado e alertasse a todos. Revelaram-se enfim: cinco homens trajando Armaduras Negras evocando imagens mitológicas; suas vestes protegiam pouco do corpo e Shun, numa vista rápida, não pôde reconhecer nenhuma daquelas Armaduras, embora uma delas claramente assemelhava-se à armadura de Seiya, mas ele sabia que não se tratava da Armadura de Pégaso. Tampouco a de Pégaso Negro, pois lembrava-se deste último.— Cavaleiros Negros? — perguntou-se ele. — Achei que tinham desaparecido com a Ilha da Rainha da Morte. A resposta foi uma risada maléfica prolongada— O Inferno está cuspindo seus piores, graças à bênção de Atena. — falou um homem com uma marca escura nos olhos e uma armadura que não assemelhava-se a nada. O homem não usava elmo e tinha os cabelos desarrumados no vento do jardim, sua voz e sorriso eram carregados de um veneno irônico.— O quê você disse!?— Pouco lhe interessa, vocês irão morrer aqui por terem destruído nossa Ilha. Vamos, cavaleiros, ataquem! E os cinco Cavaleiros Negros partiram pra cima de June e Shun; um vento fortíssimo imediatamente tomou conta da dupla, protegendo os dois, enquanto June puxava o lacre de sua Urna de Pandora revelando o totem do Camaleão e o cosmo de bronze da Amazona. June levantou os braços como uma bailarina e, na ponta dos pés, recebeu sua armadura no corpo, estalando o chicote que lhe concedia a força. Os Cavaleiros Negros, repelidos por essa barreira de vento, recuaram e viram-se imediatamente atacados por June, que saltou logo que a barreira amainou-se; o Chicote do Camaleão estalou e, desatento, um Cavaleiro cuja armadura assemelhava-se à um pássaro foi o primeiro a sofrer com a força de June; o chicote bateu-lhe no peitoral, destruindo o metal negro que o protegia, e o salto-robusto de bronze da Armadura de Camaleão foi direto no queixo do Cavaleiro Negro. Outro deles, surpreendido, viu seus pés envoltos pelo chicote e tombou com a força da voadora; ele foi arrastado pela força de June até ela; ao aproximar-se o suficiente, o pé direito da Camaleão cravou no estômago deste, vencido. "Ela olhou para os outros três, detendo-se especialmente naquele que tinha uma armadura equina e, sem desviar um cílio que fosse, colocou sua máscara de Amazona e chicoteou o chão, levantando terra." Os três foram pra cima dela e Jango pra cima de Shun. Ele recuou, mantendo um olhar duro e apenas desviou das investidas do líder dos Cavaleiros Negros — não havia qualquer dificuldade. Vendo-se inefetivo, Jango estacou e fez seu cosmo obscuro queimar:— Chamas do Inferno da Ilha da Rainha da Morte! Um turbilhão de chamas incandescentes saiu de seu punho; Shun notou brevemente uma energia familiar manifestando-se escondido, mas sem dificuldades apenas ascendeu seu cosmo arroseado com força e o fogo não chegou nem perto dele — apenas algumas chamas que se despregavam do turbilhão lambiam o rosto de Shun. Jango parecia fazer uma força imensurável.— Como pode, ele nem sequer se moveu! — e fazendo uma enorme força física parecia tentar aumentar a potência de seu golpe, como se a efetividade dependesse de sua força e não de seu cosmo.— Você deveria aproveitar a sua nova vida para fazer algo de útil, Jango. Mas eu já compreendi que há pessoas que simplesmente serão más e mesmo que eu não goste, eu precisarei lutar para que elas não prevaleçam. E o cosmo de Shun aumentou de intensidade; despregou-se de seu corpo um sopro fortíssimo que varreu o turbilhão de fogo de Jango, reduzindo suas chamas a absolutamente nada. Jango estava chocado. E June fora arremessada contra uma parede próxima a ele, finalmente acertada; entraram no campo de visão de Shun outros dois Cavaleiros Negros, um claramente muito avariado, mas o outro ainda com sua vestimenta completa. Jango ordenou:— Matem-no! June já levantava-se para atacar, mas Shun estava decidido que a luta deveria encerrar-se: pôs-se em posição de luta finalmente e aumentou levemente os ventos de sua nebulosa. Foi o suficiente para que Jango e os últimos dois Cavaleiros Negros fossem ao céu tombando vencidos na grama do jardim. Os ventos cessaram. June arfou para perto dele — via que Shun não estava feliz; ela bem sabia o quanto ele não gostava de lutar. Jango ainda lutava por sua vida e disse balbuciando:— O Inferno está aberto. — riu com rouquidão, ferindo suas costelas avariadas a cada risada. — Vocês estarão perdidos! E rindo acabou morrendo. Um vento soprou no jardim e June foi acudir Seika que ainda estava muito assustada; pôs de pé também a cadeira de Seiya e ele de volta ao seu lugar — absolutamente impassível com tudo que havia acontecido. Shun estava sozinho olhando para um céu de fim de tarde e falou ao vento, como se falasse consigo mesmo:— Saia das sombras, meu irmão. — sorriu finalmente o jovem Andrômeda. June estacou por um instante e olhou para Shun e adiante e para os lados procurando por quem ele chamava; Ikki realmente apareceu do canto dos olhos de June, quase como se ele estivesse realmente escondido para sempre onde ela não poderia nunca ver. Tinha a expressão sempre severa.— Você ia me ajudar novamente, não é, irmão?— Não posso evitar Shun, eu sou seu irmão mais velho, afinal de contas. Mas a bem da verdade, talvez você nunca tenha precisado, não é? — Shun sorriu.— Meu irmão. Ikki esboçou outro sorriso, mas foi Shun quem continuou.— Não há com o que se preocupar, Ikki. O espírito de Hades abandonou o meu corpo por completo.— O quê!? — Ikki ficara surpreendido por Shun saber a real preocupação da Fênix, pois que Ikki sempre estivera de olho em seu irmão nunca lhe fora novidade, mas ele sabia que ultimamente a ave imortal estava muito mais presente do que costumava. — Shun…— A batalha contra Hades está terminada, Ikki. Não há por que se preocupar comigo mais.— Tem razão, Shun… No entanto… — Shun notou a severidade na expressão do irmão, algo mais o incomodava. Ele olhava para os corpos de Jango e os demais Cavaleiros Negros vencidos, a quem conhecia bem de seus tempos de treinamento.— Desde que voltamos dos Campos Elíseos eu sinto uma turbulência muito grande, Shun. É como se o Inferno estivesse em ebulição, feito um vulcão. Eu temo que o que fizemos nos Campos Elíseos tenha consequências terríveis na Terra. — Shun olhou para os cadáveres também.— Eles deveriam estar mortos. Ikki não disse mais nada.— Você precisa avisar Atena, Ikki. — e o irmão mais velho concordou silenciosamente. Olharam-se felizes e entre os irmãos não havia a necessidade de mais nada, pois diziam muito apenas olhando-se além dos olhos. Ikki sorriu uma última vez e anunciou que partiria.— Cuide bem dele, está bem?— Pode deixar comigo. — respondeu June. SAINT SEIYAO Vazio do Submundo ------------------------ Senhores, essa é a minha primeira fanfic de Saint Seiya. Nunca tinha escrito nada, tampouco lido. =/ Perdoa qualquer problema. A história já está toda estruturada, não será muito longa (espero), mas o restante sairá apenas quando eu tiver terminado — pelo menos a Parte 1, de 2 partes. Espero que gostem. =D Editado Janeiro 21, 2016 por Masei Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Nikos 49 Postado Outubro 30, 2015 Compartilhar Postado Outubro 30, 2015 Seja bem vindo à área das fics Masei!Ainda não li o teu capítulo devido ao horário e as fics que estou devendo. No retorno do feriado ficarei em dia e incluirei a tua na minha lista!Boa sorte e espero que faças bastantes amigos Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Outubro 30, 2015 Autor Compartilhar Postado Outubro 30, 2015 Valeu Nikos! Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Novembro 5, 2015 Autor Compartilhar Postado Novembro 5, 2015 Editei o post com a versão revisada. Capítulo 2 sairá em breve, aliás. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Novembro 12, 2015 Autor Compartilhar Postado Novembro 12, 2015 (editado) Capítulo 2 — Os Cavaleiros de Bronze Vão à Luta Saori levantou-se de uma cadeira antiga e apoiou-se no parapeito de um dos balcões que davam para uma das laterais das Doze Casas — era um trecho da Décima Terceira Morada, o Salão do Grande Mestre, que havia sido poupado da força destrutiva dos Espectros. Olhando para onde ficava um Coliseu de batalhas e adiante onde se quedava a Acrópole, Saori ponderava. Próximos, Kiki, Hyoga, Shiryu e Shaina observavam-na processar aquela informação nova; Ikki apoiava-se em uma pilastra mais afastado do grupo. — Será possível que os mortos poderão andar livremente entre os vivos? — Não acho que seja isso, Hyoga. — respondeu Shiryu. — Quando estive no Yomotsu, os mortos não tinham qualquer controle sobre suas almas. Eles apenas caminham feito almas penadas para seu destino final. Shiryu lembrava-se bem, por exemplo, do vulto de Hyoga caminhando entre os mortos, enquanto seu corpo fora aprisionado por Camus. Shaina continuou a conversa: — É verdade. E foi Hades quem teve o poder para ressuscitar os Cavaleiros durante a Guerra; por vontade própria, eles jamais poderiam ter retornado. — Mas agora Hades está vencido e, se bem me lembro, Saori destruiu o corpo original do Deus do Submundo. Talvez isso signifique que... — adicionou o Cavaleiro de Cisne. — Sim. Há um vazio no Submundo. Saori finalmente falou, ainda olhando o sol do horizonte bem do alto. — Atena… — balbuciou Shaina, ela reconheceu no rosto de Saori o mesmo semblante de preocupação que via aparecer em sua Deusa em momentos aleatórios durante os dias — justamente quando ficava mais dispersa, ao que lhe parecia. Talvez já fosse algo que ela esperasse. E temia. Finalmente ela anunciou, virando-se para todos: — Há um vazio no Submundo. Ao derrotarmos Hades, devolvemos a luz a este mundo, mas também causamos a lenta destruição do Inferno. Um misto silencioso de confusão instaurou-se no balcão. — Não estamos falando do que é mais importante. — interrompeu Ikki, impaciente. — Sozinhos, esses cadáveres moribundos jamais poderiam deixar o Reino dos Mortos, por mais bagunçado que ele esteja. — Ikki tem razão. Alguém está por trás disso. — Mas quem, Hyoga? — finalizou Shiryu. Houve um silêncio tenso entre todos novamente. Seria possível que tão breve tivessem saído de uma sangrenta e terrível batalha contra os Deuses, teriam de entrar em uma outra mais? Mas não era exatamente esse o destino dos Santos de Atena, afinal de contas? Saori virou-se para observar a terra grega, justamente porque talvez adivinhasse essa triste sina de seus guerreiros. — Ikki, você disse que foram atacados pelos Cavaleiros Negros no Japão; de onde será que eles vieram, afinal? Foi quando uma voz diferente e conhecida fez-se ouvir no balcão — todos viraram para a entrada ainda fria sem a luz do dia, e dela a silhueta de Marin foi tomando forma com a luz do sol. Estava sem sua armadura, mas mostrava sinais claros de cansaço e até alguns ferimentos leves. — Marin! Aonde você esteve? — perguntou Shaina, preocupada. Ela desconversou e prosseguiu: — Um Portão do Inferno levantou-se no Japão e é por lá que os Cavaleiros Negros vieram; há Portões aqui também na Grécia, e talvez outros espalhados pelo Mundo todo. — Um Portão do Inferno? — perguntou Kiki, perdido. — Lugares que os humanos acreditam levar direto ao Inferno. — respondeu Ikki, que provavelmente treinou próximo a um deles. — Sim, esses Portões brotaram da Terra e qualquer um que os atravesse irá ao Mundo dos Mortos livremente, mas não poderá nunca retornar. — Então como pode ser que os Cavaleiros Negros vieram ao mundo dos vivos? — perguntou Hyoga. — Como eu disse, não estamos falando do mais importante e óbvio. — Ikki? Todos olharam para ele, não era exatamente como se ele soubesse muito mais, mas todos concordavam que ele tinha um ponto a ser considerado: alguém estava por trás daquilo. — Precisamos destruir esses Portões o quanto antes! — Tem razão, Hyoga. Se destruirmos, não haverá mais por onde os mortos chegarem à terra. Até agora apenas os Cavaleiros Negros ressuscitaram; se demorarmos mais, não podemos saber que tipo de males poderão voltar do Mundo dos Mortos. — pareciam combinados e prontos, mas Marin interrompeu novamente. — Esperem! — O quê?! — repetiram em uníssono. — Não há necessidade de irem. — O que está dizendo Marin?! Devemos partir o quanto antes! — vociferou Hyoga. — Já enviei alguém para que cuide disso. — e virou-se para Saori especificamente. — Atena… Eles estão prontos. Todos ficaram sem entender nada, mas Saori esboçou um leve sorriso, acompanhado de um largo sorriso de Ikki: — Essa eu quero ver. O Monte Osore levanta-se diante de um lago, cuja praia carrega um tom amarelado sulfuroso correndo por entre seus pedregulhos e levantando um cheiro de morte. A própria lava vulcânica faz borbulhar certos quadrados daquela água sulfurosa do lago. Se normalmente o local atrai a curiosidade de visitantes — e até abriga algumas termas medicinais, muito por crendices antigas do povo vizinho — naquela manhã japonesa o local estava absolutamente inabitado. E estava assim havia dias, desde que estranhos fenômenos começaram a ser relatados: um odor mais forte que o normal, as borbulhas de lava mais abundantes, os roncos das pedras profundas ainda mais presentes e, sobretudo, os uivos de lamentadores os quais os aldeões mais próximos atribuíam ao choro dos que já se foram. Se em uma margem do lago ficava o Templo, de outro levantava-se o monte. E dentro de um de seus vales, um corpo foi arremessado com força, seu grito ecoando no ar foi somente cerrado quando espatifou-se contra a pedra, quebrando-lhe a vestimenta negra ornamentada de correntes de ébano. Ainda vivo, o Cavaleiro Negro viu perfeitamente como seu atacante saltou e ascendeu seu cosmo azulino para mostrar o universo acima dele — e seu ataque final desceu fulminante com um grito que reverberou nas paredes do vale. — O Unicórnio Galopa! Destruiu a Armadura Negra, sangrou o oponente, obliterou a pedra e venceu a batalha. — Fácil demais. — e correu pra dentro da montanha o Cavaleiro de Unicórnio. Não muito longe dali, erguia-se um Pégaso Negro desafiado pelo Urso de Bronze; ele saltou de uma pedra destruída por Geki, girou no ar e desferiu seu punho: — Meteoro Negro!!! "Humpf, eu consigo ver seu golpe facilmente." Geki urrou quando a chuva finalizou e correu com força para onde Pégaso Negro pousaria de seu voo; Pégaso pôde pousar e ver que o Urso vinha em sua direção, mas com a certeza de como Geki era lento, o Cavaleiro Negro cometeu um erro gravíssimo e apenas esperou seu oponente chegar próximo. Mas, próximo demais, a presença física cobriu os espaços de esquiva do Pégaso Negro, então ele se viu enforcado por um dos braços de Geki, que continuou correndo com o corpo de seu oponente arrastando-se no chão até que ele deliberadamente o deixasse chocar-se com violência contra um paredão de pedra. Aproveitando-se do impulso, Geki girou e atingiu o rosto do Pégaso Negro com intensidade assustadora usando a parte de fora de seu outro braço — o elmo negro repartiu-se e o Cavaleiro caiu vencido. — Eu já vi meteoros muito mais rápidos, Pégaso Negro. Volte para o Inferno! — bradou um Geki já retirando-se de sua batalha. Escutando os urros dos vencidos e os cosmos que iam extinguindo-se, Ichi riu de seu oponente. — Parece que alguns de seus amigos já estão voltando ao Inferno; se você se apressar, consegue se juntar a eles. — Como pode ainda se gabar! Será que não percebe que está completamente paralisado? — comentou o Cisne Negro. De fato, Ichi estava preso na cruz negra da técnica do Cisne — tanto os pés como as mãos estavam presos pelo cristal de gelo negro —, mas seu ar de deboche parecia simplesmente não desaparecer. Ainda que em desvantagem, ele sorria. — Mas será possível? Acabarei com você de uma vez por todas! O Cisne Negro brandiu seu cosmo e flocos de neve negras começaram a precipitar-se naquela clareira em que estavam. Ichi encarava uma derrota fácil diante de seu oponente, mas o Cisne Negro pareceu cambalear e perder a concentração por um instante. Tanto que seu cosmo amainou e ele teve de se recompor. — O que será que está acontecendo? — a isso, Ichi reagiu com graça. — Agora já é tarde demais, seu idiota, o veneno da Hidra penetrou em seu sistema nervoso e tudo que você pode fazer é agonizar uma morte lenta! — Mas… como? Isso não é possível. Em nenhum momento você conseguiu me atingir, isso é impossível! Ichi ria. — Você me prendeu nesses cristais justamente pelos pés e pelas mãos, há veneno de Hidra por toda essa cruz; o seu cosmo faz com que lindos flocos de neve negra caiam do céu, mas essa precipitação é uma armadilha terrível, Cisne Negro, pois basta um floco de neve sair dessa cruz em que estou e tocar a sua pele e então está pronto. Primeiro uma tontura, mas então o corpo começa a arder nos locais que o veneno tocou, o sangue vai queimar a partir daquele ponto e te levará à uma espécie de febre delirante. E, por fim, seu sistema nervoso será tão atacado que você terá desejado ter sido decapitado a sofrer os terrores do veneno da Hidra! E, nesse ponto, a neve que o prendia já estava tão diluída em seu próprio veneno que, aos poucos, ela foi se dissolvendo e finalmente libertando Ichi de sua prisão — o veneno tocando o solo liberou uma fumaça, como se tocasse uma chapa quente. Cisne Negro já estava delirando no chão. Ichi tocou em partida e só mais longe ouviu o grito desesperado de quem morria lentamente com o veneno trancando seu coração. — O Uivo do Lobo! — Espírito Diabólico! Chocaram-se no ar Nachi e a Fênix Negra. Pousaram um de cada lado, de costas um para o outro, sem que pudessem se olhar. De um lado, Nachi estava absolutamente tranquilo, enquanto uma gigantesca Fênix Negra abraçava-o, arranhava-o e bicava de maneira terrível o vazio dos olhos, os quais o pássaro já mastigara — e diante desse pavor, Nachi portava-se absolutamente impassível, como se a nada lhe despertasse qualquer dor ou reação. De outro, a Fênix Negra finalmente cambaleou e caiu vencida — a ilusão amainou-se e Nachi seguiu monte adentro onde estreitava-se o caminho de uma caverna. Nesta mesma caverna, mergulhado em uma escuridão intransponível, Ban de Leão Menor caminhava com muito cuidado, pois não podia ver absolutamente nada naquele breu. Seus passos vacilantes eram sua forma de ver, aferindo o terreno e guiando-se tão somente por uma luz muitíssimo no fim da caverna — certamente duas coisas: a saída e seu destino. Sua marcha lenta foi abruptamente interrompida por um balaço que o atingiu no baço vindo do lado esquerdo, arremessando-o longe de onde estava. Ban levantou-se completamente desnorteado — não tinha costas para nada, estava no que parecia ser um lugar aberto. Sabia que estava sendo atacado, achava baixo, mas não esperava honra de seus adversários, principalmente quando esses haviam fugido do Inferno. — Quem está aí? Revele-se! Ninguém respondeu. O silêncio imperou por meio minuto, durante o qual o cavaleiro de Leão Menor estava absolutamente tenso. E, então, foi novamente atacado, agora por trás. Ban tentou contra-atacar mas, surpreendido dessa maneira, não poderia fazer nada a não ser gastar o esforço de um golpe, então pensou duas vezes. Queimou seu cosmo incendiante e a sua aura conseguiu iluminar ao menos alguns palmos de seu lugar — pouco adiantava seguir marchando, ele sabia que seria novamente atacado. E foi. Centésimos antes de ser atingido, pôde ver a silhueta de seu atacante desferindo um poderoso soco em seu estômago, fazendo-o recuar consideravelmente — tentando adivinhar a rota de fuga daquele cavaleiro desonrado, Ban desferiu um punho de fogo que viajou iluminando seus arredores, mas não atingindo absolutamente nada. A risada tornou-se perceptível. — Está com medo?! Porque não luta como homem? — perguntou Ban ao vazio, e ninguém respondeu. Nem mesmo a risada sarcástica. Enraivecido com a falta de resposta, ou honra, Ban desferiu vários punhos de fogo em várias direções diferentes. A voz de seu atacante finalmente se fez ouvir em outra forma além do riso contido. — Estamos em uma caverna vulcânica. Sugiro que tome cuidado com seu fogo, Cavaleiro de Bronze. — Ban respondeu imediatamente com um esgar. — É tão horrível o Inferno a que você foi mandado que morre tanto de medo de voltar pra lá novamente? Não houve resposta, e Ban repetiu seus punhos de fogo de maneira incansável para todas as direções novamente — e seu oponente estava correto, alguns bancos de enxofre inflamaram-se e outros até ensaiaram um começo de explosão. — Não adianta, jamais me acertará, e tudo que vai conseguir é cavar um túmulo para si próprio. — respondeu o Cavaleiro Negro, mas Ban reparou algo ainda mais perturbador. — Já entendi… — comentou muito mais pra si do que para seu oponente. — Está pronto para morrer, Cavaleiro de Bronze? — Shiryu não tinha me dito que o Dragão Negro era cego. — comentou Ban, desdenhando da ameaça. — O que você disse? O Dragão Negro revelou-se graças à luz de muitas chamas espalhadas pela caverna, e embora não fosse nítido e claro como o dia, era possível ver a silhueta da Armadura de Dragão Negro graças ao fogo que fulgurava contra o metal escuro. Ele estava estacado longe das chamas, simplesmente parado. — Na verdade, Shiryu me disse que o Dragão Negro morreu de forma honrada acreditando novamente no valor da amizade. É uma pena ver que você mudou de ideia apenas para que pudesse viver novamente, Dragão Negro. Mas não tem com o que se preocupar, eu vou garantir que você volte ao Inferno para que possa refletir um pouco mais! E o cosmo de Ban inflamou-se. Sua voz ecoou por todo aquele lugar com fúria: — Bombardeio do Leão Menor! E seu corpo disparou feito um foguete envolto em chamas para atingir o Dragão Negro em cheio que, sem a vantagem da escuridão, não era um brilhante guerreiro, e ele sucumbiu facilmente às chamas de Leão Menor. Moribundo no chão, respirando os últimos segundos de ar, ele ainda chamou a atenção de Ban tentando falar-lhe com muita dificuldade: — Você… você disse que, que meu irmão arrependeu-se antes de morrer. — O quê? Então você… — É verdade? É verdade aquilo que você disse? — repetiu ele com dificuldade, e Ban respondeu a ele já quase de saída. — Sim. O Dragão Negro salvou a vida de Shiryu, não fosse por ele o Dragão hoje estaria morto. E Ban deixou-o sozinho no escuro — iluminado apenas pelas tochas artificiais criadas pelo conflito. Aquele Dragão Negro pareceu refletir nos poucos momentos de vida que tinha e respirou fundo ao ver os demais passarem por ele sem nem ao menos darem-se ao trabalho de checarem se estava vencido mesmo. — Ah, irmão. Ao menos terei a eternidade para me desculpar com você. E morreu sozinho. Mais adiante, sob a luz das chamas que dançavam naquela caverna, os demais alcançaram Ban finalmente. Ichi comentou em deboche: — Dá pra acreditar que esses caras deram trabalho pros outros? Quase mataram o Seiya e o Shiryu! Hein, Geki? — Não fale asneiras, Ichi… — Nós é que estamos lutando muito melhor, nosso treinamento fez com que os cosmos aflorassem ainda mais. — comentou um Nachi interessado. — Vamos deixar de conversa e destruir logo o Portão que é pelo que estamos aqui. — anunciou Jabu. Todos concordaram e finalmente seguiram a caverna escurecida até o ponto de saída em seu final. Emergiram da escuridão os cinco Cavaleiros de Bronze recebidos pela luz de um dia branco, de certa forma até triste. Suas armaduras estavam muito danificadas ainda, mas eram sem dúvidas eles: Jabu de Unicórnio, Ichi de Hidra, Nachi de Lobo, Ban de Leão Menor e Geki de Urso. Imediatamente após essa saída, existia um local pequeno, ao ar livre, mas que não oferecia fuga para nenhum dos lados, e o único jeito de retornar era justamente pela caverna que vieram. Neste local, havia um Portão. Entreaberto. Era maciço e imponente, causava uma grande impressão e até operava uma sensação opressiva que os deixou agoniados em um primeiro momento. Todo de bronze, aquele portão levantava-se a quase seis metros de altura e esticava-se por outros quatro; abria-se em dois e naquele momento deixava escapar um ar mórbido de dentro. Sem dúvidas parecia que qualquer visitante desavisado encontraria a morte cruzando aquele limiar. Haviam espalhadas por toda a superfície desse grande portão figuras humanas esculpidas no bronze maciço. Centenas delas nas mais variadas poses, algumas sofrendo, outras lamentando, uma pensava e outras tantas cenas dantescas eram representadas. Acima do portão, apenas a figura de três pessoas unidas. — Não há dúvidas de que eles vieram daqui. — comentou Nachi. — Tanto faz. E Jabu fez seu cosmo elevar-se e desferiu um incrível soco na base desse portão, fazendo ele cintilar por um instante e cegando a todos que estavam por perto por causa da luz emitida — o som da energia batendo contra o bronze foi gigantesco e ecoou nas paredes dos vales próximos. Quando a luz diminuiu, Jabu estava ainda com o punho contra o Portão, mas ele permanecia completamente inteiro. — Jabu! As mãos de Jabu sangravam por causa do impacto, ainda que sua armadura estivesse intacta. — Humpf, deixe comigo que o Leão Menor vai conseguir destruir esse Portão. — Não seja tolo, Ban. Não podemos perder tempo; o melhor é que façamos isso todos juntos de uma vez. — Ahn? Geki. Geki já tinha sua cosmo-energia brilhando ao máximo. — Certo. — comentou Nachi e também fez o lobo aparecer atrás de si evocando seu universo. Jabu, Ichi e Ban seguiram os dois e concordaram, com apenas um queimar de cosmo, que aquela era realmente a melhor ideia — e foi dessa forma que, unindo suas cosmo-energia e vontade, os Cavaleiros de Bronze desferiram um punho de energia cada, o que foi suficiente para criar um impacto, trazendo abaixo o grande portão de Bronze. O Portão ainda deixou escapar um último lamento dos mortos que ansiavam por deixar o Inferno, como seu próprio último suspiro. Quando a poeira e os cosmos baixaram, foi Ichi quem falou. — Conseguimos! — Certo. Agora faltam mais três. — disse Ban, e foi Jabu quem os inflamou de vez. — Então vamos! E foram. Editado Novembro 15, 2015 por Masei Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Bethoveen 7 Postado Novembro 12, 2015 Compartilhar Postado Novembro 12, 2015 Masei, Parabéns pelo ótimo trabalho que tu tens apresentado ate aqui! Ótima escrita, maravilhosas descrições e um excelente roteiro!Gosto muito de fics que tem os personagens originais como protagonistas e a sua não é diferente.Seu texto me prendeu a atenção como poucos que eu já li. Curioso quanto ao inimigo e os motivos que levam aos mortos andarem livremente pela Terra. Com certeza seguirei acompanhando a sua historia. Mais uma vez, parabéns pelo trabalho e um forte abraco. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Novembro 13, 2015 Autor Compartilhar Postado Novembro 13, 2015 Muito, muito obrigado Bethooven! Pretendo postar a cada 15 dias. =D Fico feliz que curtiu mesmo. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Novembro 13, 2015 Autor Compartilhar Postado Novembro 13, 2015 Próximo capítulo se chamará: O Levantar de Inimigos do Passado Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Novembro 26, 2015 Autor Compartilhar Postado Novembro 26, 2015 Capítulo 3 — O Levantar de Inimigos do Passado Cinco de um lado. Cinco de outro. Os Cavaleiros de Bronze chegam ao Cabo Tênaro, um local situado no extremo sul da península de Mani no Peloponeso, um dos quatro locais apontados por Marin para que destruissem os Portões do Inferno. No topo da colina, em ruínas, jaziam resquícios do que antes havia sido um templo para um dos deuses olimpianos; hoje um tosco monturo de pedras formando uma entrada profunda que levava justamente às cavernas subterrâneas do Cabo. Essa entrada já tomada pela vegetação quase de todo. À frente e acima dela, estavam cinco Tenentes Marinas trajando suas escamas azulinas. — Ora, ora, se não são os idiotas. — comentou um deles sem o elmo, de corte rente e porte altivo. Geki reconheceu-o imediatamente. — Trito. — Vejo que já se conhecem, Geki. — comentou Jabu. — Esse deve ser o Tenente do Atlântico Norte; foi ele que você enfrentou durante a guerra contra Poseidon, não foi? — Sim. — Bom, eu acho muito engraçado que esteja debochando, já que vocês precisaram voltar do Inferno, não é mesmo? — provocou Nachi. Ichi riu levemente. — Ora, seu moleque. Sabe muito bem que teriam morrido em nossas mãos, não fosse a queda dos Pilares! — E, no entanto, quando a luta ficou justa novamente, vocês acabaram sendo enviados para onde jamais deveriam ter saído. — disse Ban, mas então a discussão foi interrompida por gritos de uma mulher que saiu de dentro do templo correndo em trajes absolutamente rotos. — Me ajudem! Por favor, me ajudem! Uma das Tenentes, que Jabu reconheceu como Sofia — aquela que comandou as ações nas praias australianas durante a guerra — pulou de cima do templo e a tempo derrubou a fugitiva no chão; todos puseram-se em alerta. Ela levantou a garota e escoltou-a novamente para dentro do Templo. — O que está acontecendo aqui? — perguntou Ban. — Não é de sua conta! Vamos, matem-nos! — respondeu Trito pulando pra cima dos Cavaleiros de Bronze. Os quatro Tenentes partiram pra cima dos cinco Cavaleiros de Bronze e o embate corpo-a-corpo foi intenso, de modo que todos tentavam se bater e esquivar de todos ao mesmo tempo. Não demorou muito para que a superioridade numérica dos santos de Bronze começasse a valer e, portanto, os Tenentes foram recuando mais e mais. Foi nesse começo de desvantagem para um lado que uma voz feminina soou atrás de todos eles: — Enxame Mortal! O cosmo de Sofia cresceu e um enxame de insetos semelhantes a louva-deuses simplesmente apareceu, cobrindo o sol e atacando a área em que os Cavaleiros de Bronze estavam. Os Tenentes, cientes daquela técnica, recuaram um segundo antes e deixaram os Cavaleiros de Bronze lutarem em vão contra aqueles insetos que os tirava qualquer visão e impedia qualquer ação; sabiam eles, no entanto, que bastava um deles focarem-se para que os insetos fossem obliterados com a força de seus cosmos. Trito olhou para uma outra Tenente, de cabelos louros e longos — ela retirou uma ocarina da escama e tocou uma música grave e confortante, embora unicamente direcionada para onde estavam Jabu e os demais. Ao ouvir aquela canção, os Cavaleiros de Bronze foram amainando-se e tornando-se absolutamente letárgicos, de modo que suas vontades de continuar lutando contra aquela nuvem de insetos foi, aos poucos, sendo retirada deles. Trito adiantou-se junto de outro homem, um muito pálido de cabelos brancos até os ombros. — Rosa dos Ventos! — gritou Trito fazendo um tufão aparecer em forma de rosa que jogou os cinco Cavaleiros de Bronze para o ar, ao mesmo tempo quebrando o feitiço da canção e destruindo o enxame de insetos. O outro homem queimou seu cosmo e levantou os braços com muita força, fazendo brotar da terra estacas de gelo no exato local em que eles cairíam de sua viagem nos céus. E caíram explodindo o gelo e espalhando sangue na terra. Trito limpou as mãos. — Acabou. ________________________________________________ — Não posso acreditar que Saori tenha ido sozinha! — Hyoga vociferou e a voz de Shiryu somou-se à dele: — Hyoga tem razão, como vocês podem concordar que isso foi a coisa certa a ser feita? Diga-me, Shaina, você realmente acredita nisso? — Acalmem-se os dois! — ordenou ela. — Como quer que fiquemos calmos? Nós somos Cavaleiros de Atena! — E estamos nessa terra para proteger a Saori. Não tem nenhum sentido ficarmos parados aqui. — argumentou Hyoga. — Shaina, eu não quero ter de lutar contra você, por favor, deixe-nos ir atrás da Saori! — Disse Shiryu. — Esperem os dois! Shaina tem razão! — O quê? Até você Marin? — Shiryu reclamou. — Não, eu não posso aceitar. Já precisamos deixar que Jabu e os outros lutem pela gente, qual o sentido de deixar que Saori vá sozinha até o… — Atena! — gritou Shaina, interrompendo o rompante que muito em breve poderia tornar-se uma luta de fato. Marin olhou para Shaina em admiração por sua determinação. — Vocês precisam lembrar-se de que Saori é a Deusa Atena! E algumas de suas decisões estarão além de nossa compreensão. Se ela decidiu ir sozinha é porque nenhum de nós deveria estar com ela e não cabe a nós decidir o que deve ou não ser feito, mas sim à Atena. Houve um silêncio. Shiryu e Hyoga continuavam sem concordar, seus olhos eram muito claros nisso. Marin adicionou. — Shaina tem razão. Por mais duro que seja, vocês precisam se acostumar com o fato de que cada vez mais ela será menos a menina Saori e mais a Deusa deste mundo. — Ser um Cavaleiro de Ouro também significa ter obediência e sabedoria sobre quando agir. Você, Shiryu, mais do que todos, deveria saber disso. Shiryu engoliu em seco sua ira, pois lembrava-se de como o Mestre Ancião ordenara os Cavaleiros de Ouro a não se mexerem enquanto os Cavaleiros de Bronze sofriam diante dos Generais Marinas. E todos precisaram simplesmente compreender e ficar em suas casas contrariados. — Mas nós não somos Cavaleiros de Ouro! — bradou Hyoga, ao que Shaina respondeu com firmeza. — Talvez justamente por isso é que ainda não são! E jogou a todos em um silêncio absolutamente constrangedor. ________________________________________________ Os Cavaleiros de Bronze caíram na armadilha de gelo, mas quando a poeira baixou, Trito notou que os Cavaleiros de Bronze lentamente iam se levantando — uns com a ajuda dos outros. — Como isso é possível? Foram atingidos por nossos golpes e ainda continuam de pé? — Trito, porque não ficou simplesmente em paz no Inferno? — perguntou Geki, recompondo-se, mas quem respondeu foi Aboil, o mais fiel de todos eles e que Nachi conhecia tão bem. — Era desejo de nosso senhor Poseidon que esta terra fosse limpa de toda corrupção. Se temos uma nova chance, precisamos viver por esse destino e lutar pelo que nosso senhor acredita. Por mais que os Generais tenham se negado a retornar, era nosso dever como Tenentes de Poseidon fazer valer a sua vontade! — Negaram-se a voltar? — Mas então… — Eles não sabem da verdade. — chocaram-se os Cavaleiros de Bronze um após o outro. — É uma pena, mas me parece que vocês estão cegos! — disse Jabu. — Nem por um momento pararam pra pensar o real motivo dos Generais Marinas não terem voltado também? — Não discutimos as ações de nossos Generais. — Mas que idiota. — respondeu Ichi, reconhecendo Vladimir entre os Tenentes. — Eu lhe digo então. — começou Jabu cheio de si. — A guerra contra Poseidon foi causada por um traidor de Atena que enganou o Deus dos Mares e o convenceu a despertar antes do tempo apenas para fazer com que eles se destruíssem na guerra. — Enganou Poseidon? Não seja idiota! Um humano jamais poderia enganar nosso deus Poseidon! — bradou Trito. — Mas essa é a mais pura verdade. — adicionou Ban. — Dobre a língua para falar do Senhor Poseidon! — veio Trito sozinho pra cima dos Cavaleiros de Bronze, soltando alguns meteoros na figura de muitos cavalos que corriam com fúria na direção do grupo. Geki saltou na frente deles, abriu os braços de mãos espalmadas e segurou todos os golpes no seu corpanzil . Nachi e Ban saltaram atrás dele para surpreender o Tenente com seus punhos, mas Vladimir também interveio e fez levantar uma muralha de gelo bem no momento que Ban e Nachi iam desferir um golpe contra Trito. O gelo explodiu e todos recuaram para suas posições. E então a luta novamente teve início com todos atacando-se individualmente, mas trocando com frequência de oponente. Ora Jabu estava de voadora em cima de Trito, para recompor-se e desferir punhos de cosmo contra Vladimir ou Aboil; e o mesmo para todos os demais que mudavam seus adversários naquela batalha campal sem qualquer ordem. Quando Nachi emparelhou com uma das Tenentes, percebeu que ela fora mais rápida que ele e soprou sua Ocarina levemente, trazendo uma esquisita tontura para o Cavaleiro de Lobo. No entanto, tão somente ele começou a padecer daquela técnica, um projétil de fogo velocíssimo cruzou o campo e atingiu a Tenente no baço com fúria, sem que ela pudesse fazer nada para intervir, ocupada que estava operando a escala de fá maior em seu instrumento. Todos, de ambos os lados, olharam brevemente para ela sendo arrastada quase até o final daquele pico onde o fogo de Ban pareceu explodir e, da nuvem de fumaça, apenas o Leão Menor retornar de pé. Houve fúria nos Tenentes, que imediatamente foram na direção de Ban — o punho de Trito brilhando e a figura de cavalos trotando atrás dele; Vladimir tinha as duas mãos abertas, de onde um frio precipitava-se estalando; Aboil, por sua vez, carregava uma lança escura e também corria para destruir Ban com ira nos olhos. Sofia, que era quem ordenava as pragas, fez aparecer de longe uma gigantesca nuvem de insetos que encobriu Ban por completo. Antes que os Tenentes chegassem nele, no entanto, o cosmo de Ban simplesmente obliterou aqueles insetos, calcinando a nuvem e levantando um fogo que fez-se presente a muitos metros acima deles; tão rápido o fogo apareceu, ele sumiu, deixando no lugar apenas a cosmo-energia alaranjada do cavaleiro de Leão Menor esperando os três Tenentes. — Vai morrer! — bradou Trito. E enquanto os três partiam pra cima de Ban, Ichi apenas colocou a mão nos ombros de Sofia e fez suas garras cravarem na pele dela, espalhando seu veneno terrível. Jabu, Nachi e Geki uniram forças e também partiram contra os Tenentes, já adivinhando o pior: apenas chegariam depois que Ban fosse golpeado. E ele foi. Recebeu o golpe frontal dos três Tenentes e ofereceu pouca resistência, sendo varado pelos cavalos de Trito, a lança de Aboil e o gelo de Vladimir. Os Tenentes, assim que golpearam Ban com violência, foram, por sua vez, atingidos severamente por Jabu, Nachi e Geki, que vinham na trajetória deles munidos de suas técnicas poderosas. Caíram os Tenentes vencidos e suas escamas muito pesadamente destruídas. — Ban! — gritou Nachi, indo ao corpo do Leão Menor. — Ban. — repetiu ele, com pesar na voz. — Ah, Nachi… Ban estava com o corpo sangrando, a lança de Aboil atravessou sua perna, o gelo de Vladimir deixou seu pescoço esbranquiçado e os cavalos de Trito avariaram com ainda mais severidade sua armadura de bronze. — Ban. — repetiram todos chegando mais perto. — Amigos, destruam logo o Portão do Inferno. — Não morra, Ban. — pediu Nachi novamente. Ele riu, o que o fez doer ainda mais. — Não me faça rir, Nachi. Não morrerei, mas vão… destruam o Portão e depois voltem aqui pra me levar de volta. Não vão me deixar aqui, não vão se livrar de mim. Nachi riu do amigo e olhou para Jabu e os demais; eles também sorriam com o bom-humor de Ban em situação quase crítica. Ichi comentou: — Está bem, mas não vá morrer. Se eu voltar aqui e você estiver morto, eu entro no próximo Portão e vou te buscar, Ban! Ele riu e pediu para irem ou morreria só de rir. Tossiu e viu seus amigos entrando no Templo formado pelas rochas toscas. Dentro do templo, desceram escadas naturais até uma caverna aberta em que um rio raso de pedras cruzava muito mansamente até desaguar por completo, mais adiante, perto do oceano. Encontraram a garota fugitiva acorrentada diante do Portão do Inferno. Cada um em uma margem daquele pequeníssimo rio. Era o mesmo Portão. As mesmas imagens, o mesmo bronze e o mesmo aroma de morte. — Certamente iam dar essa garota como oferenda para o Inferno. — disse Nachi. — O que será que isso significa? — ponderou Jabu. — Dizem que nos tempos mitológicos foi justamente por aqui que Orpheu desceu ao Hades atrás de sua amada Eurídice. — mencionou Geki. Os três olharam para ele sem compreender a conexão das histórias e a valia daquela garota ali acorrentada. Jabu cortou novamente o silêncio: — Está bem? — Não, ajudem-me. — disse ela, preocupada, movendo as correntes que a mantinham presa. Ichi cortou as correntes com suas garras e liberou-a. — Afaste-se agora. — pediu Nachi, educado. Os quatro postaram-se diante do Portão do Inferno e inflamaram seus cosmos, apenas para serem arremessados com força na direção dele, batendo com violência contra sua espessura de bronze — Ichi chegou a ter metade de um braço para o lado de lá, gerando uma dormência terrível no local de cisão. O Portão chegou a abrir um tantinho mais. Uma risada ecoou naquela caverna. — Você! A garota liberta estava ainda em posição de ataque. — Eu sou o Tenente Marina Andros e vocês morrerão aqui pelo que fizeram contra o senhor Poseidon! — Argh, então quer dizer que era apenas uma armadilha? — Disse Nachi, sendo eletrocutado pelo poder do Tenente, que vestia nada além dos seus rotos andrajos de prisioneiro. Os raios estalavam contra a caverna e pareciam descontrolados, embora atingissem os quatro por inteiro, mantendo-os em paralisia completa. No entanto, aos poucos aquela energia toda do Tenente foi deixando de atingir todos os santos de Bronze para focar-se em apenas um ponto e convergindo para uma pessoa: Jabu de Unicórnio. Ele trouxe para si toda força elétrica daquele golpe através do chifre de sua armadura e livrou os amigos daquela força terrível que os paralisava. Falou com dificuldade: — O que estão esperando? — Uivo do Lobo! — e Nachi atingiu-o direto no estômago, fazendo sua eletricidade amainar; Geki aproveitou-se para, com uma mão, levantar o Tenente nos braços e arremessá-lo contra o Portão do Inferno que Ichi, com um dos braços ainda úteis, teve a elegância de somente abrir o suficiente para que Andros pudesse simplesmente voar Inferno adentro para uma morte certa. Seu grito morreu tão logo atravessou o Portão, e Ichi ainda teve a elegância irônica de fechar a porta novamente. Jabu caiu muito ferido. — Jabu! — Ah, não é nada. Isso é um choquinho besta. — contou vantagem ele, mentindo deveras, já que tinha pesados espasmos por causa dos choques. E mesmo ainda sofrendo espasmos e combalido, Jabu levantou-se para queimar seu cosmo junto a seus amigos e destruir o Portão do Inferno. Do lado de fora, Ban viu com alívio seus amigos emergindo do Templo, carregando Jabu nos ombros e indo em sua direção; sorriu e, rindo, percebeu que um dos Tenentes ainda se movia, tentando lutar contra sua morte. Era justamente Teles, que ele conhecia de batalhas anteriores, uma das Tenentes de Poseidon. Ele apenas observou. Ela notou estar sendo observada por Ban e tentou balbuciar alguma coisa antes de morrer: — Per… Pers… Mas então engasgou e acabou morrendo. ________________________________________________ Shun sentado no trono do Deus do Submundo. Shaka. Ikki. O esforço para livrar Andrômeda daquela possessão divina. A faca na garganta. Saga. A Armadura de Atena. A Espada de Hades. O ferimento mortal em Seiya. A destruição do Elíseos. Tudo como um raio nos olhos de Atena logo que ela pisa em Giudeca. Em Giudeca novamente. O local gradativamente vai ruindo, embora as marcas da batalha ainda estejam absolutamente presentes naquele templo infernal. A não-presença de Hades cumpria sua profecia e ia destruindo o Inferno aos poucos. Dentre tanta ruína, Atena reconhece jogado no chão, como se fosse mais um punhado de cinzas de uma grande queimada, o tridente de ébano e o corpo repousando em morte de Pandora. Ela engole em seco ao ver o cadáver, mas desloca sua atenção para além — revisita o trono de Hades, agora vazio. Vazio. Observa com calafrios o gigantesco vão criado no Muro das Lamentações pelo sacrifício dos Cavaleiros de Ouro. E ela lembra-se de cada um deles e de seus cosmos quentes. Saori fecha os olhos em respeito àqueles que morreram naquela sangrenta batalha. Atena abre os olhos para seu dever com sua terra amada. PRÓXIMO CAPÍTULO: Capítulo 4 — Os Devaneios do Portão do Inferno Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Dezembro 11, 2015 Autor Compartilhar Postado Dezembro 11, 2015 Capítulo 4 — Os Devaneios do Portão do Inferno O Lago Avernus é um lago vulcânico na região de Nápoles, na Itália. Criado a partir de uma cratera e carregando o conteúdo sulfuroso de sua outrora existência, levantou muita importância ao redor de si por ser considerado uma das entradas ao Mundo dos Mortos pelos romanos. Não exatamente o lago, mas as cavernas que o circundam. Em uma delas, Jabu observa seu oponente com pura descrença; chega a ter um sorriso de escárnio no rosto, de quem não parece dar crédito algum para aquela tentativa vã de enganá-lo — e embora não confie muito na habilidade de seu adversário, Jabu ainda estava com a armadura severamente avariada e apresentava em leves momentos alguns espasmos de seu encontro com Andros. Diz ele: — Está muito enganado se acha que vai conseguir me parar assim. Vai apenas me fazer querer bater ainda mais. — comentou ele. Seu oponente pôs-se em posição de batalha, mas Jabu cumpriu com sua promessa e bateu tanto no adversário, mas tanto, que assim que terminou a primeira sequência de socos ele pulou e aplicou-lhe uma voadora que fez a imagem desaparecer no ar. — Humpf. Essa é boa. — disse ele, procurando resquícios daquela ilusão e não encontrando. Seguiu adiante e desembocou em um corredor central para onde convergiam muitas outras cavernas; de uma delas vinha Ichi. Parecia animado. — Seiya também? — Sim. — concordou ele. — Aí que eu bati mesmo. Jabu e Ichi sorriram e viram Geki sair de uma outra mais adiante, foram até ele provocá-lo cada um de um lado. — Geki! E aí, finalmente bateu no Seiya, não é? — comentou Ichi rindo e prosseguindo com eles. — Ahn? — fez cara de desentendido o Cavaleiro de Urso. — Ah, não faz essa cara, grandalhão. Você bateu no Seiya, não foi? — tentou Jabu. — Não, veja bem… — mantinha-se sério. — Aposto que adorou, deve ter finalmente enforcado aquele idiota, haha! — Não, não é bem assim, que isso, digo, eu… E os três caminharam leves adiante na caverna. Aquele corredor com diversas reentrâncias foi descendo cada vez mais na terra e tornando-se cada vez mais quente, pois aproximava-se mais e mais da lava vulcânica que corria em suas entranhas — os três, que antes conversavam levemente, foram tornando-se mais sorumbáticos à medida que a temperatura aumentava. Já incomodados com o calor, finalmente pareceram chegar a algum lugar: uma câmara iluminada pelo próprio brilho da lava que escorria pelas paredes e algumas chamas que precipitavam-se de nichos daquela câmara — se estavam vivos era tão somente por serem guerreiros treinados. No fundo dela: o Portão do Inferno. Nachi já estava lá e, de costas para ele, havia alguém que olhava diretamente para o Portão, quase sem dar-se conta de seus arredores — Jabu, Ichi e Geki prepararam-se para a batalha, mas Nachi fez um sinal para que esperassem, embora parecesse não ter coragem de o dizer propriamente, limitando-se a acenar para os amigos. O homem tinha cabelos escuros que lhe escorriam pelas costas; vestia o que parecia ser uma roupa muito básica de prisioneiro de tempos remotos. Não tinha qualquer armadura. Não parecia ser um guardião, um inimigo guardando aquele Portão. Tampouco parecia amigo. Havia uma esfera de tensão gigantesca naquele lugar, potencializada ainda mais pelo calor e o bafo da câmara. Jabu e Ichi flanquearam o homem e Geki uniu-se a Nachi no centro — não podiam ver seu rosto e, no entanto, tinham um mau pressentimento. Dentro de cada um, perguntavam-se se havia sido ele o projetor daquelas tolas ilusões. Passo a passo, Jabu e Ichi aproximavam-se do homem pelos lados. E quando a imagem foi abrindo-se para Ichi, aos poucos sua face foi revelando-se por entre os cabelos ensebados de suor. Ao ter a certeza do que via, o Cavaleiro de Hidra assombrou-se — seus olhos saltaram da órbita e, sem perceber, deu alguns passos para trás, afastando-se daquela ameaça e encostando na parede incandescente, acuado. Sua voz embargou, incapaz de dizer qualquer coisa, como se tivesse puxado o ar forte demais e não tivesse o suficiente para ser ouvido. Jabu, do outro lado, experimentou a mesma coisa. — Sa… Saga! ________________________________________________ Shun levanta-se da cadeira, sobressaltado, naquele fim de tarde no Japão. — Você também sentiu? — perguntou June. — Sim. Ele imediatamente foi até o parapeito observar Seiya, que estava sob os cuidados de Seika no jardim — ela mais afastada. Queria ver se o amigo reagiria também àquele pressentimento. Mas nada. Shun olhou para o horizonte e para June, ela estava realmente preocupada com Shun e era natural que fosse, a própria Fênix a encarregara de cuidar de seu irmão menor. Ela não iria querer contrariá-lo. — O cosmo de Atena deixou esse Mundo. — encerrou ele, e os olhos de June para ele perguntavam de modo suplicante: o que pode significar? Ele não sabia: — Não sei, June. E respirou fundo. ________________________________________________ O olho do homem dardejou contra Ichi e então contra Jabu. Os dois rapidamente recompuseram-se ao lado de Nachi e Geki, que estavam igualmente tensos. Não havia dúvidas, aquele homem de costas vestido de prisioneiro era Saga. Saga, o antigo Mestre do Mal. O Cavaleiro de Gêmeos. O Espectro Renegado. Ficaram todos quase sem ter coragem para puxar o ar diante das costas daquele homem — sua falta de ação, sua imobilidade, até mesmo seu cosmo não presente eram de uma ameaça invisível que os impedia de respirar, tamanho o peso do ar ao redor dele e daquela câmara. Não sabiam quanto tempo ficaram em posição de ataque ou de defesa (não sabiam precisar), mas o homem tampouco lhes falou qualquer coisa. Foi Nachi quem tentou uma nota de comunicação inicial: — Viemos destruir o Portão do Inferno. — ele disse, hesitante. Não havia sido perguntado, mas ele sentia como se devesse uma explicação, uma desculpa. Houve uma ligeira respirada em desafio de volta. Jabu prosseguiu: — Sa… Saga. Atena nos ordenou que destruíssemos os Portões do Inferno. — Não sou Saga. Todos assombraram-se ainda mais com aquela voz de trovão. Não sabiam o que os arrepiava mais, o fato daquele corte seco ou o real dono daquela resposta. Como se o irmão fosse, de certa maneira, muito mais perigoso — Jabu e os demais sabiam da história. Estava diante deles alguém que foi capaz de enganar a um Deus Olímpico. E, no entanto, ali ele mal dignar-se a olhar para os Cavaleiros de Bronze; parecia em transe, parecia ocupado em qualquer outra tarefa que não a de estar ali diante deles. Diante do Portão do Inferno como se, mesmerizado, tentasse absorver a real natureza daquele evento. E eles sabiam também que todos os Cavaleiros de Ouro, Kanon incluso, haviam morrido no Muro das Lamentações, portanto assim como os Cavaleiros Negros e os Tenentes de Poseidon, Kanon havia sido trazido de volta novamente. — Kanon. — arriscou Geki. — Precisamos destruir o Port… — Calem a boca! — vociferou ele. E então seu cosmo dourado simplesmente apareceu, sua mão direita elevou-se acima da cabeça e foi envolvida por um globo de luz negra estalando energia por todo o lado; levitou o corpo dos Cavaleiros de Bronze, incapazes de se moverem. Quatro desses estalos de energia despregaram-se da esfera e alojaram-se diretamente no cérebro dos garotos. Foram ao chão imediatamente, como se tomados por uma dor de cabeça ensurdecedora, ao ponto do crânio assemelhar-se a uma bomba. A dor engatilhou imagens horríveis de campos sulfurosos e oceanos de lava comendo-lhes a carne do corpo que putrefazia-se aos poucos. Debatiam-se no chão, desejando que seus cérebros fossem simplesmente apagados para que parassem de doer. Caíram todos desacordados, vencidos pela dor e pela ilusão diabólica. Kanon precisava de silêncio e tinha pouca paciência. ________________________________________________ Atena caminha do Muro ao trono de Hades — uma pilastra cai ao seu lado, resultado da lenta degradação do Submundo. Ela pode sentir a estrutura de Giudecca tensa, como se, aos poucos, fosse perdendo sua essência, sua substância. Era necessário fazer algo. Ela caminhou com seu báculo e ficou exatamente de frente ao trono do Deus do Submundo — onde antes encarou-o em posse do corpo de seu Cavaleiro de Andrômeda, Shun. Olhou fixamente para aquele trono vazio e ponderou sozinha os perigos do Submundo estar desguarnecido. Olhou para o alto e para várias direções distintas; levantou seu báculo e apontou-o para todos os lados, como se procurasse algo no ar — até que ele pareceu ressoar com uma direção específica. Fechou os olhos e fez seu cosmo divino ascender. Demorou pouco e Atena abriu novamente seus olhos, assustada. Não tinha dúvidas: alguém estava agindo no Submundo. ________________________________________________ Kanon olhava fixamente para o Portão do Inferno. Para todas as figuras humanas ali representadas, para todas as cenas dantescas e todos os relevos bem desenhados. O Portão, assim como todos os outros, estava entreaberto, e ele sabia, no fundo de sua alma, que havia sido cuspido exatamente dali. "O que significa isso agora? Até quando os Deuses vão brincar com nossas vidas?" Pensou sozinho, e então pareceu responder para o próprio Portão. — Sim. Devo destruí-lo e, no entanto… — Respondeu ele para a porta. — Não. Não me apego a essa vida, deveria saber que eu já superei isso. — fechou os olhos. — Apenas fico me perguntando o motivo de terem nos escolhido para reviver novamente. Nachi foi, aos poucos, recuperando a consciência. O gêmeo continuou: — Eu discordo, e você deveria saber muito bem sobre isso. Apenas os piores foram trazidos de volta à vida, como se expulsos do próprio Inferno. Seu silêncio durou pouco e sua resposta foi ríspida: — Ou sou um traidor? — Breve silêncio e então: — Você talvez seja… Kanon ficou mais tempo em silêncio, ainda fixando aquele Portão, para então continuar seu devaneio: — Então... Porque eu estou vivo e eles estão mortos? Nachi estava confuso. — Será uma punição? — continuou Kanon. O Cavaleiro de Lobo olhou escondido para todos os lados, pois não queria ser notado, e não viu ninguém na parca iluminação de fogo, seus amigos todos ainda desacordados. "Mas com quem ele está falando?" — Atena não tem o que temer. — Nachi estremeceu na menção de sua Deusa, e a voz de Kanon pareceu responder a qualquer interlocução própria: — Eu não pertenço ao mundo dos vivos! Mas então ele finalmente ele pareceu surpreso pelo vazio que soprava daquele Portão. — Ahn!? Você acha que… A morte ele havia sentido já por duas vezes, o renascimento também tantas quanto, mas agora era diferente — embora sua consciência lhe dissesse que todo Renascimento carregava um propósito, Kanon não estava exatamente certo disso. Ao menos não daquela vez. Perdido em suas divagações, Kanon finalmente notou que estava sendo observado e escutou, por conta de um descuido de Nachi com sua própria dificuldade em manter uma dor mental dentro de si, que um dos Cavaleiros de Bronze ainda mantinha-se vivo, ou ao menos consciente. — Não deveria lutar contra sua mente. — disse ele, ao que Nachi, por um momento, perguntou-se se ele continuava falando consigo mesmo ou se pior: falava diretamente com ele. Kanon decidiu sua dúvida: — Levante-se, Cavaleiro de Bronze. Nachi recompôs-se finalmente, obedecendo a voz daquele homem. Abriu a boca quase desculpando-se por não estar morto por seu poder, como se buscasse explicar ao homem porque não havia simplesmente apagado ou até morrido: — Um golpe não funciona duas vezes contra um Cavaleiro. — Kanon estranhou. — Ikki já destruiu minha mente uma vez, se você quisesse realmente nos matar, já teria feito, não é? — Hmm… — Kanon lembrava-se de Ikki, mas não respondeu seus reais intentos. — Kanon. Nós precisamos destruir os Portões do Inferno! — tentou novamente Nachi em sua teimosia. — Eu não tenho a menor condição de vencê-lo, nem teria se nós cinco ou dez ou vinte de nós estivéssemos contra você, mas preciso saber se está do nosso lado ou se irá se opor a isso. Kanon riu. — Então eu ainda sou um traidor, não é? — já vislumbrando, erroneamente, um possível motivo para estar vivo. — Não. Você é o Cavaleiro de Gêmeos, mas nesse momento você está entre eu e o Portão que preciso destruir. — Que mau para você, Lobo. — comentou ele. Nachi preparou-se para lutar, resignado. Kanon apenas expandiu seu cosmo e o Cavaleiro de Lobo foi arremessado contra a parede da caverna. Levantou-se novamente sem muito esforço. — Alguém está controlando o destino dos Mortos. Se eles não podem resistir a uma técnica tão simples, jamais poderão proteger Atena. — aludiu Kanon aos Cavaleiros de Bronze desacordados. — Nós já derrotamos os Cavaleiros Negros e os Tenentes de Poseidon, eles também foram trazidos à vida como você. — quase tentando provar o valor de seus comparsas. Uma lufada de vento mórbida desprendeu-se do Portão entreaberto e fez Kanon considerar seus arredores. Ele parecia ter compreendido algo. Caminhou até o Portão e abriu suas portas por completo. Nachi espantou-se. — O que está fazendo, Kanon? Devemos destruir o Portão, não abrir ele por completo! — Saia daqui, Cavaleiro de Lobo. — Kanon finalmente olhou para Nachi, aquelas sobrancelhas arqueadas caíram feito uma montanha sobre o Cavaleiro de Bronze. — Eles acordarão em algumas horas. — olhou fundo nos olhos de Nachi, e o Lobo resistiu a esse olhar pesado, Kanon pediu-lhe: — Proteja Atena. — Mas de quem Kanon?! — suplicou Nachi, mas Kanon, com seu cosmo dourado, começou a entrar no Portão do Inferno. E mais: seu cosmo fez uma grande dimensão aparecer na caverna, tirando o chão de Nachi e levitando o corpo de seus amigos. Então a gravidade pareceu acelerar naquele cosmo infinito, distorcendo fatalmente o corpo de Nachi e dos outros três Cavaleiros de Bronze, de modo que eles se esparramaram por dimensões e acabaram por reaparecer exatamente em frente ao Lago Avernus. — O quê?! — espantou-se Nachi. E então o gigantesco cosmo dourado de Kanon elevou-se e desapareceu por completo logo após uma grande explosão. — Será que ele?... Mas a sensação mórbida que habitava o Lago Avernus e os arredores simplesmente sumiu. Kanon havia destruído o Portão do Inferno. ________________________________________________ Atena então caminhou até o trono do Senhor dos Submundos e colocou a mão no seu respaldo; fechou os olhos, comiserada, como se precisasse fazer algo que não queria. Então pareceu despertar, olhou adiante para a entrada e, chamando pelo firmamento do Inferno, sua voz soou: — Perséfone! Não houve resposta. Um silêncio se alastrou quase por toda a extensão do terreno do Submundo. — Perséfone! — clamou Atena uma segunda vez. E não houve uma brisa infernal em retorno. Ela tentou uma terceira vez. — Perséfone! Foi quando finalmente um cosmo poderoso manifestou-se no Inferno tomando a Giudeca por completo. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Phoenix no Ankaa 34 Postado Janeiro 1, 2016 Compartilhar Postado Janeiro 1, 2016 Masei, muito boa sua Fic.A ideía bem original, as descrições bem detalhadas, personagens bem trabalhados, e lutas bem descritas. É uma estória que dá vontade de acompanhar. Não sou fanfiqueiro experiente. Só tenho uma fic, mas acho que posso contribuir.Achei algumas coisas confusas/estranhas: 1) O texto por vezes falta algumas virgulas, e faz com que precisemos ler uma vez mais para compreender. Virgula a maioria de nós não sabe usar, mas você poderia dar uma revisada. Uma possibilidade é achar alguém mais safo que revise pra você. 2) Os diálogos as vezes confundem. Por vezes não sabemos quem está falando, e a gente identifica pelo contexto. E por outras os travessões, que você usa dois um antes e um depois da fala, e parece que a descrição da situação/reação/ação posterior parece ser um diálogo. Na minha fic só uso um travessão quando é dialogo, antes da fala. E a descrição da situação/reação/ação faço depois de um ponto que finaliza a fala. Para reintroduzir nova fala coloco um novo travessão. Acho que a dica pode ajudar. 3) Nos seus cortes de cenário você poderia dar um título, como nos mangás que aparece "Santuario", "Labirinto de Cronos". Eu uso isso, e também "05 anos antes", "No passado" quando faço saltos no tempo. Creio que você saltos no tempo fará em determinado momento. A fic está de parabéns. Bom desenvolvimento da estória com bom uso dos personagens, sendo estes bem fiel a característica de cada um. Um show. A Persefone aparecer promete. Lembro do EpiG que até o final teve diversas revelações interessantes. Estou curtindo. Aguardando o próximo Capítulo Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Phoenix no Ankaa 34 Postado Janeiro 1, 2016 Compartilhar Postado Janeiro 1, 2016 Visite minha fic. http://www.cdz.com.b...dioes-de-atena/ Abraço. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Janeiro 2, 2016 Autor Compartilhar Postado Janeiro 2, 2016 Caceta, Ankaa! Muito obrigado mesmo por ter tirado o tempo pra ler. Eu também sou fanfiqueiro de primeira viagem. Deixa eu comentar seus pontos abaixo: Masei, muito boa sua Fic.A ideía bem original, as descrições bem detalhadas, personagens bem trabalhados, e lutas bem descritas. É uma estória que dá vontade de acompanhar. Po, muitíssimo obrigado. Eu to tentando. =D Não sou fanfiqueiro experiente. Só tenho uma fic, mas acho que posso contribuir.Achei algumas coisas confusas/estranhas: Pode continuar contribuindo. Tudo ajuda. =D 1) O texto por vezes falta algumas virgulas, e faz com que precisemos ler uma vez mais para compreender. Virgula a maioria de nós não sabe usar, mas você poderia dar uma revisada. Uma possibilidade é achar alguém mais safo que revise pra você. Na verdade eu tenho uma revisora que dá uma lida depois que eu mando pra ela — fã de Cavaleiros. E acredite, ela inclui uma porrada de vírgula que eu não coloco. Se ainda falta, vou ver se tento melhorar mais pra frente, haha. Mas valeu, vírgula é sempre um catzo e quem escreve sempre deixa passar. 2) Os diálogos as vezes confundem. Por vezes não sabemos quem está falando, e a gente identifica pelo contexto. Em alguns casos isso é proposital, porque eu não gosto (por estilo e fluidez da narrativa) de ficar repetindo sempre quem está falando e respondendo toda hora, até pra não quebrar muito a dinâmica do diálogo, nem ter muitas repetições. E por outras os travessões, que você usa dois um antes e um depois da fala, e parece que a descrição da situação/reação/ação posterior parece ser um diálogo. Na minha fic só uso um travessão quando é dialogo, antes da fala. E a descrição da situação/reação/ação faço depois de um ponto que finaliza a fala. Para reintroduzir nova fala coloco um novo travessão. Acho que a dica pode ajudar. Isso é muito interessante, porque eu realmente gosto (visualmente) do travessão, mas se eu usar ele pra início de diálogo (o mais comum), talvez fique confuso demais também usá-lo pra separar orações quando há um diálogo envolvido. Vou pensar nisso mais pra frente, muito obrigado mesmo, não tinha reparado nisso. 3) Nos seus cortes de cenário você poderia dar um título, como nos mangás que aparece "Santuario", "Labirinto de Cronos". Eu uso isso, e também "05 anos antes", "No passado" quando faço saltos no tempo. Creio que você saltos no tempo fará em determinado momento. Na versão final, eu uso um simbolozinho de Atena bonito pra separar e fica mais evidente. Quanto à situar o leitor em local e tempo, eu prefiro (por estilo mesmo) inserir essa informação no texto da narrativa). Mas se ficar muito confuso pra muita gente, eu posso rever. A fic está de parabéns. Bom desenvolvimento da estória com bom uso dos personagens, sendo estes bem fiel a característica de cada um. Um show. A Persefone aparecer promete. Lembro do EpiG que até o final teve diversas revelações interessantes. Peor que eu nunca li o EpiG (O.o), mas sempre fiquei pensando que ela poderia aparecer em algum momento, né. Espero que eu não agrida demais e que bom que tem achado os personagens dentro de suas características, essa sim é uma das minhas maiores preocupações. Estou curtindo. Aguardando o próximo Capítulo Já está escrito até o Capítulo 6 da Segunda Parte (são duas partes, a primeira com 7 capítulos, a segunda em curso ainda). Agora que acabaram as férias, voltarei a postar quinzenalmente. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Phoenix no Ankaa 34 Postado Janeiro 5, 2016 Compartilhar Postado Janeiro 5, 2016 Tranquilo.Estamos aí pra isso.A minha está com 23 capítulos postados num blog próprio. O 24 tá pronto, e tem mais 03 gaidens, explicando pequenas coisas.Para a rotina daqui está adiantada.Se quiser ler na sequencia acesse: http://osguardioesdeatena-rpna.blogspot.com.br/. Aguardando a próxima postagem. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Janeiro 5, 2016 Autor Compartilhar Postado Janeiro 5, 2016 Tranquilo.Estamos aí pra isso.A minha está com 23 capítulos postados num blog próprio. O 24 tá pronto, e tem mais 03 gaidens, explicando pequenas coisas.Para a rotina daqui está adiantada.Se quiser ler na sequencia acesse: http://osguardioesdeatena-rpna.blogspot.com.br/. Aguardando a próxima postagem. Vou ler, com certeza! É que ultimamente quase não tenho tempo por causa do Podcast, do trabalho, da Fic, haha. Fora que eu gostaria de ler outras Fics assim que terminar essa (falta pouco). Mas vou ler sim! Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Phoenix no Ankaa 34 Postado Janeiro 5, 2016 Compartilhar Postado Janeiro 5, 2016 Vou ler, com certeza! É que ultimamente quase não tenho tempo por causa do Podcast, do trabalho, da Fic, haha. Fora que eu gostaria de ler outras Fics assim que terminar essa (falta pouco). Mas vou ler sim! Blz. Estou tentando ler e contribuir, mas tem muitas fics bem adiantadas, e fica bem dificil.A tua consegui pegar no começo. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Janeiro 7, 2016 Autor Compartilhar Postado Janeiro 7, 2016 Capítulo 5 — A Batalha do Bronze contra o Ouro — Perséfone! Chamou Atena pela terceira vez, e foi justamente quando um cosmo poderoso manifestou-se no Inferno, tomando a Giudeca por completo. Atena notou como esse cosmo também restaurava uma certa integridade de sua construção; se uma ilusão ou não, observou como uma das pilastras levantou-se de sua ruína para novamente suspender o teto que restaurava-se de seus rombos. O cosmo era magnânimo, profundamente diferente daquele que Hades emanava e diametralmente oposto ao próprio cosmo de Atena ou de qualquer Deus que ela já enfrentara nessa sua nova vida. Com respeito, Atena aguardou a figura entrar em Giudeca, apenas para notar que ela jamais viria, seu cosmo irradiado no templo era a visita final de que ela precisava. **************************************************************** Marchavam os cinco Cavaleiros de Bronze. E de todos eles, Ban era o mais inteiro, posto que fora o único a repousar depois de sua gravíssima batalha contra os Tenentes Marinas. Ele mesmo ajudava Jabu quando este cambaleava, resultado dos choques terríveis de Andros; Geki, por sua vez, ajudava Nachi, que sofreu mais durante o breve encontro contra o Cavaleiro de Gêmeos. Estavam em Hierápolis, ou em sua versão moderna, justamente para lidarem com o que achavam se tratar do último Portão do Inferno, que ficava no Plutônio em ruínas antigas. — É o último. Segura firme, Jabu. — He, isso aqui? Isso não é nada, Ban. — respondeu ele, ainda falando ligeiramente torto pelo tanto que os choques endureceram seus músculos. Ichi andava mais adiante dos quatro e comentou debochado com Nachi: — Você pode dizer que venceu o Cavaleiro de Gêmeos, ninguém pode dizer que não. — Tem razão, Ichi. — comentou o Lobo, mostrando sinais de cansaço, mas sorrindo para o amigo. Chegaram até as ruínas turcas de um antiquíssimo templo ao Hades e dois guardiões assomaram-se diante deles: um gigantesco homem de pernas arqueadas e porte muito gordo, bastante distante do que se imaginaria de um guerreiro ou de um santo, e outro pouco mais distante, completamente coberto. Embora aquela figura gorda fosse curiosa, não era o que mais chamava a atenção dos Cavaleiros de Bronze naquelas duas figuras. Pois tanto nesse gigantesco homem como na figura menor, embora perceptível mais ao longe, lhes chamava a atenção o traje que usavam: absolutamente de um metal brilhante, refletindo a luz do sol com força em um tom que era muito familiar a eles: o Ouro. Debaixo de tecidos finos e leves que usavam no peitoral pendendo na altura da cintura, escapava o metal de suas Armaduras: trajavam Armaduras de Ouro! **************************************************************** Uma voz cacofônica invadiu a Giudeca: — Atena. — Perséfone. — devolveu ela a educação. — O Submundo está em perigo. — Porque me invocou, Atena? — respondeu a voz cacófona que, não soubesse Atena se tratar de Perséfone, poderia ser confundida com qualquer outra coisa. — O Submundo precisa de sua proteção, há alguém interferindo no seu equilíbrio e trazendo de volta aqueles que deveriam estar no Mundo dos Mortos. Houve uma espera maior, até que o cosmo de Perséfone pareceu tremer, refletindo seu próprio estado de dúvida. — Onde está Hades? Saori sente um frio na espinha. Cerra os olhos e responde com sinceridade: — Hades não está mais presente no Submundo. O cosmo de Perséfone torna-se inquieto. — O que aconteceu com Hades, Atena? Mas Atena cala-se por um momento, pesando sua resposta. **************************************************************** — O quê!? São Cavaleiros de Ouro, mas… — Jabu ficou confuso, pois não reconhecia aquelas armaduras. O homem maior e que chamava mais atenção tinha um tecido fino branco que lhe cobria metade do peitoral e lhe caia do outro lado pela cintura; todo o resto do corpo era coberto por uma armadura cravejada por chifres de vários tamanhos, um elmo com duas pinças para cima servindo de cornos. Das costas despregava o que se assemelhava a duas pernas peludas de um inseto muito grande. Sua armadura ainda contemplava um gorjal de ouro na altura do peito por cima do tecido; fosse o que fosse, o todo lembrava muito a figura de um inseto. Um inseto muito grande, dado o porte daquele homem. Ele soltou uma risada leve e grave. Atrás dele, destacou-se próximo ao Portão do Inferno uma figura completamente protegida por uma armadura de Ouro, seu rosto escondido em uma máscara e faixas brancas pendendo de toda extensão de sua armadura; não havia dúvidas de que chamava à mente a figura de uma múmia. Também pendia de seu peitoral um gorjal de ouro. — Eu fico pensando por que demônios esses desencarnados ficam aqui no Portão, se voltaram à vida por que simplesmente não saem pelo Mundo? — questionou o burro Cavaleiro de Hidra. — Não se preocupem, já há mortos o suficiente andando por essa Terra. — respondeu o gigante com sua voz grave. — Eles guardam o Portão, permitindo que saiam os mortos. — comentou Jabu, mais apto. — Nós iremos destruir este Portão assim como destruímos os outros. — ameaçou Nachi. — Vocês podem abrir, entrarem e não serem mortos como fizemos com os outros. O grandão riu dos Cavaleiros de Bronze, mas quem falou por debaixo da máscara foi o misterioso homem-múmia. — O modo que seus olhos amedrontaram-se com o tom de nossas Peles de Ouro me faz crer que sua ameaça é infundada, garoto. — comentou ele, em tom de provocação. Os Cinco Cavaleiros de Bronze finalmente puseram-se em posição de combate. Ele tinha razão: o tom dourado daquelas armaduras os colocava em alerta. **************************************************************** Atena finalmente respondeu. — Hades levantou-se nessa época para jogar o Mundo dos Vivos na escuridão eterna. E por isso foi vencido. — O Submundo deveria manter-se íntegro, ainda que Hades tenha sido selado. Tem sido assim desde os Tempos Mitológicos. Saori engoliu em seco novamente. — Hades não foi selado. Hades foi vencido. Uma pedra caiu do teto da Giudeca, como se Perséfone houvesse vacilado por um momento e sua proteção tivesse balançado no templo. Seguiu-se um silêncio sepulcral e Atena pôde apenas aguardar. **************************************************************** Geki saltou na direção do gigantesco inseto e travou uma queda de mãos com o homem; a força combinada quebrou inclusive a terra que pisavam, levemente levantando pedras pela força do cosmo dos dois. Aproveitando o momento em que o grande homem estava ocupado com Geki, Nachi e Ichi saltaram lépidos por sobre ele para juntarem forças contra aquele guerreiro mumificado de ouro. Seus cosmos brilharam juntos e os punhos da Hidra e do Lobo uniram-se para atingi-lo. Mas, então, ascendeu um cosmo obscuro daquela figura e, comandado pelos braços dele, duas faixas brancas levantaram-se e imobilizaram Nachi e Ichi, que caíram amarrados. Geki estava sendo empurrado pelo homem, que era muito maior até mesmo que ele; ao mesmo tempo que Jabu e Ban tentavam, em vão, atingi-lo: o Unicórnio tentava rasteiras na perna troncuda do homem, enquanto Ban tentava socá-lo no rosto, no peito, em todos os lados, causando apenas leves muxoxos do gigante. E, mesmo assim, ele encurralava Geki contra uma das paredes do local, e sua força era tamanha que ele lentamente foi fazendo o corpo de Geki abrir um buraco na pedra, enterrando ele mais e mais para o fundo da pedra. — Geki! — chamaram em uníssono as vozes de Ban e Jabu. Do outro lado, a figura mumificada pisou no rosto de Ichi, ao que ele reagiu rapidamente fincando suas garras na perna do guerreiro, que recuou com a dor da picada da Hidra. As garras da Hidra vararam o ouro. Ele silvou debaixo de sua máscara e seus olhos, única coisa que podia ser vista, incendiaram de raiva. Ichi tinha dificuldades para levantar-se. — O veneno da Hidra vai percorrer o seu corpo e… E voou, pois a múmia atingiu-o com um soco poderoso no rosto, arremessando-o contra o chão do planalto que levantava-se adiante do templo. **************************************************************** O cosmo de Perséfone pareceu ter estabilizado, e sua voz cacófona retornou à Giudeca com um tom profético. — Atena. Você sabe que isso terá consequências. — As consequências já se fazem sentir; o Submundo está desguarnecido e há quem procure comandá-lo e ordenar o destino dos mortos. Andam pela terra dos Vivos aqueles que deveriam estar aqui; Portões do Inferno levantaram-se na Terra e a integridade do Submundo decai pouco a pouco, Perséfone. Mas Perséfone disse novamente de maneira pausada, lenta e oráclica. — Atena. Você sabe de quais consequências estou falando. Pausadamente, para que Atena tivesse certeza do que ela dizia; e ela tinha. Saori fechou os olhos, respirando fundo e tentando tirar as dúvidas de sua mente. O futuro não permitia que ela vacilasse. **************************************************************** Jabu e Ban pularam nas costas do gigante e cada um segurou numa das grandes pernas de inseto fazendo impulso contra a parede do templo na qual o gigante enterrava Geki; os dois saltaram para trás, finalmente interrompendo a força contundente do homem que cambaleou vacilante, libertando Geki de seu atacante. Os três reuniram-se arfando, pois a luta não parecia mais tão simples. Nachi corria em direção do homem-múmia que, mais uma vez, ia atrás de Ichi rolando colina acima; ele percebeu que o oponente estava mais lento que da primeira vez e conseguiu atacá-lo com sua melhor técnica: — Uivo Mortal! O uivo profundo do lobo fez-se ouvir na Hieropolis, e do punho de Nachi luzes precipitaram-se, manipulando o ar de forma cortante e atingindo as costas da figura que simplesmente estacou sua corrida; teve também grande parte do tecido branco de suas faixas rasgado pela técnica, mas nada além disso. Tudo que Nachi fez foi expor de vez a armadura de ouro que recobria o corpo daquele homem, sem deixar qualquer espaço. — Meu golpe… não surtiu qualquer efeito. — lamentou-se ele, apenas momentos antes de ter a mão daquele guerreiro no seu pescoço, arrastando-o de volta ao Plutônio. E então seguiu-se uma surra dele em cima de Nachi, que o socava sem largá-lo pelo pescoço. Apenas soltava-o quando, trôpego mas certeiro, precisava girar em seu próprio eixo para acertá-lo apenas para retomar o controle de seu oponente indefeso. — Façam isso de novo. — disse Geki para os dois. E, sem pensar muito, lá foi Geki para sua chave de mãos contra o gigante. Dessa vez Jabu e Ban não demoraram-se e saltaram nas pernas de inseto das costas do oponente e puxaram-no pra fora de seu eixo de gravidade. Geki foi ao chão e agarrou as duas pernas troncudas do homenzarrão, aproveitando o desequilíbrio dele. De imediato, levou um balaço do gigante nas costas, que quebrou parte de sua Armadura de Urso; ele cuspiu sangue e fez ainda mais força para segurar as duas pernas do guerreiro de ouro e levantá-lo no ar. Jabu saltou, compreendendo a ideia, e sua cosmo-energia preencheu o local; a figura do Unicórnio levantou-se no infinito e relinchou no universo em que a voz de Jabu ecoou: — Unicórnio Galopa!!! Atingiu em cheio o elmo de ouro daquele gigante, repartindo-o no meio e arremessando-o para mais adiante, onde o corpo que se quedava do grande guerreiro encontrou-se com a investida furiosa e flamejante de Ban. — Bombardeio do Leão Menor! — sua voz também ecoou no local e carregou o corpo daquele homem em chamas para explodir justamente para onde Ichi havia sido arremessado. Ichi havia já se recuperado com esforço e, rápido, tentou intervir na surra que Nachi tomava, mas tornou-se apenas um aborrecimento a mais para aquele guerreiro, que conseguiu esquivar-se das investidas de Ichi e ainda continuar surrando Nachi normalmente (embora tentasse atingir o Hidra e não conseguisse, devido à sua enorme agilidade). Ichi percebeu, com orgulho, que a perna direita da figura era mais lenta; e a culpa era sua. Às custas de Nachi, que ainda apanhava, Ichi surpreendeu o guerreiro bloqueando um chute de sua perna direita. — Rá, lento demais! — e rapidamente atropelou a perna de apoio com uma rasteira, levando o homem finalmente ao chão. Ichi aplicou sua garra na outra perna, tirando um grito arrepiante do que quer que estivesse por debaixo daquelas faixas douradas. — Quantas picadas mais da Hidra você vai aguentar?! **************************************************************** Atena mudou de assunto habilmente. — O Submundo precisa de você, Perséfone. Como eu disse, há outras entidades interessadas em tomar o Submundo e intervir no destino daqueles que morrem. O Hades não pode ficar vazio. — Ele não deixaria isso acontecer. Saori estremeceu como nunca; chegou a vacilar e precisou apoiar-se no próprio trono de Hades, como se o seu labirinto perdesse controle por um instante. Apoiou-se também em seu báculo Nike. — Atena, você é uma Deusa. — afirmou Perséfone em sua cacofonia sombria. — Não podemos esperar o tempo Dele. O Submundo não pode ficar vazio, Perséfone. Houve um silêncio, até que a resposta de Giudeca viesse novamente. — Você caminha por um caminho perigoso, Atena. Desobedecer aos Deuses dessa maneira. — As consequências serão minhas, Perséfone. — afirmou Atena com uma voz pesada e decidida. **************************************************************** Do outro lado, o gigante inseto caiu, mas tampouco os Cavaleiros de Bronze estavam em melhor estado: os braços de Geki estavam quebrados e ele sofria dores terríveis por causa disso, Jabu já não estava em bom estado desde que chegara e apenas Ban sobrara de pé. O Leão Menor correu para ter com seus amigos, que já não tinham mais condições nenhumas de batalha, e, para seu desespero, o corpanzil do gigante de ouro que enfrentavam foi aos poucos, e com bastante dificuldade, levantando-se. — Sua garra pôde varar a armadura dele, essa não é uma Armadura de Ouro de verdade. Está preparado pra derrotá-lo, Ichi? — Eu estou sempre pronto, Nachi! — Então vamos! Uivo Mortal! Os cosmos do Lobo e da Hidra uniram-se no firmamento, mas apenas Nachi disparou sua técnica aérea cortando a terra, levantando blocos de pedra e comendo de fatiada aquela esquisita armadura da Múmia Dourada, que ainda tentou contra-atacar com suas faixas de defesa — todas retalhadas pelo uivo de Nachi. A agilidade de Ichi permitiu que chegasse perto o suficiente para que ele pudesse atingir os espaços em branco que Nachi abriu naquela armadura completa — destilando seu veneno por vários pontos do corpo humano por baixo daquelas faixas douradas. Não sem sofrer consequências terríveis, pois o oponente simplesmente fez toda sua armadura de faixas douradas deixarem seu corpo para envolver Ichi por completo, como se o sufocasse por mumificação — o homem que usava aquele traje terrível caiu, sofrendo as dores do veneno da Hidra, e Nachi finalizou o homem atravessando seu cosmo com um poderoso punho que finalmente o derrubou, vencido, mas Ichi foi pego numa armadilha terrível. — Ichi!!! — desesperou-se Nachi. E Ban, vendo aquele gigantesco inseto levantando-se, não teve dúvidas: — Vai queimar no meu fogo, seu verme! — o punho de Ban foi envolto por um fogo em redemoinho, seu cosmo alaranjado elevou-se e seu grito soou no local com fúria: — Chama Flamejante do Leão Menor! Um turbilhão de fogo desprendeu-se de seu punho e queimou em chamas o gigantesco inseto, que finalmente definhou, calcinado pelo golpe de Ban, que de muito cansado ajoelhou-se em súplica para que Nachi libertasse Ichi. E ele o fez: cortou o ar com sua técnica controlada e libertou a respiração de Ichi ao tirar seu rosto daquelas faixas douradas. — Vamos, Ichi. Liberte-se! O Cavaleiro de Hidra fez um esforço monstruoso e com a ajuda de Nachi, que enterrou os dedos entre algumas faixas para arrancá-las no braço, ele finalmente se viu liberto daquela constrição. Haviam vencido. Mas estavam absolutamente sem forças. **************************************************************** A cacofonia voltou. — Não poderei voltar até o próximo Outono, Atena. — Até lá, eu farei com que a Terra não sofra os males do Submundo. — E quem garantirá que o Submundo não sofrerá os males do Mundo dos Vivos? — perguntou a voz cacófona. Saori silenciou, aceitando a responsabilidade. Deu as costas para o trono e fez que se retiraria. — Vejo você no Outono, Perséfone. — Até, Atena. O cosmo de Perséfone abandonou a Giudeca e a construção voltou a se derrubar, pedras caindo do teto, pilastras tombando, o estado de decaimento de antes voltando a lentamente corroer o Submundo. Atena pisou na terra do Mundo dos Mortos e olhou para o firmamento escuro do local antes de abandonar e voltar ao Mundo dos Vivos. Saori sentiu um calafrio gigantesco ao perceber que havia realmente alguém no Submundo; Perséfone precisava logo estar ali, mas ela sabia que não poderia contar com aquilo até o Outono, de fato. Precisaria esperar. Uma espera que, enquanto Deusa, pouca diferença faria. Mas Saori ainda tinha sua parte humana que sofreria por todo aquele tempo. **************************************************************** Próximo capítulo: O Retorno de Atena Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Phoenix no Ankaa 34 Postado Janeiro 9, 2016 Compartilhar Postado Janeiro 9, 2016 Um bom capitulo, com um pouco mais da trupe de bronze e de Atena e Persefone.Fiquei confuso sobre a verdadeira razão de aparecer Persefone, ainda que em espírito. Atena ficou muito refém. Achei estranho.Aguardarei o próximo para ver a destruição do portal, e a verdadeira intenção de Atena com Persefone. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Janeiro 9, 2016 Autor Compartilhar Postado Janeiro 9, 2016 Opa Phoenix, Um bom capitulo, com um pouco mais da trupe de bronze e de Atena e Persefone. Sim. =D Fiquei confuso sobre a verdadeira razão de aparecer Persefone, ainda que em espírito. Atena ficou muito refém. Achei estranho. Como assim 'a verdadeira razão'? À essa altura deveria ficar mais claro, porque a Atena diz pra ela porque ela é necessária. E como assim refém, estranho? Hehe. Pergunto pra poder mudar, caso seja o caso. Aguardarei o próximo para ver a destruição do portal, e a verdadeira intenção de Atena com Persefone. Woohoo! Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Janeiro 13, 2016 Autor Compartilhar Postado Janeiro 13, 2016 Capítulo 6 — O Retorno de Atena Então Atena voltou ao Mundo dos Vivos. Aquele cosmo terno foi sentido da Casa de Aquário reentrando na Terra — como se o planeta novamente recebesse a proteção divina de sua Deusa, feito uma cortina que se levanta por todos os horizontes, preenchendo cada espaço antes vazio. — Hyoga! — chamou a voz de Shiryu ao longe, pois ele já subia a escadaria da Casa de Aquário. — Hyoga. — Sim, Shiryu. Saori está de volta em seu Templo. — ele olhou para o amigo reconfortado. — Alguma notícia de Jabu? — Não. Eles ainda não voltaram. Hyoga olhou adiante, para as demais Casas do Zodíaco e na direção do Templo de Atena — trocaram olhares uma outra vez com seu amigo e os dois subiram juntos as demais escadas. Chegaram ao Décimo Terceiro Salão correndo, agoniados com o perigo que ela correra sozinha, mas ansiosos por verem sua Deusa novamente — Shaina já estava no recinto ajoelhada diante de Saori, que estava sentada descansando no trono do Salão. — Saori! — exclamaram os dois em uníssono. — Hyoga. Shiryu. — recebeu ela com um sorriso cansado no rosto. — Você está bem, Saori? — perguntou Shiryu. — Sim, Shiryu. Não há nada com o que se preocupar. Me desculpe. Os dois surpreenderam-se com a ternura dela. — Saori, pedimos permissão para ir ajudar Jabu e os demais, eles ainda não voltaram e… — Não podem, Hyoga. — respondeu ela com um pesar no rosto, de quem sabe que está contrariando alguém. — Eu sei que deve ser horrível pra vocês não lutarem em um momento como esse, mas o Submundo foi tomado justamente porque não havia ninguém para defendê-lo. E com a morte dos Cavaleiros de Ouro, o Santuário precisa de vocês dois. — Mas, Saori… — Confiem em Jabu. Ele voltará. Eu sei que irá. — Atena tem razão. A voz de Marin entrou no local; o som de seu salto no mármore do Salão ecoou até que ela parou ao lado de Shaina e, assim como ela, ajoelhou-se diante de Atena — usava sua sagrada Armadura de Águia. Shaina lançou um olhar para ela, aliviada de revê-la, embora as máscaras impedissem a leitura facial mais óbvia — era por serem próximas que uma tinha certeza do que pensava a outra; Marin retribuiu um leve aceno de cabeça dizendo simplesmente: estou bem. — Eles voltarão da mesma forma que vocês sempre voltaram. — comentou Marin, referindo-se aos dois. — Marin… — chamou Atena. — Atena. — começou ela. — Lyfia e os Guerreiros Deuses estão trabalhando para destruir os Portões do Inferno do extremo norte. A essa altura, talvez todos já estejam destruídos. — Que boa notícia, Marin. Mas há um pesar no semblante de Atena e Shaina notou isso claramente. — Descanse, Atena. — anunciou ela, levantando-se. Virou-se e dirigiu-se então para Shiryu e Hyoga com um tom pesado. — Vocês precisam focar nos treinamentos de vocês para que se tornem os Cavaleiros de Ouro que estão destinados a serem. Seiya está sob os cuidados de Shun, não podemos pedir que ele proteja o Santuário, não agora; e Ikki… bem, Ikki jamais ficaria parado em um lugar só de qualquer jeito. Hyoga e Shiryu receberam aquela ordem e ainda olharam para Saori uma última vez, buscando seu olhar reconfortante — mas Atena tinha um semblante realmente triste, talvez até em não poder atender aos pedidos deles de continuarem lutando ao invés de ficarem parados na Grécia. — Vamos, Shiryu. — foi Hyoga que, resignado, chamou a atenção do Cavaleiro do Dragão. E os dois deixaram o recinto. **************************************************************** Mais uma vez, notando que o cosmo de Atena irradiou-se pelo planeta, Shun buscou alguma reação do amigo, mas tampouco sentiu qualquer mudança em seu estado vegetal. Tinha o semblante muito preocupado. — Eu não sei o que é pior. Você lutar ou você não lutar. — comentou June. — Se eu pudesse, jamais lutaria, se eu pudesse resolver tudo sem precisar derramar uma gota de sangue… — Você até se sacrificaria por isso, não é, Shun? Ele ficou em silêncio. — Mas Jabu está lutando, e é isso que me incomoda. — Seiya já foi atacado antes, você sabe que ele precisa de você aqui. Shun concordou em silêncio e June pensou sozinha: “Eu preciso de você aqui. “ **************************************************************** Nos primeiros raios de sol, os cinco Cavaleiros de Bronze apontaram no pontilhão do Santuário, marchando com dificuldades até o sopé da grande colina que abrigava as Doze Casas, aos pés da Casa de Áries. Todos sem o elmo de suas Armaduras e usando um manto de modo que escondessem o metal sagrado de seus trajes de Bronze — apoiavam-se uns nos outros, pois apenas Ban parecia em melhor estado e, ainda assim, muito ferido. Hyoga e Shiryu já vinham da Casa de Áries ao encontro deles, tendo adivinhado suas chegadas de muito longe — atrás dos dois, descia Shaina ao lado de Saori. Marin veio de Rodorio e também convergiu para encontrá-los ali. — Jabu! Nachi! — gritaram Shiryu, depois Hyoga. Shiryu, assim que chegou, tomou os braços de Geki e pediu para que se apoiasse nele; Hyoga ajudou Jabu, que estava nos ombros de Ban. Shaina e Marin ajudaram Ichi e Nachi, respectivamente. Começaram a subir as escadarias da Casa de Áries. — Nós conseguimos. Vencemos todos eles e destruímos os Portões do Inferno. — disse Nachi nos ombros de Marin — Guarde suas histórias pra mais tarde, Nachi. — respondeu ela, talvez até sorrindo. Ao chegarem na Casa de Áries, todos eles foram recebidos pelo garoto Kiki, o aprendiz. Saori ajudou ele a dispor cinco macas improvisadas no chão para que os Cavaleiros pudessem repousar — Ban foi o único que ficou sentado; Hyoga trouxe uma grande bacia de água para cada um deles tomarem, posto que seus lábios estavam terrivelmente ressequidos. Saori ajoelhava-se um a um e fazia seu cosmo terno e benevolente tomar o corpo deles, curando suas dores e cansaços, trazendo uma nova esperança para seus corações. — O corpo ainda precisa de muito repouso, meninos. — Saori. — disseram eles em uníssono, mas com ajuda de todos já conseguiram pôr-se de pé. Jabu caiu imediatamente de joelhos em frente à Atena. — Está feito, Saori. Fechamos os Portões do Interno. — Levante-se, Jabu. — pediu ela carinhosamente. — Tivemos de vencer os Cavaleiros Negros e os Tenentes Marinas. — comentou Geki. — Então quem quer que está por trás disso trouxe de volta inimigos do passado? — perguntou Shiryu. — Não apenas inimigos. — comentou Nachi. — Encontramos Kanon de Gêmeos na Itália. A menção daquele nome trouxe uma consternação silenciosa entre todos. — Foi ele quem destruiu o Portão do Inferno, mas… — Voltou ao Mundo dos Mortos. — finalizou a frase Saori. — Porque trariam um Cavaleiro de Atena de volta? — perguntou Shaina. — Isso não é tudo. — disse um Geki sério. — Atena. Nós enfrentamos guerreiros egípcios na Turquia. A informação caiu vazia entre eles gerando um silêncio misterioso; Atena olhou imediatamente para Marin, que apenas confirmou uma suspeita de ambas. **************************************************************** Passos ecoando em uma câmara âmbar, o staccato seco batendo contra uma câmara de ecos. O tecido por cima de uma Armadura Dourada dançando nos passos de sua dona, os longos cabelos negros caindo-lhe até a altura da cintura — ela aproxima-se de um trono e ajoelha-se. — Mãe. Alguns Portões do Inferno foram destruídos ao redor do Mundo, mas ainda há o suficiente para que o plano continue. — Hmmm… — respondeu apenas uma voz feminina mais forte. — Não há com o que se preocupar. Eles estão todos prontos? — Sim. — O Exército está pronto? — Sim, mãe. — Ótimo. Algo mais, filha? — Stand e Hetepheres foram vencidos na Turquia. A mulher fez uma pausa, pensativa; finalmente levantou-se de seu trono e foi até a guerreira de Ouro — a mãe vestia um vestido de linho fino e justo em uma cor escura, tinha os cabelos cortados retos na altura do ombro e um tom de pele escuro. Ela desceu as escadas do trono e puxou a filha de seu ajoelhamento para que se mantivesse de pé; e então abraçou-a como mãe e filha que eram. A filha abraçou sua mãe mais fortemente e não pôde deixar escorrer algumas lágrimas entre soluços abafados — e de tanta força que fazia para não chorar, seu corpo parecia tremer. Assim ficaram por um bom instante, até que a mãe quebrou o abraço e delicadamente fez com que ela olhasse para cima, para seus olhos. — Vai ficar bem? Ela respirou fundo. — Sim. **************************************************************** Havia uma certa discussão acontecendo na Casa de Áries sobre a origem daquela nova ameaça e sobretudo sobre os Portões do Inferno. Marin foi taxativa: — Vocês fecharam apenas os Portões mais próximos da civilização para evitar que os mortos causassem pânico nas cidades. Mas ainda há muitos espalhados por lugares muito remotos. — Se nos dividirmos, poderemos destruir o maior número de Portões possíveis. — comentou Shiryu, arrancando concordância de todos os Cavaleiros de Bronze. — Não sabemos ao certo o número exato dos Portões, nem suas localidades, tampouco se não brotarão outros. — O que sugere então, Marin? Não é possível que ache que o correto seja ficarmos parados esperando que eles coloquem a Terra em perigo! — disse Hyoga com força. Marin ficou calada e foi Saori quem falou. — Isso só acabará no Submundo. Não adianta vocês quebrarem um Portão atrás do outro, se outros mais poderão surgir. É preciso descer no Submundo e destruir a fonte de tudo isso. Todos finalmente se inflamaram. Era o chamado à batalha que precisavam e, se tivessem que voltar ao Submundo, que assim fosse; Hyoga parecia renovado, Shiryu estava pronto e os Cavaleiros de Bronze também sorriram com a chance de descerem ao Submundo e chutar as bundas de quem quer que estivesse brincando com os mortos. Mas Shaina colocou-se entre eles e Atena dando um ligeiro passo adiante. — Shaina? Silêncio. — Não. — adivinhou Hyoga. — Você vai me perdoar Saori, mas não, dessa vez não. Você não descerá ao Inferno sozinha, nós somos Cavaleiros de Atena, não é possível que não consiga compreender que… — Olhe como fala, Hyoga! — vociferou Shaina. — Você está na presença da Deusa Atena, não é possível que você não perceba o quanto está desrespeitando ao falar dessa maneira! — Está tudo bem, Shaina… — tentou contemporizar Saori. — Perdoe-me, Atena, mas não está! — ela bradou ainda mais fortemente, deu um passo adiante para Shiryu e Hyoga, mais enérgicos. — É um desrespeito esse o de vocês com Atena e também para com todos nós! Shiryu observou que Jabu e os demais estavam mais comiserados com aquela decisão. Ela continuou: — Como acha que eu e Marin nos sentimos por ter de deixar Atena descer ao Submundo sozinha? Como acha que Jabu e os outros sentiram-se ao terem de olhar vocês subirem as Doze Casas, invadirem Asgard ou até mesmo descer ao Hades!? Acham que vocês são os únicos a se sentirem inúteis nesse momento? Houve silêncio, Shiryu tinha um semblante de quem envergonha-se ligeiramente, Hyoga estava de olhos fechados e não falou mais nada. Quem quebrou o silêncio foi a voz de Atena. — E eu não estarei sozinha no Submundo, Shiryu, Hyoga. Fiquem tranquilos. — O quê!? — E além do mais… — adicionou ela. — Eu precisarei de mais tempo dessa vez, pois o Mundo dos Mortos não pode ficar desguarnecido. — Atena! Saori! — gritos confusos. — Ficarei bem, meninos. — sorriu ela. — Vocês precisam parar de achar que eu sou só uma menina indefesa. — disse ela no tom mais terno do mundo. — Ah, Saori… — lamentou-se Shiryu e Jabu mal podia aceitar aquilo. A conversa encerrou-se e Atena convidou a todos a marcharem com ela até o seu Templo. Passaram silenciosamente por todas as Casas do Zodíaco, recebendo o cosmo terno das Armaduras de Ouro silenciosamente repousando em seus totens — com a exceção de uma, e todos imediatamente adivinharam a proteção que acompanharia Atena enquanto no Submundo. Chegando no Décimo Terceiro Salão, Atena anunciou: — Ficarei no Submundo até o próximo Outono. — disse ela para uma reação de consternação silenciosa, pois já não havia mais o que espernear. E ela continuou. — Em minha ausência, eu preciso que o Santuário esteja protegido. Ela fez uma breve pausa e chamou por Shaina, que apresentou-se ajoelhando diante de sua Deusa. Atena, na frente de todos, mostrou sua confiança na amazona de Prata e depositou a mão delicadamente em seus ombros prostrando-se junto à sua Amazona. Shaina levantou o rosto e fitou Atena nos olhos; imediatamente ela tirou sua máscara, quase que adivinhando a sua falta de respeito por Atena buscar os seus olhos e bater contra aquela máscara; ninguém além de Atena podia ver seus olhos marejados. Saori sorriu para ela e anunciou a todos: — Shaina ficará responsável pelo Santuário em minha ausência. E levantou, sem maiores cerimônias, e sumiu por detrás da cortina do Grande Mestre, que levava até o seu templo. Shaina recolocou sua máscara e virou-se para os demais olhando para o futuro. Então Atena voltou ao Mundo dos Mortos. Próximo Capítulo: Epílogo Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Janeiro 17, 2016 Autor Compartilhar Postado Janeiro 17, 2016 Só pra avisar que a mão de obra da história terminou hoje. Hoje eu finalizei a revisão de conteúdo do último capítulo da história. =D Só pra avisar que ela já tem final e agora é só ir publicando os capítulos. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Janeiro 21, 2016 Autor Compartilhar Postado Janeiro 21, 2016 Capítulo 7 — Epílogo O sol está prestes a subir na terra do sol nascente. Shun está sozinho no jardim ainda coberto pelo orvalho da madrugada — ele caminha pelo caminho de pedra por entre a grama da Mansão Kido. Ikki está sentado em banco de madeira próximo a algumas flores, justamente olhando um vale entre as montanhas, mais adiante de onde o sol se anunciaria. Shun sentou-se ao seu lado. Respirou fundo e sentiu-se extremamente em paz, reconfortado ao lado do irmão de uma maneira que talvez ele nem se lembrasse a última vez que que pôde simplesmente ter a presença de Ikki por perto. Em silêncio. Somente os dois. Shun deixou a cabeça pender para encostar no ombro do irmão. Ikki nem reagiu, como se aquilo fosse algo até muito comum aos dois. — Ainda está preocupado comigo, não é, irmão? — Mesmo que nada tivesse acontecido com você eu ainda estaria preocupado, Shun. — disse ele tranquilamente. — Um Deus tomou seu corpo. Não é muito comum, não acha? — Estou bem, Ikki. — Você nunca quis lutar, não é, Shun? — Nunca quis que ninguém lutasse. — Você parece a Saori falando. — Shun sorriu. — Mas agora Jabu e os outros precisam lutar pela gente. — Não fique assim, eles estão lutando bem. — Shun perguntou-se em silêncio os motivos pelos quais Ikki não participou daquela batalha, nada o impediria, mas tampouco ele saberia dizer o que Ikki fazia em suas ausências. Talvez adivinhando aquele pensamento, afinal eram irmãos, Ikki adicionou: — Shun, uma grande batalha está para começar. — Shun olhou para ele. — Tenho certeza de que Nachi, Jabu e os outros vão dar conta. — Não, Shun. Uma muito maior do que essa. Uma batalha contra os Deuses. Os dois ficam em absoluto silêncio, mas então Ikki percebe uma assinatura cósmica muito familiar — Shun apenas fecha os olhos, compreendendo o abandono da Deusa daquele Mundo. *************************************************************************************************** Shaina estava sozinha num dos terraços do Salão do Grande Mestre. Pensando, olhando para as estrelas como se tentasse adivinhar o que estava por vir, os males que poderiam brotar de um Submundo sem guarda e um Mundo dos Vivos sem sua Deusa. Marin aproximou-se dela e tirou sua máscara. — Marin. — recepcionou ela. — Shaina. — cumprimentou-a e apoiou-se no mesmo parapeito com tranquilidade. — Como anda o treinamento do Hyoga e do Shiryu? — Ora, você sabe. Eles estão já num nível acima do nosso, Marin. Tudo que eu preciso é fazer com que compreendam a importância do que é ser um Cavaleiro de Ouro. Na verdade, eu acho que é você quem deveria estar treinando os dois… afinal de contas, você treinou um Pégaso muito melhor do que eu. A amiga prestou um silêncio respeitoso por Cássius. — Cássius morreu porque acreditava em você, Shaina. Ele teria ido até o Inferno se você tivesse mandado. E agora é justamente isso que os dois precisam. Confiar em alguém como você. Shaina ficou silenciosa por um momento. — As Armaduras de Ouro já os ajudaram antes, eu achei que a transição fosse muito mais simples. — Aquelas ainda eram as vontades do Mestre Ancião e de Camus. — Sim, você tem razão. Vê. Talvez você é quem devesse estar no meu lugar, Marin. Você conhece o Santuário muito mais do que eu. — É verdade, e além do mais, você jamais conseguiria fazer o que eu faço. — Marin! Eu acabo com você em dois segundos, mulher! As duas riram como há tempos não faziam. Marin recolocou delicadamente sua máscara e fez menção de sair, mas Shaina chamou sua atenção: — Marin… — começou ela tranquila e com sinceridade na voz. — Marin, todo o Santuário achava que você era a irmã perdida de Seiya. Marin parou de andar e olhou pesarosa para baixo. — Ele me procurou sobre Seika antes da invasão dos Espectros. — E você a encontrou. Não houve resposta. — Mas isso significa então que o seu irmão perdido continua por aí, não é? Marin finalmente entrou para a escuridão, sumindo de vista, sem antes deixar de soar um sino que trazia preso na cintura. — Marin. — comentou em silêncio Shaina, pesando-se por sua amiga Amazona. *************************************************************************************************** Tarde daquela noite, Shaina encontrava-se sozinha nas dependências internas do Décimo Terceiro Salão. Os passos de seus saltos ecoaram na escuridão de mármore de uma grande câmara alta; ela fechou a grande porta, adiantou-se e sentou em um tamborete próximo a um balcão de mármore. Então desenlaçou os saltos que usava lentamente — ziguezagueando os laços de couro e finalmente retirando-os, deixando os pés nus tocando a pedra fria. Ela ficou um tempo apenas com os pés tocando o frio daquele mármore antiquíssimo; por debaixo da máscara, ela inclusive fechou os olhos. Tirou as joelheiras simples (pois estava sem sua Armadura) e estalou o pescoço, respirando fundo. Desamarrou o lenço que trazia na cintura e desabotoou as ombreiras de guerreira, colocando tudo nesse balcão de mármore escuro. Retirou também as luvas longas e colocou-as ao lado das ombreiras. Shaina então levantou-se, sentindo ainda com certo deleite o frio da pedra sobre os pés — desamarrou as travas de suas próprias costas com habilidade, aliviou os laços entre o vale dos seios e despiu-se do corselete tirando-o pelos pés e deixando o torso livre. Nos seios nus, levemente empinados, ela passou as mãos como se os esquentasse naquele frio interno. Guardou o corselete também no balcão. Despiu-se, então, das calças justas de guerreira, fazendo um esforço para que saíssem de modo que suas curvas se acentuassem- na escuridão — seu sexo exposto, sua nudez quase completa. Ela deu dois passos adiante e pôs as duas mãos no rosto e retirou a máscara que guardava seu bonito rosto jovem — deixou-a também ao lado de sua roupa e somente então sentiu-se plenamente nua. Tinha os cabelos claros caindo-lhe na altura dos seios, ela os jogou para trás, estufou o peito e levantou o queixo para que contemplasse o fundo daquela escuridão. Não achava-se nunca uma mulher sensual, pois não era de seu arcabouço a noção de sensualidade, mas aos olhos das gárgulas que cuspiam água naquela câmara, Shaina era uma mulher exuberante, de forma absolutamente saudável e definida; por ser uma Amazona de Atena, sua força vinha de seu cosmo, portanto nem músculos aquele corpo de mulher exibia. Ela deu três passos e, no quarto, já estava descendo o primeiro degrau daquela piscina, que a recebeu reagindo com uma longa onda aquática, a partir da qual seguiram-se outras; até que ela estivesse com a água na altura de sua cintura fina. Ela caminhou até o pilar central e ali desceu aos poucos, deixando a água fria ferir seu corpo, que reagia arrepiando-se completamente. Sentou até onde a água ficasse em seu pescoço, escondendo seu corpo nu, e manteve para fora daquela purificação apenas seus olhos confusos. Até que ela mergulhou por completo. *************************************************************************************************** Atena entra de uma vez por todas em Giudeca — seu estado de degradação parece mais acelerado sem a presença de Hades ou de Perséfone. Ela observa com pesar o trono vazio de Hades — para sempre Vazio. As cortinas que o separavam do convívio comum dos Espectros não existia, portanto Saori subiu aquelas escadarias e ponderou por um segundo se o que estava fazendo era realmente o correto. Uma outra figura também adentrara o Templo, o som do metal tilintando chamou a atenção de Atena. — Será que estou fazendo a coisa certa, Kanon? — perguntou Saori. — Não me atrevo mais a tentar adivinhar a vontade dos Deuses, Atena. Saiba apenas que o que decidir, estarei aqui para lutar por você até que a minha morte chegue novamente. Ela finalmente olhou terna para Kanon e com tristeza para o trono — decidiu não tomar aquele trono e apenas virou-se para a entrada da Giudeca e fincou Nike, seu báculo, no chão do Templo, irradiando seu enorme cosmo benevolente e divino não somente por aquela construção mas também por toda a extensão do Submundo. *************************************************************************************************** No cair da noite japonesa, Shun sente um cosmo grandioso se levantar. — Esse cosmo! E imediatamente seguindo essa sensação um choro copioso cortou a noite da Mansão Kido acordando a todos: era Seika. Shun saiu em disparada em socorro da menina. Abriu a porta de onde estava e desembocou em um corredor muito iluminado, de onde June também já aparecia, indo na direção do quarto de Seika. June abriu a porta com alarde: ela não estava lá. Mas o choro descontrolado veio novamente. — Seika! — chamou Shun. Seu choro era de cortar o coração; adivinharam onde ela estava e dessa vez foi Shun quem dobrou uma curva do corredor e abriu a porta para um dos quartos. Seika estava jogada na cadeira abraçando o corpo de Seiya. — Shun… Shun… — soluçava ela. — É o meu Seiya! *************************************************************************************************** No Santuário, Shaina estava ainda nua e molhada, de pé na piscina com seus cabelos completamente escorridxos e colados nos seios. O silêncio do mármore era apenas quebrado pelo ressoar de diapasão de uma única urna que brilhava sozinha naquela escuridão noturna; exatamente a sua frente, um cosmo forte e determinado. Shaina chorou. — Seiya. FIM DA PARTE 1 Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Phoenix no Ankaa 34 Postado Janeiro 21, 2016 Compartilhar Postado Janeiro 21, 2016 Opa Phoenix, Um bom capitulo, com um pouco mais da trupe de bronze e de Atena e Persefone. Sim. =D Fiquei confuso sobre a verdadeira razão de aparecer Persefone, ainda que em espírito. Atena ficou muito refém. Achei estranho. Como assim 'a verdadeira razão'? À essa altura deveria ficar mais claro, porque a Atena diz pra ela porque ela é necessária. E como assim refém, estranho? Hehe. Pergunto pra poder mudar, caso seja o caso. Aguardarei o próximo para ver a destruição do portal, e a verdadeira intenção de Atena com Persefone. Woohoo! Sobre a aparição de Persefone entende-se a priori que ela assumiria o comando do submundo na ausência de Hades, mas ela estava em seu sono, o submundo meio que abandonado, e alguém assumindo o comando. Imaginei de inicio que ela assumiria de cara, ou de cara iria resolver o problemas. Minha expectativa de certo será respondida em breve. Aguardarei. Achei Atena meio que numa saia justa, sendo jogado na cara dela a atual situação do submundo. Na minha opinião ela poderia ter sido soberana no que fez pronto. Afinal ela fez o que considerou justo, e só foi alertar Persefone da situação do submundo, visto que isso afetaria a Terra. Seria como uma aliança e não como uma súplica. Vamos acompanhando. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Masei 55 Postado Janeiro 21, 2016 Autor Compartilhar Postado Janeiro 21, 2016 Saquei. Bacana. Acho que vai gostar dos últimos capítulos, então. =D Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
Phoenix no Ankaa 34 Postado Fevereiro 3, 2016 Compartilhar Postado Fevereiro 3, 2016 Estou esperando. Citar Link para o post Compartilhar em outros sites
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