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A Ordem de Serpentário - A lenda dos Guardiões de Atena


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Pessoal.

 

Fiz uma edição rápida no cap 20, corrigindo o texto e ajustando o nome da vila onde se passa parte da estória de "Birmâmia" para "Gales". A primeira não representava o local onde se passa a trama.

 

Abraço.

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A Ordem de Serpentário - A lenda dos Guardiões de Atena Finda a primeira Guerra Santa da história Mitológica, contra Poseidon, Atena triste por tantas perdas humanas e pelo estado dos seus cavaleiro

Capítulo 021 – Amazona e Aura

Os meses passam e Riana, uma das mais novas recrutas, de origem desconhecida, se destaca nas fases iniciais do treinamento. Pouco se sabia de sua constelação guardiã, mas que seria uma grande amazona não se tinha dúvidas.
O desejo de Riana de rever sua família era revertido em determinação de sagrar-se amazona de Atena, e futuramente proteger toda a sua localidade dos mercenários que por ali viviam.
VILA DE GALES
A vila de Gales era um local pacato. Como terra de camponeses, seus habitantes viviam junto ao bosque com a colheita de grãos, sementes, caça e extrativismo da exuberante floresta repleta de espécies alimentícias e curativas.
Pouco depois dos confrontos contra os soldados que vinham do mar e retomada da ilha, muito havia para ser reconstruído. O clima era bom até o momento que um grupo de mercenários surge garantindo proteção e cobrando altos preços pra isso.
Além da cobrança de porcentagens e até mesmo porções inteiras de alimentos e caça, os mercenários levavam as mulheres e meninas como pagamento. Quem aceitava dar suas filhas, pressionado pela violência física e psicológica que sofriam, nunca mais as viam.
Eles viviam na parte densa da floresta, na porção que seguia por dentre as colinas distantes. Nesse local ninguém ousava entrar. Os que se propunham a caçar nessa região não retornavam, e as cabanas de caça estavam abandonadas.
Com a saída de Riana, dada aos mercenários como pagamento, e de sua partida com a mulher do exército de Atena, Gales vivia em paz. Desse momento de alegria já havia se passado dois anos.
Os Mercenários foram expulsos pelas famílias, que rejeitaram sua “proteção” em tempos de paz.
Na mata fechada, envoltos pelo esquecimento que o tempo trouxera, um grupo de mercenários resolveram voltar em breve a Gales. Em especial pretendiam visitar uma residência, a do Sr. Paul.
TEMPO PRESENTE
Estava tudo organizado e a tropa de mercenários desce mata afora pela madrugada. Todas as casas foram abordadas, e para a residência do Sr. Paul haviam cinco homens cercando a casa por todos os lados.
A senhora Rita e o Sr. Paul foram isolados, e dois homens procuravam pelas jovens Maria e Annie. As jovens magras e de cabelos castanhos estavam tão formosas quanto a irmã na mesma idade.
As meninas se esconderam no porão, e de lá podiam ver a movimentação nas ruas. O que se via eram grupos de três homens invadindo cada casa da vila. Gritos de mulheres eram ouvidos, e o cenário era do completo terror de dois anos atrás.
A situação caótica fez Maria se enfurecer, e em volta de seu corpo surgiu uma luz azulada. Ela se levantou, e pela porta do porão foi derrubando um a um dos quatro homens que ali estavam.
Ela salva seus pais, e sai de casa em casa provocando o terror dessa vez entre os mercenários. Os que percebiam fugiam, mas Maria estava no limite de suas forças e cai.
SANTUÁRIO
A onda de cosmo emanada por Maria atinge diversas pessoas sensíveis do Santuário, em especial Rivia pelos laços familiares.
Temendo pelo pior, visto a súbita interrupção da transmissão de cosmo, Luge identifica como conhecido o rastro deixado pelo cosmo, e buscando Sarah parte para aquelas terras.
VILA DE GALES
Os mercenários, que se beneficiavam do caos causado e da debilidade da maioria dos moradores, vê a necessidade da retirada pela aproximação de Maria. Com a queda da jovem os planos incluem levá-la as áreas mais altas, visto o levante popular que se construía, quando um novo despertar de cosmo ocorre.
A luz emanada por Annie, como flecha cega a todos. O clarão se dissipa em pequenos pontos luminosos que queimavam os agressores como lava vulcânica. Maria estranhamente se encontrava de pé, como se não houvesse caído há momentos atrás esgotada.
Os mercenários estavam atônitos, quando dois clarões de luz surgem do nada, como um portal para outro mundo. Luge e Sarah surgem em meio a todos, e um grande impacto é sofrido por todos os invasores. A grande pressão por todo o corpo fazem todos perderem a consciência. A técnica de Luge elimina toda a ameaça a vila de uma só vez.
Annie também fica esgotada, mas antes de cair é amparada por Maria. Segundos antes de apagar por completo a menina sorri ao se ver nos braços de Maria.
— Eu te protegi. Balbucia Annie. — Eu te protegi.
Luge e Sarah são reconhecidos pela família, e Luge completa.
— Você conseguiu sim. Você protegeu sua irmã.
A menina desmaia por completo com um sorriso no rosto.
Todos começam a enxergar em volta depois do grande clarão, e sorriem pela presença do casal que outras vezes ali estiveram para ajudar.
Luge pega Annie no colo, e se aproximam da casa das meninas sendo calorosamente recebidos pelo casal Rita e Paul. Luge deixa as meninas no quarto, olha para Sarah e sai. A aura sabia o que se passara na mente de Luge, e tenta contê-lo. Luge a afasta, e sinaliza que não.
No lado de fora, em meio aos tantos corpos dos invasores jogados para fora das casas, Luge vê um dos mercenários que sai atordoado dos fundos da casa de dona Rita.
O aurum sai em sua direção, mas uma voz mais atrás o contém.
— Pare Luge! Afirma. — Essa não é sua missão aqui.
Era Sig de Gêmeos que acabara de se teleportar pelo espaço-tempo.
— Mas ... Revolta-se Luge. — Senhor ... Eles matam a todos, machucam as mulheres. Eles precisam ...
Sig retruca Luge, olhando fixamente em seus olhos.
— Eu sei. Responde. — Mas isso não é sua missão aqui. Garanta a integridade da amazona e da aura. Eu cuido do resto. Será pior do que você faria.
Luge, resignado obedece. Ele segue para a casa das jovens, onde junto a Sarah explica tudo o que viria depois, além de ajudar a arrumar a bagunça que haviam deixado.
Sig percebeu que os mercenários largados na área central da vila acordariam, e lhes aplica a técnica “Outra Dimensão”. Os que por ali estavam se assustam com o poder de Sig,. O jeito calado o aurum não ajudavaria muito.
— Somos do exército da deusa Atena. Explica Sig aos presentes. — Lutamos por justiça, e eles terão o castigo devido. Hoje serão três filhas de Gales no exército de Atena, ajudando a quem precisa. A luz da justiça nunca abandonará esta vila. Saibam disso.
Sig encontra com o mercenário que seria massacrado por Luge, poupado da viagem, interdimensional por um único propósito.
— Leve-me onde estão os outros mercenários. Ordena Sig.
— Não farei isso. Nunca! Retruca o homem.
— Parece que vou ter que pegar pesado com você. Alerta o aurum.
Sig inflama seu cosmo, e um grande brilho como uma flecha atravessa a cabeça do mercenário. Ele sente ser tomado pela luz, e não mais tem o controle de sua vontade.
— Tenho o controle. Anuncia Sig. — Agora me leve onde quero ir.
O homem segue mata adentro para o espanto de todos.
Luge e Sarah sentem que a tensão que trazia Sig se dissipara.
A madrugada já estava avançada e ao amanhecer as meninas seguiriam para o Santuário de Atena para se juntarem a Rivia, futura amazona de Ursa Menor, em moradia própria para as três. A casa estava localizada num vilarejo em formação nos arredores do Santuário.
O dia está nascendo, e a vila parecia respirar aliviada daquela noite tenebrosa. Maria e Annie seguem com Sarah e Luge. Sarah estava feliz, mas Luge estava distante. Ele não tirava da cabeça a frase ouvida da própria boca de Sig: “Será pior do que você faria”.
— Que espécie de homem seria Sig. Pensava Luge, visto o que ele tinha em mente fazer com aquele invasor.
O dia amanhece e no meio da mata fechada estava Sig, oculto entre as árvores de onde se observava o quartel general dos mercenários.
Com a forte efusão dos raios de sol ficava mais visível a construção semelhante aos templos do Santuário montanha acima. Um enorme clarão na mata se via, e mais ao pé do morro havia uma espécie de campo de treinamento, como se ali se formassem cavaleiros e amazonas. Um caminho de pedra morro acima levaria a uma grande construção no ponto mais alto da clareira, um exuberante templo digno da liderança daqueles soldados.
A marionete de Sig seguia, e ninguém se importava com sua presença. Ele seguia pedra acima, e Sig podia perceber o número de guardas e as dificuldades do caminho.
Quando da chegada do mercenário a entrada de um templo mais simples, após o campo de treinamento, o controle de Sig é subitamente interrompido. Um cosmo negro poderoso emana e inunda o local. A reação de todos é de medo, pois o líder dos mercenários desceria a base da montanha.
Minutos depois um homem de porte grande, coberto com uma capa foi abrindo caminho, olhando para o ponto da mata onde se encontrava Sig e rindo alto.
— Parece que Atena está recrutando covardes agora. Zomba o líder dos mercenários. — Ratos que se escondem nas sombras.
— Seus olhos me acharam Pavão. Retruca o ainda oculto Sig. — Os percebi desde que cheguei aqui.
O homem misterioso sacode sua capa e a retira. Um brilho negro exótico reflete os raios de sol..
— Sou Lord, o Pavão Negro! Em voz alta se apresenta o líder dos mercenários. — Mas ... por que se oculta, Cavaleiro? Será de ouro ou prata. Alguém de bronze não se atreveria a vir até aqui.
Sig sai para a luz, para o clarão do sol já intensificava o dia.
— Sou Sig, mas não sou cavaleiro. Responde. — O que sou não posso dizer, mas também você não entenderia.
— Seja como for, não importa, pois estará morto nos próximos minutos. Lord estava confiante. — Assim sem proteção será muito fácil.
Sig ri, e sua crystalus começa a se montar em seu corpo.
— Nunca vesti uma armadura, e não perdi para ninguém até agora. Vamos ver como você se sai Pavão Negro.
Lord ri.
— Se viu meus olhos terá a chance única de saber o que eles podem fazer. Comenta Lord. — Olhar de fogo! Suavemente anuncia o Pavão Negro.
Sig sente o ambiente ao seu redor subitamente aumentar de temperatura, e age rapidamente.
— Outra Dimensão!
Sig e Lord surgem no espaço-tempo para a surpresa do cavaleiro negro.
— O que é isso ... Quer me prender aqui? Zomba Lord. — Meus olhos me guiarão de volta.
Lord estava confiante na sua habilidade, mas Sig ri.
— Seus olhos não o tirarão dessa dimensão. Responde Sig. — Tente o quanto quiser.
Lord tentava conectar seus olhos, mas nada conseguia, e na vila a sensação de vigilância cessara por momentos. O cavaleiro negro estava irritado.
— Tire-me daqui. Esbraveja Lord. — Mergulho do Abismo!
A aura do pavão negro se inflama, mas nada acontece.
— Como!? Lord estava ainda mais irritado.
Sig transporta a todos de volta, a base da montanha de Gales.
— Agora que está em meus domínios você sentirá o meu poder, cavaleiro. Afirma Lord.
O cavaleiro acende seu cosmo negro, concentra, e reativa seus cem olhos espalhados por toda a vila, mas novamente nada acontece.
— O que é isso!? Esbraveja Lord. — Aconteceu de novo. Mês olhos, onde estão?
— Eles estão no mesmo lugar. Responde Sig. — Mas não pode controlá-los. Ao te enviar para a outra dimensão cortei seus laços com eles, e como eu te controlo agora são meus olhos.
— Maldito! Furioso grita Lord. — Acabarei com você agora! Mergulho do Abismo!
Lord parte para cima de Sig, numa velocidade que causa o oponente uma ilusão. Ele surge por trás do aurum e projeta os dois corpos para o alto. Repentinamente o movimento é revertido, e como numa investida contra o solo os corpos são arremessados ao chão. Há uns cem metros do solo Lord se desvincula de Sig e pousa levemente.
Lord aguarda a queda do corpo de Sig, mas nada acontece. Os segundos passam e o cavaleiro negro não entende.
Momentos depois Sig pousa ainda mais leve que Lord.
— Interessante sua técnica, pavão negro. Comenta Sig. — Mas uma técnica já vista não funciona.
— Como!? Lord não entendia. — Você não a viu!
— Eu vi. Retruca Sig. — No vortex do espaço-tempo tudo é diferente. Eu vi sua técnica e me esquivei. Você nem percebeu. Aquela dimensão é meu território.
— Desgraçado! O cavaleiro negro estava atônito, pois não sabia como agir contra Sig.
— Mas chega disso! Dimensão! Define Sig.
Todo o pé da montanha é reconstruído numa dimensão paralela. Todos estavam assustados, mas partem juntos contra Sig.
— Coitados! Zomba Sig. — Explosão Galáctica!
Lord estava apavorado com o poder de Sig.
— Então esse é o poder de um guerreiro dourado, Sig de Gêmeos? Indaga Lord.
Sig ri.
— Você me conhecia? Brinca Sig. — Não acreditei que tinha ficado em dúvida sobre mim. Senti seus olhos desde quando cheguei, e deixei que vissem um pouco.
— Sempre se vangloriando! Comenta Lord.
O aurum olha o ambiente e só vê o cavaleiro negro.
— Prometi a um jovem que sofreriam muito. Comenta Sig. — Parece que só falta você.
— Pensa que vencerá? Lord estava confiante. — Vi sua técnica. Vamos! Punho Negro!
— Explosão Galáctica! Libera Sig sua cosmoenergia!
Lord desvia da rajada de energia de Sig, mas o aurum aparece detrás do cavaleiro negro.
— Desculpe, mas precisei ser mais cuidadoso desta vez. Comenta Sig. — Explosão Galactica!
Sig explode a energia de seu punho nas costas de Lord. A luz ofusca tudo, e junto a luz refletida na crystalus de Lord, os olhos do pavão negro se dissipam. A ilusão da dimensão alternativa se encerra, e pelas árvores podia-se ser o impacto dos três momentos em que Sig utilizou sua técnica suprema.
Aquela batalha estava terminada, mas o cavaleiro negro de pavão não seria o único. As pessoas estavam em perigo, e Atena precisava ser avisada.
Sig se teletransporta para casa, e os ares de paz pairavam em Gales com o dissipar do medo negro vindo da floresta e da montanha.
Os dias seguem e as pessoas, livres da vigilância e da pressão do cosmo negro de Lord adentram a floresta, encontrando um antigo templo consagrado a Atena em tempos antigos.
Sig, Teon, Lyra e Atena teriam um importante assunto a tratar. Uma nova ameaça ira por a prova a força dos cavaleiros, amazonas, aurum e auras da deusa.
A NOVA MISSÃO EM GALES TROUXE A TONA MUITO MAIS QUE RECRUTAS. A DESCOBERTA DE NOVOS INIMIGOS MOVIMENTARÁ O SANTUÁRIO NOVAMENTE APÓS A GRANDE GUERRA SANTA.
FIM DO ARCO: A ORDEM DOS GUARDIÕES DA DEUSA
Editado por Phoenix no Ankaa
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Pessoal.

 

O capítulo 21 - Amazona e Aura marca o fim do primeiro arco da estória intitulada: "A ordem dos Guardiões da deusa".

 

A próximo arco tratará dos novos inimigos de Atena, chamado de: "Prova de fogo".

 

O capítulo de abertura do arco chama-se "O Mestre e o Aprendiz".

 

Nota

 

O capítulo 020 - Aqueles que não se apresentam foi editado para a substituição do nome da vila de "Birmânia" para "Gales", ajustando o nome a real localização no globo terrestre proposta pela estória.

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  • 1 mês depois...

Capítulo 022 – O Mestre e o Aprendiz

Em algum lugar do oceano Pacífico Sul, numa ilha marcada pelo calor e pelo pesado clima acinzentado, havia um homem observando o cosmo negro que acabara de desaparecer numa região mais ao norte do oceano Atlântico. Esse cosmo extinto intrigava esse homem e seu grande cosmo.
Na cratera do vulcão domado Alcasus, estava um homem de cabelos curtos castanho-avermelhados, porte imponente e olhos vermelhos como fogo. A calça manchada de cinza e as sandálias surradas descreviam alguém que já era parte do cenário.
A aura negra fazia brilhar certo espaço entre as estrelas do céu, onde se dizia existir um portal para um mundo escuro de fogo e de dor.
Silencioso, seu olhar fitava o horizonte, e a sua mente tentava acertar o nome daquele que fechara os olhos do pavão negro em terras distantes dali.
Mais ao centro, em meio a lava borbulhante estava um homem de idade mediana, ao menos na aparência. Nas mãos tinha instrumentos, e um estranho brilho reluzente saia das ferramentas, a cada batida nas peças que tratava. Trabalhava na construção, como no entalhar de uma escultura em pedra.
Ele estava a esculpir metal. O raro gamanium era mesclado a cinzas e ouro, banhado com o sangue dos muitos homens mortos ao redor do mundo. O vermelho do liquido humano permanecia como se vivo naquele vulcão. As cinzas expelida tornavam o ambiente ainda mais sombrio, aumentando a cada partícula a aura de morte e desespero que percebia-se até bem longe da ilha no mar adentro.
Nenhum pescador, nem navegador experiente ousavam se aproximar da costa sequer para buscar água. Os boatos davam conta daqueles que aportaram e nunca voltaram, e das grandes fortunas em ouro, prata e bronze de homens que ali sucumbiram. As caraças de embarcações, bem como diversas partes de barcos que ainda batiam contras o paredão rochoso da ilha, podiam ser vistas a léguas de distâncias mar adentro, e davam veracidades as narrativas.
A temível ilha era chamada por todos de “Ilha da rainha da morte”. A morte reinava, e por não se ouvir sons, se dizia ser trazido pelo silêncio de uma rainha.
No vulcão o artesão de metal concluía reparos em uma de suas obras primas. O traje em forma de caranguejo tinha um brilho negro especial, revelando o mistério da alquimia dos metais. O metal vivo pulsava, como se em resposta ao cosmo de alguém.
O novo brilho do traje traz até o artesão o dono do cosmo que o fazia pulsar.
— Arno, meu caro ... Ecoa voz já interior do vulcão. — Terminou com minha armadura?
— Sim, Abdon. Responde o artesão. — Seu brilho será ainda maior do que quando usado por seu antecessor.
— O que é isso artesão? Ironiza Abdon. — Não falemos dos mortos. Pelo menos seu sangue serviu para deixá-la novinha em folha para mim: Abdon, o líder dos cavaleiros e amazonas negros pelo mundo.
— Muito bem então! Comenta Arno.
Abdon toca a armadura, e passando os dedos sobre o metal levemente doirado, aquece seu cosmo. A armadura o veste e ele sente seu poder intensificado.
— Poderoso Adonis! Admira-se Abdon. — Foi uma vitória difícil, mas seu sangue inflamado de cosmo continuara sua jornada ao meu lado. Sob meu comando.
O cavaleiro negro de Câncer desmonta seu traje, e dali sai com sua caixa de Pandora nas costas.
Além de Lord, Abdon tinha outros nove cavaleiros negros sob seu comando.
A tarde se vai, e sob a luz avermelhada do crepúsculo, ainda no centro do vulcão estava Arno a meditar. As bolhas de gás que subiam, por causa do ambiente quente, explodiam formando um espetáculo de cores em clarões cintilantes. Em meio às luzes surge um cosmo agressivo.
Da lava borbulhante surge uma caixa de Pandora negra. A caixa se abre e uma armadura negra reluz prateado em meio às explosões de gases.
A mente de Arno passariam tristes lembranças de sua terra natal, e daqueles que ele um dia chamou de irmãos.
QUATRO ANOS ATRÁS
Arno estava em sua oficina trabalhando com metais. Ele era um dos melhores alquimistas da ilha, em formação pela Academia de Lemúria.
Ele era primo do Gran-Mestre Iron de Turígia, e estava sob a orientação de Fernan de Tessalian, Mestre Alquimista da província no Gran-Conselho e grande sábio.
Secretamente Arno fazia experimentos considerados proibidos pelo Gran-Conselho. Usando componentes proibidos ele dava vida a partes de metal.
Os membros do Gran-Conselho tinham a prática como ofício, mas temendo o uso inescrupuloso do conhecimento mantinham a técnica sobre controle.
CINCO ANOS ATRÁS
Sebastian da província de Turígia desenvolvera a técnica de dar vida aos metais, permitindo-os interagir com a cosmoenergia humana, mas essa descoberta não seria uma revolução na alquimia. Iron de Turígia, na posição máxima de governo da ilha, ouvidos os conselheiros das doze províncias, vetaram essa habilidade, proibindo sua prática por Sebastian.
O Gran-Conselho começa a monitorar os passos de Sebastian, e com a notícia de seus atos vindo a público, Sebastian se afasta de todos.
Com a chegada da guerra santa contra Poseidon, Atena, conhecedora da regra do Gran-Conselho, autoriza os Mestres Alquimistas a usar a técnica para a confecção das sagradas armaduras, utilizando para isso seu próprio sangue divino.
Com a benção de Atena foi criado o oficio de Artesão Alquimista, e anos após a criação da técnica por Sebastian a prática não mais era proibida.
Por ser o desenvolvedor da habilidade Sebastian tornou-se o primeiro líder do grupo de Artesãos Alquimistas, e como podia ter um aprendiz apresentou Arno de Tessalian.
Arno era pessoa reservada e sombria. Como aluno dedicado aprendia muito rápido o ofício, mas despertou interesse no uso de sangue morto retirado de criaturas sacrificadas. Sua insistência nessa prática causou sua expulsão como aprendiz, porém Arno ainda cursava a Acadêmia de Lemúria.
Fernan de Tessalian acompanhava Arno com cuidado, mas receoso de suas ideias diferentes influenciarem outros alunos mantinha a seu pupilo sob vigilância constante.
Arno não respeitava as regras a ele estabelecidas, e Fernan notificou o Gran-Conselho de seus atos reincidentes. Os conselheiros decidiram pela expulsão do lemuriano da ilha, e Arno deixou a ilha sem paradeiro conhecido.
Sebastian considerou a medida extrema, e revoltado procurou conhecer a técnica geradora de tamanha polêmica. O Mestre Artesão foi seduzido pela nova prática proibida, e como não poderia fazê-la em Lemúria seguiu o mesmo caminho de Arno.
A saída do segundo Lemuriano conhecedor da mesma técnica banida trouxe grande preocupação ao Gran-conselho.
As investigações de Fernan juntamente a seu irmão Melias informavam do refinamento da técnica por Arno, e a saída de Sebastian como simpatizante fez o Gran-Conselho se arrepender de sua decisão. Havia a solta um mestre e um aprendiz.
A limitação geográfica de Lemúria levou o Gran-Conselho a contatar o Santuário de Atena, para apoio na localização de Arno e Sebastian.
MONTE ALCASUS - TEMPO PRESENTE
Arno sabia que naquela ilha inóspita e temida por todos não seria encontrado, e poderia concluir seu plano de confrontar a todos, incluindo Lemúria, com os resultados de sua técnica refinada de alquimia dos materiais.
A energia de seu mestre artesão desaparecera, e a técnica proibida por Lemúria, aperfeiçoada ao longo de tantos anos, estava livre para ser executada por suas mãos. Ele estava preparado para liderar um exercito forjado pelos desejos frustrados e sede de vingança dos muitos homens e mulheres espalhados na terra.
Acompanhando a tudo, em meio as mais profundas sombras estava Sebastian, que seguia cada passo de seu antigo pupilo.
A caixa de Pandora diante Arno se abre, e a bela armadura negra de escultor encontra-se montada.
Observando sua maior obra prima, Arno aguarda a chegada do dono do cosmo oculto que o acompanhava, e recentemente dava sinais de se revelar. Com a proximidade cada vez maior Arno não tinha mais dúvidas de quem se tratava. A silhueta se desenha entre os vapores do interior do Alcasus, e Sebastian de Turígia, o segundo desertor de Lemúria, acabara de chegar.
Em recordação a sua posição em Lemúria, Arno de coloca de cabeça baixa, em respeito a seu mestre, mas é interrompido por Sebastian.
— Não, Arno! Repreende Sebastian. — Levante a cabeça! Você não é mais meu discípulo. A técnica que criou esta joia diante nós é exclusivamente tua.
Arno estava surpreso.
— Nesta condição não sou mais teu mestre. Revela Sebastian. — Serei teu aprendiz.
Os olhos de Arno brilham.
— És meu pupilo. Afirma Arno, — Teremos muito a fazer. Tenho um exercito a construir e muito a conquistar.
Atento a tudo que acontecia naquela pequena ilha, de algum lugar místico além de um punhado de estrelas do céu, alguém observava com alegria.
AS ARTES ALQUIMISTAS NEGRAS COMEÇAVAM A CONSOLIDAR UMA NOVA AMEAÇA A ATENA.
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  • 4 semanas depois...

Pessoal, estou trabalhando na digitação dos capítulos.

 

Há quase uns 10 capítulos de frente, mas carece digitação. Em breve publicação do capítulo 23: O retorno dos heróis.Duelo a três

Editado por Phoenix no Ankaa
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  • 2 semanas depois...



Arno e Sebastian se transportam para a parte externa do monte Alcasus. Lá estava Abdon vestido com sua armadura negra.


— Ainda por aqui, meu amigo. Admira-se Arno. — Pensei que já havia partido para Gales.


Por detrás do câncer negro surgem cinco cavaleiros com vestes mais simples.


— Muito bem, cavaleiros e amazonas negros. Comenta Arno. — Vamos mostrar a pessoas nosso poder. A Terra é nosso território.


Sebastian olha para os seis guerreiros, e recebe de Arno sinal de positivo.


— Fornax, Cassiopéia, Columba, Scutum e Monocerus. Lista o lemuriano. — Um bom time. Creio que já tem suas ordens, Abdon de Cancer Negro.


— Já conheço minha missão, mas a quem devo chamar, “Senhor professor de latim”? Sarcasticamente pergunta Abdon, para o sorriso de Sebastian.


— Sou um cavaleiro como você, mas num nível um pouco acima, eu garanto. Devolve o sarcasmo Sebastian. — Sou Sebastian, seu oficial de ordens, e por enquanto é só.


O cavaleiro negro recém chegado acende seu cosmo, e aos cinco cavaleiros negros de bronze causa temor.


— Agora me compreendeu? Zomba Sebastian.


— Não me impressiona seu grande cosmo cinza. Retruca Abdon. — A morte me acompanha e me salva, e seria o máximo que poderia me proporcionar, entende? Mas deixa pra lá. Tenho negócios a tratar, vou indo.


Antes de sumir ilha afora Abdon olha para Arno.


— Devia escolher melhor seus oficiais, Arno, meu amigo. Aconselha o câncer negro.


— Certamente, Abdon. Pondera Arno. — Estou fazendo as melhores escolhas. Veja que você está na liderança dos soldados a campo.


Abdon toca a sua armadura.


— Obrigado Arno, meu amigo e mentor. Comenta Abdon. — Será tudo conforme orientado.


Os seis cosmos negros se inflamam, e sob a luz da lua nova que se firmava imponente cobrindo a penumbra rubra da tarde, eles desaparecem.


No Santuário Atena, Ozir e Sig sentiram uma estranha energia obscura se espalhar. De forma mais simples Lyra, Teon, Sarah e Luge também sentiram algo.


A energia era intensa, e uma confirmação a Sig. Há tempos a forte cosmoenergia obscura de um guerreiro ao nível dos cavaleiros de ouro fora percebida, e Sig sabia que Ozir em breve agiria.


O repentino aumento da intensidade da energia obscura indicava que a presença finalmente se revelara. Com a recente descoberta dos cavaleiros negros, a identidade do cosmo já era conhecida, bem como o seu próximo destino.


Sig passa por seus colegas guardiões, mas é contido por Teon.


— Sig, você é um guardião. Lembre-se de sua missão principal. AlertaTeon.


— Pode deixar Teon. Responde Sig. — E você sabe que não está sozinho nessa missão.


— Eu sei. Sorri Teon.


No monte Alcasus, com o dissipar das auras de Abdon e seu grupo, ficam Arno e Sebastian a contemplar o céu sob o calor daquela ilha infernal.


Com um movimentar de braço a segunda caixa de Pandora surge da lava borbulhante. As armaduras vestem os dois corpos, e eles partem por telepatia.


Uma grande onda de energia varre o Santuário. Todos os cavaleiros, amazonas, auruns e auras entram em alerta, e uma única pessoa é alvo das preocupações: Atena.


Na entrada do Santuário Leo sente a chegada de Ozir de Gêmeos.


— Proteja Atena! Ordena o Grande Mestre que se materializa na primeira casa. — É sua prioridade. Eu cuido daqui.


Leo segue para sua missão, enquanto Ozir faz uma grande movimentação com seu cosmo. Somada a Parede de Cristal, deixada por Leo quando sentira a onda de cosmo negro, os cavaleiros criam uma barreira intransponível que obriga Arno e Sebastiam a revelar suas identidades diante da primeira casa. Ozir trajava sua sagrada armadura de Gêmeos.


Uma presença familiar deixava Ozir muito confortável, como se protegido, e diante do inimigo esse conforto seria útil.


Com um brilho acinzentado escuro reluzia pessoa de porte esguio e cabelos castanho-claros, trajando uma versão negra da sagrada armadura de gêmeos.


— Grande Mestre Ozir de Gêmeos. Saúda o visitante. — Barreira digna de alguém de seu posto. Deixa eu ver ...


Sebastian passa por Ozir e toca a barreira e concentra seu cosmo, mas não a destrói.


— A famosa barreira do cavaleiro de Aries. Conclui. — Uma boa ajuda, hein Gêmeos.


Arno surge, e Ozir o saúda.


— Até que enfim, cavaleiro negro! Ironiza Ozir. — Nosso Santuário é realmente grande.


— Cheguei cavaleiro! Retribui Arno. — Bela barreira. Completa se me permite o acréscimo. Digna do Santuário de Atena.


Os cavaleiros e amazonas de ouro estavam agitados e tentavam chegar sair da entrada do templo de Atena para ajudar Ozir, mas são impedidos pela parede de cristal. Revoltados eles procuram Leo pedindo a retirada da mesma e liberação da passagem.


— Não posso. Responde Leo. — São ordens do Grande Mestre. Ele não quer interferência.


— Mas há dois inimigos com poderosa cosmoenergia. Um de nós precisa passar. Régia estava nervosa.


Surge Melias e Ankaa.


— Conheço aquelas cosmoenergias. O Grande Mestre precisará de ajuda. Pondera Melias.


Teon de Serpentário chega a passos leves até o grupo de cavaleiros e amazonas.


— Ele terá ajuda na hora que julgar necessário. Acalmem-se. Corrige a todos Teon. — O importante é que Atena está protegida por tantos guerreiros. Acalmem-se companheiros. A ajuda de Ozir de Gêmeos já está no campo de batalha.


Atena estava quieta em sua sala, acompanhando a reação de todos a sua porta, mas estava atenta a batalha que se iniciaria em breve na entrada de seu Santuário.


Sebastian acende seu cosmo negro, e o concentra numa esfera lançada contra Ozir. A massa explode sobre o cavaleiro, dissipando-se em sua veste dourada.


— Interessante. Admira-se Arno. — Então esse é o poder da obra prima dos mestres de Lemúria. Muito bom, mas acredito que fiz algo melhor.


Ozir sente suas energias sendo drenadas, e sua armadura começa a perder o brilho.


O cavaleiro de gêmeos com o cosmo inflamado abre uma fenda no espaço-tempo, e arremessa o espaço distorcido contra o cavaleiro negro. O espaço dimensional passa por Sebastian, fechando-se atrás dele.


— Conheço o espaço dimensional, meu amigo. Retruca Sebastian. — Não funciona comigo.


O cavaleiro negro reúne suas energias movimentando seus braços. Ozir conhecia aqueles movimentos, e aceitaria o desafio.


Com movimentos iguais os cavaleiros de gêmeos lançam suas técnicas.


— Abismo Negro! Anuncia Sebastian.


— Explosão Galáctica! Lança Ozir sua técnica.


As energias se chocam, mas logo a luz da explosão de Ozir é absorvida pela onda negra. O cosmo negro prossegue, e o guerreiro de Atena sem energia cai.


O impacto da energia negra seria fatal ao Grande Mestre, que tinha sua armadura já opaca visto a poderosa habilidade dos cavaleiros negros em absorver energia.


A energia negra se dissipa e lá estava Ozir caído, com sua armadura montada ao seu lado totalmente sem brilho, e uma réplica da armadura de Atena em cristal que absorvera o impacto.


A armadura de cristal reluzia como diamante, e aos poucos Ozir se levantou, recebendo sua armadura totalmente recuperada de sua vida e brilho.


Ozir não entendia o que acontecera, mas sabia que era fruto da energia confortável que percebera momentos atrás. Aquela sensação agradável apareceria plenamente a ele, com forma definida.


Sig surge ao lado de Ozir para sua grande surpresa. Ozir, recuperado, se posiciona para a luta ao lado do que parecia ser seu irmão desaparecido.


O cavaleiro de gêmeos movimenta vigorosamente seus braços, e lança uma grande esfera de energia contra Sebastian. O cavaleiro negro abre uma fenda dimensional e sorri.


— Buraco Negro! Zomba Sebastian.


— Explosão Galáctica! Determinado anuncia Ozir.


A intensidade da técnica do cavaleiro de Atena sela a abertura dimensional, e atinge em cheio a Sebastian. O cavaleiro negro é arremessado a metros de distância. A armadura negra que absorvera o impacto se racha, e Sebastian levanta-se ainda tonto.


— Muito bom, Ozir de Gêmeos. Reconhece Sebastian. — Graças a habilidade de absorção de minha armadura fui salvo de sua Explosão Galáctica. Digno da famosa técnica do cavaleiro de Atena.


Arno que estava quieto observando se manifestou.


— Que interessante essa situação! Comenta. — Os três gêmeos num duelo empolgante. Não é isso, Sig de Gêmeos? A estrela guia brilhante do Grande Mestre Ozir de Gêmeos.


Sig recolhe sua Cristalus, e responde a Arno.


— Parece que está bem informado, Arno de Tessalian.


— É hora de irmos, Sebastian de Gêmeos Negro. Anuncia Arno. — Estamos em desvantagem aqui. Retornaremos em melhor momento. É hora de recuar.


Assim como chegaram, envoltos em névoa repentinamente criada, Arno e Sebastian desaparecem.


A névoa se dissipa, e Ozir se vê só com seu irmão Sig. Ozir se despe da armadura e acolhe o irmão com um grande abraço.


Os gêmeos tinham muito a conversar, mas Sig precisava retornar. O Aurum deveria utilizar a técnica da memória em Ozir, mas decide não fazê-lo.


— És o Grande Mestre, e creio que possa saber desse guardião. Comenta Sig. — Depois me entendo com Teon.


Sig conta alguns detalhes sobre a Ordem de Serpentário, e Ozir pode enfim acalmar seu coração. De seu templo Atena aprova a atitude de Sig, e inclui Ozir no conhecimento da ordem secreta de seu exército.


Leo sente o fim da batalha e retira sua barreira de proteção ao Santuário. Todos mais calmos retornam a seus postos, com exceção do cavaleiro de Aries que percebe a presença de outro cosmo não hostil na primeira casa, e permanece na casa de escorpião por um tempo.


OS TRÊS CAVALEIROS DE GÊMEOS MARCAM O INÍCIO DE UM NOVO CONFLITO CONTRA ATENA PELA TERRA, E DESSA LUTA VEM O REENCONTRO MARCADO NAS ESTRELAS.

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  • 3 meses depois...


De um lugar escuro, próximo a uma cachoeira de águas vermelhas estava um homem de bela aparência. Seus cabelos, a altura de ombro, eram tão negros quanto o manto que Nyx cobre a Gaia. Ele possuía uma harpa de tom escuro brilhante que todos a viam se encantavam mesmo quando não ouvida.


Esse instrumento especial tocava ora melodias intrigantes e envolventes, ora belas canções capazes de levar a loucura seus ouvintes. A harpa cor de ébano era a extensão da elegante veste de seu músico.


Era através do brilho sedutor e do som que entoava, que a esfinge de posse da harpa maligna media a verdade nos corações, equilibrando as almas contra a pluma de Maat.


Esse homem teve um nome, mas isso não mais importava, pois fora moldado desde o nascimento para um propósito maior. Sua linhagem estava ligada a certa estrela misteriosa que não figurava no céu, mas no ideário dos povos antigos. Essa estrela estava sob o comando do Senhor do Submundo, Hades, e seus fieis generais: a morte e o sono.


Ele foi chamado pelo Senhor da morte, Thanathos, e recebeu um novo nome: Pharaoh de Esfinge.


De uma gruta próxima a grande Cachoeira de Sangue dos domínios de Hades observava Pharaoh o fruto de seu encantamento, a quem despertara potenciais obscuros latentes. Esse produto de sua arte tinha uma missão maior: trazer a prova a força do exercito da da deusa da Sabedoria e Guerra Justa, Atena, e a visão sobre Sekai, a Terra.


Hades que acompanhava a movimentação na Terra desde a investida de Poseidon, queria conhecer as capacidades de sua sobrinha Atena na defesa do território que considerava sua casa. Com a regência de Sekai, Atena derrotara Poseidon, e iniciara um ciclo de conflitos e interesses.


Pelo Sekishiki, passagem entre as estrelas considerada o caminho místico que leva a entrada do mundo dos mortos, também chamado de Yomotsu Hirasaka, o espectro observava todo o conflito na entrada do Santuário. Essa passagem Anryu bem conhecia, pois estava prestes a cair da colina que levava as prisões, vales e esferas do submundo, quando sua alma foi requisitada por Atena.


Logo após a retirada de Arno e Sebastian, Pharaoh desce a Terra diretamente ao monte Alcasus, na ilha da rainha da morte.


— Saudações, Arno e Sebastian. Cumprimenta Pharaoh, surgindo em meio a névoa do Alcasus.


— Você voltou! Admirado estava Arno.


— Faz tempo que não ouvimos sua canção, esfinge! Sorri Sebastian.


Pharaoh segura sua harpa, e toca uma canção. Arno e Sebastian entram em transe, e suas auras negras entram em ressonância com a melodia. Minutos depois, o espectro suaviza a nota musical e Arno e Sebastian retornam sua consciência.


Sebastian se lembra de quando conheceu Pharaoh de Esfinge.


SEIS ANOS ATRÁS


Passavam dois dias da escolha do Mestre Alquimista da província de Turígia. Era Iron o escolhido, o preferido por todos e unanimidade para o Conselho dos Anciãos local.


Sebastian também se propunha a posição, mas com o resultado ele sentira-se rejeitado. O sentimento do alquimista era de revolta. Educado, comportou-se com respeito as comemorações efusivas dos amigos de Iron.


A aura de Sebastian estava triste, e perdera seu brilho natural. Seu momento obscuro despertou a atenção de alguém em local tão obscuro quanto sua alma naquele momento.


Pharaoh de Esfinge sentia ecoar nas cordas de sua harpa a escuridão que crescia no coração de alguém em Lemúria, o reduto intelectual do séquito de Atena.


O ódio de Sebastian crescia, e seu isolamento começava a ser notado pela província. Sebastian era reservado, e sua seriedade era admirada por todos.


Pharaoh surge a Sebastian exibindo o brilho de sua sapuris. O tom negro vibrante, somado ao cosmo do espectro encanta Sebastian. O som da harpa do espectro acalentou a alma angustiada do alquimista.


O espectro entoou canções, e a mente de Sebastian começou a se abrir a possibilidades antes tratadas com cuidado pelas ciências alquimistas. O senso de cautela com os imprevistos e desconhecidos caminhos da pesquisa alquimista já não mais existia para a mente de Sebastian.


A esfinge deixara seu enigma na vida de um sábio, e agora destemido habitante de Lemúria. Somado ao arrebatar de mais uma alma por Hades, surgia a oportunidade da entrada no território de Atena por dentro.


O espectro retorna ao Submundo, sob o olhar de alguém mais poderoso, em lugar mais belo e agradável: Os Campos Elíseos.


TEMPO PRESENTE


Sebastian olha para Arno e a fisionomia do escultor negro era a mesma.


— Desenvolveram bem suas habilidades, senhores. Comenta o espectro. — Meu mestre tem observado seu desempenho, e seus planos ambiciosos para a Terra.


Os lemurianos estavam atentos a narrativa de Pharaoh.


— O exército dos cavaleiros negros sob seu comando tem enorme potencial, Arno. Continua Pharaoh. — A base da vitória da escuridão da morte sob a terra, com o triunfo maior sob o Santuário de Atena.


Arno compreende a mensagem, e fica pensativo.


— Meu exército a serviço de seu mestre, mas ... Pondera o lemuriano. — O que eu ganho com essa participação?


Pharaoh ri.


— Digno de um líder. Afirma o espectro. — Meu mestre não tem condições de iniciar uma guerra neste momento. Mas a sua guerra pode livrar o mundo de Atena, usando a fragilidade do pós-guerra contra Poseidon. Com a Terra sob controle, no momento certo meu mestre será o deus da Terra, sob seu comando nas ações e manutenção do cosmo negro do Submundo. A Terra precisa de um Deus, e nenhum de nós aqui poderá assumir esse posto. Apenas o Senhor Hades poderá.


Arno e Sebastian se entreolham.


— O comando da Terra é razoável por hora. Conclui Arno. — Mas novos elementos entrarão nesse acordo, certamente no seu tempo.


— Esperado! Pondera Pharaoh. — Hades oferecerá apoio. Aguarde. Seu cosmo negro compreenderá.


O espectro de Esfinge vai se dissipando na névoa, com o início dos tratos para o confronto contra Atena ali firmado.


NO SANTUÁRIO


Leo, Ozir e Sig percebem a presença obscura que sentiram há algum tempo. Alvo direto de preocupação de Leo por Atena, e dos gêmeos por suas investigações.


Ozir aguardava o retorno dos seus mensageiros enviados a diversas partes da Terra para informações e reconhecimento.


Tuk de Cerberus fora enviado às terras banhadas pelo mar Mediterrâneo, orientado por Teneo de Touro; Marcos de Cruzeiro do Sul enviado para as terras abaixo da linha do equador até o extremo sul, sob a supervisão de Anryu de Cancer e Régia de Peixes; Sula de Camaleão seguiu para a parte média das terras banhadas pelo oceano Pacífico, sob o olhar de Aaron de Leão; Jeane de Lebre seguiu para a península do Atlântico Norte, orientada por Sallas de Capicórnio; Arthur de Escultor para a grande ilha do extremo norte do oceano Atlântico, com Joei de Escorpião acompanhando; Nicole de Bússola partiu para as ilhas da porção média do oceano Índico, apoiado pelo seu mestre Ian de Libra; Leonel de Tucano, Tina de Sextante e Metis de Serpente ao grande continente ao centro da terra separando o Atlântico do Índico, sob as asas de Donni de Sagitário e experiência de Melias de Altar; Adam de Sagitta e Nora de Hydrus foram para as grandes terras ao norte banhadas pelo oceanos Atlântico e Pacífico, prologando terras até a zona do ártico, acompanhados de perto por Ariadne de Aquario e Lúbian de Pavão; e por fim os cavaleiros de prata Sobis de Triângulo e Karl de Lyra seguiram para as terras geladas a leste do Índico, no oceano Ártico, orientados por Celes de Virgem.


Faziam sete dias da partida dos cavaleiros e amazonas, e dias depois da visita da esfinge a ilha da rainha da morte, Ozir é informado do retorno dos primeiros mensageiros. Jeane de Lebre e de Arthur de Escultor estavam entre ele.


Arthur estava extenuado pela intensidade dos confrontos, o que preocupou o Grande Mestre Ozir de Gêmeos. A participação de Sallas no combate na ilha mais ao norte do Atlântico trouxe a certeza de que o novo adversário estava organizado e poderoso, agravando as descobertas da luta travada contra o pavão negro por Sig de Gêmeos na vila de Gales.


Jeane tinha sua armadura cheia de avarias, e chegou com o braço direito deslocado. Ela foi enviada de volta por Sallas, que assumiu o confronto. Após tratamento de saúde, a amazona se apresenta ao Grande Mestre para apresentação de relatório, assim como Arthur. Na sala já estavam Leonel de Tucana e Karl de Lyra.


Jeane é indicada a começar a narrativa pelo Grande Mestre, apresentando o ambiente do conflito e detalhando as características do adversário.


— Os guerreiros trajavam armaduras como as nossas, mas negras. Narra a amazona, que olha para Leonel. — Um deles tinha uma armadura igual a sua, Tucano.


Ela respira, pois o ardor das lutas, e o terror do cosmo negro que quase sugou sua alma, ainda a assustava.


— Os cosmos negros sugavam nossas forças. Prossegue Jeane. — Pensei que morreria, mas subitamente minhas energias retornaram. Não acreditei que Atena pudesse ajudar de tão longe.


A amazona, sorri.


— Senti uma presença familiar. Jeane se acalma. — Algo bom que recuperou tudo o que eu havia perdido. Parecia meu irmão ... Mas foi Atena.


O semblante da amazona muda.


— Mas aí veio aquela força ... Os olhos de Jeane sobressaem. — Pensei que morreria, mas chegou o Senhor Sallas com Lyra de Ophiucus e me mandou de volta.


Karl pede a fala, e Ozir permite.


— Um detalhe além de tudo que ela disse, foi que estávamos sendo observados o tempo todo. Informa o cavaleiro de Lyra. — Alguém poderoso, que nos via por inteiro, como se estivesse lá assistindo.


Leonel se manifesta.


— E não se tratava de cavaleiros de ouro negros. Comenta. — Era maior, completo.


Ozir sabia do que se tratava, e os tranquiliza.


— Não se preocupem, pois agora estão em casa e protegidos. Comenta. — Esse observador oculto está sendo monitorado há meses. Aguardávamos ele dar passos dele, e parece que está acontecendo.


Ozir se levanta, toca carinhosamente o ombro de cada um, e em Jeane suavemente no rosto.


— Fizeram seu dever com louvor. Saúda Ozir. — Vão e descansem. Aguardem novas instruções.


Os cavaleiros e a amazona se vão, mas Ozir interpela Jeane.


— Jeane de Lebre. Chama.


— Sim, Senhor. Atende Jeane.


— Procure Roshi no vilarejo. Ordena Ozir. — Leve sua armadura que ele a consertará.


Com a saída dos jovens, chega o mensageiro. Ozir lê a mensagem e ordena que ele chame Sallas de Capricórnio.


Uma hora depois o cavaleiro se apresenta.


— Conte-me sobre o confronto, Sallas. Ordena.


— As forças estão organizadas, e com grande poder. Inicia Sallas. — A amazona de Touro Negro é forte. Seu cosmo negro debilita o adversário. Para as patentes menores pode significar a morte certa.


— Entendo. Analisa Ozir. — E quanto ao observador?


— Presente e com vigilância intensa. Afirma Sallas. — Não interfere, mas a natureza do cosmo se assemelha ao poder obscuro que reduz o cosmo do adversário. Talvez seja sua fonte original, ou repositório.


— Algum detalhe em especial? Investiga Ozir.


— Sim. Responde o cavaleiro dourado. — Nosso observador toca uma melodia. Soube de soldado de Hades que encanta seus fantoches com música. Considerando que Sorrento de Sirene foi derrotado, arrisco dizer que se tratar dele.


— Certamente, Sallas. Confirma Ozir. —Como eu suspeitava. Já ouvi essa canção. Parece que já sabemos a identidade de nosso observador.


Ozir para por um instante pensativo.


— Retiraremos as tropas. Conclui Ozir. — Descanse. Daqui a uma hora siga com Ariadne, Aaron, Anryu, Ankaa, Lubian, Talia e Melias para a todos os locais com cavaleiros e amazonas, e os traga de volta. Os lemurianos transportarão a todos em segurança. Leo conhece todos os destinos.


— Sim, Senhor. Responde Sallas.


Sallas sai, e Sig surge.


— Muito a se fazer, meu irmão? Quebra o silêncio Sig.


— Muito! Responde Ozir. — Posso contar contigo?


— Sempre. Responde o aurum. — Todos os guardiões estão a postos, desde o primeiro momento. Tudo correrá bem no retorno das tropas. Está garantido.



O OBSERVADOR MISTERIOSO VAI SE REVELANDO, E SEU PLANO SENDO DESVENDADO.

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  • 2 meses depois...


Como ordenado por Ozir, seguiram Sallas, Aaron, Anryu, Ariadne, Ankaa, Lubian, Talia e Melias em duplas para guiar o retorno dos cavaleiros e amazonas enviados em missão de reconhecimento aos territórios, então ameaçados pelo exército negro de Arno de Escultor Negro.


Junto aos cavaleiros e amazonas, outro grupo de guerreiros partia. A elite dos guardiões estava presente e oculta na tropa de resgate, para a desconfiança dos lemurianos.


Sallas de Capricórnio e Talia de Dragão partiram para resgatar Nicole de Bússola nas ilhas da porção alta do oceano Índico. Na local não se via pessoas, e encontrar a amazona de bronze parecia impossível.


Talia usava sua capacidade extra-sensorial para detectar fracas manifestações de cosmoenergia em conexão com Sallas, conforme orientado pelo cavaleiro.


O dourado corria a extensão do terreno para localizar grutas como possível esconderijo. O grande campo aberto não parecia trazer muita esperança, quando Talia percebe algo nas proximidades das rondas do cavaleiro de Capricórnio.


— Sallas! Alerta telepaticamente Talia. — Próximo a você há uma centelha de cosmo.


Sallas para, e Talia surge ao seu lado. Ela anda uns cinquenta metros atrás e localiza uma pequena abertura na rocha da montanha que ali se desenhava. O espaço não parecia caber a entrada de sequer um animal pequeno. Sallas identifica uma entrada maior coberta com uma pedra um pouco mais a direita.


Ouvia-se barulho seguido de silêncio. Sallas se esfobrça para rolar a pedra, quando Talia num toque explode sua extremidade, permitindo a passagem.


O cavaleiro dourado sorri, e faz gesto cedendo a frente a amazona de bronze. Ela tinha pressa em encontrar Nicole, a quem tinha afeição e contribuíra no treinamento..


NAS TERRAS DO OCEANO PACÍFICO


Aaron e Ankaa, que seguiram para a parte média das terras banhadas pelo oceano pacífico, haviam encontrado logo na chegada uma horda de soldados com vestes negras. Ankaa, facilmente já havia se livrado de todos os soldados, e o cavaleiro de Leão adentrara ao território em direção ao ponto de fuga definido com a amazona e Camaleão.


Conectado com Talia e os demais lemurianos em missão, Ankaa sabia que a condição de Nicole de Bússola não era boa. O cavaleiro estava preocupado, mas precisou deixar de lado esse sentimento, abandonando por hora sua conexão pois seu novo adeversário chegara.


Uma mulher formosa, com largos quadris, pele clara, grandes olhos amarelos, e longos cabelos castanho médio lembrava a Ankaa seu par, Lubian. Essa semelhança tirou a atenção do sempre focado cavaleiro de Phoenix.


A armadura negra de Dragão mexe com Talia nas terras do oceano Índico. A agora mais fraca conexão com Ankaa deixava a amazona ateniense de Dragão preocupada.


A estranha sensação era compartilhada com Lubian na Linha do Equador, onde acompanhava Anryu em busca de Marcos de Cruzeiro do Sul.


LINHA DO EQUADOR


Diante a amazona de Dragão havia a contraparte negra de Ankaa, o Phoenix Negro. A aura negra, por sua intensidade o tornava muito parecido com seu par.


A figura imponente de olhos castanhos escuros, e armadura negra de traços muito semelhantes a armadura do exército de Atena, abalavam a fria e experiente amazona de Pavão.


A sensação estranha sentida por Ankaa, nas terras do oceano Pacífico, tornava ainda mais difícil o confronto de Lubian.


ZONA DO ÁRTICO


Ariadne, depois de muito caminhar pela neve das terras gelada da zona do ártico, estava preocupada com Melias por sua menor resistência a baixa temperatura, visto que em Lemúria vivia na região mais quente da ilha. O fato do lemuriano não ser tão jovem quanto ela agravava esse quadro a mente da amazona.


Observando o cavaleiro, a amazona via um sinal de preocupação estampada em seu rosto.


— Melias, o que houve? Pergunta a amazona.


— Não é nada Ariadne. Responde Melias. — Nada que mereça sua preocupação. Alguns c

dos jovens cavaleiros e amazonas estão diante de seus medos no Índico e na linha do Equador.


— Ankaa e Lubian? Assusta-se Ariadne. — Eles sempre foram tão focados. O que teria acontecido?


— O destino os coloca a prova. Comenta Melias. — Eles terão que superar sua relação e lutar sem sentimentos.


Ariadne fica admirada ao entender a “relação” revelada por Melias. Ela sorri.


— Eles eram bem discretos! Pensa Ariadne.


Melias sorri, e discretamente sinaliza que sim.


— Mas acho que devemos seguir em frente, pois temos dois guerreiros para resgatar desse frio.


Ariadne com um movimento de cabeça concorda. Falar no ambiente gelado custava bastante energia.


Com algum tempo de caminhada avista-se uma vila abandonada. Os casebres de portas abertas e os dois corpos cobertos de gelo pelo caminho conduziam a um casebre fechado.


O cosmo sentido conferia com o de Nora de Hydrus, mas não havia sinal de Adam de Sagitta.


Ariadne se aproxima da porta, mas Melias a contem, a derruba no chão e abre bloqueio com seu cosmo inflamado. Um ataque de flechas negras surpreende a amazona, e varias delas ficam presas a porta.


Melias cede a mão para que Ariadne se levante, e vai tomando a frente da batalha. O cavaleiro é contido pela amazona, que toca seu ombro e sinaliza que entre. Ela confronta o oponente com o brilho de sua armadura dourada.


Melias ao entrar contem as presas da hidra, apresentando sua armadura prateada e tranquilizando Nora.


— Senhor Melias! Aliviada estava Nora. — Desculpe-me. Pensei que era o flecha. Adam saiu há horas para confrontá-lo mas não voltou. Não sei. Estou com fome e com medo.


— Acalme-se menina. Tranquiliza Melias. — Ariadne está lutando contra o flecha negro agora. Viemos resgatá-los. Estam seguros. Volto já.


Os guerreiros de Atena conseguiram proteger muitas pessoas, que ali estavam com fome, mas não tão firmes quanto Nora e Adam.


Melias informa mentalmente a Ariadne que buscaria comida, e se teletransporta. Ele segue até a certa área com uma floresta a quilômetros dali. Passados alguns minutos ele retorna com muitas frutas depositadas numa casca de árvore.


Nora sorri e fechando os olhos cai, sendo amparada por Melias. Uma senhora pega algumas frutas com as mãos, e tenta amassa-las para que possa alimentar Nora. Melias sorri e o calor de seu cosmo aquece as frutas congeladas entregando-as a cuidadosa senhora. Ela então consegue o seu objetivo e Nora inconscientemente bebe o liquido. Ele faz o mesmo com as demais frutas, deixando a jovem amazona aos cuidados da bondosa senhora.


Do lado de fora Ariadne havia conseguido conter todos os ataques do guerreiro negro, e queimando seu cosmo ao alcance do sétimo sentido evitou a drenagem de sua energia. Ela ataca com seu vento frio no zero absoluto, e congela as pernas do guerreiro negro, quando descendo pelo teto surge Adam de Sagitta.


— Obrigado por virem. Comenta o extenuado cavaleiro de prata com água numa vasilha improvisada. — Nora ... Eu preciso ...


— Acalme-se. Tranquiliza a amazona de ouro. — Ela está com Melias de Altar. Eu assumo daqui.


Adam tinha parte da sua armadura opaca, mas estava bem. A flecha negra encravada em seu braço drena aos poucos suas energias.


Ele entra e vê Nora levantando-se dos braços da senhora que a acolheu.


NAS TERRAS DO OCEANO ÍNDICO


O caminho gruta adentro era escuro, e o cosmo de Nicole estava cada vez mais fraco. Talia seguia na frente, enquanto Sallas decidiu ficar mais próximo a entrada aberta, evitando problemas com tropas inimigas.


Ela chega, e o brilho esverdeado de sua armadura reluz na chama do que ainda restara da fogueira. Havia cerca de vinte pessoas na caverna. Todos sabiam que era a ajuda que tanto pediram a Atena, e os olhares se voltavam para Nicole. A amazona de bronze sofrera graves ferimentos na luta ocorrida no dia anterior.


Nicole lutara contra um cavaleiro de armadura igual a dela. Sua vitória salvou a todos, mas seu corpo frágil e ferido não estava respondendo aos precários cuidados recebidos. Por se refugiarem na gruta os alimentos ficaram escassos, e a fome agravava o quadro geral.


— Onde encontro comida e água? Indaga Talia.


— Numa mata mais adentro, mas é muito longe daqui. Levaria horas. Responde uma jovem.


— Eu chego lá. Comenta a amazona de Atena. — Me empreste sua mão, e lembre-se de como chegar lá.


A jovem imaginou, e seu cosmo oculto interagiu com o cosmo de Talia, que aprendeu o caminho. Ela pegou o balde vazio, e desapareceu.


A amazona sente uma energia positiva próxima


— Pode vir. Pensa a amazona. — Sei que não fará mal, pois foi enviado por Atena.


— Posso garantir que sim. Responde o cosmo sem face.


No segundo seguinte ao desaparecimento de Talia surge Ada de Aquário para a surpresa de todos. Ela toca em Nicole, e a amazona vai ficando mais corada. Ela canaliza a energia do cristal para a restauração da força vital de Nicole. Ela descarrega parte da energia do cristal de Aquário, e Nicole reage como se religasse um dínamo, que geraria energia de forma própria.


— Ela ficará bem. Preciso ir. Anuncia olhando para todos.


Ela envolve a todos como por hipnose, gerando uma onda que sai pela gruta afora.


— “Barreira Sagrada”. Anuncia Ada.


Nesse momento todas as memórias guardadas desde sua aparição são removidas das mentes de todos.


A onda viaja quilômetros, e no lago onde recolhia água Talia é alcançada pela técnica de Ada. Segundo antes da sensação de cosmo vivida se dissipar, a amazona se despede.


— Vá com Atena, Guerreira ...


Talia retorna, e encontra Nicole sentada e recuperada de seus ferimentos graves. Ela não sabia o acontecera, mas tinha certeza que fora obra de Atena.


Todos se alimentam, e Nicole com sua armadura revigorada sorri. Talia leva todos a local seguro, e retorna ao Santuário com os três guerreiros de Atena que a acompanhavam.


NAS TERRAS DO OCEANO PACÍFICO


Ankaa e a Dragão Negro ficaram por muito tempo se estudando.


A estranheza do olhar de Ankaa intrigava a amazona negra.


— O que foi? Indaga. — Parece que viu algum fantasma. (risos)


Ankaa se recompõe, para a tranquilidade de todos os lemurianos presentes a missão.


— A quem devo chamar de inimigo? Indaga Ankaa.


— Não poderá saber meu nome assim tão rápido, rapaz. Brinca a amazona. — Precisará me atingir primeiro para esse benefício.


Ankaa balança a cabeça em sinal de negativo.


— Não importa! Retruca o cavaleiro de Atena.


O Phoenix reúne a energia a energia do calor do local, e concentra numa chama que manipula com a mão direita. Ele inflama seu cosmo, e incorpora a esfera de fogo ao seu corpo em chamas. Ele dispara as chamas numa rajada a frente, para a defesa postada da amazona negra.


A energia quente atinge a barreira da oponente, e uma rajada de fogo atinge em cheio no peito da amazona de dragão negro. A luz irradiada pelo impacto se dissipa, e a amazona ri.


— É só isso que o grande Ankaa de Phoenix tem para oferecer? Que pena! Ironiza a amazona. — Sol Bel de Dragão Negro, e pelo que acabei de saber, uma sósia de uma tal de Lubian de Pavão. Será que você a conhece, Ankaa?


— Como?! Ankaa se surpreende. — Como pode conhecê-la?


— Pelo visto você a conhece bem. Comenta Bel, que ironicamente ri. — Acha que é o único que pode se comunicar com sua equipe? Meu colega Phoenix me contou da minha semelhança com sua oponente em outras terras, e pela reação de ambos ...


Ankaa volta a ficar desconfortável. Aaron percebe a redução da decisão do cosmo do Phoenix, mas precisava encontrar Sula de Camaleão. Ele preferia confiar na capacidade do lemuriano mais experiente do exército de Atena.


O Phoenix estava desconcertado com a possibilidade do risco a Lubian, e sua insegurança é sentida por todos os lemurianos no campo de batalha. A amazona de Pavão o tranquiliza.


— Seja forte Ankaa! Comunica-se Lubian. — Estarei sempre bem. Estamos com Atena. Quando eu perecer estarei no panteão dos heróis a sua espera, mas isso não será hoje. Você é o mais forte de todos nós. Prove isso a si mesmo. Cumpra sua missão!


A amazona negra olha para Ankaa e percebe a mudança na sua determinação.


— Parece que vocês lemurianos fizeram aquelas mágicas. Brinca Bel. — Mas não importa. Acabarei com você.


Bell inflama seu cosmo negro, e o fluxo de energia de energia circula seu corpo como se infinitos dragões corressem em espiral em volta do corpo da amazona em direção ao céu. Seus cabelos se levantam e uma rajada de vento energizado corre contra Ankaa e o envolve.


O brilho do cosmo de Ankaa desaparece por um longo instante para a alegria de Bell. Para Aaron, Melias, Talia e Lubian fica a expectativa do que virá a seguir.


Ankaa explode seu cosmo, fazendo sair raios de luz azul pelos espaços deixados pelo turbilhão de vento espiral de Bell. O cavaleiro que fora levantado do chão pousa levemente.


Repentinamente o turbilhão se rompe, e Ankaa como uma tocha humana começa uma caminhada em direção a Bel.


A amazona prepara a defesa com o escudo negro do dragão, mas sente que a intensidade do calor produzido por seu oponente está acima de tudo que fora apresentado antes.


Anka lança seu punho, rompendo facilmente o escudo da dragão negro. Ele atravessa completamente a defesa da oponente, ferindo seu braço, e atingindo o peitoral da armadura da amazona. A pedra negra que ornamentava a armadura desparece como poeira.


A armadura negra cai em pedaços, deixando Bel perplexa com a precisão da técnica aplicada pelo cavaleiro de Atena, que apesar de altamente destrutiva poupara sua vida, e deixara apenas um leve ferimento em seu braço.


— Essa é a “Explosão das Chamas Azuis”, explica Ankaa. — Você pode ir agora. Creio que já atingimos nosso objetivo aqui.


Ankaa se teleporta para onde estavam Aaron e Sula de Camaleão, debilitada como todos os outros.


Aaron, Ankaa e Sula, junto a Talia, Sallas e Nicole foram os primeiros a retornar ao Santuário.


LINHA DO EQUADOR


Anryu de Cancer partiu para as terras abaixo da linha do equador com Lubian de Pavão. O cavaleiro dourado saíra para encontrar Marcos de Cruzeiro do Sul, enquanto Lubian confrontava o Phoenix Negro.


A luta dos guerreiros nas terras abaixo da linha do Equador ainda não havia começado efetivamente, sendo travada uma luta mais psíquica. Quando as dúvidas e preocupações se dissipam a luta começa a ficar mais agitada.


As técnicas entre os oponentes foram literalmente trocada, apesar do desequilibio de Lubian diante da conexão com Ankaa.


O cosmo de Ankaa desaparecido por instantes foi a ponto diferencial e sinal para que Lubian adquirisse total concentração para vencer a luta.


Os olhos do Pavão já estavam prontos para que a luta efetivamente começasse.


— Vejo que está mais focada agora. Muito melhor assim. Ironiza o Phoenix Negro. — Pronta para o confronto, Amazona de Atena?.


Lubian recomposta e concentrada sorri.


— Você não sabe com quem está se metendo Phoenix Negro! Afirma a amazona.


— Veremos! Retruca o cavaleiro negro.


Ele aquece o seu cosmo, e o concentra em seu punho uma espécie de fogo negro. Ele segue na investida disparando em direção a Lubian, atacando-a na altura do rosto.


A amazona bloqueia os dois golpes, e sorri.


— Como você chama esse golpe, meu caro Phoenix? Indaga Lubian.


— Você saberá. Responde o guerreiro negro. — Mas posso te adiantar ...


Lubian estava imóvel, e a sua mente começaram a surgir imagens terríveis suas com Ankaa.


— Pesadelo Negro! Eu gosto de chamar. Comenta o Phoenix. — A técnica mais poderosa de Klaus de Phoenix Negro.


A mente de Lubian passava imagem do abandono de Ankaa de sua convivência, e também de sua armadura de Phoenix, para sua grande tristeza. Mas a chocante imagem, do rompimento de laços não abalaria a amazona de Atena.


Ainda imóvel, Lubian sorri, para o espanto de Klaus. Ele começa a se mover novamente, e recupera a confiança apresentada antes de sofrer o golpe negro.


— Sua fraca ilusão não me afeta, rapaz. Retruca Lubian — Conheço meus sentimentos, e essa técnica é ruim. Se fosse das mãos do verdadeiro Phoenix, eu não estaria sequer de pé. Se essa é sua melhor técnica, considere-se acabado.


Klaus se irrita com a comparação.


— Não menospreze o “Pesadelo Negro”. Esbraveja o guerreiro partindo em direção a Lubian.


O cavaleiro acerta uma ilusão.


— Você está em minha ilusão agora, Klaus. Informa a amazona.


Lubian aparece e desaparece diante Klaus.


A ilusão é interrompida quando Lubian cai com suas energias misteriosamente reduzidas.


— Agora você está acabada, Amazona.


Oriti, que estava oculto acompanhando a luta, surge e lança uma flecha carregada de energia contra Lúbian. A flecha atinge a amazona no peito, e a luz dissipada pelo impacto repele o guerreiro negro que partira na investida corpo a corpo.


O brilho da crystalus de Oriti de Peixes surpreende a amazona. A aura de paz, e a flecha de luz que recuperou suas energias, eram provas para Lubian de que o novo guerreiro no campo de batalha estava a serviço de Atena. Com o dissipar da luz, a visão armadura de peixes em cristal não deixava mais nenhuma dúvida.


Oriti sinaliza com os braços, orientando a Lubian que prosseguisse a luta.


A amazona reestabelece a ilusão, e escolhe o momento exato para sua verdadeira versão golpear Klaus. Ela golpeia o peitoral da armadura pulverizando o cristal que ali estava. A potência do golpe atinge o peito de Klaus com mediano impacto, sem causar dano de morte ao oponente, mas levando o oponente a nocaute.


O cristal do peitoral de Klaus destruído libera grande quantidade de cosmonergia negra. Temendo o pior, Oriti lança o punho de sua crystalus para proteger Lubian.


Com Klaus desacordado, pelo dreno de parte de sua energia vital junto a explosão de energia do cristal, o Aurum recolhe sua proteção, toca Klaus reestabelecendo seu batimento cardíaco, e ajuda a amazona a se levantar.


Klaus tosse e expele pequenas pedras negras, recolhidas por Oriti e guardadas no cristal do seu punho.


— Marcos de Cruzeiro do Sul está bem, e Anryu em breve o encontrará. Tranquiliza Oriti. — Fique em paz.


Oriti olha Lubian com carinho, e anuncia.


— Barreira Sagrada!


Na mente da amazona fica um vazio, com a única certeza de que a luta fora intensa, mas por ela vencida. A passagem de Oriti naquele lugar fora encerrada em lugar oculto do cérebro de Lubian e Klaus, como um apagar de lembranças. O Aurum novamente desaparece.



Pouco a pouco, seguido de Ankaa de Phoenix e Talia de Dragão, todos os lemurianos conduzem seus colegas cavaleiros e amazonas de volta ao Santuário. A última a regressar foi a tropa comandada por Ariadne de Aquário. Ela também teve problemas com as técnicas surpresa dos guerreiros negros.



ZONA DO ÁRTICO


Adam, tranquilo com a situação de Nora sai em apoio a amazona de ouro, e vê na chuva de flechas negras aquela destinada ao peito de Ariadne.


A peça de metal negro atinge seu objetivo, e a amazona de Atena em pouco tempo cai de joelhos enfraquecida. O intenso uso do cosmo na batalha tornara a amazona mais susceptível a drenagem de energia. Adam apoia Ariadne, e mesmo debilitado assume a luta.


Melias pressente que algo mudaria positivamente no campo de batalha, e a flecha negra do braço de Adam torna-se prateada. Ele a expulsa de seu corpo, e o ferimento causado fecha. O mesmo ocorre com Ariadne. Sana de Touro com seu poder purificou as flecha negras dos corpos de Adam e Ariadne.


Recomposto e com o cosmo fortalecido pela investida do touro flamejante contra seu peito, Adam retruca as flechas negras sobrepondo-as. Ele devolve a gentiliza dada a sua companheira de luta, destinando dentre uma flechas especial ao peitoral do guerreiro negro. A flecha também atinge seu objetivo, rachando a pedra de ébano que o ornamentava. A explosão de energia é contida por Sana, que mesmo oculta operava naquele lugar.


A Aura havia ocultado sua presença de todos, com exceção do experiente Melias, que sabia pela cosmoenergia sentida se tratar de reforços enviados por Atena. Ela sela o momento, mas não tinha certeza de que o fizera para todos.


A amazona de Aquário havia percebido presença familiar, e por isso desviara seu foco recebendo a flecha negra. A preocupação com o quadro geral dos guerreiros a serem resgatados contribuiu para o descuido diante do inimigo.


Vencido o guerreiro negro todos partiram para o Santuário


SANTUÁRIO


Cansados com o esforçado teletransporte, em especial Melias com a missão de conduzir quatro guerreiros, os lemurianos foram orientados a descansar mais cedo, mas Lubian e Ankaa tinham outros planos.


A angústia de Ankaa pela ameaça a Lubian trazia uma nova realidade a ser considerada para o exército de Atena. No dia seguinte, comandado por Melias, a situação do estreitamento de laços entre cavaleiros e amazonas vivida no campo de batalha seria retratada.


A audiência com Atena revelaria uma difícil nova regra a ser seguida por cavaleiros, amazonas, aurums e auras. O fim das relações de amor entre guerreiros. Os casais já formados receberiam auxílio especial, mantendo-se a postura condizente a guerreiros em batalha, mas novas relações seriam desestimuladas, e até segunda ordem proibidas, pelo bem da Terra.



A MISSÃO DE RESGATE DOS GUERREIROS DE ATENA TRARIA NOVAS PREOCUPAÇÕES Á DEUSA ATENA. ELA TOMARIA IMPORTANTES DECISÕES PARA O FUTURO DO SANTUÁRIO E DA TERRA.

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  • 5 meses depois...


Os dias passam e a movimentação das forças dos guerreiros negros é intensa. Diante da ameaça o Grande Mestre Ozir começa a pensar nas estratégias para conter as ações desse novo grupo de inimigos de Atena.


O Santuário já possuía bom contingente de soldados incluindo cavaleiros e amazonas e guardiões, e uma ação concreta seria possível.


Para a tristeza de Atena, grandes guerreiros se despediam de suas armaduras, mas em compensação grandes surpresas surgiam dia após dia. O exército da deusa ampliava e se renovava constantemente.


O treinamento para se ter a honra de vestir a sagrada armadura era duro, e muitos não sabiam sequer sua constelação guardiã. Nesse grupo estavam a jovem Rivia, e sua irmã menor Maria.


Era dia de folga nos treinamentos aos aspirantes, intensificado nas últimas semanas, e a vila anexa ao Santuário estava bastante movimentada. O local era habitado por famílias de aspirantes ao exército de Atena, e por pessoas humildes do grupo de devotos da deusa. Era a pós-colheita do trigo e aveia, e em toda a região se via grande multidão.


Dentre os aspirantes a cavaleiro havia Marcus, um jovem muito indisciplinado, que juntamente a Max fora chamado pela constelação de Órion. Marcus era muito orgulhoso, e se considerava o novo guerreiro da constelação. Seu treinador, Aaron de Leão, estava para anunciar o fim do treinamento para a disputa pelo direito de uso da armadura.


Ele sempre observava as jovens dos arredores, mas sua má fama e pouca humildade afastavam todas as moças de seu trato.


Caminhando pela vila ele vê a menina Annie sair de sua casa, onde morava com suas irmãs Rívia e Maria, e que secretamente abrigava Sarah com razoável frequência.


Marcus conhecia a formosa Rívia, uma tímida jovem vinda de terras distantes a pouco mais de um ano. Ela era aspirante a amazona com tempo de treinamento. Conhecer seu rosto era o grande desejo do rapaz.


Com a saída de Annie, e de Maria horas atrás, aproveitando a grande movimentação, Marcus vê a oportunidade de tirar a limpo suas curiosidades e desejos para com Rívia.


Adentando a casa Marcus vê a jovem deitada em uma das três camas simples que ali estavam. A moça percebe a presença estranha, e levantando-se deixa cair o lençol exibindo seu belo corpo sob cortes menores de algodão cru.


Rivia se apavora, lembrando do terror vivido a quase um ano atrás. Ela recolhe o lençol, cobrindo-se novamente, e vê seu algoz se aproximar lentamente.


Já habilidosa no domínio de seu cosmo, ela reúne sua energia em forma de esfera luminosa e dispara contra o invasor. A grande energia enche o ambiente, e arremessa Marcus porta afora.


Leo de Aries sente vibrar sua armadura, e segue para o local. Sarah também sente o temor de Rívia, e parte para o interior da casa. Ela encontra Rívia recolhida a parede, tremendo pelo choque de suas lembranças, e a conforta.


Ozir de Gêmeos sente o grande fluxo de cosmo, mas percebe a saída de Leo de Aries. Em seu templo ele confirma algo iminente: o nascimento do cavaleiro de Órion.


Leo adentra a casa após cumprimento a Sarah.


— Olá Sarah. Quanto tempo.


Sarah fica mais tranquila por ser Leo o novo visitante.


— O que o traz aqui, Leo de Áries? Indaga Sarah.


— Esta jovem me chamou. Responde Leo.


Rívia estava encantada com o brilho da armadura de Aries.


— Você é um cavaleiro de ouro? Rivia esquece seus medos diante do cosmo de Leo.


— Sim. Responde o lemuriano. — E Áries é seu signo guardião dentre os doze presentes no círculo do sol. Você me chamou.


Lá fora, Marcus, que havia desmaiado com o impacto, levanta com dificuldades, e inconformado com o ataque que recebera segue novamente para a casa.


Max se aproxima da casa parando na entrada.


— Deixa a moça! Firme ordena o aspirante a cavaleiro. — Ela já sofreu muito antes de vir para cá.


Da casa são ouvidos todos os diálogos, visto o grande silêncio que se fizera nos arredores, com a reunião dos curiosos observando aquilo tudo.


— Max. Identifica a jovem. — Ele não me fará mal.


Marcus não se intimida e continua seu caminho em direção a casa, quando Max movimenta os braços e traz ao solo uma descarga elétrica que faz tudo em volta tremer. A manifestação da natureza interrompe a caminhada de Marcus.


TEMPLO DO GRANDE MESTRE


Sig surge diante Ozir.


— Meu irmão! Cumprimenta Sig.


— Meu irmão! Há quanto tempo. Responde Ozir. — Esta sumido.


— Estou bastante ocupado com nossos novos inimigos. Responde Sig.


— Entendo. Eu também. Concorda Ozir.


Sentados na escadaria se entreolham, e o pensamento era ao mesmo.


— Um grande dia teremos hoje. Inicia Sig.


— Certamente. Ozir concorda. — Apesar das coisas ruins teremos um novo guerreiro.


— Mas eu prevejo uma grande perda. Pondera Sig. — Uma alma sairá corrompida desse conflito.


— Ela sempre esteve, meu irmão. Comenta Ozir. — Cabe a você mudar essa realidade.


— Estou ciente disso. Concorda Sig. — Teon já havia percebido essa dualidade em Órion. Não pareceu a ele nada bom.


— É uma pena. Ele tem potencial. Pesaroso comenta Ozir.


— Agora tenho que ir. Finaliza Sig. — Leo de Áries está na retaguarda.


— Se cuida irmão! Recomenda Ozir.


— Sou eu quem cuida de você, lembra? Brinca Sig.


— Atena cuida de todos nós. Conclui Ozir. — Nos falamos mais depois.


Ozir tinhas uma ponta de tristeza por serem sempre breves as conversas com seu irmão, mas em compensação esses raros os momentos eram felizes, contando os muitos anos passados antes do reencontro.


VILA DO SANTUÁRIO


Aaron vendo o início do confronto entre seus pupilos, previsto por Ozir. Do lado de fora da casa, ele recebe a mensagem de Leo, dentro da casa.


— Vou levar esse confronto a um lugar adequado. Prepare-se.


Aaron se aproxima dos dois, quebra a tensão no ar, e desaparece com ambos, reaparecendo no local das lutas.


Na casa Leo se despede de Rívia e Sarah.


— Prazer em conhecê-la menina. Despede-se carinhosamente Leo. — Quem é sua treinadora?


Nesse momento surge uma aura feminina para o sorriso de Rívia, pois trazia consigo Maria e Annie.


— Sou Eu. Lily de Aquila. Responde a amazona com um belo vestido azul. Percebi sua presença, e de alguém que vem sempre aqui. Sabia que Rívia estava bem, então fui atrás das gêmeas fujonas.


Leo olha para as irmãs.


— Estão em excelentes mãos. Comenta Leo. — Em quatro excelentes mãos. Preciso retornar ao meu posto.


O cavaleiro toca as mãos de Rívia, que tinha os olhos ainda brilhantes por conhecer um cavaleiro dourado.


— Conte sempre com o brilho da luz de Áries. Me chame e contigo estarei.


Ele sinaliza com a cabeça para Lily, repassando a mesma mensagem de responsabilidade.


Voltando-se para Sarah, Leo completa.


— Cuide-se menina! E cuide delas também.


Sarah sorri e sinaliza que sim, quando Leo desaparece do mesmo jeito que chegou.


Lily observara o carinho de Leo por Sarah, e confirmando a impressão que já tinha do cosmo ali sempre presente, tinha certeza de que Sarah ali estava por Atena.


CASA DE ÁRIES


Leo chega a casa de Aries, com uma boa sensação sobre as irmãs de Gales.


Ozir surge na casa de Aries.


— Grande Mestre! Saúda Leo.


— Leo. Responde Ozir. — Fez bem em teletransportar o confronto para o Coliseu.


— Certo. Comenta Leo. — O festival continua normalmente, e as meninas estão com Lily e uma Aura.


— Correto. Confirma Ozir. — Acompanharei tudo de perto. Bom Trabalho.


Leo sinaliza com a cabeça em agradecimento, enquanto Ozir parte.


NO COLISEU


Max e Marcus identificam o coliseu, e aguardam a orientação de Aaron de Leão para começar o combate. Teneo de Touro também estava lá.


Por se tratar de luta oficial pela armadura, o Grande Mestre é esperado. Ozir chega e se dirige aos oponentes.


— Max e Marcus! Inicia Ozir. — Esse confronto não está programado, mas devido as circunstâncias, e pelo nível de treinamento de ambos, a batalha pela armadura está oficializada.


Ozir se dirige a Marcus.


— O correto seria baní-lo do Santuário, mas esse confronto é melhor opção. Prossegue Ozir. — Uma alma maligna não pode trajar uma veste sagrada. Deixemos a armadura de Órion decidir o vencedor.


Ozir sinaliza a Teneo, no campo de batalha para iniciar e arbitrar a luta.


— Comecem! Ordena Teneo.


Marcus parte para a ofensiva, criando uma grande tensão elétrica entre o céu e a terra. A terra treme, e uma grande relampago desce encontrando as mãos do aspirante que a molda e direciona sem dó contra Max.


Max com o braço esquerdo estendido a frente, e o braço direito erguido, recebe a rajada de energia e a direciona de volta ao céu. Um grande trovão é sentido, e Max sente o golpe cambaleando na sequencia.


Marcos percebendo a fragilidade do oponente reúne os resquícios de energia elétrica recém-transportadas pelo ar, e a lança sobre Max. O ódio por Rívia por tê-lo repelido, e do próprio Max por tê-lo interrompido, dá a sua cosmoenergia tons negros.


A influência da porção negra no ataque de Marcus alerta Atena, e preocupa Aaron, contido por Ozir.


O ataque de energia atinge Max, que tinha dificuldade de se manter de pé. O aspirante a cavaleiro bloqueia.


A porção negra drena a energia corporal de Max, que quase esgotado queima seu cosmo criando uma poderosa descarga elétrica usa seu corpo inteiro para se conectar a terra.


Max totalmente energizado afasta a energia negra de seu peito, vertida por Marcus. Ele invoca novamente a carga elétrica sobre si, e utiliza o mesmo movimento com o qual se defendera do primeiro ataque para lançar a descarga que por ele passava. A energia lançada é dez vezes mais forte que a lançada por Marcus.


Na medida que a rajada de energia se aproximava, Marcus ficava ainda mais apavorado. Ozir continha Aaron, quando surge a armadura de Órion que absorve o impacto.


— A luta está encerrada! Anuncia Ozir.


Marcus foi salvo pela armadura de Órion, e estava feliz pois considerava que ser defendido pela sagrada armadura era um sinal positivo. Ele toca a armadura, que levemente o eletrocuta.


A armadura de Órion segue em direção a Max, e o veste. Marcus não crê no que via.


— Como!? Indaga Marcus. — A armadura havia me escolhido! Ela protegeu a mim, e não a ele.


Ozir desce e explica.


— A constelação testou vocês dois, e mesmo com o cosmo negro lançado por você, Marcus, ela não protegeu a Max, pois ele tinha capacidade para resistir. A rajada de energia emitida por você era forte, mas ...


Ozir olha para Max.


— A rajada lançada por você, Max, foi dez vezes maior, equivalente em intensidade ao relâmpago de plasma de seu mestre. Você resistiu a descarga elétrica com seu corpo inteiro, como se integrando a energia. A invocou novamente, magnificou a intensidade, a moldou e lançou contra seu oponente. Para esse feito você tocou o sétimo sentido, ato comum apenas entre a casta dourada.


O Grande Mestre reúne os dois ao centro.


— A armadura salvou sua vida, Marcus, arriscando sua própria, porque você é valioso. Explica Ozir. — Apenas um cavaleiro ou amazona de ouro resistiria aquele ataque.


Ozir posiciona-se o lado de Aaron, e dirigindo-se aos dois, prossegue.


— Marcus usou cosmo negro para inconscientemente aumentar sua força, e tornou-se indigno da armadura de Órion. Max resistindo utilizou a força da energia da natureza a seu favor, e tocou o sétimo sentido.


Ozir aponta para Max.


— Max venceu a luta, e foi considerado digno pela armadura de Órion. Seja bem-vindo ao exército de Atena, Max.


Ozir vira as costas e sai, deixando Aaron com as partes finais. Teneo se despede de todos e também segue de volta a sua casa.


Marcus, revoltado, sai do Coliseu resmungando. No caminho é acompanhado por Lyra de Ophiucus.


Ele sai do Santuário, e é abordado por dois cosmos negros. Ele segue os dois homens.


A ordem dos Guerreiros Negros parecia ter ganhado um forte aliado, e com pesar a previsão de Sig se confirmara.


Atena em seu templo tinha outra reflexão importante a fazer. O ataque a sua aspirante a amazona por sua beleza revelava as disparidades de caráter dentro do seu exército.


Com isso a deusa da Sabedoria e da Guerra Justa tomara uma difícil decisão. Assim como a máscara protegia a amazona da desqualificação como guerreiras, uma nova medida precisava ser tomada para proteger as aspirantes dos perigos. A partir daquele dia, o campo de treinamento da amazonas seria independente, com permissão de acesso dada apenas a guerreiras.



A DURA BATALHA PELA ARMADURA DE ÓRION PASSA POR CONQUISTAS, PERDAS, E O DECRETO DE UMA NOVA DETERMINAÇÃO DE ATENA, MAS NÃO APENAS O EXÉRCITO DE ATENA SERIA BENEFICIADO.

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  • 1 ano depois...



O campo de treinamento das amazonas começava a ser construído sob o comando de Lily de Aquila.


Max de Órion, recém-consagrado cavaleiro de prata, começava a desempenhar funções no exército de Atena, junto aos colegas de bronze.


Rívia após a ressonância com a armadura de Áries enfim despertou sua constelação protetora, Corona Borealis, bem como a sua irmã Maria, protegida pelas estrelas de Corona Australis.


Os dias se passam e as novidades nos treinamentos dos cavaleiros, amazonas, aurums e auras não cessavam, para a alegria de Atena.


Os cavaleiros negros continuavam a sua movimentação pelo mundo, e preocupado com essas ações o Grande Mestre Ozir decide enviar cavaleiros e amazonas para esses locais a fim de proteger as pessoas.


De forma semelhante ao feito há meses atrás durante a fase de reconhecimento, grupos de guerreiros liderados pela patente de prata seguiam as partes da terra onde haviam se registrado ataque recentes dos cavaleiros negros. Esses novos grupos eram liderados por cavaleiros e amazonas mais experientes, com supervisão de cavaleiros e amazonas de ouro.


Observando o céu, e as relações entre guerreiros já estabelecidas, Ozir de Gêmeos associa cavaleiros e amazonas das patentes de prata e bronze aos doze cavaleiros de ouro na proporção de dois guerreiros de prata e quatro guerreiros de bronze a cada cavaleiro dourado.


A relação gerada por Ozir contemplava todas as oitenta e oito constelações, apesar de haver apenas quarenta e seis cavaleiros em atividade ou na iminência de estarem.


Segundo organizado por Ozir, dentre os cavaleiros e amazonas em atividade estavam Corona Borealis, Corona Australis e Pegasus junto a Leo de Aries; Hércules e Cerberus com Teneo de Touro; Lince, Lacerta e Cefeu com ele próprio; Grus e Crux com Aryu de Cancer; Camaleão e Orion com Aaron de Leão; Triangulo e Lyra com Celes de Virgem; Bússola, Monocerus e Altar com Ian de Libra; Escultor com Joei de Escorpião; Sextante, Serpens e Tucana com Donni de Sagitário; Lebre e Raposa com Sallas de Capricórnio; Cisne, Hidrus, Pavão e Sagitta com Ariadne de Aquário; Pisces Austrinus e Volans com Régia de Peixes.


Algumas constelações, pela relação direta de seus guerreiros com Atena atuavam de forma independente, apesar de figurarem na organização de Ozir associados a constelações da elíptica solar. Eram elas Dragão, Aquila, Ophyucus, Pavão e Phoenix.


Dentre os lideres das tropas haviam prodígios como Elisa de Lacerta, Max de Órion e Adonis de Altar, recém-consagrados, mas com nível de habilidades equivalentes a Lubian de Pavão, Maia de Cepheu e Silas de Hércules. Outros cavaleiros de bronze de altíssimo nível também lideravam tropas como Ankaa de Phoenix, Talia de Dragão. Completando a lista de lideres de tropas havia Tuk de Cerberus, Adam de Sagitta, Sobis de Triângulo e Karl de Lyra.


As tropas partiam uma após a outra para destinos diversos, mas apesar da medida o Grande Mestre Ozir estava preocupado. O exército inimigo se fortalecia, e desta vez um soldado de alto nível possivelmente estava entre eles, Marcus.


O cosmo negro despertado durante a luta pela armadura de Órion, contra Max não fora coincidência, nem passou despercebido por Ozir e Aaron. Eles sabiam que a justiça da armadura de Órion prevaleceria.


Ozir sabia que alguém estava fazendo algo para reverter o caminho previsto para Marcus, e contava com isso.


VILA DO SANTUÁRIO


Dias depois da perda da armadura de Órion, Marcus ainda estava no Santuário. Apesar da abordagem dos cosmos negros, Marcus ainda não se decidira.


Ele caminhava pela vila do Santuário, bem mais calmo. As pessoas lembravam dele e do incidente estranho que o envolveu. Ele pensara em visitar a casa de Rívia e suas irmãs, mas ela estava visivelmente vazia com a porta entreaberta. Ainda que vazia algo na casa o atraia: Uma melodia triste que ecoava em sua mente.


Marcus entra e no centro do lugar estava uma mulher de longos cabelos tão negros quanto sua armadura. Ela estava de costas, e na medida que ela virava para Marcus podia-se ver sua lira, que tocava magistralmente. Sua pele alva contrastava com os tons negros de sua armadura, e com as notas obscuras tocadas pelo passar dos longos dedos da amazona negra na lira. Sua canção triste agora passava a ser agradável aos ouvidos de Marcus.


As notas da lira inundavam a percepção e a razão de Marcus, trazendo a tona as ações agressivas e possessivas tomadas outrora pelo jovem. As sensações que antes lhe davam prazer agora lhe causavam dor, fazendo Marcus gritar. A amazona negra sorri.


Marcus estava inebriado e começava a gostar da dor, quando outra canção interfere, e suaviza o som ambiente.


O jovem cujo coração estava em disputa volta a sentir dor no sentido real, e acaba desolado como se tivesse sido esvaziado.


A nova melodia adentra a casa, e se via Karl de Lyra que chegava para contrapor a desconhecida amazona negra de Lyra.


O grupo de Karl partiria minutos atrás em barco para as mesmas terras onde Sallas de Capricórnio enfrentara o Touro Negro, mas ao perceber o cosmo hostil e a melodia da lira negra teve sua partida adiada. Sula de Camaleão retira Marcus do local, e deixa o experiente cavaleiro de Atena no combate.


A presença de cavaleiros e amazonas nas proximidades da mesma casa onde ocorrera um princípio de confronto dias atrás, deixava a todos preocupados coma segurança da vila.


Tobias de Unicórnio tranquiliza a todos em volta, enquanto Cindy de Raposa corria o perímetro local para identificação de possíveis novos inimigos, bem como garantir a segurança do local.


No campo de treinamento dos guardiões, Nabili sentiu seu cristal brilhar, mas a aura em treinamento não havia brilhado seu cosmo.


Ela sentia que seu protegido em breve dedicaria sua vida em prol da Terra, e sentia-se impotente. Lyra toca seu ombro, e com um olhar pede que se acalme. A aura fecha os olhos e concentra-se em Karl.


Na casa da vila, local do confronto entre as liras, Karl sente que algo o olhava e estranhamente isso o deixava confortável. Ele sabia que isso poderia ser o diferencial no resultado da luta.


A amazona negra se incomoda e inicia sua canção buscando a fonte daquela energia externa, tão forte para tirar sua concentração e deixar Karl mais confiante.


Karl novamente se contrapõe a Lyra negra, e a melodia que tentava entrar no campo dos guardiões cessa.


Com vigor o cavaleiro de Atena tira de sua lira canções de notas baixas, mas com grande poder ofensivo. As notas visavam neutralizar as notas altas geradas pela lira negra.


— Notas baixas não podem contrapor o poderio de minha lira negra, cavaleiro de Atena. Afirma a amazona de Lyra Negra. — Eu, Dione de Lyra, irei te mostrar o verdadeiro poder da lira mitológica.


Dione intensifica as notas altas de sua lira, e uma onda negra varre todo o local, interferindo na mente de todos num raio de cinco quilômetros.


Tobias, Sula e Cindy sentem a força da melodia negras sugando suas energias, enquanto as pessoas curiosas que insistiam em ali próximo permanecerem caem imediatamente.


Karl sofre mas avança no toque de sua lira prateada. A armadura de Lyra começa a perder seu brilho, e as cordas do instrumento do cavaleiro começa a perder elasticidade.


NO CAMPO DOS GUARDIÕES


Nabili sente que seu protegido começa a perder cosmoenergia e se desconcentra. Ao abrir os olhos ela vê Lyra diante si com um firme olhar de confiança.


Em seu reduto oculto, Sarah pressentindo o pior pensa em se teleportar ao local, mas é contida por Luge que surge no momento exato.


— Aguarde Sarah! Diz Luge. — Muitas revelações estão por vir.


Sarah aguarda a reação de Sig, mas não recebe resposta. Ele decide confiar no instinto de Luge, e agir apenas no último segundo necessário.


No campo de treinamento Lyra segura as mão de Nabili com força.


— Você precisa se concentrar. Orienta Lyra. — Queime seu cosmo. Você consegue. Karl resistirá e você o ajudará. Tenho certeza disso. Confio em você. Devolva o cosmo do cristal para o cavaleiro de Lyra.


Nabili sorri como que agradecendo pela confiança. Ela fecha os olhos e seu corpo começa a esquentar. Uma luz começa a emanar de seu corpo, e com seu cosmo em franco-expansão ela começa a cantarolar notas baixas.


NA VILA DO SANTUÁRIO


Na casa da vila do Santuário Karl vê sua lira perder todas as suas cordas, que opacas se rompem uma a uma. Sua armadura fica pesada, e com o forte dreno de energia vital pela lira negra, ele não resiste e cai de joelhos. Na parte externa da casa Tobias de Unicórnio e Sula de Camaleão já havia caído.


Dione de Lyra Negra tinha como certa sua vitória, quando uma cantiga singela de tons baixos chega, enche o local e se contrapõem a som de sua lira.


A amazona negra vê a energia vital de Karl retornar, e sua armadura opaca recuperar seu brilho prateado. A lira prateada continuava com suas cordas rompidas, mas a energia que conectava aquela cantiga, o cavaleiro de Atena e sua armadura era impressionante.


Karl se levanta, olha para sua lira e a não a empunha. Ele abre os braços e fecha os olhos. Todo o som do ambiente é recolhido, como se ambos os oponentes fossem isolados do resto do mundo.


O silêncio era inconveniente, e nem mesmo a própria voz Dione ouvia.


Karl recolhe seus braços, posiciona sua mão direita em forma de cuia diante sua boca e sopra, abrindo seus olhos.


A mente de Dione vem uma frase num tom ainda mais baixo do que até então foi insistentemente emitido por Karl: “Som da Natureza”.


A frase inicia um turbilhão de sons todos os timbres misturados como um som branco.


O complexo som varre a mente de Dione como se ensurdecesse seus pensamentos.


Dione fica surda, e seus ouvidos sangravam. Sua mente vazia trazia a tona sua real aparência: uma carcaça de pessoa que sem equilíbrio cai.


Todos no lado de fora da casa já estavam conscientes, pois uma cantiga doce e suave trouxe a todos de volta do abismo para onde pareciam ter sido jogadas suas memórias.


Diferente dos moradores da vila, que pareciam retornar de um pesadelo, Tobias, Sula e Cindy sabiam se tratar de algum feito de Atena, ou de algum de seus colegas cavaleiros ou amazonas. Karl já havia percebido essa presença desde o inicio de sua luta.


Em uma fração de segundos uma voz ecoa a mente de Karl, Tobias, Sula e Cindy.


— “Barreira Sagrada”


A voz suave retira da memória dos quatro guerreiros de Atena a sensação da cosmoenergia revigorante que os alcançou.


NO CAMPO DOS GUARDIÕES


Nabili já estava de volta de seu momento. Ela salvara a todos os guerreiros e pessoas utilizando o limite de proteção de um guardião a seu cavaleiro ou amazona.


O potencial de Nabili toca a percepção de Sig, Teon e Atena, em especial pelo antigo plano de Teon de formar um time de guardiões de elite, aptos a proteger guerreiros além de seu protegido, como podia fazer Sig e Lyra.


Os guardiões de elite já existiam, e Teon já tinha sentido suas presenças, sendo uma dela em especial. A manutenção desse segredo era feito em respeito a Lyra, pois temia-se que sua reação pudesse ser prejudicial a seu equilíbrio emocional como pessoa.


Nabili estava empolgada, e seu desempenho incentivara a todos. Annie, Zaque e Lúcio eram os mais animados.


A Ordem de Serpentário seguia sua rotina de grandes saltos de qualidade.


NA VILA DO SANTUÁRIO


Karl sai da casa com Dione nos braços, e é recebido com alegria por Tobias, Sula e Cindy. Reservado ele retorna a saudação com a cabeça.


Todos estavam bem, incluindo Marcus, que já não sabia o que pensar. Os moradores saem aos poucos e ficam apenas os cavaleiros e amazonas de Atena, Marcus e Dione. Karl na verdade estava preocupado com o objeto negro deixado na casa.


— Tobias, entre e pegue a caixa de Pandora. Ordena Karl. — Precisamos levar essa urna ao Grande Mestre.


Tobias segue a sua tarefa, e Karl direciona seu olhar a Marcus.


— Você não foi o oponente de Max? Indaga o prateado.


— Sim. Responde Marcus. — As coisas deram errado para mim. Tenho feito muitas coisas erradas desde que cheguei aqui. Estou profundamente arrependido e confuso.


— Então venha conosco. Convida Karl. — O Grande Mestre é um homem sábio. Saberá ouvir e te aconselhar bem. Venha!


Tobias sai da casa puxando a caixa preta com dificuldade, e em seguida cai, apoiando um joelho no chão.


— A caixa ... Balbucia o cavaleiro. — Ela drena as forças.


O silêncio paira no ar, mas dura apenas poucos segundos.


— Deixe a urna. Ordena Celes de Virgem, que surge. — Descansem e levem a amazona e Marcus ao Grande Mestre.


Cindy apoia Tobias e Karl prossegue com Dione, acompanhados de Marcus e Sula que leva a lira com suas cordas soltas.


Tudo enfim voltara ao normal, mas aquela casa nunca mais seria vista da mesma maneira.


Celes leva a armadura negra, desaparecendo da mesma forma que apareceu.


Horas depois são anunciados ao Grande Mestre Ozir, Karl, Tobias, Sula, Cindy e Marcus. Essa audiência traria muitas novas informações sobre a batalha em curso.



UMA BATALHA, UM PODEROSO DESPERTAR, E O COMEÇO DO CAMINHO PARA A REDENÇÃO. UM DIA PROVEITOSO PARA OS PLANOS DE DEFESA DO EXÉRCITO DE ATENA.

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  • 1 mês depois...



No salão do Grande Mestre, estavam Celes de Virgem, Karl de Lyra, Tobias de Unicórnio e Cindy de Raposa e o jovem Marcus.


Junto a eles havia a urna da armadura negra de Lyra, envolta por uma barreira de cosmo produzida por Celes. Dione, a amazona que a trajava, estava na prisão após cuidados de saúde.


Todos aguardavam a chegada de mais uma pessoa, um mestre no assunto: o Mestre Alquimista Teon de Serpentário.


Anunciado, Teon adentra o salão e logo percebe a razão de seu chamado, a sombria caixa ao centro do local.


Ele saúda o Grande Mestre e aos cavaleiros e amazonas presentes.


— Creio já ter percebido o motivo de tua convocação, Teon. Começa Ozir.


— Sim. Responde Teon. — Mais uma obra do Alquimistas Negros.


— O que sabe sobre isso, Teon? Indaga Ozir.


— Os dois Mestres Alquimistas que há tempos abandonaram Lemúria devem estar por trás desses trajes, e do exército de cavaleiros e amazonas negros. Analisa Teon


O Grande Mestre sinaliza positivamente, concordando com o cavaleiro alquimista.


— Fui informado da busca de Lemúria por esses Mestres Alquimistas. Informa Ozir. — Nossas buscas não surtiram efeito. Eis que se revelam nossos procurados. Precisamos informar o Gran-Mestre de Lemúria.


— Já o fiz. Comenta Teon. — Desculpe a ousadia, mas essa informação é prioridade máxima a segurança de Lemúria.


— Fizeste bem. Aprova Ozir. — Esse novo inimigo tem sido difícil de confrontar. A habilidade de absorver cosmoenergia nos deixa vulneráveis. Se não fossem as medidas de ondem de Atena já teríamos baixas em massa.


O Grande Mestre olha para Marcus, relembrando-o da manifestação do cosmo negro durante a prova pela armadura de Órion.


Triste e resignado por seus atos, que lhe custaram a entrada para o exército de Atena, Marcus abaixa a cabeça, quando Teon o anima batendo em seu ombro.


— Não abaixe a cabeça, rapaz. Se teu coração deseja servir Atena sempre haverá espaço para você entre nós.


Teon mostra os cinco guerreiros a serviço de Atena ali presentes.


— Treine, e deixe que o amor de Atena te alcance e conduza. Encoraja Teon a Marcus — Tua dedicação será recompensada a altura de seu esforço. Todos deram o melhor de si para estarem aqui, e o fazem todos os dias para assim continuarem.


Ozir olha dentro dos olhos de Marcus, e sinaliza positivamente em sinal de acolhida.


Karl, apesar de reservado, Tobias, Cindy e Celes sorriem para o aspirante a cavaleiro, mostrando a unidade dos soldados de Atena, acolhendo-o.


Celes sai de seu lugar e conduz Marcus até a saída, quando é interrompido pelas palavras de Ozir.


— Dedique-se rapaz. Sua recompensa não tardará, e será proporcional ao seu cosmo. Lembre-se que ainda há muitas armaduras sem guerreiro.


Marcus sorri, sentindo a vibração do cosmo de todos, apesar de sentir também o cosmo negro da urna ao centro da sala. Celes percebe essa dupla afinidade, mas guarda para si a sensação. Marcus sai com a determinação de se dedicar aos treinos, apesar do efeito sedutor da energia negra.


O Grande Mestre pede a Celes, que retornava, para abrir a urna. Aberto artefato negro libera uma grande rajada de cosmo negro que se espalha pelo local. As paredes do salão contém a energia, que é reunida e contida por Teon. Os cavaleiros e amazonas de prata e bronze haviam sido protegidos por Ozir e Celes.


Apesar da proteção, a onda negra afetara Karl que cai de joelhos. Ele estava debilitado pela recente árdua batalha contra a Lyra Negra.


O Grande Mestre caminha até Karl, o ajuda a levantar.


— Vão descansar Karl, Tobias e Cindy. Orienta Ozir. — Amanhã pela manhã levem suas armaduras para Leo de Áries, e procurem por Lyra de Ophiucus para um tratamento especial. Precisamos de sua recuperação total para a partida que estava programada. O trabalho de equipe e determinação apresentados hoje serão essenciais contra o exército negro. Agora vão.


Todos sinalizam positivamente ao Grande Mestre, o saúdam e saem. Com as portas fechadas Ozir se volta para Teon e sua análise do objeto negro.


Teon que contivera a energia negra da armadura já encontrara a essência do mal que absorvia os cosmos dos oponentes do traje negro.


O Mestre Alquimista retira do peitoral da armadura negra um pequeno cristal negro, e o envolve com uma esfera de cosmo. A armadura deixa de emanar energia negra, perdendo seu brilho.


Atentos a tudo que Teon fazia, Ozir e Celes se surpreendem por não terem detectado a pedra, ainda que minúscula.


— Õnix. Revela Celes. — A pedra consagrada a Persefone.


— Sim. Confirma Teon. — A ônix negra. A pedra tem o poder de absorver energia positiva, e potencializar energias negativas. Esse presente de Hades deve estar sendo manipulado pelos lemurianos desertores há algum tempo.


O Grande Mestre fica por instantes pensativo.


— Como podemos destruir tal artefato? Indaga.


Teon retira do peitoral o cristal branco a ele confiado, e os aproxima. A pedra negra vai sendo purificada, transmutando-se a uma pedra azulada.


— O cristal branco é pedra prefeita, atingida pela união dos cristais azul e amarelo. Explica Teon. — Assim como o sétimo sentido sua essência é atingida mais nunca permanece. Caberá aos guardiões atingir essa essência para auxiliar seu protegido na purificação do mal. Mas não será fácil para a maioria deles. Apena os que atingirem o mais alto nível.


— Como Sig, meu Aurum. Comenta Ozir.


— Exatamente. Responde Teon.


O Mestre Alquimista para por um instante e reflete.


— Mas não é só isso. Recomeça Teon. — Ainda há outra ônix. Junto da Amazona de Lyra, ou dentro dela.


Ozir se assusta com a afirmação.


— Na amazona? Então Marcus também possui?


— Ainda não. Responde Teon. — Ele ainda não se entregou ao poder do mal. A pedra é transmutada pelos sentimentos negativos das pessoas. Marcus tem o brilho de uma constelação a lhe proteger, por isso ainda não desenvolveu esse mal, mas ele sente atração pela ônix negra. Senti seu olhar de cobiça antes de sua saída do salão. Recomendo que ele seja monitorado para que não o percamos para o inimigo. Ele é escolhido do exército de Atena, mas ainda não desenvolveu seu cosmo ao nível necessário para se identificar.


— Ele conseguirá! Afirma Celes. — Garantirei seu despertar.


— Certo Celes! Aprova o Grande Mestre. — Peço que suavize a influência do cosmo negro, e o monitore. Designarei Joei de Escorpião para seu treinamento. Preciso de sua harmonia para os assuntos da ônix negra.


Ozir olha para a armadura opaca, e para a ônix azul nas mãos de Teon.


— Creio que haja outra forma de purificar a pedra negra, estou certo Teon?


— Certamente, Senhor Ozir. Responde. — O sétimo sentido pode equivaler a transmutação com o cristal branco. Mas precisa ser direcionado ao centro do cristal, como um tiro. Se errado a liberação de energia negra pode ser desastrosa.


— Precisamos purificar o coração da amazona negra de Lyra. Encaminha Ozir. — Ela se encontra na prisão rochosa.


Teon sinaliza negativamente.


— Ela não se encontra lá. Afirma. — Conseguiu fugir após forte interferência externa. Há soldados feridos. Irei atrás da amazona.


Teon saúda o Grande Mestre, e despede-se de Celes dirigindo-se a saída, quando chega uma soldada ferida. O brilho da armadura de Teon recupera as energias da jovem que sorri, e saúda o cavaleiro dourado. Teon sorri.


— Ela fugiu, Senhor. Inicia a soldada. — A amazona negra. Alguém surgiu e tudo em volta destruiu. Vestia uma armadura parecida com a Senhora Niara de Grus.


O Grande Mestre, atencioso a mensageira assustada, levanta-se de sua cadeira e toca seu ombro, reencaixando-o no lugar. Não houve dor, pois Teon lhe restaurara o vigor físico e cosmoenergia na passagem pela porta.


— Obrigado! Agora vá e procure cuidar de sua saúde. Tomaremos as providências necessárias.


A soldada sai feliz por ter cumprido sua missão.


ARREDORES DA PRISÃO ROCHOSA


Elisa de Lacerta e sua equipe acompanhava ação de resgate de Dione de Lyra, e de longe seguia o grupo desde a prisão rochosa.


O grupo de resgate para nas ruinas de Erecton, o antigo templo dos deuses do campo. Com essa parada estratégica dos inimigos, Elisa envia Nicole de Bússola com o aviso ao Grande Mestre.

Passados dez minutos na entrada dos doze templos do Santuário estava Teon de Serpentário, a que, Nicole reporta a mensagem.


— Senhor Teon, eles estão nas ruinas de Erecton, o antigo templo dos deuses do campo. Informa a exauta Nicole.


A amazona sente suas energias retornarem subitamente, seguida de um cálido sorriso de Teon.


— Obrigado, Nicole de Bússola. Acolhe Teon. — Descanse. Todos deverão retornar, pois a força de elite está a caminho. Seu grupo tem uma missão externa se não me engano.


— Sim. Mas vimos a ação do inimigo, e como já havia sido feito a Senhora Elisa decidiu apenas acompanhar.


— Fizeram bem. Responde Teon. — Trarei seus companheiros de volta.


Utilizando sua capacidade extrassensorial ele comunica o fato ao Grande Mestre.


— Senhor Ozir. Os inimigos estão nas ruínas de Erecton. Recolherei a equipe da amazona de Lacerta e enviarei Niara de Grus para equilibrar o confronto. Irei orientá-la.


Ozir, que aprendera de seu pai a mesma técnica inata dos lemurianos retorna a Teon.


— Prossiga Teon! Assuma.


— Certamente. Responde.


Teon se teletransporta a entrada do campo de treinamento das amazonas e convoca Niara de Grus para a missão.


Poucos minutos depois se apresenta a amazona trajando sua sagrada armadura.


— Obrigado pela agilidade. Saúda Teon. — O cavaleiro negro de Grus surgiu e resgatou a amazona negra de Lyra da prisão rochosa. Para o equilíbrio do confronto você foi designada para a luta.


— Sim. Responde a amazona atenta. — Estava atenta a situação aguardando convocação.


— Ouça. Teon chama a atenção da amazona. — Precisará atingir o sétimo sentido para não sofrer com a técnica de absorção de energia. Se alcançar esse nível vencerá seu adversário neutralizando o mal que ele traz consigo. Há uma pedra negra em sua armadura, e precisará neutraliza-la com golpe único ao nível do sétimo sentido.


Teon teletransporta Niara para o escoderijo de Elisa e Lacerta e Leonel de Tucana.


PROXIMIDADES DO TEMPLO DE ERECTON


A chegada de um grande cosmo é sentida por Elisa e Leonel, com a sensação de terem sido descobertos.


Teon se apresenta com Niara de Grus, e o brilho da armaduras de Atena tranquiliza a todos.


— Assumimos daqui, Elisa de Lacerta. Afirma Teon.


O dourado cobre a todos com seu cosmo, e teletransporta Elisa e Leonel ao mesmo local onde se encontrava a ansiosa Nicole. Ao mesmo tempo Teon contata Anryu de Cancer, contraparte do novo adversário negro que se faz presente no templo de Erecton.


Com a chegada de Anryu, Teon se retira, deixando dois guerreiros de elite para um confronto importante para a guerra em curso.



O SEGREDO DO EXÉRCITO DOS CAVALEIROS E AMAZONAS NEGROS É REVELADO. SERÁ ESSA INFORMAÇÃO O SUFICIENTE PARA A VITÓRIA DE ATENA.

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  • 3 meses depois...

Capítulo 029 - Presente inesperado

 

Outro grande confronto estava por começar, pois Niara de Grus, amazona há alguns anos estava prestes a confrontar sua contraparte negra.
Anryu de Cancer estava junto a amazona pois o misterioso Abdon de Cancer Negro também chegara.
Nas ruínas do templo, Carlos de Grus Negro pressionava Dione por sua derrota, com a agravante perda da armadura para Atena.
— Você falhou, Dione! Esbraveja Carlos. — É a vergonha da tropa! Perder para um tocador de harpa qualquer, com o fabuloso poder que nos foi concedido pelo Mestre Arno. É um absurdo.
Carlos olha para Abdon, sorri sarcasticamente e completa.
— Acabarei com ela agora! Declara Carlos quando Abdon o interrompe.
— Eu cuido disso. Pare! Eu a levarei a um lugar especial e farei tudo de um jeito todo especial.
Abdon começa a concentrar seu cosmo na ponta do dedo, e após alguns segundos atira contra Dione pontos de luz negra.
Antes que cheguem a amazona são desviados para inúmeras direções. Abdon ri.
— Até que enfim apareceram cavaleiros de Atena. Comenta o Cancer Negro. — Pensei que iriam ficar o tempo todo assistindo lá de fora. Tive que fazer esse convite.
— Convite aceito! Diz Anryu caminhando em direção a amazona do exército negro.
Ele toca o peito de Dione, atingindo-a com uma grande carga de energia luminosa. Ela se assusta.
A luz se dissipa, e Dione tosse expelindo um pequena pedra azulada. O mal que habitava seu corpo e influenciava seu cosmo, fora purificado e eliminado pelo sétimo sentido de Anryu.
— Muito bem, cavaleiro de Atena. Parabeniza Abdon. — Parece que o Santuário de Atena descobriu um meio de nos atrapalhar. Que pena pra vocês que eu não faço parte desse erro.
Anryu ri.
— Isso é ótimo. Retruca. Seria menos interessante lutar contra uma marionete.
Enquanto os cavaleiros de Cancer se confrontam, Carlos de Grus observa Niara a cabeça aos pés.
A amazona com seus cabelos longos e ruivos, 1,75 cm de altura e curvas bem definidas, era alvo de admiração do cavaleiro negro, que ao mesmo tempo mantinha vigilância a ex-amazona negra de Lira. Sua condição de curada de corpo e alma por Atena não agradava os cavaleiros negros presentes.
Dione se mantinha a margem dos conflitos, aguardando tudo acabar para conseguir raciocinar sobre seu futuro.
A amazona de Grus acompanhava cada olhar silencioso de Carlos, com a atenção também a Dione, quando ela quebra o silêncio.
— O que tanto olha, cavaleiro negro? Manifesta-se Niara. — Admirando sua adversária? Nem pude mostrar quem realmente sou.
Carlos sorri.
— Admirando sua beleza. Responde. — É uma pena machucar tamanha formosura, mas não se preocupe pois eu terei cuidado.
A amazona de Atena ri.
— Não precisa se preocupar comigo. Retruca Niara. — Minhas marcas são provas de meu valor no exército de Atena, e além disso você conseguirá fazer grande mal.
— Será. Rindo, Carlos desafia a amazona.
No outro lado a tensão entre os cavaleiros de cancer era grande.
Abdon começa a distorcer o espaço, e leva Anryu para a plataforma do Yomotsu Hirasaka, lugar conhecido por ambos.
— Creio que conheça esse lugar, mas nunca esteve contra um adversário como eu.
Anryu ri.
— Isso ainda veremos. Nossa luta sequer começou.
Anryu concentra energia em seus dedos, e em forma de ondas circulares a luz atinge Abdon. A grande luz parecia arrastar que estava a sua frente, mas tudo permanecia igual.
A luz se dissipa e Abdon continua de pé. Ele sorri.
— Boa técnica para o começo, meu caro. Congratula o cavaleiro negro. — Mas não atingiu seu objetivo. Não perdi minha essência como previa sua técnica. Minha armadura especial me previniu desse fim.
Abdon reúne as energias do ambiente, cheias da angústia de morte, e como num turbilhão lança contra Anryu.
O tornado envolve o cavaleiro de Atena, que usa seu cosmo para proteção, impedindo que o mesmo faça movimentos bruscos.
Anryu pousa no solo, extenuado pelo esforço. Suas forças estavam reduzidas, mas a luta ainda não estava terminada.
Denis sentiu o grande esforço de seu protegido e amigo, e retorna a energia acumulada, potencializado por seu próprio cosmo.
Anryu sente recuperar suas energias, concentra seus cosmo revigorado, e salta com o alvo certo: o peito de Abdon.
O cavaleiro lembra da orientação de Teon de Serpentário sobre a pedra negra que absorve a energia do adversário.
Ele se projeta e confronta Abdon com um soco, o cavaleiro negro defende.
— O que acha que está fazendo? Curioso estava Abdon. — Seu golpe não surtiu efeito, que tolo.
Anryu ri, caindo de joelhos diante Abdon, que o bloqueou.
— Tolo é você.
O guerreiro de Atena explode seu outro punho no peito do cavaleiro negro, pulverizando a pedra de seu peito juntamente com parte de sua armadura.
Com o feito ele recupera forças e salta para trás. Diante de Abdon abalado, ainda agachado ele apoia sua mão direita no chão, e projeta sua perna esquerda contra o estômago de Abdon, que é arremessado longe.
O cavaleiro negro levanta e começa a rir. Ele queima seu cosmo negro, e faz rachar o chão numa intensidade não antes vista.
Ele enche o ar com uma forte vibração que ecoa como ondas de som. A melodia extrai das almas que caminha para o alto da colina dos mortos sua energia motriz.
A vibração torna-se uma forte melodia com o lamento de todas as almas que ali estavam.
O som angustiante das almas entorpece o cérebro de Anryu.
— Não adianta tampar os ouvidos, cavaleiro. Zomba Abdon. — O som da almas chega até seu cérebro. É semelhante a melodia da flauta de certo general marina de Poseidon.
No templo de Erecton, Niara e Carlos acompanham a troca de energias de seus colegas cavaleiros, enquanto estudavam uma ao outro, e vigiavam os movimentos de Dione.
Sentindo aquela energia mórbida em forma de canção, Dione começa a entoar um cantigo. O som acalma a tensão criada entre o cavaleiro e amazona de Grus, adentra o caminho do Seikishiki, e enche os ouvidos de Anryu, libertando-o da canção negra orquestrada por Abdon.
As almas do Yomotsu recuperam seu vigor final a caminho do submundo, e o cristal do guardião de Grus brilha na caixa de guardiões ainda não recrutados.
Teon, Atena, Sig, Sarah e Luge sentiram sua energia emanada, e os cristais dos três guardiões ressoam com o cristal de Grus.
Niara sentia-se muito bem, e Carlos sentiu sua energia negra, de qual se orgulhava, reduzir.
O cristal negro do peitoral da armadura negra de Grus começa a mudar para a cor azulada.
O cavaleiro negro sente algo se aquecer dentro de si, e tosse expelindo uma pequena pedra azulada. A pedra em seu peito estava da mesma cor.
Carlos, o cavaleiro negro de Grus, agora estava muito confuso.
Niara via e sentia, mas nada entendia. Teon e Sig sabiam muito bem, e tinham planos para Dione.
No Yomotsu Anryu se recupera e Abdon perde o controle de sua técnica que é dissipada.
Anryu concentra seu cosmo, e com os braços abertos começa a produzir esferas de luz azul.
— Você não é o único que sabe usar os recursos desse lugar. Confiante afirma Anryu.
As esferas queimavam o que tocavam, e se aproximam perigosamente de Abdon.
— Essas são as chamas do inferno. Informa Anryu. — O calor que desmobiliza os atomos, e incinera a essência da existência. Desse calor até mesmo sua armadura negra sucumbirá.
O cavaleiro de Atena intensifica seu cosmo formando um grande número de esferas azuis, e as direciona para Abdon.
Abdon fica preocupado, mas intensifica seu cosmo para provar que seu oponente estava errado.
As esferas azuis começam a consumir a armadura negra de Abdon. O cavaleiro negro começa a entrar em pânico, mas acende seu cosmo ao máximo.
Abdon emana uma luz intensa diferente de seu cosmo negro apresentado até então. As partes da armadura negra que o cobria o abandona, e sua aura negra se transforma.
Anryu percebe a mudança de energia, e contém a ação final de seu ataque.
Abdon estava sem armadura, confuso, e com uma grande pedra ônix azulada nas mãos.
O cosmo de Abdon se purificara no último instante, neutralizando a ação da ônix negra que o conduzira ao caminho das trevas.
De algum lugar do submundo, alguém sabia que mais uma de suas jóias de ébano perdera seu brilho.
Anryu transporta a todos de volta a templo onde tudo começara, e não mais havia vestígio de energia negra.
Reunidos Anryu, Niara, Dione, Carlos e Abdon surge Teon e Sig, que convidam os antigos portadores de armaduras negras a recomeçar no Santuário de Atena.
Abdon declina da oferta, mas Dione e o ainda confuso Carlos aceitam. A amazona se lembra dos dias em que estivera nesse lugar mas fora rejeitada por Donni de Sagitário.
— Venha comigo Dione. Convida Teon. — Suas habilidades são um presente para o exército de Atena. Seu dom esteve oculto pelos sentimentos de vingança que sombreavam seu coração.
Dione respira fundo ao lembrar de seu passado.
— Venha recomeçar no exército de Atena. Continua Teon. — Há um lugar especial para você. Donni não a rejeitou, ele te deu a chance de escolher o lado certo, mas sua condição não permitia.
Dione estava confusa, mas a opção dada por Teon parecia boa como um recomeço.
Abdon acena a todos e parte. Anryu tenta convencê-lo a ficar, mas é contido por Sig que toca seu ombro.
— Deixe a escolha dele. Orienta. — Só ele pode decidir.
Todos seguem ao Santuário. Carlos segue com Niara ao campo de treinamento dos cavaleiros, e Dione segue Teon.
— A verei novamente, amazona de Grus? Indaga Carlos.
— Talvez. Responde Niara. — Tenho uma missão a cumprir agora. Na volta podemos retomar essa conversa.
— Aguardarei. Finaliza Carlos com um sorriso esperançoso.
Enquanto isso, um pouco longe do Santuário, Abdon caminhava muito confuso. Ele sabia do poder da ônix negra, mas não imaginava que sua essência mudaria com a purificação da pedra por Atena.
O ex-cavaleiro negro estava errante, mas seria por pouco tempo.
OS CONFRONTOS ENTRE OS CAVALEIROS, COM IMPORTANTE VITÓRIA PARA ATENA, DÁ A DEUSA UM PRESENTE INESPERADA ANTES OCULTADO PELO DESTINO.
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  • 1 ano depois...

Capítulo 030 – Filhas de Gales

Em meio a floresta fechada, numa bela construção estava Feliz de  Leão Negro, pressentindo notícias ruins do confronto entre o orgulhoso Carlos de  Grus e o impetuoso Abdon de Câncer contra seus rivais de constelação às portas do Santuário de Atena

Após a derrota de Lord de Pavão no pé da montanha, Félix teria duas novas surpresas contra  o exército de Atena, Lia de Ophiucus e Iris de Lacerta.

As amazonas negras foram convocadas ao Salão Principal do Castelo Negro, onde habitava o líder daquele território.

A passos largos seguiam Lia e Iris, antes amigas mas hoje apenas colegas de causa. O Mestre Félix não tolerava atrasos.

Anunciadas, a porta do salão se abre, e imponente em sua armadura negra estava de pé, ao lado de um ornamentado trono, Félix de Leão Negro.

— A seu dispor, Mestre Félix. Saúda Iris em reverência.

— É com prazer que servimos a causa, Senhor. Completa Lia.

Félix olha fixamente para as amazonas, e senta-se em seu trono.

— Vocês treinaram bastante, e possuem alto nível dentre os cavaleiros e amazonas negros.  Inicia Félix. 

Dois soldados trazem duas urnas negras cobertas, e colocam uma ao lado de cada amazona.

— Toquem as urnas de suas armaduras amazonas negras. Ordena Félix.

Lia e Iris retiram o tecido que cobria as urnas, e as tocam. Elas se abrem e duas armaduras reluzentes como o ébano brilham intensamente. As armaduras as vestem, e do céu um brilho de agonia afeta Lyra e Elisa.

No Santuário de Atena, Ozir, Sig, Teon e a própria deusa agora tinham certeza que a próxima carta seria jogada pelo exército de cavaleiros e amazonas negro.

No Castelo Negro Félix desce do pedestal  de seu trono, e toca o ombro de suas novas amazonas. O cosmo negro preenche o lugar, e uma dose extra de energia parecia inundar Birmânia.

— Quero fazer um surpresa para o exército de Atena. Anuncia o líder negro. — Ophiucus é uma telepata experiente e Lacerta é um prodígio, mas elas serão superadas.

As amazonas são dispensadas com uma missão, confrontar as amazonas de Atena, destruindo o campo de treinamento dos guerreiros da deusa.

O general negro conhecia bem o Santuário de Atena. Em outros tempos ele circulava por todo aquele território.

No Santuário a rotina seguia, e Lyra e Elisa estavam de prontidão para o confronto contra suas contrapartes negras.

No Recanto dos Guardiões, como havia batizado Ozir de Gêmeos,  Teon aguardava a manifestação do guardião de Ophiucus para confirmar uma antiga suspeita, a existência de um grupo de elite comandado secretamente por Sig de Gêmeos.

No campo de treinamento das amazonas todos sentiam a preocupação estampada no rosto de Elisa. A sensação de antes foi impactante para a amazona, que apesar de habilidosa era ainda muito jovem.

Os dias passam e as ações do exército negro pareciam ter cessado, segundo relatórios enviados pelas tropas distribuídas pelo mundo.

O ar de tranquilidade para as pessoas comuns, era visto pelo Santuário como tensão, pois precisaria estar pronto para contrapor o próximo movimento do inimigo.

No Campo das Amazonas, concluído com o esforço de todos, um grupo de novas recrutas inicia seu treinamento. Dentre elas duas pareciam ser bem habilidosas, seus nomes eram Lia e Iris.

As novas recrutas pareciam ter algo a mais, além do objetivo de proteger Atena. Pelo menos essa era a primeira impressão de Lyra de Ophiucus. Por perceber essa peculiaridade, a amazona surge no local de treinamento feminino para a susto de Lily de Aquila.

— Lyra de Ophiucus! Saúda Lily, surpresa. — A misteriosa amazona de Atena.

— Bom da Lily.  Responde Lyra. — Resolvi conhecer suas novas recrutas. Fazia tempo que não apareciam novas meninas. Fiquei curiosa.

— Entendo. Lily retruca. — Essas são Helen, Celina, Juli, Lia e Iris.

Ao ver Lia e Iris, Lyra confirma a sensação estranha que antes havia sentido.

Rivia e Maria também lá estavam e reconhecem as duas meninas observadas por Lyra. Eram duas meninas desaparecidas de Gales, um ano antes da chegada dos mercenários.  Rivia cutuca Maria, e ambas começam a agir normalmente.

As recrutas partem para sua área específica de treinamento, quando avistam Lyra e Lily e as abordam.

— Senhora Lyra, Senhora Lily. Chamam a atenção as Rivia e Maria. 

— Bom dia Rivia e Maria. Saúda Lily. 

— Conheço Lia e Lily. Conta Rivia. — Elas são filhas de Gales como nós. Elas desapareceram um ano antes da chegada dos mercenários em nossa terra. Ninguém soube o que houve. Quem as trouxe?

— Ninguém. Responde Lily. — Elas se voluntariaram sem dizer a origem. Não coletamos essas informações.

— Talvez seja a hora de começar a perguntar. Afirma Lyra. — Obrigado meninas pela informação.  Vão treinar agora, sua mestra logo chegará.

As meninas sorriem e seguem seu caminho, felizes por ter ajudado.

— Então era isso. Concui Lyra. — O inimigo se infiltra no Santuário. Precisamos tomar cuidado.

A amazona de Ophiucus olha para as meninas que acabaram de partir.

— Ela precisam ser protegidas. Comenta. — O que acha, Lily?

— Certamente. Concorda Lily. — Cuidarei disso e informarei ao Grande Mestre nossa descoberta.

Lyra acena com a cabeça, concordando, e parte. O treinamento segue com a vigilância da discreta da mestra daquele campo, e a percepção das amazonas negras de que haviam sido descobertas.

Mais a noite era visível o reforço na segurança do Santuário, com destacamento de soldados comandados por cavaleiros e amazonas de bronze na ronda do perímetro externo do Campo das Amazonas.

O Santuário em alerta dava as Lia e Iris a certeza de que o confronto previsto ocorreria em breve, e o tempo de sua missão precisaria ser adiantado.

No cair na noite, na arena de luta das amazonas estavam Lily e Lyra esperando Iris e Lia saírem das sombras.

— Já era hora, amazonas de Atena. Ironiza Iris que sai da sombra de um dos pilares de pedra do local. — Cadê a Lacerta? A garotinha prodígio se acovardou?

— Ela não está disponível. Afirma Lily. — E isso basta para você. Onde está sua amiga, amazona negra?

— Então creio que a substituirá em nossa luta, estou certa? Ironiza a Lagarto Negro.

Lia sai das sombras de outro pilar e acena.

— Melhor sorte para mim, Iris. Comenta a amazona. — Pois minha oponente está presente e conheço todas as suas técnicas. Pobre Lyra. Não durará muito tempo nessa batalha. Terei até tempo para te ajudar com essa aí.

— Você é muito gentil, Lia, mas deveria se focar na Ophiucus. Retruca Iris. — O cosmo que ela emana, não desistirá tão fácil assim.

Lily e Lyra se olham, sem entender o diálogo entre as duas amazonas negras.

— Desculpe interromper o bate-papo, mas o que querem no Santuário de Atena afinal? Dispara Lyra. 

Iris ri.

— Ora, ora ... Destruí-lo por dentro, é claro. Responde. Nossa missão é acabar com o Campo das Amazonas. O resto já tem quem faça.

As amazonas de Atena se assustam com a possibilidade de haver mais cavaleiros e amazonas negros infiltrados como recrutas no Santuário.

— E não se deem o trabalho de tentar avisar a seus mestres, pois não conseguirão. Orienta Iris. — Uma barreira psíquica não permitirá que nada saia desse lugar.

— Acredita mesmo que pode deter três telepatas de Lemúria? Zomba Lyra.

As amazonas negras estavam confusas, quando uma terceira onda telepática, externa a abóboda de cosmo gerado por Iris,  com o auxílio da tensão gerada pelas ondas de Lily e Lyra, a atravessa. A comunicação extra-sensorial por segundos é feita, e a mensagem de invasão oculta enviada a todo o Santuário, com destaque ao Grande Mestre Ozir de Gêmeos. 

— Pronto. Comenta Lily. — Agora podemos continuar Iris.

A tensão gerada pela frustação das inimigas pela falha, e a iminência do combate é quebrada com a chega de Rivia, para a surpresa de todos.

— Ora se não é a filha preferida de Gales. Ironiza Lia.

— A vila parou quando, arrependidos, seus pais foram atrás da criança vendida. Desabafa Iris. — Quando desaparecemos nem mesmo nossos pais nos procuraram. Já você está aqui, são e salva, querendo ser minha oponente eu suponho.

Lily intervém, mas Rivia já havia decidido seu próprio destino.

— Que assim seja. Responde a aspirante a amazona de Aurora Boreal.

— Não permito, Rivia. Afirma firmemente Lily. — Não está preparada, e sequer tem uma armadura.

— Desculpe desobedecer, minha mestra. Retruca Rivia. — Essa luta é minha. Estou pronta há algum tempo.

Impressionada com a confiança de sua pupila, Lily recua para o lado, e com um gestual abre passagem, entregando a luta para a jovem amazona.

Lyra demonstra preocupação, pois Rivia lutaria sem armadura, mas Lily acena positivamente com a cabeça.

— A armadura virá a seu auxílio Transmite telepaticamente Lily. 

Lyra desfranze o rosto, e olha Rivia face a face, demonstrando confiança. Ela segue com o foco em sua oponente.

— Vamos limpar nosso território, Rivia de Coroa Boreal. Afirma Lyra.

— Ninguém nos vencerá nas terras de Atena. Confirma a confiante Rivia.

Naquele momento tenso, apesar dos dois confrontos prestes a se iniciar, Lily se procurava com os outros guerreiros negros infiltrados. Ela usa um resquício do cosmo telepático de Teon, e sai do local.

Rivia se prepara para compensar a falta de uma armadura para defesa. Ela ascende seu cosmo e reorienta as partículas iluminadas pelo brilho da luz da lua que refletiam na armadura negra de Iris, e paralisa seus movimentos.

Por minutos a barreira de energia negra se enfraquece, e o dreno de energia, presente desde o momento do encontro das cinco amazonas, cessa.

Com o auxílio de Teon de Serpentário e Leo de Áries, o caminho é aberto para que o exército do Santuário resgate as amazonas do Campo, antes fechado pela barreira negra de Iris.

Telepaticamente,  Teon avisa a Lyra e Rivia.

— Todas estão a salvo. Agora é com vocês. 

Dirigindo-se a jovem aspirante a amazona, orienta Teon.

— Mantenha-se firme Rivia, pois a sagrada armadura ouvirá seu coração. 

Rivia sente sua confiança aumentada pelo incentivo, e fortalece seu cosmo intensificando a barreira que continha Iris.

Lia desvia seu foco da luta contra Lyra para tentar ajudar Iris, mas é interrompida por Lyra.

— Eu sou sua oponente. Não me ignore. Esbraveja a amazona de Atena.

Lyra conduz seu cosmo na criação de uma tensão entre o chão e o céu. A abóboda de energia de Iris contém a condução elétrica, mas Lyra cria tensões menores em todo o campo de batalha, protegendo-se seu time, e aumentando a pressão sobre a barreira. O esforço gera resultado, e uma ruptura na barreira se forma.  Lyra converge parte do distúrbio elétrico gerado no solo para receber uma grande descarga vinda do céu, que rompe a barreira negra definitivamente.

O impacto da queda da barreira atinge em cheio Lia que não tinha a proteção da barreira a qual Iris era prisioneira. A barreira de Rivia também se rompe, e Iris sai em busca de ajudar a colega amazona. Minutos depois Lia e Iris se reerguem, e preparam o contra-ataque.

Iris movimenta o ar gerando redemoinhos, que se unificam em direção a Rivia. A jovem amazona se coloca para bloquear tal força, mas a onda que a precede reduz suas forças. Rivia cai apoiando-se no joelho.


A onda de ar chega, e quando dissipada lá está a amazona protegida com o punho e o braço da sagrada armadura de Coroa Boreal. A armadura veste sua amazona, a constelação tem sua protegida, e o exército de Atena ganha mais um integrante forjada no calor da batalha.

Lyra sorri, pois sabia que Rivia conseguiria guiar sua armadura com seu cosmo, mas Iris não tinha a mesma opinião. 

O ataque frustrado de Lia irritava Iris, que parte para a luta corpo a corpo contra Lyra, com vias a atingir seus pontos vitais. Lyra se defende, mas sente que a cada investida da adversária fica mais fraca. Ela esperava por isso, mas o dreno de energia é mais forte do que previa. A amazona de Ophiucus começa a perder a consciência.

Luge percebe a aflição de Lyra, e sente que a energia acumulada no cristal também se esvaia. Não havendo mais nada a fazer em seu estado oculto, ele surge no campo de batalha, recebe Lyra nos braços, expulsa a amazona negra do combate, e anula a técnica de íris contra Rivia.

Ele toca a face de Lyra absorvendo as energias negras infringidas a amazona por seus pontos vitais. Ele as reúne num cristal nego, e as purifica em cristal mais claro. Que se quebra em muito fragmentos numa explosão que atinge em cheio as duas amazonas negras.

Lia e Iris tem a pedra negra de sua armadura purificada, expelindo pelo nariz e junto as lágrimas inúmeras pedras claras de diversos tamanhos.

O poder de um Aurum de elite salvou a todos em fração de segundos. 

Lyra começa a acordar, e antes que desperte Luge sorri com carinho para Rivia, e desaparece tão repentinamente quanto surgira. E em segundos ninguém sequer se lembraria do que houve.

A amazona de Atena nada entende, mas sente que um guardião ali esteve.

Desnorteadas estavam Lia e Iris, e como já antes ocorrido, não sabiam o que fazer. O ódio que inundava seus corações, que outrora as mantinha como adversárias ainda que na mesma equipe, desaparecera restando apenas duas filhas de Gales que se perderam sozinhas no caminho. 

Ao reconhecerem Rivia, se entristecem pelo ocorrido, e querem apenas e saber mais de tudo. As filhas de Gales seriam observadas com atenção, amazonas ou ex-amazonas. Como aos outros um lugar na grande extensão do amor de Atena as esperava, se assim quisessem.

Lyra estava extasiada pela sensação familiar que sentira pouco tempo atrás. Estava decidida a descobrir sua origem. Quem seria secretamente seu guardião?. Se perguntava a amazona.

Luge estava enfim feliz, Ele tocou sua amada após anos de espera.

Sig, que acompanhava aquele time de elite, conhecia bem os sentimentos de todos. A alegria que inundava Luge ele levou tempo para experimentar.  Ele toca o ombro de Luge.

— Fico feliz por você. Declara. — Essa alegria não tem preço.

Sig, sempre reservado, senta-se ao lado de Luge e conta sua história com Ozir. Sarah se aproxima e audiência aumenta. Luge se enche de esperança de poder um dia declarar a Lyra.

No Campo das Amazonas muito precisava ser feito, em especial o ajuste dos protocolos de segurança.  Lyra de voltava aos inimigos do exército de Atena circulando infiltrados no interior do Santuário.


AS LUTAS DO DIA TRAZEM VISLUMBRE E PREOCUPAÇÃO. UM AURUM DE ELITE ENTRA EM AÇÃO, E O SANTUÁRIO ESTÁ CONTAMINADOS PELAS TREVAS.

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Capítulo 031 - Ferido, renascido e vibrante

 

Na fortaleza do exército negro na floresta de Gales, Felix de Leão sentia a derrota de suas prodigiosas amazonas.

— Cedo demais. Pensa. — Elas ainda não estavam prontas, afinal.

Ele ordena ao mensageiro.

— Chame Antília. 

Tempos depois chega uma jovem de óculos, e uma longa casaca negra.

— A seu dispor, Senhor Felix.

— Como estão os ensaios com os lemurianos? Indaga o metre negro. — Precisamos de força ofensiva eficiente. Lia e Iris falharam. Não tolerarei mais falhas.

— Cedo demais. Pensa. — Elas ainda não estavam prontas, afinal.

— Eu as proibi de saírem, Senhor. Responde a jovem — Não recomendei sua saída a campo.

— Eu sei, Nina. Retruca Felix. — Elas pareciam prontas. Com relação aos lemurianos, eles resistem, mas a nova intervenção parece estar fazendo o efeito desejado. 

A conversa é interrompida pelo mensageiro, que anuncia uma visitante. Uma mulher imponente, de longos cabelos negros e olhar penetrante adentra a sala do líder daquele lugar.

— Mas ... Senhora. Interrompe o mensageiro. 

— Deixe! Resolve Felix — Já acabei aqui. Antilia tem suas ordens.

A jovem amazona sinaliza positivamente, passando pela visitante que a olha da cabeça aos pés.

— Lemurianas, Felix? Ironicamente manifesta-se a mulher — Mudou de gostos?

— Não seja tola, Maria. Irritado, retruca o Leão Negro. — Ela é uma oficial.

Maria ri.

— O poderoso Felix de Leão Negro como um gatinho  nas mãos de Nina de Antília. Que irônico. Provoca.

Felix estava cada vez mais irritado. Ele respira fundo e se acalma um pouco, na tentativa de receber devidamente sua colega amazona.

Ele desce do assento, e segue para uma sala menor, com uma mesa e vários assentos. Maria o segue.

— Sente-se! Acolhe o cavaleiro. — O que traz Maria de Touro Negro, de seu castelo no índico até minha humilde morada?

— Vim saber de suas informações, meu caro. Responde.

Felix esboça um olhar de  dúvida.

— Não há “minhas informações”. Responde o cavaleiro. — Do jeito que fala, parece que você esconde informações.

— E sua amada Antília? Dúvida Maria — O que será que ela guarda?

Felix ri.

— Não há nada que o Senhor Arno não saiba, e consequentemente você não saiba. Ou você acredita que o Senhor Arno nos esconde algo?

— Não inverta o jogo, Felix. Devolve Maria. 

— Me diga, Maria. Onde quer chegar com tudo isso? Tenta finalizar o debate, Felix.

— A lugar nenhum. Responde a amazona. — Descerei ao Santuário de Atena. Tenho que encontrar alguém.

— Sua antiga família, eu suponho. Comenta Felix.

— Não. Responde Maria. — Acharei a outra metade de sua metade. A Antília de Atena. Soube de fonte segura que ela é como a sua amada.

— Ora, Maria. Brinca Felix — Porque olhar para Nina e seus óculos, se sempre tive o prazer de sua belíssima companhia. Você sempre teve algo por mim, que eu percebi.

Maria se diverte, e ri bem alto.

— Eu e você ... Não curto, você sabe! Responde.

— Por que não? Retruca Felix — Você só sai entrando assim aqui, pelo que soube por aí. 

— Você está mudando de assunto de novo.  Rindo, comenta  Maria — Vou indo. Preciso ter um conversa com Tina de Antília. Até mais. Obrigada pela recepção. Mande lembrança para sua “oficial” Nina de Antília.

Maria sai rindo. No caminho passa por uma instalação semelhante a um observatório, e na porta estava Nina. Maria se dirige a ela.

— Nina de Antília. Saúda Maria.

A amazona de bronze, respectivamente saúda sua colega de patente superior com uma leve inclinação de cabeça.

— Senhora Maria de Touro.

— Saiba que em breve será única. Comenta Maria — Terei uma longa conversa com Tina de Antília, sua contraparte no exército de Atena. E geralmente quando converso com um inimigo ele parece perecer ao final.

— Muito bem. Retorna friamente — Melhor assim.

A amazona de bronze negra espera a amazona de ouro desaparecer, e começa a se desesperar.

— Tina não terá chance alguma. Pensa Nina. — Preciso avisá-la, mas como? Minha telepatia é monitorada. Mas ... a dela não é.


SANTUÁRIO DE ATENA

Tina de Antília era a pesquisadora oficial do Santuário, usando sua mais alta capacidade lemuriana para desvendar segredos dos pergaminhos históricos coletados e armazenados no templo de Atena-Niké.

Ela estava em seu ofício quando recebe mensagem de alguém desconhecido escrita: “Cuidado! O perigo se aproxima. N.T.”.

Tina entendera o recado, e ficaria alerta. Ela procura sua mestra Lubian de Pavão e informa o iminente perigo ao Santuário. Discretamente tudo estava em alerta máximo., com a movimentação específica de certos guerreiros.

Era de manhã no Santuário, quando uma violenta onda negra se esbarra na redoma de cristal, criada por Leo de Aries com a energia do cosmo de Atena para a cobertura de todo o Santuário e arredores. A barreira contra cosmo energia seria a primeira linha de defesa, que permitiria analisar o impacto da força do oponente.

O impacto esgotara as energias de Leo, que amparado por Luge quase sucumbe ao forte dreno de energia. A cada de Aries seria defendida por Teneo de Touro, como frente a força opressora.

Após testada a defesa do Santuário a amazona negra de Touro se apresenta na entrada das  casas do zodíaco. A intensidade do cosmo não surpreende Teneo, pois já havia percebido tal presença, ainda que forma bem familiar.

TEMPLO DE FELIX DE LEÃO NEGRO

Nina estava apreensiva com a iminente chegada de Maria de Touro Negro no Santuário a procura de Tina.

Ela conhecia o poder e astúcia de Maria, comparada apenas as de Félix de Leão Negro, seu mestre. Eles estavam entre os primeiros cavaleiros e amazonas negros consagrados por Arno.

Ela temia pela vida de sua irmã mais nova, que se separara dela em Gales, embarcando secretamente no barco que levou Rivia ao Santuário.

Em seu observatório, tentado ler as estrelas em buscas de respostas, a jovem é convocada a sala do Mestre Felix.

Apressada, ao chegar ao salão principal, ela encontra Felix apreensivo.

— Nina! Começa nervoso sua narrativa, Felix — Devemos concluir o projeto com os lemurianos. É muito importante pois estamos ficando sem tempo. Precisarei ir ao Santuário em breve, e não sei como o encontrarei depois da visita de Maria.

— Em breve concluiremos, Felix. Desculpe, Mestre Felix. Responde Nina. — Falta muito pouco. Não sei quanto tempo mais conseguiremos ocultar a atividade extrassensorial deles. Precisamos aumentar a intensidade devido ao tempo.

— Eles não podem ser descobertos. Isso é imperativo. Ordena Felix.

— Desculpe, meu Senhor ... Resignada inicia a jovem.— Precisei avisar a Tina sobre Maria. Não quis comprometer o projeto. Assumo toda a responsabilidade.

O olhar de Felix para Nina era de compreensão.

— Não se preocupe, eu entendo. Tranquiliza Felix a sua amazona — Família nos leva a extremos. Se tudo ruir a responsabilidade é minha. Sou o líder do grupo. Carlos minimizava o impacto causado por Maria.

SANTUÁRIO DE ATENA – TEMPLO DE ÁRIES

Leo, extenuado pelo esforço de manter a barreira contra o ataque de cosmoernergia negra do inimigo, estava caído.

Tentou levantar, e foi amparado por Teneo que chegava.

— Siga o plano Leo. Pede Teneo. — Essa luta é minha. Conheço o adversário. Ozir virá te buscar.

Leo de pé recebe Ozir de Gêmeos, que cumprimenta Teneo e leva Leo a Sala de Atena. No local ambos recuperam forças com forte guarda na entrada.

Teneo sai do templo, e a luz vê a marcante silhueta de Maria, aquela que outrora morrera por ele.

— Enfim vejo aquela que me segue. Comenta Teneo. — Só não esperava vê-la nesse traje negro.

— Isso é apenas um detalhe. Comenta Maria. — O importante é a quem sirvo agora, e meu verdadeiro objetivo hoje.

Teneo olha com pesar para Maria.

— Aquela que outrora me salvara em nome de Atena, agora serve ao exército negro de Arno de Escultor, o artesão das sombras. Comenta.

Maria ri

— Um novo mestre, e uma nova missão: arruinar o Santuário de Atena, seus guerreiros e oficiais. Revela a amazona negra.

— Seus planos não durarão. Afirma Teneo. — Não permitirei que passe dessas escadarias.

— Veremos cavaleiro de Touro.  Afirma a amazona negra de Touro.

Maria aquece o cosmo e investe contra Teneo.

Teneo facilmente bloqueia a técnica de sua adversária, mantendo sua posição de defesa.

Ele sente o impacto do dreno de energia, já conhecido pelo exército de Atena. Considerando uma fragilidade que possuía, carrega consigo um cristal dado por Teon para equilibrar a luta e contra-atacar os guerreiros negros.

O cavaleiro se mantém firme, mas a técnica simples de Maria o havia mais do que o esperado. Sem demonstrar ele estava preocupado.

— Não se preocupe, Teneo. Comenta Maria. — Te conheço o suficiente para ler em teus olhos. Por sua condição em breve sucumbirá, e poderia prosseguir em minha missão aqui.

Teneo prepara sua defesa, e usando sua grande velocidade projeta Maria metro a atrás, rachando sua armadura e causando impacto sobre o cristal de Onix negro no peitoral de sua veste negra.

— Desgraçado. Pensa Maria. — Ele continua muito veloz. Preciso pôr um fim nessa luta. Mais uma investida dessa e será meu fim.

Teneo percebe uma tensão no cosmo da amazona negra, e de alguma forma sentia que suas intenções destoavam de suas palavras. Ele precisava encerrar aquele combate para saber o que realmente acontecera com Maria para coloca-la naquela condição.

Ambos estavam decididos a aplicar seu último golpe.

Maria aquece seu cosmo, potencializando a ônix em seu peito, recuperando seu brilho negro original. 

Teneo lembra-se de Anna, e inflama seu cosmo com a mente tomada por um grande touro dourado de grandes chifres, pronto para entrar em uma corrida mortal contra seu alvo. A essa altura não havia chance alguma para seu oponente.

O cavaleiro sentia que outro energia o acolhia, e sabia do zelo de Atena por todos os seus guerreiros, e isso o confortava.

Do alto da estrutura da fachada do templo de Aries, Anna devolvia o cosmo arrecadado pelo Grande Chifre antes aplicado por Teneo. E o vigor do cavaleiro estava renovado. Mas uma coisa a intrigava: o conhecimento dos dois oponentes.

Os guerreiros desferem suas técnicas, e ambos são afastados para trás da posição do embate.

Maria continua de pé, mas Teneo estava quase de joelhos, ainda apoiado numa perna dobrada.

— Quem diria, o grande Teneo de Touro de joelhos. Ironiza Maria. — Parece que o próximo golpe será o final, e não há Postura de Iai que te defenda agora.

Maria recolhe sua energia numa esfera. Ela a dissipa em esferas menores, e as molda em peças de cristal negro como lanças.

— Relembrando os velhos tempos, te trarei algo nostálgico, cavaleiro de Atena.

Ela lança os cristais como num jogo de dardos, e todos de uma vez.

— Plumas negras, atinjam seu alvo. Pronuncia a amazona negra.

O cavaleiro via a aproximação dos cristais negros como vira outrora as plumas atacarem os adversários, e preparado para seu fim vê um brilho intenso contrapor a onda de luz negra que se aproxima.

Diante de Teneo está materializada uma escultura do Touro em cristal brilhante, e ao seu lado descia suavemente, Anna.

O cavaleiro admirou-se com o cenário, enquanto Maria estava séria..

— Anna, eu suponho. Comenta Maria. — A filha do bravo Touro Dourado.

— Sim. Responde Anna. — Anna de Touro.  Aura da Ordem de Serpentário. O exército dos Guardiões de Atena. Não mais tocará nesse homem. Ele é meu protegido.

— Então terei que passar por você para terminar essa luta. Conclui Maria, posicionando-se para a batalha.

Anna gesticula, chamando a oponente para a luta. Chamando a pata esquerda da Crystalus, ela defende os cristais negros de Maria.

Teneo se despe da armadura de Touro, e sente uma grande energia rondar Anna.

— Chegou o momento. Pensa Teneo. Meu legado eu passo para a geração futura.

O braço da Crystalus de Touro retorna, e a armadura de Touro a veste. Anna brilha intensamente e a Crystalus retorna a forma de cristal, somando ao cristal presente ao peito de Teneo como uma segunda gema.

Anna estava encantada, e olhando para o pai procura compreender. Ela pede uma autorização. Teneo sorrindo sinaliza que sim.

Anna, agora Amazona de Ouro de Touro, encara o adversário e imprime sua força e velocidade contra a amazona negra. São dois golpes velozes, retornando a sua posição original.  

Maria nada enxerga, e vê sua armadura negra rachar no peitoral, com sua ombreira direita e cintura destroçadas, além de ter perdido o capacete.

— Como? A amazona negra estava assustada. — Eu conheço a velocidade do Touro.

— Mas eu sempre fui mais rápida que meu pai. Explica Anna.

Maria percebe que apesar de jovem, Anna não era uma garotinha, mas uma guerreira a se respeitar em campo de batalha. Ela a reconhece.

— Respeito sua posição, amazona dourara de Touro, e agora será uma luta completa.

Maria aquece seu cosmo e cria novamente os cristais negros, que passam a revestir seu punho. Ela parte para a investida do Touro Negro, quando Anna aquece seu cosmo num nível ainda maior que antes fizera.

Anna se esquiva do punho negro do Touro, e faz brotar do solo uma explosão ascendente de energia e pedras, prendendo a amazona negra.

Presa nos escombros, Maria levanta grande pedaço de pedra e refuta Anna.

— Não perderei antes de cumprir minha missão nesse Santuário de Atena. Esbraveja a guerreira negra.

A sensação antes sentida por Teneo se renova, e a dúvida sobre a real missão de Maria só aumenta.

A amazona negra se equilibra no solo irregular, e aquece novamente seus cosmo.  Anna igualmente o seu, e a energia gerada é novamente superior a tudo já produzido na entrada do templo de Aries.

Dos escombros de onde levantara Maria se ergue uma poderosa energia fulminante. A luz gerada possuía brilho intenso, como uma estrela em expansão, uma supernova.

Maria resiste queimando seu cosmo negro, mas vai sendo vencida. A ônix negra explode de seu peito, junto ao que restava de sua armadura negra.

Em meio a luz Maria sorria, e um brilho intenso emerge da amazona negra. Ela se dirige a Anna.

— Anna de Touro, minha filha. Revela Maria. — Sua coragem me libertou do julgo de Hades, e me permite cumprir minha missão de alma pura.

Anna estava surpresa, mas Teneo já previa algo assim.

— Minha mãe? Chorando indaga Anna. — Mas porquê? Não queria machucá-la.

— Você me libertou, minha querida. Responde Maria. — Saberá de tudo. Está perto meu fim, e minha missão estará completada.

O vórtex de luz comandado por Anna tem sua explosão final, e o cosmo de luz de Anna desaparece.

Fagulhas do cosmo de Maria varrem o Santuário, chegando a muitas pessoas: Teneo, Anna, Atena, Teon, Tina de Antília e ao Grande Mestre Ozir.

A armadura de Touro se desmonta do corpo de Anna, e a parte do cristal da dupla gema no peito de Teneo segue para as mãos de Anna. O cristal de Teneo penetra seu corpo, se  enxertando seu peito.

O cavaleiro por um momento cai de joelhos, para o desespero de Anna, mas levanta-se revigorado. O cristal de Anna brilha, e uma parte da luz pode ser vista por através da pele de Teneo.

Teneo mostra a sagrada armadura de Touro montada a Anna.

—  A armadura a escolheu minha filha. Afirma — Há um nova Touro Dourado no Santuário de Atena.

— Mas ... Confusa pondera Anna. — Eu sou uma guardiã, sua guardiã.

Teneo ri.

— Acredito que esse cristal em meu peito revela que trocamos de papeis, minha filha. Comenta. — Agora eu serei seu guardião.

Anna estava muito confusa.

Leo de Aries surge e saúda a todos, em especial a Anna. Ele traz a caixa de Pandora de Touro

— Parabéns pela luta, Teneo e Anna. 

Olhando carinhosamente a Anna ele sorri.

— Bem vida a classe dos guerreiros dourados, Anna de Touro. Creio que essa caixa agora é tua.

A jovem estava exultante, pois desde o dia que brilhou pela primeira vez, sonhava com aquele momento.

— Creio que sua casa é algumas escadarias mais acima. Instrui Leo. — Mas você já conhece o caminho, não. O dia foi cheio, e todos precisamos descansar. Amanhã preciso arrumar essa entrada, posso contar com ajuda de vocês?

— Sim. Animada confirma Anna, completada com um aceno de Teneo.

Muito havia a ser dito e feito, pois as mensagens de Maria trouxeram grandes revelações.


O TOURO E SEU CICLO DE DOR, RESSUREIÇÃO, BRILHO E REDENÇÃO TRAZ A TONA MUITO MAIS DO QUE UM LEGADO PASSADO POR GERAÇÕES, MAS A CERTEZA DE ALIADOS DE ONDE MENOS SE ESPERA.

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